Caso clínico

Caso clínico #1

Um homem negro de 46 anos com esquizofrenia paranoide crônica é internado na unidade psiquiátrica aguda para estabilização da crise. Ao longo de sua internação hospitalar, observa-se que ele constantemente pede água e gelo para a equipe, dizendo: "Preciso me livrar dos demônios". Depois, ele foi encontrado no quarto bebendo água da torneira do banheiro.

Caso clínico #2

Uma estudante universitária de 20 anos tem polidipsia elevada e poliúria desde a infância. Ela ingere 6 a 8 litros de líquido e tem uma frequência de micção de 20 a 25 vezes em um período de 24 horas. Ela nega qualquer história psiquiátrica e não existem evidências de desidratação, anormalidades neurológicas ou trauma cranioencefálico.

Outras apresentações

A polidipsia psicogênica (PDP) costuma ser observada em pessoas com esquizofrenia, mas pode estar presente em indivíduos com outros transtornos psiquiátricos e transtornos do neurodesenvolvimento.[1][2][3][4][5][6][7] A polidipsia pode ser diagnosticada por um achado incidental de sódio plasmático baixo (hiponatremia) ou por sintomas manifestos de intoxicação por água que demandam intervenção clínica.[8][9]

A polidipsia pode ocorrer na ausência de condições clínicas ou psiquiátricas subjacentes.[10] A crescente popularidade de programas de estilo de vida que defendem a ingestão de água para melhorar a saúde em geral causou um aumento da polidipsia na população em geral.[10]

A hidratação excessiva crônica talvez não se manifeste neurologicamente, em virtude da adaptação do volume pelo cérebro.[11] Entre 3% e 6% dos pacientes com PDP e esquizofrenia têm hiponatremia.[10][12] Com níveis de sódio sérico levemente reduzidos, os sintomas podem variar de náuseas e mal-estar a letargia, cefaleia, obnubilação, convulsões e coma. A ingestão de líquido rápida e excessiva pode causar hiponatremia grave e sintomática. Com níveis de sódio sérico muito baixos (<115 mmol/L [<115 mEq/L]), os sintomas neurológicos se manifestam em decorrência de trocas osmóticas intracerebrais de líquido e edema cerebral. Nos casos mais graves, a evolução para hérnia tentorial, compressão do tronco encefálico e parada respiratória pode levar a óbito.

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