Epidemiologia
Em geral, parassonias sem movimento rápido dos olhos (NREM) são mais prevalentes em crianças e ocorrem em indivíduos com menos de 50 anos de idade.[1]
Parassonias do sono NREM
Despertares confusionais têm prevalência ao longo da vida relatada em 18.5% e, entre adultos com mais de 15 anos, a prevalência é de 2.9% a 4.2%.[2]
O sonambulismo é uma parassonia comum na infância, ocorrendo em até 2% da população.[3] Em adultos, a prevalência é de cerca de 1% a 4%.[4][5] A maioria das crianças supera a parassonia no meio da adolescência. O sexo parece ser indiferente nos estudos europeus, e acredita-se que isso também seja verdade para a população dos EUA.[6]
Terror noturno afeta aproximadamente 6.5% das crianças.[5] A prevalência em adultos foi relatada em 2.3% a 2.6% em indivíduos com 15-64 anos, e 1% em indivíduos com 65 anos ou mais.[2] Entre crianças, os terrores noturnos são mais comuns em meninos do que em meninas, mas não é relatada diferença entre os sexos em adultos.[1]
O distúrbio alimentar relacionado ao sono foi registrado em 5% de uma amostra de 700 pessoas, inclusive pacientes ambulatoriais e hospitalizados com um transtorno alimentar, pessoas obesas em um ensaio para agente anoréxico, pacientes deprimidos em um ensaio de antidepressivos e um grupo de estudantes universitários não selecionados.[7] Controles selecionados aleatoriamente (que não tinham história de transtorno alimentar, não faziam parte da coorte em um ensaio para agente anoréxico e não eram pacientes deprimidos submetidos a antidepressivos) formavam o grupo de estudantes universitários não selecionados no ensaio. A prevalência mais alta foi observada no grupo de pacientes hospitalizados (16.7%), seguido pelo grupo de transtornos alimentares em pacientes ambulatoriais (8.7%); 4.6% da população de estudantes não selecionados também relataram o problema.[7]
Parassonias de movimento rápido dos olhos (REM)
O distúrbio comportamental do sono de movimento rápido dos olhos (DCR) é um tipo de parassonia REM. Tem uma prevalência estimada de 0.68% (0.29% a 1.15%) quando confirmado por polissonografia (PSG). A prevalência de DCR provável (por anamnese e não confirmado por PSG) é maior, de 4% a 6%, mas a estimativa mais alta pode decorrer de resultado falso-positivo.[8] A incidência exata é desconhecida. Essa parassonia normalmente afeta homens com idade avançada, mas, quando ocorre e indivíduos mais jovens, homens e mulheres são igualmente afetados.[2]
As taxas de prevalência de paralisia do sono isolada e recorrente diferem conforme a nacionalidade em estudos comparativos.[2] Um estudo relatou prevalência de 11.4% em estudantes norte-americanos, comparado a 19.2% e 20.7% em estudantes do Kuwait e Sudão, respectivamente.[9] Diferenças culturais podem explicar algumas das variabilidades na prevalência. Em culturas asiáticas, o fenômeno da "opressão do fantasma" (kanashibari) corresponde aos sintomas reconhecidos no hemisfério ocidental como paralisia do sono. Uma estimativa de prevalência mais precisa pode ser obtida considerando-se essas diferenças quando os questionários dos estudos são preparados.[10] Embora muitas vezes relatada por sujeitos mais jovens, a paralisia do sono isolada pode ser subestimada em idosos. Uma prevalência de quase 18% para os sintomas de paralisia do sono isolada foi relatada em uma coorte de pacientes chineses >70 anos de idade.[11] Um estudo documentou uma prevalência geral entre 2.3% e 40% e relatou uma razão de mulheres para homens de 2 para 1.[12]
O distúrbio de pesadelo é mais prevalente em crianças. Ele também ocorre com mais frequência em mulheres que em homens, com uma prevalência geral de 5% a 8% em adultos.[13][14]
Outras parassonias
Síndrome da cabeça explodindo tem sido relatada em todas as idades, mas parece ser particularmente prevalente em adultos jovens, ocorrendo em cerca de 16.6% de estudantes universitários. É mais comum entre aqueles que também apresentam paralisia do sono. A prevalência geral na população geral e as tendências globais em epidemiologia são desconhecidas. O fato de ser ou não mais comum em mulheres é controverso.[15]
As estimativas de prevalência de alucinações relacionadas ao sono estão disponíveis na população europeia não institucionalizada, e a prevalência nos EUA provavelmente seja semelhante. Uma ampla coorte >15,000 pessoas no Reino Unido, Alemanha e Itália, com idade ≥15 anos, relatou alucinações no início do sono (24.8%) e ao despertar (6.6%). Pacientes jovens têm maior probabilidade de serem afetados, e mulheres podem correr um risco ligeiramente maior. Não existem tendências globais conhecidas em epidemiologia.[16]
A prevalência de enurese varia amplamente com a idade, de 2% em adultos mais velhos a 30% em crianças em idade escolar.[17]
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