Abordagem

O único tratamento válido para nevos melanocíticos é a remoção completa (em oposição à incompleta) da lesão. Isso é recomendado para um diagnóstico histopatológico preciso e para reduzir o risco de recorrência ou persistência. Nevos melanocíticos removidos de forma incompleta conferem um aumento do risco de erro de amostragem, e melanócitos recorrentes ou persistentes podem resultar em um padrão de pseudomelanoma clínico e histológico, confundindo ainda mais o diagnóstico.[47][48][50][51] A incidência de recorrência é maior com excisão por lâmina, pois haverá menor probabilidade de remover o nevo por completo, sobretudo se for profundo.[32] Portanto, as técnicas por lâmina ou saucerização não são recomendadas para a remoção completa dos nevos.

Os procedimentos de pele geralmente são bem tolerados, com pequeno risco de sangramento, infecção (geralmente <1%), hematoma e danos nervosos (geralmente sensoriais; raramente motores).[5] A alergia ao anestésico local é rara, especialmente com os anestésicos locais de amida como lidocaína (versus anestésicos locais de éster). O anestésico local mais usado é a lidocaína a 1% com uma diluição 1:100,000 de adrenalina, que é adicionada por suas propriedades vasoconstritoras, ajudando a diminuir o sangramento e a prolongar a duração da anestesia. Qualquer dor geralmente é mínima e tratada facilmente com paracetamol. Ensaios clínicos randomizados e controlados não encontraram nenhum aumento nas taxas de infecção ou cicatrização da ferida em comparação com os antibióticos tópicos e parafina branca mole (vaselina) em feridas dermatológicas limpas.[75][76] Os antibióticos tópicos, sendo a neomicina e a bacitracina os mais frequentes, são agentes sensibilizantes comuns no desenvolvimento de dermatite alérgica de contato, e raramente podem causar anafilaxia.[75][77] Por esses motivos, e também por questões econômicas, costuma-se recomendar a parafina branca mole (vaselina) ou um emoliente para cuidar da ferida pós-procedimento. A fita adesiva hipoalergênica também pode ser uma alternativa para peles sensíveis, caso o adesivo dos curativos irrite a pele. A cicatriz formada pelo procedimento pode hipertrofiar ou formar um queloide e, dependendo do local, talvez seja cosmética ou funcionalmente indesejável.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Um nevo recorrente ou persistenteDo acervo de Jason Lee, Thomas Jefferson University [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4f074d8a

Clinicamente benigno

Se o médico estiver confiante, com base na história e no exame físico, de que o nevo melanocítico é benigno, o tratamento (isto é, remoção) geralmente não será indicado. Talvez seja necessário apenas tranquilizar o paciente sobre a natureza benigna do nevo. Mesmo assim, alguns pacientes talvez ainda queiram remover o nevo. Isso pode ocorrer devido a:

  • Trauma repetitivo na lesão

  • Sintomas como prurido, sangramento ou irritação

  • Motivos cosméticos

  • Excesso de ansiedade quanto à malignidade da lesão, mesmo após a tranquilização.

Biópsia de excisão por punção

  • Se a lesão for pequena o suficiente, talvez caiba no orifício do trépano, permitindo a remoção completa do nevo com margens de segurança relativamente pequenas. A vantagem dessa técnica é uma cicatriz relativamente pequena sem precisar remover cones ortostáticos redundantes de tecido nem usar suturas profundas. Essa técnica não seria usada se houvesse alguma possibilidade de malignidade.

Biópsia por excisão

  • A excisão da lesão é o método definitivo para remoção das lesões melanocíticas.[5][46] Uma pequena margem de tecido (2 mm) é fornecida para garantir margens livres, e a profundidade removida chega ao nível do tecido adiposo, assegurando a remoção completa. As desvantagens desse método são o fato de que o procedimento é mais invasivo com um risco potencialmente aumentado de infecção e complicações cirúrgicas (como sangramento e hematoma), e existe necessidade de suturas, de modo que o paciente precisa voltar em 1 a 2 semanas para remoção.

Laser

  • Diversos dispositivos a laser são usados para o tratamento de várias lesões pigmentadas, incluindo alguns tipos de nevos melanocíticos.[5][32][78][79] Embora seja usada por alguns, a prática é controversa, especialmente em razão da falta de diagnóstico histopatológico e possível diagnóstico incorreto de melanoma como um lentigo ou nevo benigno.[48][80] O potencial de alteração maligna dos melanócitos tratados a laser é desconhecido, e houve relatos de caso de melanomas desenvolvidos nos locais tratados a laser.[81][82] Além disso, a remoção incompleta do nevo pode resultar em um padrão de pseudomelanoma.[83] Por esses motivos, o peeling químico e outros métodos não excisionais (usados principalmente para nevos congênitos gigantes) não são recomendados.[48][49]

Suspeita clínica de melanoma

Os motivos mais importantes para remoção de um nevo melanocítico são alta suspeita clínica de melanoma, história de alteração da lesão, respaldada pelo exame físico, e/ou alta suspeita de características atípicas sugestivas de melanoma.[46] Nevos displásicos são um tipo de nevo benigno que pode ser clinicamente difícil de diferenciar de melanoma, mas é importante entender que eles são um tipo de nevo benigno e a biópsia não deve ser feita indiscriminadamente.[17][32][47][48] A maioria dos melanomas surge 'de novo', e não em associação com um nevo, de modo que a remoção profilática de nevos não é justificada.[32] A biópsia deve ser reservada para lesões sugestivas de alterações malignas; a remoção de todos os nevos displásicos não é recomendada.[1][4][5][30][31][32][47][48] Se o médico tiver dúvidas quanto à distinção entre nevo melanocítico e melanoma, deve-se considerar encaminhamento a um dermatologista.

Biópsia por excisão é o método preferido para remoção de uma lesão melanocítica com suspeita clínica de melanoma.

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