Complicações
A síndrome do desconforto respiratório agudo pode se desenvolver com rapidez e requerer ventilação mecânica.
A intermação geralmente é acompanhada por uma cascata inflamatória sistêmica (com liberação de prostaglandinas e outros mediadores inflamatórios), causando resistência vascular sistêmica e insuficiência cardíaca.
A ressuscitação fluídica é administrada com cristaloides, e o monitoramento precoce da pressão venosa central (PVC) é indicado. Os vasopressores podem ser iniciados para hipotensão persistente ou insuficiência miocárdica.
Choque, hipóxia, desequilíbrios ácido-básicos e rabdomiólise podem sobrecarregar o sistema de filtração renal, e a lesão renal aguda não é incomum.
A base do tratamento são cuidados de suporte, com correção de complicações ácido-básicas, eletrolíticas e de volume.
Ocorre por causa da tensão térmica e como uma manifestação dos distúrbios do sistema nervoso central observados com o golpe de calor. Utilizam-se benzodiazepínicos para controlar convulsões; antipiréticos com ação central são ineficazes.
Consequência de danos aos músculos sob estresse térmico.
A mioglobina liberada pode sobrecarregar os sistemas de filtragem renal e resultar em insuficiência renal aguda.
Os efeitos da mioglobinemia variam, mas, em geral, atletas e pessoas jovens e saudáveis são mais capazes de tolerar altos níveis de mioglobina sem comprometimento renal.
Os objetivos do tratamento são alcalinizar a urina a um pH >6.5 e garantir a excreção da mioglobina. Diurese forçada com infusão de bicarbonato de sódio pode evitar lesão renal aguda. O débito urinário deve ser mantido a uma taxa de >300 mL/hora, e uma infusão de soro fisiológico é administrada a uma taxa de 1.5 L/hora até a mioglobinúria cessar ou o nível de creatina quinase (CK) chegar a <1000 U/L. Os níveis seriados de CK devem ser monitorados.
O sistema de coagulação pode entrar em falência sob estresse térmico excessivo.[20] Uma vez que a coagulação intravascular disseminada esteja presente em pacientes com golpe de calor, costuma ser difícil revertê-la.
Os pacientes podem precisar de tratamento com plaquetas e fatores de coagulação.
Pode ocorrer insuficiência de múltiplos órgãos.
O tratamento inclui terapia de suporte, bem como intervenções específicas para cada órgão: ventilação mecânica para insuficiência respiratória, diálise para insuficiência renal, vasopressores para hipotensão e fatores de coagulação e plaquetas para coagulopatia.
Dados observacionais indicam que, após um período de acompanhamento de 14 anos, os pacientes com história de intermação apresentam aumento do risco de doença cardiovascular (infarto do miocárdio, AVC), comparados com os pacientes do grupo de controle.[47]
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