Epidemiologia

Os seres humanos são os únicos hospedeiros da Bordetella pertussis. Ela é altamente contagiosa, com taxas de transmissão de até 80% entre contatos próximos suscetíveis.[2] Antes do advento da vacina efetiva na década de 1940, a coqueluche era uma das infecções mais comuns na infância, ocorrendo predominantemente no verão e no outono, com epidemias a cada 2-5 anos. Com a introdução da vacina de célula inteira contra coqueluche nos EUA, os casos registrados de coqueluche caíram de 150 por 100,000 indivíduos para 1 por 100,000 indivíduos na década de 1980.[2][4][5] A partir de 1990, ao mesmo tempo em que houve uma mudança de vacinas de célula inteira para vacinas acelulares contra coqueluche, motivada por eventos adversos associados com a vacina de célula inteira, a incidência de coqueluche aumentou, principalmente em adolescentes e adultos. Esse aumento não foi totalmente compreendido. Os fatores contribuintes podem incluir a redução mais rápida da imunidade após a imunização com vacinas acelulares contra coqueluche, a queda nos índices de vacinação, alterações na patogenicidade das cepas de B pertussis em circulação, maior conhecimento da doença e o aumento do uso de testes diagnósticos mais sensíveis baseados em testes de amplificação de ácidos nucleicos.[4][6][7]

É provável que uma grande quantidade de casos de coqueluche não seja diagnosticada e, portanto, a verdadeira carga da doença para a saúde pública pode estar subestimada. A coqueluche é endêmica no mundo todo.[3]​ No mundo todo, ela continua sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade, principalmente nas populações precariamente imunizadas.[4] Modelos sugerem que em 2014 houve 24.1 milhões de casos de coqueluche no mundo e 160,700 mortes em crianças <5 anos, com a maior proporção de infecções e mortes na região africana da OMS.[8]

Nos EUA, foi observada redução da incidência de coqueluche em lactentes <2 meses de idade após a introdução da vacina tétano-difteria-coqueluche acelular (dTpa) materna, o que sugere que a vacinação materna com dTpa pode estar associada com uma redução da carga de coqueluche nessa faixa etária.[9]

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