O complexo Sporothrix schenckii está distribuído em todo o mundo, mas a maioria dos casos foi relatada de áreas endêmicas dos EUA (Oklahoma, Missouri e os vales do rio Mississippi), América do Sul (Brasil, Peru, Colômbia), Índia e Japão.[2]Kauffman CA. Sporotrichosis. Clin Infect Dis. 1999 Aug;29(2):231-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10476718?tool=bestpractice.com
[10]da Rosa AC, Scroferneker ML, Vettorato R, et al. Epidemiology of sporotrichosis: a study of 304 cases in Brazil. J Am Acad Dermatol. 2005 Mar;52(3 Pt 1):451-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15761423?tool=bestpractice.com
[11]Pappas PG, Tellez I, Deep AE, et al. Sporotrichosis in Peru: description of an area of hyperendemicity. Clin Infect Dis. 2000 Jan;30(1):65-70.
https://academic.oup.com/cid/article/30/1/65/323928
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10619735?tool=bestpractice.com
[12]Lv S, Hu X, Liu Z, et al. Clinical Epidemiology of Sporotrichosis in Jilin Province, China (1990-2019): A Series of 4969 Cases. Infect Drug Resist. 2022;15:1753-65.
https://www.doi.org/10.2147/IDR.S354380
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35431560?tool=bestpractice.com
É difícil avaliar a incidência da esporotricose, mas estima-se que seja aproximadamente 50 a 60 casos/100,000 habitantes em Abancay, no Peru, uma conhecida área de hiperendemicidade.[11]Pappas PG, Tellez I, Deep AE, et al. Sporotrichosis in Peru: description of an area of hyperendemicity. Clin Infect Dis. 2000 Jan;30(1):65-70.
https://academic.oup.com/cid/article/30/1/65/323928
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10619735?tool=bestpractice.com
Não há predominância racial para a esporotricose e, dependendo da área geográfica, ou os homens (EUA, Peru) ou as mulheres (Japão, Índia, Brasil, China) foram afetados com maior frequência, ilustrando a distinta exposição ocupacional e no lazer de homens e mulheres ao fungo nessas regiões geográficas. Os adultos são afetados de maneira mais comum em todas as séries relatadas, exceto em Abancay, no Peru, onde 60% dos casos ocorreram em crianças <15 anos de idade.[11]Pappas PG, Tellez I, Deep AE, et al. Sporotrichosis in Peru: description of an area of hyperendemicity. Clin Infect Dis. 2000 Jan;30(1):65-70.
https://academic.oup.com/cid/article/30/1/65/323928
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10619735?tool=bestpractice.com
Como o fungo é abundante em solo, madeira e musgo, a maioria das infecções ocorre após algum trauma leve na pele em pessoas com profissões ou passatempos que envolvam áreas externas, como jardinagem, paisagismo, topiaria, cultivo de árvores de Natal e aragem de feno.[13]Orofino-Costa R, Macedo PM, Rodrigues AM, et al. Sporotrichosis: an update on epidemiology, etiopathogenesis, laboratory and clinical therapeutics. An Bras Dermatol. 2017 Sep-Oct;92(5):606-20.
https://www.doi.org/10.1590/abd1806-4841.2017279
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29166494?tool=bestpractice.com
De maneira similar, a inoculação ocorre após acidentes com veículos automotores e em funcionários de laboratórios que manuseiam amostras infectadas por Sporothrix. A maioria dos casos é esporádica, mas foram relatados surtos; o maior foi na África do Sul na década de 1940, quando 3000 mineradores de ouro desenvolveram esporotricose após a inoculação traumática por farpas de madeira oriundas de toras contaminadas.[13]Orofino-Costa R, Macedo PM, Rodrigues AM, et al. Sporotrichosis: an update on epidemiology, etiopathogenesis, laboratory and clinical therapeutics. An Bras Dermatol. 2017 Sep-Oct;92(5):606-20.
https://www.doi.org/10.1590/abd1806-4841.2017279
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29166494?tool=bestpractice.com
Outro modo de transmissão da esporotricose bem documentado é o zoonótico (principalmente por meio de arranhaduras de gatos) e, menos frequentemente, por picadas de insetos e mordidas de tatus, roedores e cães. Foi relatado um surto de esporotricose em gatos no Brasil, onde a infecção foi transmitida para humanos e cães.[14]Barros MB, Schubach Ade O, do Valle AC, et al. Cat-transmitted sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, Brazil: description of a series of cases. Clin Infect Dis. 2004 Feb 15;38(4):529-35.
https://academic.oup.com/cid/article/38/4/529/352030
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14765346?tool=bestpractice.com
[15]Silva MB, Costa MM, Torres CC, et al. Urban sporotrichosis: a neglected epidemic in Rio de Janeiro, Brazil [in Portuguese]. Cad Saude Publica. 2012 Oct;28(10):1867-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23090167?tool=bestpractice.com