Caso clínico
Caso clínico #1
Um menino de 18 meses de idade previamente saudável e com desenvolvimento normal é levado ao pronto-socorro de ambulância depois que seus pais presenciaram uma convulsão. Os pais relataram que o garoto teve uma doença febril com sintomas leves no trato respiratório superior e que foi tratado em casa com paracetamol. A criança então começou a ter movimentos espasmódicos frequentes em todos os membros. A temperatura era de 39.5 °C (103.1 °F). Os pais chamaram os serviços de emergência e a criança foi levada para o pronto-socorro. Os espasmos cessaram depois de aproximadamente 5 minutos. Em seguida, a criança ficou sonolenta, mas responsiva ao estímulo verbal. O exame físico revelou um exantema maculopapular eritematoso difuso e um estado mental e neurológico normal.
Caso clínico #2
Uma menina de 10 meses de idade é levada ao pronto-socorro com uma história de contrações recorrentes na perna e no braço direitos seguidas por sonolência prolongada. Os pais relatam uma história de 2 dias de febre com congestão no peito e irritabilidade. A criança foi internada no hospital para avaliação neurológica.
Outras apresentações
Convulsões febris antes dos 6 meses de idade em uma criança com febre relativamente baixa são atípicas e requerem uma investigação completa para excluir meningite bacteriana aguda ou outra patologia do sistema nervoso central (SNC). Outra apresentação atípica caracteriza-se por uma criança com convulsão febril (complexa) focal prolongada que apresente paralisia de Todd (hemiparesia transitória) na recuperação da consciência. Em uma série prospectiva de 95 pacientes com convulsão febril, 2% apresentou paralisia de Todd.[7] O estado de mal epiléptico febril é uma convulsão prolongada ou recorrente com febre e sem recuperação da consciência entre os episódios. Classicamente, a duração é de 30 minutos ou mais; algumas incluem convulsões de duração mais curta (10 minutos ou mais). O estado tônico-clônico generalizado é o mais comum. Em um grande estudo prospectivo controlado, os pacientes com estado de convulsão febril tinham maior probabilidade de apresentar anormalidades neurológicas, uma história de convulsões neonatais e uma história familiar de epilepsia.[8] Um estudo prospectivo multicêntrico de crianças com estado de mal epiléptico febril (estudo Consequences of Prolonged Febrile Seizures in Childhood [FEBSTAT]) encontrou uma idade mediana de 1.3 ano, e as convulsões que eram em sua maioria focais, parciais e longas duravam em média 68 minutos.[9] O estado de mal epiléptico febril frequentemente era a primeira convulsão febril e não era reconhecido no pronto-socorro.
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