História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco são trauma na pele, profissões ou passatempos em áreas externas, mordidas ou arranhaduras de animais, alcoolismo, diabetes mellitus, HIV ou DPOC.

lesão cutânea primária

Uma lesão nodular insensível à palpação se desenvolve de 1 a 12 semanas após a inoculação fúngica traumática. Essa lesão geralmente sofre ulceração. Pacientes com esporotricose cutânea fixa podem desenvolver lesões semelhantes a lesões verrucosas que podem não sofrer ulceração. As lesões cutâneas são insensíveis à palpação e a dor é extremamente incomum.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesão de esporotricose primária ulceradaDo acervo de Richard J. Hamill, MD, Baylor College of Medicine, Houston, TX [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1a8bffe4

lesões de linfangite nodulares

É comum uma disseminação "esporotricoide" característica da infecção ao longo dos canais linfáticos proximais. Lesões nodulares insensíveis à palpação, similares à lesão cutânea primária, se desenvolvem ao longo dos canais linfáticos que também podem sofrer ulceração.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Distribuição "esporotricoide" ascendente de lesões cutâneas ao longo dos canais linfáticos proximaisDo acervo de Richard J. Hamill, MD e Edward Septimus, MD, Baylor College of Medicine, Houston, TX [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@31c0956a[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Disseminação linfangítica proximal da lesão primáriaDo acervo de Richard J. Hamill, MD, Baylor College of Medicine, Houston, TX [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7e19282c

Outros fatores diagnósticos

comuns

sintomas respiratórios

O quadro clínico da esporotricose pulmonar é semelhante ao da tuberculose pulmonar com febre, calafrios, sudorese noturna, perda de peso, mal-estar, tosse, dispneia e, ocasionalmente, hemoptise.[2][6]

edema/eritema articular

Edema e eritema da articulação e derrame articular associado ocorrem na esporotricose osteoarticular. Monoartrite, oligoartrite ou poliartrite podem ocorrer.

O joelho é a articulação afetada com maior frequência, seguido por punho, mão, cotovelo e tornozelo. O ombro, o quadril e a coluna vertebral são poupados. Bursite, tenossinovite e síndromes de encarceramento do nervo associadas, como a síndrome do túnel do carpo, podem se desenvolver.

homens de 30 a 60 anos de idade

Demografia típica do paciente para esporotricose pulmonar. Em formas não pulmonares de esporotricose, homens e mulheres são afetados com maior frequência, dependendo da região geográfica.

Incomuns

febre

Pode ocorrer em pacientes com esporotricose pulmonar e disseminada. Ausente nas formas linfocutâneas e osteoarticulares de esporotricose.

linfadenopatia

A linfadenopatia regional pode ocorrer raramente.

sintomas tipo meningite

A esporotricose meníngea ocorre depois de uma evolução clínica crônica indolente, similar à observada na histoplasmose meníngea e na coccidioidomicose.[1]

Fatores de risco

Fortes

trauma na pele

A inoculação traumática do fungo na pele causa esporotricose cutânea/linfocutânea. Os pacientes nem sempre se lembram de terem tido algum trauma na área afetada (a lembrança do trauma ocorre em 10% a 62% dos pacientes em diferentes séries relatadas).[11][26] Dessa forma, como as abrasões cutâneas microscópicas que um paciente pode não perceber ou se lembrar são suficientes para introduzir o fungo e causar a infecção, a ausência de trauma maior ou lesão penetrante não deve reduzir a suspeita clínica de esporotricose.

profissões/passatempos em áreas externas

O Sporothrix schenckii é abundante no solo, madeira, musgo esfagno, espinhos, vegetação seca e feno. Dessa forma, as pessoas que têm passatempos ou profissões que envolvem áreas externas, como jardinagem, paisagismo, topiaria, cultivo de árvores de Natal e aragem de feno, apresentam maior risco de desenvolver esporotricose.

mordidas e arranhaduras de animais

Relata-se que mordidas e arranhaduras de vários animais causam esporotricose. Gatos e tatus são os animais mais comuns implicados na transmissão zoonótica da esporotricose para seres humanos. Os gatos podem desenvolver infecções graves, e geralmente fatais, de esporotricose, com lesões cutâneas ulcerativas que contêm grandes números de organismos fúngicos, os quais podem ser introduzidos diretamente em seres humanos por meio de arranhadura dos gatos. Por outro lado, os tatus não desenvolvem infecções por Sporothrix, mas podem carregar o fungo; ao arranharem seus caçadores, eles podem inocular o fungo na pele. Picadas de insetos e mordidas de cães e roedores também foram implicadas na transmissão zoonótica da esporotricose.

transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas

Existe uma forte associação do alcoolismo com o desenvolvimento das esporotricoses pulmonar, osteoarticular e disseminada. O mecanismo subjacente que explica essa predileção não é conhecido, mas pode estar relacionado com uma resposta alterada das células T auxiliares do tipo 1.[27]

diabetes mellitus

O diabetes mellitus também está associado às formas extracutâneas da esporotricose. Não está claro qual o mecanismo subjacente dessa suscetibilidade, mas pode estar relacionado ao comprometimento funcional de neutrófilos que ocorre durante a hiperglicemia.

Vírus da imunodeficiência humana (HIV)/síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS)

Os pacientes com HIV desenvolvem esporotricose cutânea/linfocutânea após a inoculação traumática na pele da mesma forma que hospedeiros normais, embora em indivíduos infectados por HIV as lesões cutâneas geralmente sejam mais extensivas. Além disso, pacientes com HIV podem desenvolver esporotricose osteoarticular, pulmonar e meníngea isoladas, assim como esporotricose visceral e cutânea disseminadas. A maioria dos casos de esporotricose extracutânea e disseminada em pacientes com HIV foram relatados com contagem de CD4 <100 células/mm³, enquanto pacientes com HIV e esporotricose linfocutânea ou cutânea fixa apresentaram contagem de CD4 >200 células/mm³.[28] J´á se sugeriu que a esporotricose disseminada em pacientes com HIV deve ser classificada como uma doença definidora de AIDS.[28]

doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

Fator de risco para a esporotricose pulmonar.

Fracos

tratamento com corticosteroides

Fator de risco para a esporotricose disseminada, provavelmente causada pelo comprometimento das respostas imunes mediadas por células T e por neutrófilos no cenário de hipercortisolismo iatrogênico.

quimioterapia em pacientes com neoplasia hematológica

Fator de risco para a esporotricose disseminada.

transplante de órgãos sólidos/células-tronco hematopoiéticas

Fator de risco para a esporotricose disseminada.

terapia com inibidor do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa)

Um único caso de esporotricose disseminada foi relatado em um pacientes que recebeu os antagonistas do TNF-alfa etanercepte e infliximabe.[29]

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