Abordagem

O diagnóstico de CET é realizado por meio de exame clínico e/ou teste genético.[1] Isso é apoiado por neuroimagem e outras investigações (ecocardiograma, ultrassonografia renal, oftalmoscopia dilatada, etc.). As investigações adicionais são usadas para confirmar o diagnóstico, determinar a extensão da doença e avaliar o comprometimento dos órgãos e para esclarecer os riscos de recorrência parental ao longo do tempo.

História

Não existem sintomas específicos para CET. Entretanto, existem várias apresentações comuns que devem incitar a consideração de CET e investigações adicionais.[1][2][3]

Em primeiro lugar, a identificação de um membro da família com CET. Uma história familiar de três gerações deve ser obtida.[1] Se o familiar for um parente de primeiro grau (ou seja, um dos pais) existe uma probabilidade de 50% de que o paciente que está sendo avaliado tenha a doença. Esse risco de 50% permanece quando vários irmãos são afetados, assumindo-se que um dos pais tem a doença sem saber ou que há mosaicismo gonadal em um dos pais. O mosaicismo gonadal é uma condição em que o único órgão afetado com a mutação de CET são as gônadas e seus gametas afetados, permitindo o potencial para várias crianças afetadas de um pai não afetado.[12][17]​ A incidência de mosaicismo gonadal em indivíduos com CET é estimada em cerca de 2%.[18]

Outros fatores históricos incluem:

  • Múltiplas máculas hipomelanóticas com epilepsia ou autismo concomitante[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Máculas hipomelanóticas e marcas de ShagreenCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@793048a

  • Espasmos infantis

  • Rabdomioma(s) cardíaco(s)[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rabdomioma cardíaco na ressonância nuclear magnética (RNM) sagital em T1Cortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6e544ae0

  • Doença renal policística[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rins policísticosCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1ec36ee2

  • Angiomiolipoma(s) renal(is)[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Múltiplos angiomiolipomas renais na tomografia computadorizada (TC) axialCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@614199f2[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Múltiplos angiomiolipomas renais na ressonância nuclear magnética (RNM) coronal em T1Cortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7fa06646

  • Linfangioleiomiomatose pulmonar[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesões císticas na linfangioleiomiomatose (LAM) do pulmão em tomografia computadorizada (TC) axialCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@13721eb8

  • Nódulos subependimários calcificados cerebrais ou astrocitoma(s) de células gigantes[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Nódulos subependimários calcificados na tomografia computadorizada (TC)Cortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@605c5327[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Grande astrocitoma subependimário de células gigantes na ressonância nuclear magnética (A-axial T2)Cortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2af7c12a[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Grande astrocitoma subependimário de células gigantes na ressonância nuclear magnética (B-sagital T1)Cortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@36a75d2

  • Fibromas faciais e/ou ungueais e periungueais[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Angiofibromas faciaisCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@3bfea7c7[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Fibroma unguealCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2a571a2b

  • Hamartoma(s) retiniano(s)[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Hamartoma retinianoCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@34d84b26

  • Marca(s) de Shagreen (nevo do tecido conjuntivo)[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Máculas hipomelanóticas e marcas de ShagreenCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@421a426b

  • Inúmeros nódulos no esmalte dentário

  • Múltiplos pólipos hamartomatosos intestinais

  • Comprometimento cognitivo

  • ´Placa(s) na testa[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Placa na testaCortesia do Dr. Francis J. DiMario Jr [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6b54e957

  • Problemas comportamentais.

Exame

Para se fazer um diagnóstico definitivo, deve ser realizado um exame físico cuidadoso para determinar se quaisquer achados diagnósticos importantes estão presentes, incluindo:[1][2][3]

  • Inspeção/exame clínico dermatológico detalhado para máculas hipomelanóticas, angiofibromas e marcas de couro áspero ("shagreen"). A lâmpada de Wood (luz negra ou ultravioleta) é útil para detectar máculas hipomelanóticas não visíveis por outros meios.

  • Inspeção detalhada de fibromas ungueais e depressões dentárias.

  • Avaliação oftalmológica completa, incluindo fundoscopia dilatada, para avaliar achados retinianos (hamartoma astrocítico e mancha acrômica) e deficits de campo visual.

Teste genético

O teste genético é usado para estabelecer um diagnóstico se os critérios clínicos não forem claros e para fins de planejamento familiar para pais que têm um filho afetado. A identificação de uma variante patogênica no gene TSC1 ou TSC2 é suficiente para o diagnóstico ou predição de CET independentemente dos achados clínicos.[1][4]

O exame de sangue para mutações específicas do gene TSC pode ser definitivo em cerca de 75% a 90% das pessoas afetadas quando ambos os loci genéticos (TSC1 e TSC2) são examinados.[1][4] A genotipagem também pode ser realizada por análise de um swab bucal, saliva ou amostras de tecido. Em cerca de 10% a 15% dos pacientes com CET, uma mutação TSC1 ou TSC2 patogênica não pode ser detectada por métodos de teste convencionais.[1][4][12][13] O teste genético convencional não consegue identificar a presença de mosaicismo gonadal.

Investigações adicionais

  • A ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro e do abdome deve ser realizada para verificar se há lesões cerebrais e renais. A RNM detecta mais anormalidades do que a tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia, e é a modalidade de imagem preferencial.[1] Os agentes de contraste devem ser evitados para RNM cerebral, a menos que haja uma lesão crescente ou suspeita clínica de astrocitoma subependimário de células gigantes (ASCG). A TC pode ser usada se a RNM for contraindicada ou não estiver disponível.[1]

  • A avaliação abrangente dos transtornos neuropsiquiátricos associados ao CET (TAND) deve ser realizada no diagnóstico usando uma ferramenta de rastreamento validada, como a checklist de TAND.[1][19][20] TAND checklist Opens in new window

  • O eletroencefalograma (EEG) de rotina deve ser realizado para todas as crianças diagnosticadas com CET, para incluir as fases de sono e vigília, para detectar potencial atividade convulsiva. Um EEG anormal deve ser acompanhado com uma avaliação de EEG com vídeo de 8 a 24 horas, especialmente se as características de TAND estiverem presentes.[1]

  • Uma TC de tórax de alta resolução deve ser realizada para todas as mulheres com 18 anos ou mais diagnosticadas com CET, para avaliar linfangioleiomiomatose (LAM). Testes de função pulmonar e teste de caminhada de 6 minutos de linha basal devem ser realizados em pacientes com evidência de doença pulmonar compatível com LAM na TC de rastreamento.[1][13]

  • A avaliação cardíaca adequada à idade é realizada no momento do diagnóstico. Crianças, especialmente aquelas menores de 3 anos, devem ser submetidas a ecocardiograma e eletrocardiograma (ECG) para verificar se há rabdomiomas e arritmias. Os adultos não necessitam de ecocardiograma de rotina, a menos que tenham sintomas cardíacos ou história médico preocupante, mas um ECG de linha basal é recomendado.[1][13]

  • A pressão arterial e a taxa de filtração glomerular devem ser medidas para todos os pacientes no momento do diagnóstico, para verificar hipertensão secundária e insuficiência renal, respectivamente.[1]

  • Outras investigações (por exemplo, radiografia esquelética, colonoscopia, biópsia de órgãos) são realizadas apenas para indicações específicas.

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