Epidemiologia

O complexo Sporothrix schenckii está distribuído em todo o mundo, mas a maioria dos casos foi relatada de áreas endêmicas dos EUA (Oklahoma, Missouri e os vales do rio Mississippi), América do Sul (Brasil, Peru, Colômbia), Índia e Japão.[2][10][11][12]

É difícil avaliar a incidência da esporotricose, mas estima-se que seja aproximadamente 50 a 60 casos/100,000 habitantes em Abancay, no Peru, uma conhecida área de hiperendemicidade.[11] Não há predominância racial para a esporotricose e, dependendo da área geográfica, ou os homens (EUA, Peru) ou as mulheres (Japão, Índia, Brasil, China) foram afetados com maior frequência, ilustrando a distinta exposição ocupacional e no lazer de homens e mulheres ao fungo nessas regiões geográficas. Os adultos são afetados de maneira mais comum em todas as séries relatadas, exceto em Abancay, no Peru, onde 60% dos casos ocorreram em crianças <15 anos de idade.[11] Como o fungo é abundante em solo, madeira e musgo, a maioria das infecções ocorre após algum trauma leve na pele em pessoas com profissões ou passatempos que envolvam áreas externas, como jardinagem, paisagismo, topiaria, cultivo de árvores de Natal e aragem de feno.[13]​ De maneira similar, a inoculação ocorre após acidentes com veículos automotores e em funcionários de laboratórios que manuseiam amostras infectadas por Sporothrix. A maioria dos casos é esporádica, mas foram relatados surtos; o maior foi na África do Sul na década de 1940, quando 3000 mineradores de ouro desenvolveram esporotricose após a inoculação traumática por farpas de madeira oriundas de toras contaminadas.[13]​ Outro modo de transmissão da esporotricose bem documentado é o zoonótico (principalmente por meio de arranhaduras de gatos) e, menos frequentemente, por picadas de insetos e mordidas de tatus, roedores e cães. Foi relatado um surto de esporotricose em gatos no Brasil, onde a infecção foi transmitida para humanos e cães.[14][15]

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