Abordagem

A história característica e as alterações cutâneas, se ainda estiverem presentes ao exame físico, geralmente são suficientes para diagnosticar a erupção polimorfa à luz. A biópsia de pele é restrita a variantes raras da erupção polimorfa à luz e para descartar diagnósticos diferenciais mais graves, como lúpus eritematoso.

História

É comum que os pacientes se queixem do desenvolvimento de manchas eritematosas pruriginosas, seguidas de pápulas, placas ou vesículas em áreas expostas ao sol, inicialmente no tórax, pescoço e nas superfícies extensoras dos braços e das pernas; após intensa exposição repetida ao sol.

As lesões aparecem entre várias horas a alguns dias após a exposição, dependendo do limiar individual e da intensidade da exposição à radiação ultravioleta (RUV).

As alterações cutâneas duram vários dias e a remissão ocorre espontaneamente, sem deixar alterações permanentes.[1][10]

O quadro clínico da erupção polimorfa à luz pode variar entre pacientes; no entanto, o quadro permanece monomorfo em um mesmo paciente ao longo da evolução da doença.[1][10][38]

Mulheres jovens e adolescentes são afetadas mais comumente.[1][20]

A maioria dos pacientes sofre um aumento natural da resistência (adaptação) durante o ano e, no fim do verão, pode tolerar altas doses de RUV sem apresentar lesões da erupção polimorfa à luz.[5][39]

Erupção polimorfa à luz é uma doença crônica que se repete anualmente e persiste por muitos anos ou até décadas.

Exame físico

Pápulas eritematosas, placas ou vesículas pruriginosas estão tipicamente presentes nos locais de propensão individual do paciente (locais onde as lesões da erupção polimorfa à luz reincidem). As áreas frequentemente afetadas incluem a área do colo do pescoço e as superfícies extensoras dos braços e pernas.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tipo de erupção polimorfa à luz em pápulas pequenas, puntiformes e densamente agregadas na faceImagem fornecida pelo Dr. Hadshiew; usada com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6c1531eb​​​​​​​​[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Apresentação típica do tipo de erupção polimorfa à luz em placas extensas no tóraxImagem fornecida pelo Dr. Hadshiew; usada com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@49871eeb[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tipo papulovesicular na área do colo, comumente afetadaImagem fornecida pelo Dr. Hadshiew; usada com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1a55b0c8

Teste de Saidman

O teste de Saidman envolve a avaliação das doses eritematosas mínimas (DEM) para ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB) para detectar qualquer fotossensibilidade anormal. Para pacientes com erupção polimorfa à luz, o teste de Saidman é solicitado apenas quando o diagnóstico não é claro. Os resultados desse teste são tipicamente normais na erupção polimorfa à luz. Testes adicionais compreendem fotoprovocação com comprimentos de onda monocromáticas de UVA e UVB, para induzir lesões específicas da erupção polimorfa à luz após exposição repetida.[1]​ Isso é feito para provocar as lesões individuais típicas, que podem ser submetidas a biópsia, a fim de se confirmar o diagnóstico histológico.

Fotoprovocação combinada pode ser necessária em pacientes cuja anamnese sugere espectros de ação diferente ou quando a fotoprovocação com as radiações UVA e UVB monocromáticas isoladas gera resultados negativos. Esse procedimento afeta tanto a confirmação do diagnóstico (provocando com êxito lesões de erupção polimorfa à luz) quanto as decisões sobre possíveis medidas profiláticas (como o uso de UVA e UVB para aumento da resistência por meio de fototerapia).

Quando os testes de Saidman iniciais são negativos (especialmente para tipos de pele mais escuros), doses mais altas e repetidas de RUV (especialmente para UVA) podem ser necessárias para provocar os sintomas típicos da erupção polimorfa à luz.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Erupção polimorfa à luz com bolhas pronunciadas após fotoprovocação (3 x 100 J/cm^2 de ultravioleta [UVA])Imagem fornecida pelo Dr. Hadshiew; usada com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7e125240

Biópsia de pele

Erupção polimorfa à luz é um diagnóstico clínico e a biópsia raramente é necessária, exceto para descartar doenças mais graves, como lúpus eritematoso sistêmico (LES).

Os achados histológicos típicos da erupção polimorfa à luz são:[45]

  • Infiltração linfocítica perivascular que é mais pronunciada no plexo vascular dérmico superficial

  • Edema subepidérmico

  • Alterações epidérmicas mínimas com degeneração vacuolar da membrana basal, espongiose focal da camada basal da epiderme e exocitose escassa.

Os subtipos e variantes clínicos também diferem em relação ao quadro histológico.

  • O tipo hemorrágico revela extravasamento de eritrócitos na camada papilar da derme.

  • Os achados para a erupção polimorfa à luz do tipo placa incluem infiltração linfocítica em faixa na derme superior e edema subepidérmico pronunciado.

  • O tipo eritema exsudativo multiforme, raro, se assemelha histopatologicamente ao tipo de erupção em placas, mas tende a apresentar edema subepidérmico mais pronunciado.

  • A variante vesiculobolhosa revela uma espongiose acentuada com formação de vesículas e amplificação do edema subepidérmico até provocar alterações bolhosas com separação focal entre a epiderme e a derme.

  • O tipo ictus se assemelha à variante papular; no entanto, pode apresentar necrose focal da epiderme.

Adicionalmente, podem ser encontrados neutrófilos ou eosinófilos.[45]

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