Caso clínico

Caso clínico

Um homem de 45 anos de idade de Missouri sem história médica pregressa significativa consultou-se com seu médico de atenção primária 3 semanas depois que um espinho de rosa raspou a superfície dorsal de seu dedo indicador direito enquanto ele trabalhava com jardinagem. Duas semanas depois da lesão, ele desenvolveu uma lesão nodular insensível à palpação que subsequentemente sofreu ulceração com uma drenagem serosa apenas escassa. Ele recebeu prescrição de cefalexina sem melhora clínica e retornou ao médico 10 dias mais tarde, depois de ter desenvolvido 2 lesões nodulares insensíveis à palpação em seu antebraço direito. Fora isso, ele se sente bem e nega ter tido febre, calafrios ou outros sintomas. Exceto pela lesão ulcerada bem demarcada de 1 x 2 cm sobre a articulação interfalangiana proximal do indicador direito e pelas duas lesões nodulares não flutuantes, insensíveis à palpação e eritematosas de 2 x 2 cm em seu antebraço direito, seu exame físico não apresentou nada digno de nota, nem linfadenopatia ou sinovite associadas. O hemograma completo e os valores do perfil metabólico básico estavam dentro do normal.

Outras apresentações

Além da forma linfocutânea mais comum da esporotricose, podem ocorrer lesões cutâneas fixas, também denominadas esporotricose em placas, sem disseminação linfangítica ascendente. Essas lesões são verrucosas ou semelhantes a placas, e podem sofrer ulceração.[1][2]​ Em pacientes com HIV, as lesões cutâneas tendem a ser mais extensivas e geralmente se manifestam como ulcerações atípicas em relevo.

A esporotricose extracutânea também pode ocorrer, geralmente nos pacientes com condições clínicas subjacentes, como diabetes, DPOC, transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, HIV e neoplasias hematológicas. A esporotricose osteoarticular é a manifestação extracutânea mais comum ,e é observada em hospedeiros normais, mas também em pacientes com alcoolismo, diabetes e HIV. Ela pode se manifestar como monoartrite ou oligoartrite/poliartrite envolvendo joelhos, mãos, punhos, cotovelos ou tornozelos, poupando o quadril, os ombros e a coluna vertebral; uma tenossinovite, bursite ou síndromes de encarceramento de nervos podem coexistir.[4][5]​ A esporotricose pulmonar se desenvolve em pacientes com DPOC ou alcoolismo na forma de pneumonia cavitária subaguda do lobo superior que mimetiza a tuberculose pulmonar.[6] A esporotricose meníngea pode ocorrer depois de uma evolução crônica indolente em pacientes com HIV.[7]

A esporotricose disseminada que manifesta múltiplas lesões cutâneas e comprometimento visceral variável ocorre em pacientes com HIV e neoplasias hematológicas.[8][9]​ As outras apresentações menos comuns incluem a esporotricose laríngea ou ocular, e fungemia.[1][2]

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