O único tratamento válido para nevos melanocíticos é a remoção completa (em oposição à incompleta) da lesão. Isso é recomendado para um diagnóstico histopatológico preciso e para reduzir o risco de recorrência ou persistência. Nevos melanocíticos removidos de forma incompleta conferem um aumento do risco de erro de amostragem, e melanócitos recorrentes ou persistentes podem resultar em um padrão de pseudomelanoma clínico e histológico, confundindo ainda mais o diagnóstico.[47]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era: part I. Historical, histologic, and clinical aspects. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):1.e1-16.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22703915?tool=bestpractice.com
[48]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era. Part II. Molecular aspects and clinical management. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):19.e1-12.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22703916?tool=bestpractice.com
[50]Marghoob AA, Kopf AW. Persistent nevus: an exception to the ABCD rule of dermoscopy. J Am Acad Dermatol. 1997 Mar;36(3 Pt 1):474-5.
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[51]Kornber R, Ackerman AB. Pseudomelanoma: recurrent melanocytic nevus following partial surgical removal. Arch Dermatol. 1975 Dec;111(12):1588-90.
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A incidência de recorrência é maior com excisão por lâmina, pois haverá menor probabilidade de remover o nevo por completo, sobretudo se for profundo.[32]Salopek TG. The dilemma of the dysplastic nevus. Dermatol Clin. 2002 Oct;20(4):617-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12380049?tool=bestpractice.com
Portanto, as técnicas por lâmina ou saucerização não são recomendadas para a remoção completa dos nevos.
Os procedimentos de pele geralmente são bem tolerados, com pequeno risco de sangramento, infecção (geralmente <1%), hematoma e danos nervosos (geralmente sensoriais; raramente motores).[5]Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP, et al. Dermatology. 2nd ed. New York, NY: Mosby; 2008. A alergia ao anestésico local é rara, especialmente com os anestésicos locais de amida como lidocaína (versus anestésicos locais de éster). O anestésico local mais usado é a lidocaína a 1% com uma diluição 1:100,000 de adrenalina, que é adicionada por suas propriedades vasoconstritoras, ajudando a diminuir o sangramento e a prolongar a duração da anestesia. Qualquer dor geralmente é mínima e tratada facilmente com paracetamol. Ensaios clínicos randomizados e controlados não encontraram nenhum aumento nas taxas de infecção ou cicatrização da ferida em comparação com os antibióticos tópicos e parafina branca mole (vaselina) em feridas dermatológicas limpas.[75]Smack DP, Harrington AC, Dunn C, et al. Infection and allergy incidence in ambulatory surgery patients using white petrolatum vs bacitracin ointment. A randomized controlled trial. JAMA. 1996 Sep 25;276(12):972-7.
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[76]Campbell RM, Perlis CS, Fisher E, et al. Gentamicin ointment versus petrolatum for management of auricular wounds. Dermatol Surg. 2005 Jun;31(6):664-9.
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Os antibióticos tópicos, sendo a neomicina e a bacitracina os mais frequentes, são agentes sensibilizantes comuns no desenvolvimento de dermatite alérgica de contato, e raramente podem causar anafilaxia.[75]Smack DP, Harrington AC, Dunn C, et al. Infection and allergy incidence in ambulatory surgery patients using white petrolatum vs bacitracin ointment. A randomized controlled trial. JAMA. 1996 Sep 25;276(12):972-7.
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[77]Gette MT, Marks JG Jr, Maloney ME. Frequency of postoperative allergic contact dermatitis to topical antibiotics. Arch Dermatol. 1992 Mar;128(3):365-7.
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Por esses motivos, e também por questões econômicas, costuma-se recomendar a parafina branca mole (vaselina) ou um emoliente para cuidar da ferida pós-procedimento. A fita adesiva hipoalergênica também pode ser uma alternativa para peles sensíveis, caso o adesivo dos curativos irrite a pele. A cicatriz formada pelo procedimento pode hipertrofiar ou formar um queloide e, dependendo do local, talvez seja cosmética ou funcionalmente indesejável.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Um nevo recorrente ou persistenteDo acervo de Jason Lee, Thomas Jefferson University [Citation ends].
Clinicamente benigno
Se o médico estiver confiante, com base na história e no exame físico, de que o nevo melanocítico é benigno, o tratamento (isto é, remoção) geralmente não será indicado. Talvez seja necessário apenas tranquilizar o paciente sobre a natureza benigna do nevo. Mesmo assim, alguns pacientes talvez ainda queiram remover o nevo. Isso pode ocorrer devido a:
Trauma repetitivo na lesão
Sintomas como prurido, sangramento ou irritação
Motivos cosméticos
Excesso de ansiedade quanto à malignidade da lesão, mesmo após a tranquilização.
Biópsia de excisão por punção
Se a lesão for pequena o suficiente, talvez caiba no orifício do trépano, permitindo a remoção completa do nevo com margens de segurança relativamente pequenas. A vantagem dessa técnica é uma cicatriz relativamente pequena sem precisar remover cones ortostáticos redundantes de tecido nem usar suturas profundas. Essa técnica não seria usada se houvesse alguma possibilidade de malignidade.
Biópsia por excisão
A excisão da lesão é o método definitivo para remoção das lesões melanocíticas.[5]Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP, et al. Dermatology. 2nd ed. New York, NY: Mosby; 2008.[46]Bolognia JL. Biopsy techniques for pigmented lesions. Dermatol Surg. 2000 Jan;26(1):89-90.
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Uma pequena margem de tecido (2 mm) é fornecida para garantir margens livres, e a profundidade removida chega ao nível do tecido adiposo, assegurando a remoção completa. As desvantagens desse método são o fato de que o procedimento é mais invasivo com um risco potencialmente aumentado de infecção e complicações cirúrgicas (como sangramento e hematoma), e existe necessidade de suturas, de modo que o paciente precisa voltar em 1 a 2 semanas para remoção.
Laser
Diversos dispositivos a laser são usados para o tratamento de várias lesões pigmentadas, incluindo alguns tipos de nevos melanocíticos.[5]Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP, et al. Dermatology. 2nd ed. New York, NY: Mosby; 2008.[32]Salopek TG. The dilemma of the dysplastic nevus. Dermatol Clin. 2002 Oct;20(4):617-28.
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[78]Suzuki H, Anderson RR. Treatment of melanocytic nevi. Dermatol Ther. 2005 May-Jun;18(3):217-26.
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[79]Polder KD, Landau JM, Vergilis-Kalner IJ, et al. Laser eradication of pigmented lesions: a review. Dermatol Surg. 2011 May;37(5):572-95.
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Embora seja usada por alguns, a prática é controversa, especialmente em razão da falta de diagnóstico histopatológico e possível diagnóstico incorreto de melanoma como um lentigo ou nevo benigno.[48]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era. Part II. Molecular aspects and clinical management. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):19.e1-12.
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[80]Lee PK, Rosenberg CN, Tsao H, et al. Failure of Q-switched ruby laser to eradicate atypical-appearing solar lentigo: report of two cases. J Am Acad Dermatol. 1998 Feb;38(2 Pt 2):314-7.
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O potencial de alteração maligna dos melanócitos tratados a laser é desconhecido, e houve relatos de caso de melanomas desenvolvidos nos locais tratados a laser.[81]Gottschaller C, Hohenleutner U, Landthaler M. Metastasis of a malignant melanoma 2 years after carbon dioxide laser treatment of a pigmented lesion: case report and review of the literature. Acta Derm Venereol. 2006;86(1):44-7.
https://www.medicaljournals.se/acta/content/download.php?doi=10.1080/00015550510044154
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[82]Woodrow SL, Burrows SN. Malignant melanoma occurring at the periphery of a giant congenital naevus preciously treated with laser therapy. Br J Dermatol. 2003 Oct;149(4):886-8.
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Além disso, a remoção incompleta do nevo pode resultar em um padrão de pseudomelanoma.[83]Dummer R, Kempf W, Burg G. Pseudo-melanoma after laser therapy. Dermatology. 1998;197(1):71-3.
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Por esses motivos, o peeling químico e outros métodos não excisionais (usados principalmente para nevos congênitos gigantes) não são recomendados.[48]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era. Part II. Molecular aspects and clinical management. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):19.e1-12.
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[49]Arneja JS, Gosain AK. Giant congenital melanocytic nevi. Plast Reconstr Surg. 2009 Jul;124(1 Suppl):1e-13e.
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Suspeita clínica de melanoma
Os motivos mais importantes para remoção de um nevo melanocítico são alta suspeita clínica de melanoma, história de alteração da lesão, respaldada pelo exame físico, e/ou alta suspeita de características atípicas sugestivas de melanoma.[46]Bolognia JL. Biopsy techniques for pigmented lesions. Dermatol Surg. 2000 Jan;26(1):89-90.
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Nevos displásicos são um tipo de nevo benigno que pode ser clinicamente difícil de diferenciar de melanoma, mas é importante entender que eles são um tipo de nevo benigno e a biópsia não deve ser feita indiscriminadamente.[17]Ackerman AB. "Dysplastic nevus" syndrome: does a survey make it real? J Am Acad Dermatol. 2003 Mar;48(3):461-3.
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[32]Salopek TG. The dilemma of the dysplastic nevus. Dermatol Clin. 2002 Oct;20(4):617-28.
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[47]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era: part I. Historical, histologic, and clinical aspects. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):1.e1-16.
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[48]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era. Part II. Molecular aspects and clinical management. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):19.e1-12.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22703916?tool=bestpractice.com
A maioria dos melanomas surge 'de novo', e não em associação com um nevo, de modo que a remoção profilática de nevos não é justificada.[32]Salopek TG. The dilemma of the dysplastic nevus. Dermatol Clin. 2002 Oct;20(4):617-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12380049?tool=bestpractice.com
A biópsia deve ser reservada para lesões sugestivas de alterações malignas; a remoção de todos os nevos displásicos não é recomendada.[1]McKee PH, Calonje E, Granter SR, eds. Pathology of the skin. 3rd ed. London: Elsevier; 2005.[4]Burkhart CG. Dysplastic nevi. N Engl J Med. 2004 Mar 18;350(12):1258-9.
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[5]Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini RP, et al. Dermatology. 2nd ed. New York, NY: Mosby; 2008.[30]Cyr PR. Atypical moles. Am Fam Physician. 2008 Sep 15;78(6):735-40.
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[31]Larsen F, Cockerell CJ. The dysplastic nevus concept. Pathology Case Rev. 2007 Nov/Dec;12(6):240-4.[32]Salopek TG. The dilemma of the dysplastic nevus. Dermatol Clin. 2002 Oct;20(4):617-28.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12380049?tool=bestpractice.com
[47]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era: part I. Historical, histologic, and clinical aspects. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):1.e1-16.
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[48]Duffy K, Grossman D. The dysplastic nevus: from historical perspective to management in the modern era. Part II. Molecular aspects and clinical management. J Am Acad Dermatol. 2012 Jul;67(1):19.e1-12.
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Se o médico tiver dúvidas quanto à distinção entre nevo melanocítico e melanoma, deve-se considerar encaminhamento a um dermatologista.
Biópsia por excisão é o método preferido para remoção de uma lesão melanocítica com suspeita clínica de melanoma.