Urticária aguda com ou sem angioedema
Geralmente a urticária aguda é autolimitada. Os fatores desencadeantes geralmente podem ser identificados, e precisam ser evitados de maneira rigorosa. Isso pode envolver modificações alimentares, descontinuação ou substituição de medicamentos causadores (por um medicamento de classe diferente) ou remoção de estímulos físicos.
Anti-histamínicos não sedativos de segunda geração tendem a funcionar bem em pacientes com urticária aguda.
Se um episódio de urticária for grave, um curto ciclo de corticosteroides pode ser considerado em associação com os anti-histamínicos. No entanto, em um ensaio clínico randomizado e controlado, a adição de prednisolona ao anti-histamínico não melhorou a resposta clínica e sintomática da urticária aguda ao anti-histamínico isolado.[39]Barniol C, Dehours E, Mallet J, et al. Levocetirizine and prednisone are not superior to levocetirizine alone for the treatment of acute urticaria: a randomized double-blind clinical trial. Ann Emerg Med. 2018 Jan;71(1):125-31.e1.
https://www.annemergmed.com/article/S0196-0644(17)30264-0/fulltext
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O uso de corticosteroides sistêmicos é limitado por seus efeitos adversos. É essencial que todos os esforços sejam feitos para tratar os pacientes com outros agentes primeiro. Corticosteroides tópicos não têm nenhuma função no manejo da urticária.
Episódios de urticária com angioedema associado necessitam manejo imediato e agressivo. Embora o angioedema geralmente se desenvolva em uma questão de horas, progressão súbita e rápida pode ocorrer. Os pacientes precisam de hospitalização e administração imediata de adrenalina, especialmente se o angioedema afetar o pescoço, a face, os lábios ou a língua.
Se disponível, a laringoscopia com fibra óptica flexível pode determinar com rapidez a extensão do comprometimento da base da língua ou da laringe. Isso pode determinar a estratégia de manejo das vias aéreas mais adequada.[26]Moellman JJ, Bernstein JA, Lindsell C, et al. A consensus parameter for the evaluation and management of angioedema in the emergency department. Acad Emerg Med. 2014 Apr;21(4):469-84.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/acem.12341
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Se o estridor for aparente, ou uma parada respiratória for iminente, a intubação de emergência é indicada. Mesmo se a intubação de emergência não for indicada, deve ser feita uma rápida consideração sobre intervenção eletiva nas vias aéreas, em vez de permitir que uma situação emergencial se desenvolva. A consulta a um anestesista pode ser adequada. Qualquer tentativa de intubação deve ser feita por um médico experiente em intubações difíceis e em um ambiente equipado para a conversão à intubação por fibra ótica, traqueostomia ou cricotireoidotomia de emergência, caso os métodos padrão falhem. Se o angioedema não parecer grave, os pacientes ainda precisam de hospitalização para observação estrita e monitoramento.
Pacientes que receberam administração de adrenalina fora do ambiente médico geralmente necessitam de atendimento médico imediato em um pronto-socorro, embora isso possa não ser necessário se o paciente apresentar resposta rápida, completa e duradoura ao tratamento.[28]Golden DBK, Wang J, Waserman S, et al. Anaphylaxis: a 2023 practice parameter update. Ann Allergy Asthma Immunol. 2024 Feb;132(2):124-76.
https://www.annallergy.org/article/S1081-1206(23)01304-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108678?tool=bestpractice.com
Pacientes com história de urticária associada a angioedema de cabeça e pescoço devem receber prescrição médica de dois dispositivos de adrenalina autoinjetável e instruções sobre como usá-los.[27]Shaker MS, Wallace DV, Golden DBK, et al. Anaphylaxis - a 2020 practice parameter update, systematic review, and Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) analysis. J Allergy Clin Immunol. 2020 Apr;145(4):1082-123.
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Os betabloqueadores podem interferir na ação da adrenalina, e descontinuar essa classe de medicamentos nos pacientes com urticária e angioedema conhecidos pode ser levado em consideração se as comorbidades clínicas permitirem. Entretanto, para a maioria das indicações clínicas o risco de interromper ou trocar o medicamento pode exceder o risco de anafilaxia mais grave se o medicamento for mantido, principalmente nos pacientes com anafilaxia por picada de insetos.[28]Golden DBK, Wang J, Waserman S, et al. Anaphylaxis: a 2023 practice parameter update. Ann Allergy Asthma Immunol. 2024 Feb;132(2):124-76.
https://www.annallergy.org/article/S1081-1206(23)01304-2/fulltext
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Urticária crônica com ou sem angioedema
Assim como na urticária aguda, o manejo da urticária crônica deve incluir evitar fatores desencadeantes conhecidos. Essa estratégia é particularmente importante para pacientes com urticária induzível.
O estresse psicossocial pode ter um papel em pacientes com urticária crônica, embora o mecanismo não seja claro.[40]Shertzer CL, Lookingbill DP. The effects of relaxation therapy and hypnotizability in chronic urticaria. Arch Dermatol. 1987;123:197-201.
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Os pacientes são incentivados e orientados sobre como manejar seu estresse na esperança de controlar melhor os sintomas.
O manejo de qualquer doença subjacente deve ser otimizado, ao mesmo tempo em que se providencia o alívio sintomático para a urticária. Embora doenças subjacentes não causem a urticária de maneira direta, geralmente, acredita-se que exerçam um papel na exacerbação da doença e em maior dificuldade no controle sintomático.
Anti-histamínicos de segunda geração
Anti-histamínicos de segunda geração não sedativos são a base do tratamento.[35]Sabroe RA, Lawlor F, Grattan CEH, et al. British Association of Dermatologists guidelines for the management of people with chronic urticaria 2021. Br J Dermatol. 2022 Mar;186(3):398-413.
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Exemplos dessa classe de medicamentos incluem a loratadina, a desloratadina, a cetirizina, a levocetirizina e a fexofenadina. Deve ser enfatizado aos pacientes que os anti-histamínicos têm sua maior eficácia se tomados profilaticamente, e não reativamente após as lesões terem se desenvolvido.
Um estudo mostrou que cetirizina foi mais eficaz que fexofenadina para depurar os sintomas de urticária após 1 mês de tratamento.[41]Handa S. Comparative efficacy of cetirizine and fexofenadine in the treatment of chronic idiopathic urticaria. J Derm Treat. 2004;15:55-57.
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Não existem comparações similares para loratadina versus cetirizina ou loratadina versus fexofenadina.
Os anti-histamínicos de segunda geração têm bom perfil de segurança e podem ser tomados por vários anos de forma contínua.[1]Zuberbier T, Abdul Latiff AH, Abuzakouk M, et al. The international EAACI/GA²LEN/EuroGuiDerm/APAAACI guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria. Allergy. 2022 Mar;77(3):734-66.
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Eles cruzam a barreira hematoencefálica em menor extensão que os anti-histamínicos de primeira geração, e é menos provável que causem sedação e comprometimento da função cognitiva.[42]Simons FE, Simons KJ. H1 antihistamines: current status and future directions. World Allergy Organ J. 2008 Sep;1(9):145-55.
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[43]Fein MN, Fischer DA, O'Keefe AW, et al. CSACI position statement: Newer generation H1-antihistamines are safer than first-generation H1-antihistamines and should be the first-line antihistamines for the treatment of allergic rhinitis and urticaria. Allergy Asthma Clin Immunol. 2019;15:61.
https://aacijournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13223-019-0375-9
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Foi relatado que cetirizina causa uma taxa de sedação um pouco maior que outros agentes.[44]Hindmarch I, Johnson S, Meadows R, et al. The acute and sub-chronic effects of levocetirizine, cetirizine, loratadine, promethazine, and placebo on cognitive function, psychomotor performance, and weal and flare. Curr Med Res Opin. 2001;17:241-255.
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A escolha do agente deve ser baseada em respostas individuais, tanto em relação à eficácia quanto ao perfil de efeitos adversos.
Algumas evidências sugerem que doses mais altas de desloratadina e levocetirizina são mais eficazes que as doses normais.[45]Staevska M, Popov TA, Kralimarkova T, et al. The effectiveness of levocetirizine and desloratadine in up to 4 times conventional doses in difficult-to-treat urticaria. J Allergy Clin Immunol. 2010;125:676-682.
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[46]Asero R. Chronic unremitting urticaria: is the use of antihistamines above the licensed dose effective? A preliminary study of cetirizine at licensed and above-licensed doses. Clin Exp Derm. 2006;32:34-38.
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[47]Sharma M, Bennett C, Cohen SN, et al. H1-antihistamines for chronic spontaneous urticaria. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 14;(11):CD006137.
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Anti-histamínicos de primeira geração
Não recomendado rotineiramente para o tratamento de urticária crônica como agentes de primeira linha, devido aos seus efeitos anticolinérgicos e sedativos.[1]Zuberbier T, Abdul Latiff AH, Abuzakouk M, et al. The international EAACI/GA²LEN/EuroGuiDerm/APAAACI guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria. Allergy. 2022 Mar;77(3):734-66.
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[35]Sabroe RA, Lawlor F, Grattan CEH, et al. British Association of Dermatologists guidelines for the management of people with chronic urticaria 2021. Br J Dermatol. 2022 Mar;186(3):398-413.
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Caso os sintomas não sejam controlados de maneira adequada por anti-histamínicos de segunda geração, deve-se considerar a adição de uma dose noturna de um anti-histamínico de segunda geração, um antagonista H2 ou doxepina.[33]Bernstein JA, Lang DM, Khan DA, et al. The diagnosis and management of acute and chronic urticaria: 2014 update. J Allergy Clin Immunol. 2014 May;133(5):1270-7.
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Os anti-histamínicos de primeira geração (por exemplo, difenidramina, hidroxizina, clorfenamina) são os agentes mais potentes disponíveis. Doxepina, um antidepressivo tricíclico e um anti-histamínico, também é usado no tratamento da urticária crônica. Embora seja eficaz, seu uso costuma ser limitado por seus efeitos adversos, principalmente a sedação.[48]Brunet C, Bedard PM, Hebert J. Effects of H1-antihistamine drug regimen on the histamine release by nonlesional skin mast cells of patients with chronic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 1990;86:787-793.
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[49]Goldsobel AB, Rohr AS, Siegel SC, et al. Efficacy of doxepin in the treatment of chronic idiopathic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 1986;78:867-873.
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Se usados, os médicos devem iniciar com baixas dosagens e ajustar conforme tolerado, até uma dose clinicamente eficaz. Há escassez de dados comparativos diretos relativos aos anti-histamínicos de primeira geração. A escolha do agente é determinada por variações individuais em resposta tanto à eficácia quanto ao perfil de efeitos adversos.
Antagonistas H2
Cerca de 15% dos receptores de histamina na pele são receptores H2. Com base nisso, antagonistas H2 (por exemplo, famotidina, cimetidina) têm sido usados no tratamento da urticária crônica. Embora esses agentes não tenham função como monoterapia, eles podem fornecer um pequeno benefício adicional, quando usados em combinação com doses completas de anti-histamínicos.[50]Monroe EW, Cohen SH, Kalbfleisch J, et al. Combined H1 and H2 antihistamine therapy in chronic urticaria. Arch Dermatol. 1981;117:404-407.
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[51]Harvey RP, Wegs J, Schocket AL. A controlled trial of therapy in chronic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 1981;68:262-266.
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Quando a urticária for controlada, os antagonistas H2 devem ser descontinuados antes de tentar descontinuar o anti-histamínico.
Antagonistas do receptor de leucotrieno
Embora alguns estudos tenham sugerido que antagonistas do receptor de leucotrieno (por exemplo, zafirlucaste, montelucaste) sejam superiores ao placebo no tratamento de pacientes com urticária crônica, eles não têm papel como monoterapia para esta doença.[52]Ellis MH. Successful treatment of chronic urticaria with leukotriene antagonists. J Allergy Clin Immunol. 1998;102:876-877.
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[53]Spector S, Tan RA. Antileukotrienes in chronic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 1998;101:572.
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[54]Reimers A, Pichler C, Helbling A, et al. Zafirlukast has no beneficial effects in the treatment of chronic urticaria. Clin Exp Allergy. 2002;32:1763-1768.
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Esses agentes são usados em associação com a dose completa de anti-histamínicos, embora seu efeito adicional seja marginal.[55]Di Lorenzo G, Pacor ML, Mansueto P, et al. Randomized placebo-controlled trial comparing desloratadine and montelukast in monotherapy and desloratadine plus montelukast in combined therapy for chronic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 2004;114:619-625.
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[56]Nettis E, Colanardi MC, Paradiso MT, et al. Desloratadine in combination with montelukast in the treatment of chronic urticaria: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Clin Exp Allergy. 2004;34:1401-1407.
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O antagonista do receptor de leucotrieno associado a anti-histamínicos pode ser eficaz em pacientes com história de rações adversas à aspirina ou outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).[57]Bagenstose SE, Levin L, Bernstein JA. The addition of zafirlukast to cetirizine improves the treatment of chronic urticaria in patients with positive autologous serum skin test results. J Allergy Clin Immunol. 2004;113:134-140.
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[58]Perez C, Sanchez-Borges M, Capriles E, et al. Pretreatment with montelukast blocks NSAID-induced urticaria and angioedema. J Allergy Clin Immunol. 2001;108:1060-1061.
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Quando a urticária for controlada, os antagonistas do receptor de leucotrieno devem ser descontinuados antes de tentar descontinuar o regime anti-histamínico.
Montelucaste foi associado a eventos adversos neuropsiquiátricos (por exemplo, alterações no humor, agressividade, depressão e suicídio, entre outros).[59]Food and Drug Administration Drug Safety Communication. FDA requires Boxed Warning about serious mental health side effects for asthma and allergy drug montelukast (Singulair); advises restricting use for allergic rhinitis. Mar 2020 [internet publication].
https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-requires-boxed-warning-about-serious-mental-health-side-effects-asthma-and-allergy-drug
Os riscos e benefícios devem ser considerados com cuidado ao prescrever esse medicamento.
Corticosteroides
Ciclos curtos de corticosteroides sistêmicos podem ser necessários para alguns pacientes, para controlar os sintomas durante uma exacerbação. No entanto, o uso de corticosteroides sistêmicos é limitado por seus efeitos adversos. É essencial que todos os esforços sejam feitos para tratar os pacientes com outros agentes primeiro.
Corticosteroides tópicos não têm nenhuma função no manejo da urticária.
Omalizumabe
Omalizumabe é eficaz contra a urticária crônica induzível e espontânea, pode ser usado em longo prazo e é eficaz para tratar recidivas após a descontinuação.[60]Maurer M, Rosén K, Hsieh HJ, et al. Omalizumab for the treatment of chronic idiopathic or spontaneous urticaria. N Engl J Med. 2013;368:924-935.
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[61]Saini S, Rosen KE, Hsieh HJ, et al. A randomized, placebo-controlled, dose-ranging study of single-dose omalizumab in patients with H1-antihistamine-refractory chronic idiopathic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 2011;128:567-573.
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[62]Tharp MD, Bernstein JA, Kavati A, et al. Benefits and harms of omalizumab treatment in adolescent and adult patients with chronic idiopathic (spontaneous) urticaria: a meta-analysis of “real-world” evidence. JAMA Dermatol. 2019 Jan;155(1):29-38.
https://jamanetwork.com/journals/jamadermatology/fullarticle/2713952
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[63]Maurer M, Metz M, Brehler R, et al. Omalizumab treatment in patients with chronic inducible urticaria: a systematic review of published evidence. J Allergy Clin Immunol. 2018 Feb;141(2):638-49.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28751232?tool=bestpractice.com
É recomendado para uso em pacientes com sintomas persistentes, apesar do tratamento com doses máximas de anti-histamínicos.[1]Zuberbier T, Abdul Latiff AH, Abuzakouk M, et al. The international EAACI/GA²LEN/EuroGuiDerm/APAAACI guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria. Allergy. 2022 Mar;77(3):734-66.
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[33]Bernstein JA, Lang DM, Khan DA, et al. The diagnosis and management of acute and chronic urticaria: 2014 update. J Allergy Clin Immunol. 2014 May;133(5):1270-7.
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Ciclosporina
A ciclosporina previne a liberação de histamina por mastócitos.[64]Harrison CA, Bastan R, Peirce MJ, et al. Role of calcineurin in the regulation of human lung mast cell and basophil function by cyclosporine and FK506. Br J Pharmacol. 2007 Feb;150(4):509-18.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17200674?tool=bestpractice.com
Ensaios clínicos randomizados e controlados demonstraram que é uma terapia complementar eficaz para pacientes com urticária crônica que não respondem ao tratamento com doses máximas de anti-histamínicos.[65]Grattan CE, O'Donnell BF, Francis DM, et al. Randomized double-blind study of cyclosporine in chronic 'idiopathic' urticaria. Br J Dermatol. 2000;143:365-372.
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[66]Vena GA, Cassano N, Colombo D, et al. Cyclosporine in chronic idiopathic urticaria, a double-blind, randomized, placebo-controlled trial. J Am Acad Dermatol. 2006;55:705-709.
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[67]Kulthanan K, Chaweekulrat P, Komoltri C, et al. Cyclosporine for chronic spontaneous urticaria: a meta-analysis and systematic review. J Allergy Clin Immunol Pract. 2018 Mar - Apr;6(2):586-99.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28916431?tool=bestpractice.com
Não está aprovado para o tratamento da urticária e está associado a efeitos adversos dose-dependentes.[67]Kulthanan K, Chaweekulrat P, Komoltri C, et al. Cyclosporine for chronic spontaneous urticaria: a meta-analysis and systematic review. J Allergy Clin Immunol Pract. 2018 Mar - Apr;6(2):586-99.
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As diretrizes internacionais recomendam que omalizumabe seja usado antes da ciclosporina.[1]Zuberbier T, Abdul Latiff AH, Abuzakouk M, et al. The international EAACI/GA²LEN/EuroGuiDerm/APAAACI guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria. Allergy. 2022 Mar;77(3):734-66.
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[33]Bernstein JA, Lang DM, Khan DA, et al. The diagnosis and management of acute and chronic urticaria: 2014 update. J Allergy Clin Immunol. 2014 May;133(5):1270-7.
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Angioedema sem urticária: induzido por medicamento ou adquirido
Episódios agudos de angioedema sem urticária são manejados através de princípios similares aos do angioedema com urticária. Se envolver o pescoço, a face, a língua ou os lábios, os pacientes necessitam de hospitalização, administração imediata de adrenalina e proteção das vias aéreas.
Se disponível, a laringoscopia com fibra óptica flexível pode determinar com rapidez a extensão do comprometimento da base da língua ou da laringe. Isso pode determinar a estratégia de manejo das vias aéreas mais adequada.[26]Moellman JJ, Bernstein JA, Lindsell C, et al. A consensus parameter for the evaluation and management of angioedema in the emergency department. Acad Emerg Med. 2014 Apr;21(4):469-84.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/acem.12341
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24730413?tool=bestpractice.com
O tratamento do angioedema de pescoço, rosto, língua ou lábios é feito com anti-histamínico intravenoso; a administração de um corticosteroide intravenoso pode ser considerada. Se o angioedema estiver em qualquer outro local do corpo, podem ser usados inicialmente anti-histamínicos orais, com corticosteroides orais e adrenalina como adjuvantes, principalmente se o angioedema for grave.
Angioedema sem urticária induzido por medicamento
A identificação e a suspensão do medicamento responsável são essenciais no tratamento do angioedema sem urticária induzido por medicamento.
Angioedema adquirido sem urticária
Para a maioria das situações de angioedema idiopático adquirido, a base da terapia continua sendo com anti-histamínicos. Uma variedade de agentes adicionais pode ser usada, se necessário. Antagonistas do receptor de leucotrieno, como montelucaste, podem ser usados como uma terapia adjuvante, em associação com a dose completa de anti-histamínicos, embora seu efeito adicional seja marginal.[55]Di Lorenzo G, Pacor ML, Mansueto P, et al. Randomized placebo-controlled trial comparing desloratadine and montelukast in monotherapy and desloratadine plus montelukast in combined therapy for chronic urticaria. J Allergy Clin Immunol. 2004;114:619-625.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15356567?tool=bestpractice.com
[56]Nettis E, Colanardi MC, Paradiso MT, et al. Desloratadine in combination with montelukast in the treatment of chronic urticaria: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Clin Exp Allergy. 2004;34:1401-1407.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15347373?tool=bestpractice.com
Montelucaste foi associado a eventos adversos neuropsiquiátricos (por exemplo, alterações no humor, agressividade, depressão e suicídio, entre outros).[59]Food and Drug Administration Drug Safety Communication. FDA requires Boxed Warning about serious mental health side effects for asthma and allergy drug montelukast (Singulair); advises restricting use for allergic rhinitis. Mar 2020 [internet publication].
https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-requires-boxed-warning-about-serious-mental-health-side-effects-asthma-and-allergy-drug
Os riscos e benefícios devem ser considerados com cuidado ao prescrever esse medicamento.
Se o angioedema idiopático crónico se mostra refratário ao tratamento com doses máximas de anti-histamínicos e antagonistas dos receptores de leucotrieno, os especialistas podem usar uma variedade de agentes anti-inflamatórios e imunomoduladores alternativos, incluindo omalizumabe, ciclosporina, hidroxicloroquina, sulfassalazina, colchicina, dapsona, azatioprina, metotrexato e imunoglobulina intravenosa (IGIV).[32]Powell RJ, Leech SC, Till S, et al. BSACI guideline for the management of chronic urticaria and angioedema. Clin Exp Allergy. 2015;45:547-565.
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[68]Morgan M, Khan DA. Therapeutic alternatives for chronic urticaria: an evidence-based review, part 2. Ann Allergy Asthma Immunol. 2008;100:517-526.
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Angioedema hereditário
Ataques agudos
Os pacientes com angioedema hereditário (AEH) devem aprender a administrar sozinhos os medicamentos para reverter os sintomas ao primeiro sinal de ataque.
Três classes de medicamentos estão aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para uso nos ataques agudos:[36]Maurer M, Magerl M, Betschel S, et al. The international WAO/EAACI guideline for the management of hereditary angioedema-The 2021 revision and update. Allergy. 2022 Jul;77(7):1961-90.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/all.15214
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35006617?tool=bestpractice.com
Concentrados de inibidores de C1 esterase: os concentrados de inibidores de C1 esterase derivados do plasma reduziram consideravelmente o tempo até a melhora inicial dos sintomas, comparados a placebo, em um ensaio clínico randomizado e controlado.[69]Zuraw BL, Busse PJ, White M, et al. Nanofiltered C1 inhibitor concentrate for treatment of hereditary angioedema. NEJM 2010;363:513-522.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0805538
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20818886?tool=bestpractice.com
Um estudo de caso-controle demonstrou que o concentrado de inibidores de C1 esterase aliviaram efetivamente os ataques de edema abdominal.[70]Bork K, Meng G, Staubach P. Treatment with C1 inhibitor concentrate in abdominal pain attacks of patients with hereditary angioedema. Transfusion 2005;45:1774-1784.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16271103?tool=bestpractice.com
Está disponível um inibidor de C1 esterase recombinante e derivado do plasma .
Inibidores de calicreína plasmática (por exemplo, ecalantide): a ecalantide reduziu consideravelmente o tempo até a melhora inicial dos sintomas, comparada a placebo, em um ensaio clínico randomizado e controlado.[71]Cicardi M, Levy RJ, McNeil DL, et al. Ecallantide for the treatment of acute attacks in hereditary angioedema. NEJM 2010;363:523-531.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0905079
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20818887?tool=bestpractice.com
Antagonistas do receptor de bradicinina B2 (por exemplo, icatibanto): o icatibanto reduziu consideravelmente o tempo até a melhora inicial dos sintomas, comparado a placebo ou ao ácido tranexâmico, em um ensaio clínico randomizado e controlado.[72]Cicardi M, Banerji A, Bracho F, et al. Icatibant, a new bradykinin-receptor antagonist, in hereditary angioedema. N Engl J Med. 2010 Aug 5;363(6):532-41.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa0906393
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20818888?tool=bestpractice.com
Se envolver o pescoço, a face, a língua, os lábios ou as vias aéreas, os pacientes necessitam de avaliação e proteção das vias aéreas imediatamente. Dependendo das áreas envolvidas, o tratamento sintomático pode ser necessário. Por exemplo, o edema dos membros pode ser incapacitante e pode necessitar de tratamento com analgésicos. O comprometimento gastrointestinal pode necessitar de antieméticos. Embora a adrenalina, os anti-histamínicos e os corticosteroides sistêmicos não tenham eficácia comprovada contra o angioedema hereditário, eles podem ser administrados aos pacientes se houver dúvidas quanto ao tipo de angioedema envolvido.
O plasma fresco congelado (PFC) se não houver outras terapias disponíveis.[73]Zuraw BL, Bernstein JA, Lang DM, et al. A focused parameter update: hereditary angioedema, acquired C1 inhibitor deficiency, and angiotensin-converting enzyme inhibitor-associated angioedema. J Allergy Clin Immunol. 2013 Jun;131(6):1491-3.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(13)00523-X/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23726531?tool=bestpractice.com
Entretanto, seu uso é controverso, pois o PFC contém proteínas complementares que, teoricamente, podem agravar um ataque.
O inibidor de C1 esterase derivado do plasma pode ser administrado como medida preventiva antes dos procedimentos orais que podem desencadear edema nas vias aéreas superiores.[74]Bork K, Hardt J, Staubach-Renz P, et al. Risk of laryngeal edema and facial swellings after tooth extraction in patients with hereditary angioedema with and without prophylaxis with C1 inhibitor concentrate: a retrospective study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2011 Jul;112(1):58-64.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21601496?tool=bestpractice.com
Ele alcança a concentração plasmática máxima com rapidez e tem uma meia-vida de 33 horas em crianças e 39 horas em adultos.[75]Martinez-Saguer I, Rusicke E, Aygören-Pürsün E, et al. Pharmacokinetic analysis of human plasma-derived pasteurized C1-inhibitor concentrate in adults and children with hereditary angioedema: a prospective study. Transfusion. 2010 Feb;50(2):354-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19788511?tool=bestpractice.com
Tratamento crônico
O objetivo da profilaxia em longo prazo é diminuir a frequência e a gravidade dos ataques de angioedema hereditário (AEH). A decisão de iniciar a profilaxia é tomada caso a caso, levando em consideração a frequência, local e gravidade dos ataques; comorbidades; e eficácia do tratamento para ataques agudos.[76]Longhurst H, Zinser E. Prophylactic therapy for hereditary angioedema. Immunol Allergy Clin North Am. 2017 Aug;37(3):557-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28687109?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento crônico incluem:
Inibidor de C1 esterase derivado do plasma: o tratamento de primeira escolha para a profilaxia em longo prazo.[36]Maurer M, Magerl M, Betschel S, et al. The international WAO/EAACI guideline for the management of hereditary angioedema-The 2021 revision and update. Allergy. 2022 Jul;77(7):1961-90.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/all.15214
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35006617?tool=bestpractice.com
Um inibidor de C1 esterase derivado do plasma intravenoso, comparado ao placebo, reduziu consideravelmente o número de ataques em um período de 12 semanas, em um ensaio clínico randomizado e controlado.Quando ocorreram ataques, a gravidade e a duração deles foram menores.[69]Zuraw BL, Busse PJ, White M, et al. Nanofiltered C1 inhibitor concentrate for treatment of hereditary angioedema. NEJM 2010;363:513-522.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0805538
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20818886?tool=bestpractice.com
O inibidor de C1 esterase subcutâneo, comparado a placebo, reduziu consideravelmente o índice de ataques e a necessidade de terapia de resgate em um ensaio clínico randomizado e controlado.[77]Longhurst H, Cicardi M, Craig T, et al. Prevention of hereditary angioedema attacks with a subcutaneous C1 inhibitor. N Engl J Med. 2017 Mar 23;376(12):1131-40.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1613627
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28328347?tool=bestpractice.com
Androgênios atenuados (por exemplo, danazol): a opção de segunda linha para profilaxia de longo prazo.[36]Maurer M, Magerl M, Betschel S, et al. The international WAO/EAACI guideline for the management of hereditary angioedema-The 2021 revision and update. Allergy. 2022 Jul;77(7):1961-90.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/all.15214
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35006617?tool=bestpractice.com
[73]Zuraw BL, Bernstein JA, Lang DM, et al. A focused parameter update: hereditary angioedema, acquired C1 inhibitor deficiency, and angiotensin-converting enzyme inhibitor-associated angioedema. J Allergy Clin Immunol. 2013 Jun;131(6):1491-3.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(13)00523-X/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23726531?tool=bestpractice.com
Acredita-se que os androgênios funcionem ao aumentar a produção hepática do inibidor de C1 esterase. O danazol reduz a frequência de ataques agudos em 83%. No entanto, efeitos adversos dose-dependentes são comuns e incluem ganho de peso, virilização, irregularidades menstruais, cefaleia, depressão e/ou adenomas hepáticos.[78]Bork K, Bygum A, Hardt J. Benefits and risks of danazol in hereditary angioedema: a long-term survey of 118 patients. Ann Allergy Asthma Immunol. 2008 Feb;100(2):153-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18320917?tool=bestpractice.com
Ácido tranexâmico: usado primariamente quando o inibidor de C1 esterase não está disponível e os androgênios atenuados são contraindicados.[78]Bork K, Bygum A, Hardt J. Benefits and risks of danazol in hereditary angioedema: a long-term survey of 118 patients. Ann Allergy Asthma Immunol. 2008 Feb;100(2):153-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18320917?tool=bestpractice.com
O ácido tranexâmico é menos eficaz que o inibidor de C1 esterase e os androgênios atenuados.