Abordagem

O quadro clínico da meningite viral é frequentemente indistinguível do quadro da meningite bacteriana aguda. Se o paciente estiver muito doente, imunocomprometido, ou tiver recebido antibióticos anteriormente, a antibioticoterapia empírica é justificada, pois o atraso na administração de antibióticos está associado a um desfecho desfavorável. Se o paciente estiver bem, a observação sem antibióticos pode ser adequada enquanto o líquido cefalorraquidiano (LCR) é analisado.

A escolha dos antibióticos empíricos depende da idade do paciente, pois isso determina os organismos mais prováveis. Embora a terapia adjuvante com dexametasona, antes da administração de antibióticos, não tenha demonstrado reduzir de forma significativa a mortalidade em pessoas com meningite bacteriana, ela demonstrou reduzir a perda auditiva e sequelas neurológicas em pacientes que residem em países de renda alta.[53][54][55]​ Normalmente a dexametasona adjuvante é recomendada em todos os adultos e crianças com mais de 3 meses de idade previamente saudáveis e não imunossuprimidos.[3][56][57]​​

O uso de aciclovir pode reduzir a intensidade e a duração dos sintomas na meningite viral causada pelo vírus do herpes simples (HSV) ou pelo vírus varicela-zóster.[58] A eficácia não foi estabelecida em ensaios prospectivos randomizados.

Meningite viral confirmada

Os antibióticos podem ser interrompidos após confirmação de infecção viral.[3] Esses pacientes necessitam de cuidados de suporte com analgesia/antipiréticos adequados, antieméticos em caso de vômitos e fluidoterapia intravenosa caso estejam desidratados.[3] Medicamentos antivirais são recomendados em caso de confirmação de infecção por herpes simples, varicela-zóster ou citomegalovírus (CMV).

Aciclovir ou valaciclovir são dados tipicamente como tratamento de primeira linha para HSV e varicela-zóster. O valaciclovir é mais bem absorvido por via oral, mas é mais caro. O foscarnete pode ser utilizado em infecções graves resistentes ao aciclovir.

Para CMV, utiliza-se ganciclovir ou valganciclovir como agentes de primeira linha; os agentes de segunda e terceira linha incluem o foscarnete e o cidofovir, respectivamente.

A meningite linfocítica benigna recorrente (também conhecida como meningite de Mollaret) é uma doença rara devida supostamente a infecção viral.[3] O herpes simples do tipo 2 está mais frequentemente envolvido. As decisões relativas ao tratamento devem sempre ser tomadas por um especialista. O aciclovir e o valaciclovir não devem ser administrados como profilaxia de maneira rotineira.[3] Um ensaio clínico randomizado e controlado de profilaxia secundária com valaciclovir em pacientes tanto com meningite primária quanto com meningite recorrente por HSV-2 não encontrou efeito sobre o risco de recorrência.[59] O estudo também encontrou aumento do risco de recorrência no grupo do valaciclovir assim que o tratamento foi interrompido.[59] Se um especialista iniciar o tratamento antiviral, ele deve ser interrompido após 1 ano, pois a meningite de Mollaret tende a remitir.

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