Tratamento da causa subjacente
O tratamento da MNM varia dependendo do distúrbio subjacente que causa a neuropatia; portanto, toda tentativa de estabelecer o diagnóstico do distúrbio subjacente deve ser feita. O tratamento deve ser determinado juntamente com um neurologista especializado em doenças neuromusculares. Além disso, um reumatologista deve ser consultado se uma doença do tecido conjuntivo estiver presente, e consultas com infectologistas e hepatologistas também podem ser necessárias.
O tratamento da síndrome vasculítica subjacente pode ser necessário, em associação com o tratamento estabelecido para a MNM.[60]Langford CA, Fauchi AS. The vasculitic syndromes. In: Harrison’s principles of internal medicine, Vol. 2, 21st ed. New York: McGraw Hill LLC, 2022:2802-16.
https://accessmedicine.mhmedical.com/book.aspx?bookID=3095
Neuropatia vasculítica
A vasculite sistêmica primária e secundária está associada com morbidade e mortalidade significativas, e o tratamento deve começar rapidamente após o diagnóstico.[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
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O objetivo do tratamento é controlar a inflamação, com terapia de indução para alcançar a remissão, seguida de terapia de manutenção por pelo menos 24 meses.[6]Graf J, Imboden J. Vasculitis and peripheral neuropathy. Curr Opin Rheumatol. 2019 Jan;31(1):40-5.
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[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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[61]Hellmich B, Sanchez-Alamo B, Schirmer JH, et al. EULAR recommendations for the management of ANCA-associated vasculitis: 2022 update. Ann Rheum Dis. 2023 Mar [Epub ahead of print].
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[62]Watts RA, Scott DG, Pusey CD, et al. Vasculitis-aims of therapy. An overview. Rheumatology (Oxford). 2000 Mar;39(3):229-32.
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Os pacientes com MNM causada por uma neuropatia vasculítica, associada a uma vasculite generalizada ou limitada aos nervos periféricos, devem ser tratados como se segue:
Remova o antígeno desencadeante se possível:
Se o paciente estiver exposto a um medicamento que puder causar MNM, o medicamento deve ser imediatamente interrompido.
Hemodiálise e terapia imunossupressora podem ser necessárias se a manifestação clínica for fulminante e o medicamento continuar no organismo.
Se for identificada infecção por hepatite C, hepatite B ou vírus da imunodeficiência humana (HIV), a estratégia terapêutica mais importante é iniciar a terapia antiviral.
Considere a terapia imunossupressora e determine a melhor terapia para induzir remissão da vasculite:
A terapia imunossupressora geralmente é usada, embora não seja possível identificar um antígeno desencadeante na maioria dos casos de MNM.
A terapia inicial da maioria das vasculites sistêmicas primárias ou secundárias é uma terapia combinada de corticosteroides e ciclofosfamida, ou corticosteroides isolados para alguns distúrbios.[6]Graf J, Imboden J. Vasculitis and peripheral neuropathy. Curr Opin Rheumatol. 2019 Jan;31(1):40-5.
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[63]Collins MP, Dyck PJ, Gronseth GS, et al. Peripheral Nerve Society guideline on the classification, diagnosis, investigation, and immunosuppressive therapy of non-systemic vasculitic neuropathy: executive summary. J Peripher Nerv Syst. 2010 Sep;15(3):176-84.
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Se a MNM for refratária ao tratamento, terapias de segunda linha adicionais podem ser necessárias:[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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Os pacientes podem precisar de estratégias ou medicamentos mais tóxicos, embora as opções de tratamento devam minimizar os efeitos adversos da terapia; no entanto, não existem evidências sólidas para apoiar esses tratamentos.
A plasmaférese tem o potencial de remover anticorpos circulantes, imunocomplexos e mediadores inflamatórios, e é frequentemente usada em combinação com outras terapias. Não é indicada como monoterapia inicial em nenhuma neuropatia vasculítica.
A imunoglobulina intravenosa (IGIV) também é uma opção para a MNM refratária e pode ser usada como primeira linha nos casos fulminantes de neuropatia vasculítica crioglobulinêmica associada à hepatite C. A neuropatia motora multifocal (MNM com deficit motor) geralmente apresenta resposta à IGIV ou à terapia com imunoglobulina subcutânea, mas é resistente à corticoterapia e à plasmaférese.[64]Keddie S, Eftimov F, van den Berg LH, et al. Immunoglobulin for multifocal motor neuropathy. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Jan 11;1(1):CD004429.
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Pode ser necessário consultar um reumatologista e um neurologista especializado em doenças neuromusculares.
Assim que a remissão ocorre, a terapia é modificada para manter a remissão e minimizar os efeitos adversos.[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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Neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias
As neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias associadas à MNM são: poliarterite nodosa (PAN) clássica; granulomatose eosinofílica com poliangiite (GEPA; antes conhecida como síndrome de Churg-Strauss); granulomatose com poliangiite (antes conhecida como granulomatose de Wegener); e poliarterite microscópica.
Corticoterapia
O tratamento com corticosteroide sempre faz parte da terapia de primeira linha para a MNM associada com essas condições.[6]Graf J, Imboden J. Vasculitis and peripheral neuropathy. Curr Opin Rheumatol. 2019 Jan;31(1):40-5.
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O tratamento para MNM associada com PAN clássica ou GEPA começa com uma avaliação do risco para um prognóstico adverso. Os indicadores de prognóstico desfavorável são creatinina >1.58 mg/dL (>140 micromoles/L); proteinúria >1 g/dia; e envolvimento dos sistemas nervoso central, gastrointestinal ou cardíaco.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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A MNM não é um indicador de prognóstico desfavorável para essas condições.
Para pacientes com PAN clássica leve ou GEPA com indicadores de prognóstico desfavorável, a monoterapia com prednisolona pode ser suficiente.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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Para pacientes com PAN clássica ou GEPA e qualquer fator que indique prognóstico desfavorável, com granulomatose com poliangiite, ou com poliarterite microscópica (as quais geralmente são graves), a corticoterapia padrão é feita com metilprednisolona intravenosa ao diagnóstico (por 3-5 dias), seguida por prednisolona por via oral até a remissão.[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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Outras terapias
A ciclofosfamida por via oral faz parte da terapia padrão ao diagnóstico (além dos corticosteroides) para pacientes com MNM associada com granulomatose com poliangiite ou poliarterite microscópica.[65]Koike H, Nishi R, Ohyama K, et al. ANCA-associated vasculitic neuropathies: a review. Neurol Ther. 2022 Mar;11(1):21-38.
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Para pacientes com PAN clássica ou GEPA, a ciclofosfamida por via oral faz parte da terapia padrão ao diagnóstico para os pacientes com fatores que indiquem prognóstico desfavorável, e pode ser adicionada para os pacientes com prognóstico inicialmente favorável se a neuropatia vasculítica não for controlada pela prednisolona somente.[65]Koike H, Nishi R, Ohyama K, et al. ANCA-associated vasculitic neuropathies: a review. Neurol Ther. 2022 Mar;11(1):21-38.
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As opções para tratar neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha incluem a substituição da ciclofosfamida oral por ciclofosfamida intravenosa com dose em pulsos, ou metotrexato. O rituximabe pode ser considerado para o tratamento de neuropatias vasculíticas sistêmicas primárias que forem resistentes a ciclofosfamida e metotrexato, ou para os pacientes intolerantes a esses tratamentos.[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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[65]Koike H, Nishi R, Ohyama K, et al. ANCA-associated vasculitic neuropathies: a review. Neurol Ther. 2022 Mar;11(1):21-38.
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A plasmaférese ou a IGIV podem ser administradas como tratamento adjuvante para a vasculite refratária.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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Consulte também Poliarterite nodosa, Granulomatose eosinofílica com poliangiíte e Granulomatose com poliangiíte.
Neuropatia vasculítica não sistêmica
A terapia para a vasculite não sistêmica que se manifesta como MNM é semelhante à terapia para vasculites sistêmicas. A imunossupressão combinada parece ser mais efetiva na indução da remissão e na redução da deficiência que os corticosteroides isoladamente.[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
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No entanto, muitos neurologistas especializados em doenças neuromusculares começam a terapia com corticosteroides somente e adicionam a ciclofosfamida só em caso de neuropatia progressiva apesar da corticoterapia.[63]Collins MP, Dyck PJ, Gronseth GS, et al. Peripheral Nerve Society guideline on the classification, diagnosis, investigation, and immunosuppressive therapy of non-systemic vasculitic neuropathy: executive summary. J Peripher Nerv Syst. 2010 Sep;15(3):176-84.
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A terapia de primeira linha para indução é a metilprednisolona intravenosa seguida por prednisolona oral, com ou sem ciclofosfamida.[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
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Para os pacientes com neuropatia refratária, a substituição de ciclofosfamida oral por ciclofosfamida intravenosa com dose em pulsos ou metotrexato, e o uso periódico de IGIV adjuvante ou plasmaférese, podem ser considerados.[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
https://www.doi.org/10.1038/nrneurol.2017.42
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Geralmente, as neuropatias vasculíticas não sistêmicas primárias respondem bem a essas terapias, mas o rituximabe é outra opção para os pacientes refratários a outros tratamentos.[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
https://www.doi.org/10.1038/nrneurol.2017.42
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Poliarterite nodosa (PAN) associada à hepatite B
Um hepatologista, um especialista em doenças infecciosas, e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem estar envolvidos nas decisões de tratamento.
Terapia imunossupressora isolada pode causar a ativação da replicação de hepatite B.[67]Lau JY, Bird GL, Alexander GJ, et al. Effects of immunosuppressive therapy on hepatic expression of hepatitis B viral genome and gene products. Clin Invest Med. 1993 Jun;16(3):226-36.
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Assim, os pacientes com PAN associada à hepatite B devem receber um ciclo inicial de terapia com prednisolona para imunossupressão e um agente antiviral para tratar a hepatite B.[6]Graf J, Imboden J. Vasculitis and peripheral neuropathy. Curr Opin Rheumatol. 2019 Jan;31(1):40-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30461543?tool=bestpractice.com
A plasmaférese ou a IGIV adjuvantes podem fazer parte da terapia de primeira linha para os casos fulminantes.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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Para os pacientes com neuropatia vasculítica com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha, a terapia antiviral deve ser alterada, e a prednisolona deve ser mantida. A plasmaférese ou a IGIV podem ser administradas como tratamento adjuvante.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
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Para obter recomendações atuais para terapia antiviral, consulte Hepatite B.
Consulte também Poliarterite nodosa.
Neuropatia vasculítica crioglobulinêmica associada à hepatite C
Um hepatologista, um especialista em doenças infecciosas, e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem estar envolvidos nas decisões de tratamento.
O objetivo da terapia é alcançar a remissão da vasculite sem causar um aumento sustentado da atividade da hepatite C subjacente. Os corticosteroides podem estimular a replicação viral e aumentar a viremia, então a terapia antiviral deve ser iniciada quando a neuropatia vasculítica estiver sob controle.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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[68]American Association for the Study of Liver Diseases. HCV guidance: recommendations for testing, managing, and treating hepatitis C. Oct 2022 [internet publication].
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Nos pacientes com MNM, a terapia imunossupressora inicial com prednisolona associada a ciclofosfamida é usada com frequência. A plasmaférese pode fazer parte da terapia de primeira linha nos casos fulminantes.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
Para a neuropatia vasculítica com resposta insuficiente ao tratamento de primeira linha, a prednisolona é combinada com um imunossupressor alternativo, como ciclofosfamida intravenosa com dose em pulsos ou metotrexato. O rituximabe pode ser considerado para o tratamento da neuropatia vasculítica resistente a ciclofosfamida e metotrexato, ou para os pacientes intolerantes a esses tratamentos. A plasmaférese ou a IGIV podem ser usadas como tratamento adjuvante. A terapia antiviral é mantida.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31639844?tool=bestpractice.com
Para obter recomendações atuais para terapia antiviral de ação direta, consulte Hepatite C.
Os antivirais e o rituximabe podem ser o tratamento de primeira escolha inicial para a vasculite crioglobulinêmica avançada associada a hepatite C e MNM.[7]Beachy N, Satkowiak K, Gwathmey KG. Vasculitic neuropathies. Semin Neurol. 2019 Oct;39(5):608-19.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31639844?tool=bestpractice.com
Neuropatia vasculítica associada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV)
É recomendada a consulta com um especialista.
Pacientes positivos para citomegalovírus (CMV)
Existem poucos dados confiáveis sobre o tratamento da vasculite associada ao CMV nos pacientes soropositivos para HIV. Geralmente, esses pacientes têm AIDS avançada, com índice de mortalidade muito alto se o tratamento for protelado. Tanto a terapia antirretroviral quanto a antiviral são necessárias.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
Para obter detalhes sobre a terapia antirretroviral, consulte Infecção por HIV.
Para obter detalhes sobre a terapia antiviral para CMV, consulte Infecções oportunistas relacionadas ao HIV e Infecção por citomegalovírus.
Pacientes negativos para CMV
Para os pacientes que são negativos para CMV, a terapia antirretroviral otimizada e direcionada para o HIV é a intervenção mais importante. As neuropatias vasculíticas associadas ao HIV e negativas para CMV geralmente apresentam resolução espontânea.[69]Verma, A. Epidemiology and clinical features of HIV-1 associated neuropathies. J Peripher Nerv Syst. 2001 Mar;6(1):8-13.
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Pode ser necessário um ciclo curto de prednisolona para anular a MNM dolorosa grave associada ao HIV.[40]Bradley WG, Verma A. Painful vasculitic neuropathy in HIV-1 infection: relief of pain with prednisone therapy. Neurology. 1996 Dec;47(6):1446-51.
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Para obter detalhes sobre a terapia antirretroviral, consulte Infecção por HIV.
Neuropatia vasculítica associada ao câncer
O tratamento da neoplasia maligna subjacente deve ser prioritário. Feito isso, se a neuropatia persistir, deve-se considerar imunossupressão com metilprednisolona seguida por um esquema de retirada gradual da prednisolona oral. A ciclofosfamida oral e/ou a IGIV são opções de tratamento adjuvante adicionais. O tratamento em combinação com um oncologista e um neurologista especializado em doenças neuromusculares é recomendado.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
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MNM decorrente de vasculite secundária associada à doença do tecido conjuntivo
A MNM pode resultar de uma vasculite secundária associada a uma variedade de doenças do tecido conjuntivo: geralmente artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, mas a neuropatia vasculítica também pode se manifestar na síndrome de Sjögren, na doença do tecido conjuntivo mista, na esclerodermia ou na policondrite recidivante. O tratamento do distúrbio subjacente varia entre essas condições, mas o objetivo da terapia é a remissão do processo vasculítico e da MNM. A terapia inicial é metilprednisolona intravenosa seguida por prednisolona oral.
Um reumatologista e um neurologista especializado em doenças neuromusculares devem ser envolvidos, pois o tratamento varia com a doença do tecido conjuntivo subjacente e o envolvimento de outros sistemas de orgânicos.
Consulte também Artrite reumatoide, Lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Behçet, Síndrome de Sjögren, Síndromes de sobreposição e Esclerose sistêmica (esclerodermia).
Neurossarcoidose
A neurossarcoidose que se manifesta com MNM é rara e, geralmente, responde bem à terapia padrão com imunossupressores para sarcoidose.[70]Ungprasert P, Sukpornchairak P, Moss BP, et al. Neurosarcoidosis: an update on diagnosis and therapy. Expert Rev Neurother. 2022 Aug;22(8):695-705.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35914766?tool=bestpractice.com
Consulte Sarcoidose.
Tratamento de manutenção após a remissão
Após a remissão ser atingida, o objetivo é manter a remissão e minimizar as toxicidades medicamentosas.
Devido às altas taxas de recidiva quando o tratamento é descontinuado em 12 meses, é razoável manter a terapia por pelo menos 24 meses para um paciente em remissão.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
https://www.doi.org/10.1038/nrneurol.2017.42
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28447661?tool=bestpractice.com
[61]Hellmich B, Sanchez-Alamo B, Schirmer JH, et al. EULAR recommendations for the management of ANCA-associated vasculitis: 2022 update. Ann Rheum Dis. 2023 Mar [Epub ahead of print].
https://www.doi.org/10.1136/ard-2022-223764
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36927642?tool=bestpractice.com
Para pacientes cuja MNM tiver sido controlada com monoterapia com prednisolona que tiver sido gradualmente suspensa ao longo de 6-12 meses após se alcançar a remissão, não é necessário nenhum tratamento adicional além de prednisolona.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
Para pacientes que tiverem precisado de tratamento adicional para induzir a remissão, a terapia de manutenção também deve incluir uma das seguintes opções além de prednisolona: continuação do tratamento com ciclofosfamida oral por 12 meses, seguida pela suspensão gradual; ou (para pacientes com intolerância ou toxicidade à ciclofosfamida) trocar de ciclofosfamida oral para metotrexato oral ou intravenoso ou azatioprina oral por 18-24 meses.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
[23]Collins MP, Hadden RD. The nonsystemic vasculitic neuropathies. Nat Rev Neurol. 2017 Apr;13(5):302-16.
https://www.doi.org/10.1038/nrneurol.2017.42
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28447661?tool=bestpractice.com
[61]Hellmich B, Sanchez-Alamo B, Schirmer JH, et al. EULAR recommendations for the management of ANCA-associated vasculitis: 2022 update. Ann Rheum Dis. 2023 Mar [Epub ahead of print].
https://www.doi.org/10.1136/ard-2022-223764
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36927642?tool=bestpractice.com
A IGIV pode ser usada como tratamento de manutenção ao longo de 6-12 meses para os pacientes que não tiverem apresentado resposta ou tiverem apresentado intolerância a outros tratamentos com imunossupressores.[1]Collins MP, Kissel JT. Neuropathies with systemic vasculitis. In: Dyck PJ, Thomas PK, eds. Peripheral neuropathy. 4th ed. Vol. 2. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2005:2335-2404.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/B9780721694917501083
Para a MNM decorrente de neuropatias vasculíticas secundárias, pode ser necessário continuar o tratamento para a doença subjacente à vasculite.