Abordagem

O tratamento antibiótico inicial para qualquer paciente com pneumonia/infecção respiratória geralmente é baseado na gravidade da doença, na presença de comorbidades e na prevalência conhecida de bactérias resistentes na comunidade.[31] A escolha do antibiótico também pode ser orientada pelas diretrizes locais relevantes para pneumonia.

A classificação da gravidade da doença pode ajudar a determinar se o paciente pode ser tratado em ambulatório ou se requer internação ou cuidados intensivos, seja qual for o patógeno. Os escores de gravidade são baseados em fatores como idade, frequência respiratória, pulso, pressão arterial e temperatura. Existem vários sistemas que podem ser usados para o cálculo do escore, por exemplo, o Pneumonia Severity Index (PSI) ou o Índice de Confusão, Nitrogênio Ureico, Frequência Respiratória, Pressão Arterial, Idade a partir de 65 (CURB-65).[45][46] [ Escore CURB-65 de gravidade de uma pneumonia. Opens in new window ] [ Índice de gravidade de pneumonia adquirida na Comunidade (PSI) para adultos Opens in new window ]

Este tópico abrange apenas o manejo da infecção confirmada por Mycoplasma pneumoniae. Para obter mais informações sobre a abordagem geral da pneumonia adquirida na comunidade ou no hospital, incluindo escore de gravidade e tratamento empírico, consulte Pneumonia adquirida na comunidade (não Covid-19) e Pneumonia adquirida no hospital.

Tratamento com antibiótico

Em geral, um macrolídeo ou uma tetraciclina é eficaz como tratamento de primeira linha de infecções por mycoplasma na pneumonia adquirida na comunidade, seja ela não complicada ou mais grave. O tratamento empírico pode ser considerado necessário para garantir a cobertura para organismos atípicos. Quando uma etiologia específica para a pneumonia é encontrada, a terapêutica antimicrobiana pode ser direcionada ao patógeno específico.[31]

Casos de M pneumoniae resistentes a macrolídeos foram relatados no Pacífico Ocidental (53.4%), Sudeste Asiático (9.8%), Américas (8.4%) e Europa (5.1%).[15] Em países onde a resistência do M pneumoniae a macrolídeos é altamente prevalente, parece que as tetraciclinas (doxiciclina ou minociclina)tendem a ser mais eficazes que os macrolídeos ou as fluoroquinolonas.[47][48]

Um antibiótico do tipo fluoroquinolona pode ser considerado como tratamento de segunda linha se os antibióticos anteriores falharem. Em casos graves, antibióticos intravenosos podem ser considerados apropriados no ambiente hospitalar até a melhora clínica ou até que o paciente possa tomar medicamentos por via oral.

As fluoroquinolonas também podem ser apropriadas para pacientes com pneumonia e comorbidades como diabetes, transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas e doença cardíaca, pulmonar, hepática ou renal crônicas. Geralmente, as fluoroquinolonas fornecem uma cobertura de espectro mais amplo que o necessário para a pneumonia atípica.[31] No entanto, seu uso pode promover o aparecimento de resistência à fluoroquinolona e, portanto, o uso disseminado na comunidade é desencorajado. Além disso, as fluoroquinolonas estão associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[49][50] A Food and Drug Administration (FDA) também emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção de aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental em pacientes que tomam fluoroquinolonas.[51][52]

O Mycoplasma não responde a antibióticos betalactâmicos em virtude da ausência de uma parede celular nesse organismo.

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