Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

neuropatias vasculíticas sistêmicas ou não sistêmicas primárias: apresentação inicial

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corticosteroides

As neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias associadas à MNM são: poliarterite nodosa (PAN) clássica; granulomatose eosinofílica com poliangiite (GEPA; antes conhecida como síndrome de Churg-Strauss); granulomatose com poliangiite (antes conhecida como granulomatose de Wegener); e poliarterite microscópica. O tratamento com corticosteroide sempre faz parte da terapia de primeira linha para MNM associada com essas condições.[6][65]​​​

O tratamento para MNM associada com PAN clássica ou GEPA começa com uma avaliação do risco para um prognóstico adverso. Os indicadores de prognóstico desfavorável são creatinina >1.58 mg/dL (>140 micromoles/L); proteinúria >1 g/dia; e envolvimento dos sistemas nervoso central, gastrointestinal ou cardíaco.[1][66]​​​ A MNM não é um indicador de prognóstico desfavorável para essas condições.

Para pacientes com PAN clássica leve ou GEPA com indicadores de prognóstico desfavorável, a monoterapia com prednisolona pode ser suficiente.[1][60]

Para os pacientes com PAN clássica ou GEPA e qualquer fator que indique prognóstico desfavorável, com granulomatose com poliangiite, ou com poliarterite microscópica (as quais geralmente são graves), ou com neuropatia vasculítica não sistêmica, a corticoterapia padrão é feita com metilprednisolona intravenosa ao diagnóstico (por 3-5 dias), seguida por prednisolona por via oral até a remissão.[7][23]

Consulte também Poliarterite nodosa, Granulomatose eosinofílica com poliangiíteGranulomatose com poliangiíte.

Opções primárias

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

ou

succinato sódico de metilprednisolona: 1 g por via intravenosa uma vez ao dia por 3-5 dias, seguido por prednisolona oral

e

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral após o ciclo de metilprednisolona, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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Considerar – 

imunossupressor

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A ciclofosfamida por via oral faz parte da terapia padrão ao diagnóstico (além dos corticosteroides) para pacientes com MNM associada com granulomatose com poliangiite ou poliarterite microscópica.[65] Para pacientes com PAN clássica ou GEPA, a ciclofosfamida por via oral faz parte da terapia padrão ao diagnóstico para os pacientes com fatores que indiquem prognóstico desfavorável, e pode ser adicionada para os pacientes com prognóstico inicialmente favorável se a neuropatia vasculítica não for controlada pela prednisolona somente.[65] Para pacientes com neuropatia vasculítica não sistêmica, a imunossupressão combinada parece ser mais efetiva na indução da remissão e na redução da deficiência que os corticosteroides somente.[23] No entanto, muitos neurologistas especializados em doenças neuromusculares começam a terapia com corticosteroides isoladamente e adicionam ciclofosfamida só em caso de neuropatia progressiva apesar da corticoterapia.[63]

As opções para tratar neuropatias vasculíticas com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha incluem a substituição da ciclofosfamida oral por ciclofosfamida intravenosa em pulsos (administrada com mesna e fluidos para prevenir a cistite hemorrágica) ou metotrexato.[7][23][65]

Rituximabe pode ser considerado para o tratamento de neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias que são resistentes a ciclofosfamida e metotrexato, ou para pacientes intolerantes a esses tratamentos.[65] Geralmente, as neuropatias vasculíticas não sistêmicas primárias respondem bem a ciclofosfamida ou metotrexato, mas o rituximabe é outra opção para os pacientes refratários a esses tratamentos.[23]

As doses recomendadas variam entre as diretrizes; consulte as diretrizes locais para obter mais informações.

Opções primárias

ciclofosfamida: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

Opções secundárias

metotrexato: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

Opções terciárias

rituximabe: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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Considerar – 

plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IGIV)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A plasmaférese ou a IGIV podem ser administradas como tratamento adjuvante para a vasculite refratária.[1][7][23][63][65]

São protocolos razoáveis de plasmaférese: para granulomatose com poliangiite, poliarterite microscópica e neuropatias vasculíticas não sistêmicas: 5-7 sessões ao longo de 2 semanas; para PAN clássica e GEPA: 1-3 tratamentos por semana por 6-10 semanas (a abordagem exata dependerá da gravidade da doença).

Opções primárias

imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

neuropatias vasculíticas secundárias: apresentação inicial

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prednisolona + terapia antiviral

Um hepatologista, um especialista em doenças infecciosas, e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem estar envolvidos nas decisões de tratamento.

Terapia imunossupressora isolada pode causar a ativação da replicação de hepatite B.[67]​ Assim, os pacientes com poliarterite nodosa (PAN) associada a hepatite B devem receber um ciclo inicial de terapia com prednisolona para imunossupressão e um agente antiviral para tratar a hepatite B.[6]

Para pacientes com neuropatia vasculítica com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha, a terapia antiviral deve ser alterada, e a prednisolona deve ser mantida.

Para obter recomendações atuais para terapia antiviral, consulte Hepatite B. Consulte também Poliarterite nodosa.

Opções primárias

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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Considerar – 

plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IGIV)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Plasmaférese (1-3 tratamentos por semana por 6-10 semanas, dependendo da gravidade da doença) ou IGIV podem fazer parte da terapia para os casos fulminantes à apresentação ou para a vasculite refratária.[1]

Opções primárias

imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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1ª linha – 

prednisolona

Um hepatologista, um especialista em doenças infecciosas, e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem estar envolvidos nas decisões de tratamento.

O objetivo da terapia é alcançar a remissão da vasculite sem causar um aumento sustentado na atividade da hepatite C subjacente.

A terapia imunossupressora inicial com prednisolona associada a um imunossupressor é usada com frequência.[1]

Opções primárias

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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associado a – 

imunossupressor

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A terapia imunossupressora inicial com prednisolona associada a ciclofosfamida é usada com frequência.[1]

Para a neuropatia vasculítica com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha, a prednisolona é combinada com um imunossupressor alternativo, como ciclofosfamida intravenosa com dose em pulsos (administrada com mesna e fluidos para reduzir o risco de cistite hemorrágica) ou metotrexato.[7]

O rituximabe pode ser considerado para o tratamento da neuropatia vasculítica resistente a ciclofosfamida e metotrexato, ou para os pacientes intolerantes a esses tratamentos. Alguns médicos podem tentar o tratamento inicial com prednisolona associada a rituximabe (uma terapia antiviral) para a vasculite crioglobulinêmica avançada grave associada a hepatite C.[7]

As doses recomendadas variam entre as diretrizes; consulte as diretrizes locais para obter mais informações.

Opções primárias

ciclofosfamida: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

Opções secundárias

metotrexato: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

Opções terciárias

rituximabe: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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associado a – 

terapia antiviral

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os corticosteroides podem estimular a replicação viral e aumentar a viremia, então a terapia antiviral (com um antiviral de ação direta para hepatite C) deve ser iniciada quando a neuropatia vasculítica estiver sob controle.[68]​ Para obter recomendações atuais para a terapia antiviral de ação direta, consulte Hepatite C.

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Considerar – 

plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IGIV)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A plasmaférese (1-3 tratamentos por semana por 6-10 semanas, dependendo da gravidade da doença) pode fazer parte da terapia de primeira linha nos casos fulminantes.[1] A plasmaférese ou a IGIV podem ser administradas como tratamento adjuvante para a vasculite refratária.[1][7]

Opções primárias

imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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1ª linha – 

terapia antirretroviral

É recomendada a consulta com um especialista.

Existem poucos dados confiáveis sobre o tratamento de vasculite associada ao HIV.

O determinante mais importante é se a MNM é positiva ou negativa para CMV.

Para os pacientes que são negativos para CMV, a terapia antirretroviral otimizada e direcionada para o HIV é a intervenção mais importante. As neuropatias vasculíticas associadas ao HIV e negativas para CMV geralmente apresentam resolução espontânea.[69]

Para obter detalhes sobre a terapia antirretroviral, consulte Infecção por HIV.

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Considerar – 

prednisolona

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pode ser necessário um ciclo curto de prednisolona para anular a MNM dolorosa grave associada ao HIV.[40]

Opções primárias

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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1ª linha – 

terapia antirretroviral

É recomendada a consulta com um especialista.

Existem poucos dados confiáveis sobre o tratamento da vasculite associada a CMV em pacientes soropositivos para HIV. Geralmente, esses pacientes têm AIDS avançada, com índice de mortalidade muito alto se o tratamento for protelado.[1]

Para obter detalhes sobre a terapia antirretroviral, consulte Infecção por HIV.

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associado a – 

terapia antiviral

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A terapia antiviral para infecção por CMV também é essencial.[1]

Para obter detalhes sobre a terapia antiviral para CMV, consulte Infecções oportunistas relacionadas ao HIV e Infecção por citomegalovírus.

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tratamento da malignidade subjacente

O tratamento em consulta com um oncologista e um neurologista especializado em doenças neuromusculares é recomendado.

O tratamento de primeira linha para a vasculite associada a um câncer é tratar a neoplasia subjacente.

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corticosteroides

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se a neuropatia permanecer após o tratamento da neoplasia, os corticosteroides podem ser usados.[1][7]

O tratamento inicial é com metilprednisolona intravenosa por 3-5 dias, seguida por prednisolona oral.

Opções primárias

succinato sódico de metilprednisolona: 1 g por via intravenosa uma vez ao dia por 3-5 dias, seguido por prednisolona oral

e

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral após o ciclo de metilprednisolona, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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Considerar – 

ciclofosfamida

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A ciclofosfamida oral pode ser acrescentada ao tratamento com corticosteroide.[1]

Opções primárias

ciclofosfamida: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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Considerar – 

IGIV

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A IGIV pode ser administrada como tratamento adjuvante.[1][7]

Opções primárias

imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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1ª linha – 

corticosteroides

A MNM pode resultar de uma vasculite secundária associada a uma variedade de doenças do tecido conjuntivo: geralmente artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, mas a neuropatia vasculítica também pode se manifestar na síndrome de Sjögren, na doença do tecido conjuntivo mista, na esclerodermia ou na policondrite recidivante. O objetivo da terapia é a remissão do processo vasculítico e da MNM.

A terapia inicial é com metilprednisolona intravenosa por 3-5 dias, seguida por prednisolona oral.

Opções primárias

succinato sódico de metilprednisolona: 1 g por via intravenosa uma vez ao dia por 3-5 dias, seguido por prednisolona oral

e

prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral após o ciclo de metilprednisolona, ajustar a dose de acordo com a resposta e reduzir a dose gradualmente

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associado a – 

tratamento de quadro clínico subjacente

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um reumatologista e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem ser envolvidos, pois o tratamento varia com a doença do tecido conjuntivo subjacente e o envolvimento de outros sistemas orgânicos.

Para obter detalhes sobre tratamentos para doenças subjacentes, consulte Artrite reumatoide, Lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Sjögren, Síndromes de sobreposição eEsclerose sistêmica (esclerodermia)

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1ª linha – 

terapia imunossupressora para sarcoidose

A neurossarcoidose que se manifesta com MNM é rara e, geralmente, responde bem à terapia padrão com imunossupressores para sarcoidose.[70]​ Consulte Sarcoidose.

CONTÍNUA

vasculite em remissão

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continuação da terapia imunossupressora

Após a remissão ser atingida, o objetivo é manter a remissão e minimizar as toxicidades medicamentosas. Devido às altas taxas de recidiva quando o tratamento é descontinuado em 12 meses, é razoável manter a terapia por pelo menos 24 meses para um paciente em remissão.[1][23][61]

Para pacientes cuja MNM foi controlada com monoterapia com prednisolona, que foi retirada gradualmente ao longo de 6-12 meses após alcançar a remissão, não é necessário nenhum tratamento adicional além de prednisolona. Para pacientes que precisaram de tratamento adicional para induzir a remissão, a terapia de manutenção também deve incluir uma das seguintes opções além de prednisolona: continuação do tratamento com ciclofosfamida oral por 12 meses, seguido pela retirada gradual; ou (para pacientes com intolerância ou toxicidade à ciclofosfamida) trocar de ciclofosfamida oral para metotrexato oral ou intravenoso ou azatioprina oral por 18-24 meses.[1]

A imunoglobulina intravenosa (IGIV) pode ser usada como tratamento de manutenção ao longo de 6-12 meses para os pacientes que não tiverem apresentado resposta ou tiverem apresentado intolerância a outros tratamentos com imunossupressores.[1]

Os esquemas imunossupressores podem variar; consulte as diretrizes locais para obter mais informações sobre a escolha do esquema e da dosagem.

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continuação do tratamento para a doença subjacente

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pode ser necessário continuar o tratamento para a doença subjacente à vasculite. Consulte a seção "Aguda" do algoritmo para obter detalhes adicionais sobre tratamentos para doenças específicas.

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