A investigação diagnóstica da macroglobulinemia de Waldenström (MW) inclui uma história completa e exame físico, exames laboratoriais (incluindo estudos para detectar e quantificar a imunoglobulina M [IgM] monoclonal sérica), avaliação da medula óssea (incluindo análise morfológica, imunofenotípica e genética) e exames de imagem.
História
Uma história cuidadosa deve ser colhida para identificar sinais/sintomas associados à MW, especialmente porque estes podem ser inespecíficos. É importante obter uma história familiar completa, pois o agrupamento familiar foi observado.[11]Wan Y, Cheng Y, Liu Y, et al. Screening and identification of a novel FHL2 mutation by whole exome sequencing in twins with familial Waldenström macroglobulinemia. Cancer. 2021 Jun 15;127(12):2039-48.
https://www.doi.org/10.1002/cncr.33454
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33764527?tool=bestpractice.com
[26]Pemov A, Kim J, Luo W, et al. The landscape of rare genetic variants in familial Waldenström macroglobulinemia. Blood Neoplasia. 2024 Jun;1(2):100013.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11258892
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39036705?tool=bestpractice.com
Os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sinais/sintomas associados à infiltração tumoral (na medula óssea ou outros órgãos) e/ou IgM monoclonal.
Os sinais/sintomas comuns de apresentação incluem:[4]Merlini G. Waldenstrom's macroglobulinemia - clinical manifestations and prognosis. In: Schechter GP, Hoffman R, Schrier SL, eds. Hematology. Washington, DC: American Society of Hematology; 1999:358-69.[29]Treon SP. How I treat Waldenström macroglobulinemia. Blood. 2015 Aug 6;126(6):721-32.
https://ashpublications.org/blood/article/126/6/721/34613/How-I-treat-Waldenstrom-macroglobulinemia
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26002963?tool=bestpractice.com
[30]Dogliotti I, Jiménez C, Varettoni M, et al. Diagnostics in Waldenström's macroglobulinemia: a consensus statement of the European Consortium for Waldenström's Macroglobulinemia. Leukemia. 2023 Feb;37(2):388-95.
https://www.nature.com/articles/s41375-022-01762-3
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36435884?tool=bestpractice.com
[31]Castillo JJ, Treon SP. Initial evaluation of the patient with Waldenström Macroglobulinemia. Hematol Oncol Clin North Am. 2018 Oct;32(5):811-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30190019?tool=bestpractice.com
Fadiga, fraqueza e dispneia (devido à anemia causada pela infiltração da medula óssea ou, menos comumente, anemia hemolítica a frio [doença por crioaglutininas] causada pela atividade autoimune da IgM monoclonal nos eritrócitos em temperaturas mais baixas)
Anorexia
Infecções
Neuropatia periférica
Fadiga e anorexia são os sintomas de apresentação mais comuns da MW.[4]Merlini G. Waldenstrom's macroglobulinemia - clinical manifestations and prognosis. In: Schechter GP, Hoffman R, Schrier SL, eds. Hematology. Washington, DC: American Society of Hematology; 1999:358-69.
Sinais/sintomas de apresentação menos comuns incluem:
Sintomas B (perda de peso, febre, sudorese noturna)
Hiperviscosidade (por exemplo, sangramento da pele e/ou mucosa, cefaleia, visão turva, tontura, vertigem, zumbido, trombose [AVC, angina, infarto do miocárdio, embolia pulmonar, trombose venosa profunda]).
A viscosidade sérica aumenta em pacientes com MW devido à elevação da IgM no soro.[30]Dogliotti I, Jiménez C, Varettoni M, et al. Diagnostics in Waldenström's macroglobulinemia: a consensus statement of the European Consortium for Waldenström's Macroglobulinemia. Leukemia. 2023 Feb;37(2):388-95.
https://www.nature.com/articles/s41375-022-01762-3
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36435884?tool=bestpractice.com
[32]Vijay A, Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia. Blood. 2007 Jun 15;109(12):5096-103.
http://bloodjournal.org/content/109/12/5096.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17303694?tool=bestpractice.com
[33]Gertz MA. Acute hyperviscosity: syndromes and management. Blood. 2018 Sep 27;132(13):1379-85.
https://ashpublications.org/blood/article/132/13/1379/105715/Acute-hyperviscosity-syndromes-and-management
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30104220?tool=bestpractice.com
No entanto, os sintomas de hiperviscosidade são observados na minoria dos pacientes no diagnóstico e, geralmente, aparecem quando o nível sérico de IgM está ≥3 g/dL.[34]Weaver A, Rubinstein S, Cornell RF. Hyperviscosity syndrome in paraprotein secreting conditions including Waldenstrom Macroglobulinemia. Front Oncol. 2020 May 19;10:815.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7248405
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32509586?tool=bestpractice.com
Outras características da apresentação
A interação de IgM com fatores de coagulação pode perturbar os tempos de coagulação e sangramento (por exemplo, resultando na doença de von Willebrand adquirida). A IgM também pode revestir as plaquetas, comprometendo, assim, sua função. Isso pode causar sangramento pelas membranas mucosas.[32]Vijay A, Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia. Blood. 2007 Jun 15;109(12):5096-103.
http://bloodjournal.org/content/109/12/5096.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17303694?tool=bestpractice.com
Síndrome de Raynaud, artralgia, púrpura e úlceras cutâneas podem ocorrer devido à crioglobulinemia causada pela precipitação de IgM circulante em temperaturas mais baixas. Crioglobulinas podem ser detectadas em 20% dos pacientes com MW, mas menos de 5% dos pacientes apresentam sintomas.[32]Vijay A, Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia. Blood. 2007 Jun 15;109(12):5096-103.
http://bloodjournal.org/content/109/12/5096.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17303694?tool=bestpractice.com
A síndrome de Raynaud também pode estar associada à anemia hemolítica a frio (doença por crioaglutininas).
Pode-se desenvolver insuficiência cardíaca de alto débito em virtude do volume de plasma expandido que surge em decorrência do aumento da pressão osmótica, mas é raro.
A deposição de IgM pode ocorrer nas alças glomerulares (apresentando-se como proteinúria), nos intestinos (apresentando-se como diarreia) e na pele (apresentando-se como pápulas e nódulos característicos de macroglobulinemia cutis), mas é rara. A amiloidose primária (devido à deposição de cadeias leves monoclonais em tecidos e órgãos) é rara e ocorre principalmente no coração, nervos periféricos, rins, tecidos moles, fígado e pulmões (em ordem decrescente de frequência).
Exame físico
Embora inespecíficos, os achados físicos que dão suporte ao diagnóstico de MW incluem:[35]Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia: 2023 update on diagnosis, risk stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Feb;98(2):348-58.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.26796
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36588395?tool=bestpractice.com
Linfadenopatia, geralmente de baixo volume (isto é, não volumosa)
Alterações retinais causadas por hiperviscosidade (por exemplo, hemorragias dot and blot [ponto e borrão], vasos sanguíneos tortuosos, espessamento dos vasos e/ou edema do disco óptico).
Hepatomegalia (a hepatomegalia clinicamente significativa é rara)
Esplenomegalia (raramente palpável)
Púrpura (incomum)
Investigação laboratorial inicial
Os seguintes exames laboratoriais de linha basal são recomendados:[30]Dogliotti I, Jiménez C, Varettoni M, et al. Diagnostics in Waldenström's macroglobulinemia: a consensus statement of the European Consortium for Waldenström's Macroglobulinemia. Leukemia. 2023 Feb;37(2):388-95.
https://www.nature.com/articles/s41375-022-01762-3
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36435884?tool=bestpractice.com
[36]Pratt G, El-Sharkawi D, Kothari J, et al. Diagnosis and management of Waldenström macroglobulinaemia - a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2022 Apr;197(2):171-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18036
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35020191?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Hemograma completo com diferencial: inclui avaliação do volume corpuscular médio (VCM) e contagem de reticulócitos para evidência de hemólise autoimune.
Avaliação de hematínicos (níveis de ferro, vitamina B12 e folato): para descartar outras causas comuns de anemia.
Esfregaço de sangue periférico.
Perfil metabólico completo (incluindo ureia, creatinina sérica, eletrólitos, albumina sérica e testes da função hepática [TFHs]).
Lactato desidrogenase (LDH) sérica.
Microglobulina beta-2 sérica.
Ácido úrico sérico.
Esses exames de linha basal podem ajudar a orientar o diagnóstico e informar o prognóstico e a estratificação de risco.
Marcadores prognósticos importantes usados para a estratificação de risco incluem albumina sérica, LDH sérica e beta-2-microglobulina sérica. Consulte Critérios.
Exames diagnósticos confirmatórios
O diagnóstico definitivo de MW requer confirmação de IgM monoclonal no soro (qualquer concentração) e infiltração da medula óssea por células linfoplasmocitárias malignas.[38]Owen RG, Treon SP, Al-Katib A, et al. Clinicopathological definition of Waldenstrom's macroglobulinemia: consensus panel recommendations from the Second International Workshop on Waldenstrom's macroglobulinemia. Semin Oncol. 2003 Apr;30(2):110-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12720118?tool=bestpractice.com
Os seguintes exames laboratoriais devem ser realizados para confirmar IgM monoclonal no soro:
Imunoglobulinas quantitativas séricas: para quantificar a quantidade de imunoglobulinas no soro. A concentração de IgM sérica não é, por si só, um critério para diagnóstico, mas pode orientar o diagnóstico e deve ser interpretada no contexto de outros achados clínicos e laboratoriais.
Eletroforese de proteínas séricas com imunofixação: para detectar e confirmar IgM monoclonal (e o tipo de cadeia leve: kappa ou lambda) no soro.
Avaliação da medula óssea
Deve ser realizado aspirado e biópsia da medula óssea, seguido por uma avaliação morfológica cuidadosa e análise imunofenotípica das amostras da biópsia (usando citometria de fluxo e imuno-histoquímica).
O diagnóstico é confirmado se houver infiltração da medula óssea por linfócitos malignos com características morfológicas e imunofenotípicas consistentes com linfoma linfoplasmacítico (LPL).[1]International Agency for Research on Cancer; World Health Organization. WHO classification of lymphoid neoplasms, 5th edition. 2022 [internet publication].
https://tumourclassification.iarc.who.int/welcome/
[2]Campo E, Jaffe ES, Cook JR, et al. The International Consensus Classification of Mature Lymphoid Neoplasms: a report from the Clinical Advisory Committee. Blood. 2022 Sep 15;140(11):1229-53.
https://ashpublications.org/blood/article/140/11/1229/485458/The-International-Consensus-Classification-of
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35653592?tool=bestpractice.com
[39]Owen RG, Barrans SL, Richards SJ, et al. Waldenström macroglobulinemia: development of diagnostic criteria and identification of prognostic factors. Am J Clin Pathol. 2001 Sep;116(3):420-8.
https://academic.oup.com/ajcp/article/116/3/420/1758393
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11554171?tool=bestpractice.com
[40]Owen RG. Developing diagnostic criteria in Waldenstrom's macroglobulinemia. Semin Oncol. 2003 Apr;30(2):196-200.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12720135?tool=bestpractice.com
Os diagnósticos de LPL e MW se sobrepõem, com a presença de IgM monoclonal no soro diferenciando a MW do LPL (de acordo com a classificação da OMS). Consulte Classificação.
As características morfológicas de LPL/MW incluem infiltração de pequenos linfócitos, linfoplasmócitos e plasmócitos.[39]Owen RG, Barrans SL, Richards SJ, et al. Waldenström macroglobulinemia: development of diagnostic criteria and identification of prognostic factors. Am J Clin Pathol. 2001 Sep;116(3):420-8.
https://academic.oup.com/ajcp/article/116/3/420/1758393
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11554171?tool=bestpractice.com
[40]Owen RG. Developing diagnostic criteria in Waldenstrom's macroglobulinemia. Semin Oncol. 2003 Apr;30(2):196-200.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12720135?tool=bestpractice.com
[41]Castillo JJ, Garcia-Sanz R, Hatjiharissi E, et al. Recommendations for the diagnosis and initial evaluation of patients with Waldenström Macroglobulinaemia: a Task Force from the 8th International Workshop on Waldenström Macroglobulinaemia. Br J Haematol. 2016 Oct;175(1):77-86.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5154335
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27378193?tool=bestpractice.com
O padrão da infiltração da medula óssea pode ser difuso, intersticial ou nodular, e geralmente é intertrabecular.
Os marcadores imunofenotípicos típicos incluem: CD5±, imunoglobulina de superfície (sIgM)+/intermediário, CD20+, CD19+, CD22+, CD23-, CD10-, CD38+, CD25+, CD27+, FMC7+, CD103- e CD138-.[30]Dogliotti I, Jiménez C, Varettoni M, et al. Diagnostics in Waldenström's macroglobulinemia: a consensus statement of the European Consortium for Waldenström's Macroglobulinemia. Leukemia. 2023 Feb;37(2):388-95.
https://www.nature.com/articles/s41375-022-01762-3
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36435884?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Em virtude da ambiguidade do CD5, deve-se tomar um cuidado especial para descartar as entidades com CD5+, como a leucemia linfocítica crônica e o linfoma de células do manto.[38]Owen RG, Treon SP, Al-Katib A, et al. Clinicopathological definition of Waldenstrom's macroglobulinemia: consensus panel recommendations from the Second International Workshop on Waldenstrom's macroglobulinemia. Semin Oncol. 2003 Apr;30(2):110-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12720118?tool=bestpractice.com
[42]Pangalis GA, Kyrtsonis MC, Kontopidou FN, et al. Differential diagnosis of Waldenstrom's macroglobulinemia from other low-grade B-cell lymphoproliferative disorders. Semin Oncol. 2003 Apr;30(2):201-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12720136?tool=bestpractice.com
Teste de mutação genética
O teste de amostras de biópsia para a mutação MYD88 L265P (por exemplo, usando reação em cadeia da polimerase específica do alelo) é recomendado em todos os pacientes, pois tem implicações diagnósticas, prognósticas e terapêuticas.[36]Pratt G, El-Sharkawi D, Kothari J, et al. Diagnosis and management of Waldenström macroglobulinaemia - a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2022 Apr;197(2):171-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18036
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35020191?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[43]Treon SP, Xu L, Guerrera ML, et al. Genomic landscape of Waldenström macroglobulinemia and its impact on treatment strategies. J Clin Oncol. 2020 Apr 10;38(11):1198-208.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7351339
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32083995?tool=bestpractice.com
Essa mutação ocorre em mais de 90% dos pacientes com MW e pode ser usada para diferenciar a MW de outros linfomas de células B.[17]Treon SP, Xu L, Yang G, et al. MYD88 L265P somatic mutation in Waldenström's macroglobulinemia. N Engl J Med. 2012 Aug 30;367(9):826-33.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1200710
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22931316?tool=bestpractice.com
[24]Treon SP, Gustine J, Xu L, et al. MYD88 wild-type Waldenstrom macroglobulinaemia: differential diagnosis, risk of histological transformation, and overall survival. Br J Haematol. 2018 Feb;180(3):374-80.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bjh.15049
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29181840?tool=bestpractice.com
[43]Treon SP, Xu L, Guerrera ML, et al. Genomic landscape of Waldenström macroglobulinemia and its impact on treatment strategies. J Clin Oncol. 2020 Apr 10;38(11):1198-208.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7351339
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32083995?tool=bestpractice.com
A minoria de pacientes que não apresentam a mutação MYD88 tem um prognóstico mais desfavorável e apresentam menor resposta clínica ao tratamento com inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK) (por exemplo, ibrutinibe, zanubrutinibe).[18]Treon SP, Tripsas CK, Meid K, et al. Ibrutinib in previously treated Waldenström's macroglobulinemia. N Engl J Med. 2015 Apr 9;372(15):1430-40.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1501548
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25853747?tool=bestpractice.com
[24]Treon SP, Gustine J, Xu L, et al. MYD88 wild-type Waldenstrom macroglobulinaemia: differential diagnosis, risk of histological transformation, and overall survival. Br J Haematol. 2018 Feb;180(3):374-80.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bjh.15049
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29181840?tool=bestpractice.com
O teste para a mutação CXCR4 pode ser considerado se o tratamento com um inibidor de BTK for planejado.[36]Pratt G, El-Sharkawi D, Kothari J, et al. Diagnosis and management of Waldenström macroglobulinaemia - a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2022 Apr;197(2):171-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18036
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35020191?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Essa mutação ocorre em aproximadamente 30% dos pacientes com MW.[20]Roccaro AM, Sacco A, Jimenez C, et al. C1013G/CXCR4 acts as a driver mutation of tumor progression and modulator of drug resistance in lymphoplasmacytic lymphoma. Blood. 2014;123:4120-4131.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24711662?tool=bestpractice.com
[22]Hunter ZR, Xu L, Yang G, et al. The genomic landscape of Waldenstrom macroglobulinemia is characterized by highly recurring MYD88 and WHIM-like CXCR4 mutations, and small somatic deletions associated with B-cell lymphomagenesis. Blood. 2014;123:1637-1646.
http://www.bloodjournal.org/content/123/11/1637.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24366360?tool=bestpractice.com
É considerada uma mutação ativadora na MW, e é encontrada em pacientes com MW que têm uma mutação MYD88.[21]Xu L, Hunter ZR, Tsakmaklis N, et al. Clonal architecture of CXCR4 WHIM-like mutations in Waldenström macroglobulinaemia. Br J Haematol. 2016 Mar;172(5):735-44.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.13897
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26659815?tool=bestpractice.com
Pacientes com a mutação MYD88 sem a mutação CXCR4 podem apresentar a melhor resposta aos inibidores de BTK.[18]Treon SP, Tripsas CK, Meid K, et al. Ibrutinib in previously treated Waldenström's macroglobulinemia. N Engl J Med. 2015 Apr 9;372(15):1430-40.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1501548
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25853747?tool=bestpractice.com
Exames por imagem
Tomografias computadorizadas do tórax, abdome e pelve devem ser obtidas no diagnóstico para detectar esplenomegalia e linfadenopatia, e para estadiar o paciente.[36]Pratt G, El-Sharkawi D, Kothari J, et al. Diagnosis and management of Waldenström macroglobulinaemia - a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2022 Apr;197(2):171-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18036
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35020191?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A PET-CT com 18F-fluordesoxiglucose do tórax, abdome e pelve é valiosa na avaliação de pacientes com suspeita de transformação de alto grau onde a captação ávida de PET é observada em locais de possível doença transformada; no entanto, uma biópsia é necessária para confirmar a transformação da doença. Também pode ser usado para determinar melhor a carga tumoral e monitorar a resposta à terapia.[44]Banwait R, O'Regan K, Campigotto F, et al. The role of 18F-FDG PET/CT imaging in Waldenstrom macroglobulinemia. Am J Hematol. 2011 Jul;86(7):567-72.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21681781?tool=bestpractice.com
As radiografias de esqueleto e as cintilografias ósseas não são necessárias na ausência de sintomas, pois lesões ósseas líticas não são uma característica de MW.[35]Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia: 2023 update on diagnosis, risk stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Feb;98(2):348-58.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.26796
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36588395?tool=bestpractice.com
Exames adicionais a serem considerados
Os seguintes exames podem ser considerados como parte da investigação diagnóstica:[35]Gertz MA. Waldenström macroglobulinemia: 2023 update on diagnosis, risk stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Feb;98(2):348-58.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.26796
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36588395?tool=bestpractice.com
[36]Pratt G, El-Sharkawi D, Kothari J, et al. Diagnosis and management of Waldenström macroglobulinaemia - a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2022 Apr;197(2):171-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18036
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35020191?tool=bestpractice.com
[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: Waldenström macroglobulinemia/lymphoplasmacytic lymphoma. [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Urina de 24 horas para proteína total e eletroforese de proteínas urinárias com imunofixação, se houver suspeita de disfunção renal ou amiloidose
Técnica de detecção de cadeias leves livres no soro, se houver suspeita de disfunção renal (por exemplo, nefropatia por cilindros) ou amiloidose
Viscosidade sérica, se houver sintomas de hiperviscosidade ou se a IgM estiver alta
Aglutininas a frio e crioglobulinas, se houver suspeita clínica
Sorologia viral para hepatite B e C e HIV. É importante fazer exames para essas infecções antes de iniciar o tratamento com quimioterapia e terapias direcionadas (por exemplo, rituximabe, ibrutinibe), porque esses tratamentos podem levar à reativação da hepatite e piorar o risco de infecção por HIV.
Testes de anticorpos neurológicos (incluindo anticorpos antiglicoproteína associada à mielina [anti-MAG], anticorpos anti-gangliosídeo M1 [anti-GM1], anticorpos IgM anti-sulfatida), estudos de condução nervosa/eletromiografia e encaminhamento a um neurologista são indicados se houver suspeita de neuropatia periférica. A presença de anticorpos IgM anti-MAG, anti-GM1 ou anti-sulfatida dá suporte ao diagnóstico de neuropatia relacionada à IgM. A ausência não descarta o diagnóstico.
Biópsia do coxim gorduroso com coloração com vermelho congo, se houver suspeita de amiloidose (por exemplo, aqueles que apresentam problemas cardíacos inexplicáveis, neuropatia, disfunção renal). A tipagem amiloide (por exemplo, usando espectrometria de massa) pode ser necessária para confirmar o tipo de amiloide. Consulte Amiloidose.
Fundoscopia, se o nível de IgM for ≥3.0 g/dL ou se houver suspeita de hiperviscosidade.
Ensaios de coagulação (incluindo tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada) para avaliar a doença de von Willebrand adquirida, se houver hematomas ou sangramento significativos.
Biópsia de linfonodos, se houver preocupação com transformação de alto grau.