História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem história familiar, infecção prévia do sistema nervoso central (SNC) ou trauma, e eventos convulsivos prévios.

deficits neurológicos focais

Qualquer deficit neurológico focal no exame pode ser evidenciado por uma lesão estrutural que resulta em epilepsia sintomática.

sintomas neurológicos focais (antes ou depois da convulsão)

Uma descrição dos sintomas neurológicos específicos e estereotipados antes ou após uma convulsão pode fornecer informações sobre o tipo de epilepsia.

sensação ou experiência premonitória (medo, sensação epigástrica, déjà vu, jamais vu)

Uma sensação ou sequência de sensações premonitórias têm maior probabilidade de indicar epilepsia de início focal, mais frequentemente associada a uma origem no lobo temporal.

Os pacientes normalmente têm dificuldade em descrever sua aura.

hemiparesia temporária

Uma paralisia ou fraqueza pós-ictal em um dos lados do corpo é sugestiva de epilepsia de início focal, e geralmente indica que o foco da convulsão é contralateral ao lado do deficit.

afasia temporária

Uma afasia pós-ictal também pode ser observada após convulsões de início focal que envolvem os centros da linguagem no hemisfério dominante.

febre, rigidez da nuca, estado mental alterado

Observados nos pacientes com convulsões causadas por infecção do sistema nervoso central.

Outros fatores diagnósticos

Incomuns

achados neurocutâneos de doença neurológica

Alguns sinais físicos (achados neurocutâneos) podem sugerir uma doença neurológica subjacente que esteja associada às convulsões. Por exemplo, a presença de máculas hipomelanóticas (folha de freixo), marcas de Shagreen, angiofibromas faciais e/ou fibromas periungueais geralmente são indicativos de esclerose tuberosa. Manchas café com leite, sardas axilares e/ou fibromas são sugestivos de neurofibromatose.

Fatores de risco

Fortes

história familiar (estendida ou imediata) de epilepsia de início generalizado

Para as crises tônico-clônicas generalizadas decorrentes de epilepsias de início generalizado, uma história familiar positiva está fortemente ligada ao desenvolvimento de convulsões. Isso provavelmente é decorrente da transmissão de mutações aos códigos genéticos de uma variedade de canais e/ou receptores iônicos relacionados à sinalização neural.[12][13]​​​

Infecção prévia do sistema nervoso central (SNC)

Qualquer doença grave do SNC (por exemplo, encefalite, meningite, neurocisticercose) aumenta o risco de convulsões. Estas doenças são uma das principais causas de epilepsia em países de baixa e média rendas.[10][17]

trauma cranioencefálico

Qualquer trauma cranioencefálico que resulte em perda prolongada de consciência, ou seja de lesões penetrantes, aumenta o risco de convulsões em um momento posterior na vida.[10][18]

Lesões no SNC

As lesões do SNC, como tumores e malformações vasculares, estão associadas a um maior risco de convulsões.[19][20]

acidente vascular cerebral (AVC)

O AVC é a causa evitável mais comum de epilepsia entre adultos em países de alta renda.[10]

insulto cerebral pré-natal ou perinatal

As lesões cerebrais pré-natais ou perinatais são a principal causa de epilepsia, em particular nos países de baixa e média rendas.[10]

deficiência intelectual

A prevalência da epilepsia é maior em pessoas com deficiência intelectual do que na população em geral.[21]

vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Os pacientes com HIV têm uma maior prevalência e incidência de convulsões e epilepsia do que a população geral, e as taxas de mortalidade também são mais elevadas.[22]

eventos convulsivos prévios ou suspeita de eventos convulsivos

Em alguns casos, eventos convulsivos prévios podem ser diagnosticados erroneamente; portanto, é imperativo questionar sobre qualquer convulsão potencial no passado.

Fracos

História de abuso de substâncias

O consumo de bebidas alcoólicas ou de determinadas substâncias ilícitas podem aumentar o risco de eventos de convulsões com ou sem fator precipitante. A cocaína, as anfetaminas, a heroína, a fenciclidina e o ácido gama-hidroxibutírico foram implicados.[23]

nascimento pré-termo

As crianças que nascidas prematuramente apresentam um maior risco de desenvolvimento de epilepsia em um momento posterior da vida, provavelmente devido à maior incidência de hemorragia periventricular.​​[24][25]

convulsões febris múltiplas ou complicadas

Os pacientes com convulsões febris recorrentes ou atípicas (como as que duram por mais de 15 minutos e/ou que apresentam foco) podem ter um aumento do risco de desenvolvimento de crises tônico-clônicas generalizadas em um momento posterior na vida.​​[26][27]

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