Etiologia

A deformidade em badalo de sino é o defeito anatômico mais comum associado ao desenvolvimento da torção testicular intravaginal.[3] Outras causas incluem trauma.[3] Geralmente, o evento desencadeante desse tipo de torção testicular é desconhecido; no entanto, o trauma pode ser a causa na minoria dos casos (4% a 8%).[13][14]

A etiologia exata da torção extravaginal é desconhecida e geralmente não se identifica um defeito anatômico.[3]

Fisiopatologia

Normalmente, o testículo desce pelo canal inguinal coberto por uma camada de peritônio. Essa camada, a túnica vaginal, prende-se naturalmente à parede posterior, na parte inferior e na região superior do testículo. Se as duas fixações da túnica vaginal ocorrerem na parte superior do testículo, a deformidade se desenvolverá em badalo de sino, o que aumenta a probabilidade de torção porque o testículo se move livremente dentro da túnica. Essa anormalidade foi relatada em 12% dos casos em uma série de autópsias e, frequentemente, é um fenômeno bilateral.[9]

Quando ocorre a torção, o tempo para destorção e restauração do fornecimento vascular determinará a extensão da viabilidade testicular. Fatores humorais também podem afetar a espermatogênese do testículo contralateral não afetado.[3] O mecanismo exato responsável pelo efeito da lesão de torção/destorção no testículo contralateral é desconhecido. A morte das células germinativas testiculares ocorre secundariamente ao suprimento de oxigênio reduzido, depleção da energia celular e formação de um metabólito tóxico.[15] Os mecanismos para lesão por reperfusão/isquemia que pode afetar os dois testículos foram sugeridos, incluindo mecanismos inflamatórios e/ou formação de radicais livres de oxigênio.[15]

O número de rotações, que pode variar de 180° a 1080°, e a duração da isquemia determinam o grau de viabilidade do tecido.[16][17][18]​ Se ocorrer destorção até 4 a 6 horas após o início dos sintomas, os testículos afetados provavelmente permanecerão viáveis. Se os testículos continuarem torcidos por mais de 10 a 12 horas, provavelmente haverá isquemia e dano testicular irreversível.[19] Após 12 horas, muito provavelmente terá ocorrido necrose.

Classificação

Torção intravaginal

A torção intravaginal é o tipo mais comum de torção testicular. Ela ocorre por causa de uma fixação anormalmente alta da túnica vaginal ao cordão espermático, que permite a rotação do testículo dentro da bolsa. Durante o desenvolvimento anatômico normal, o testículo desce pelo canal inguinal coberto por uma camada de peritônio. Essa camada, a túnica vaginal, prende-se à parede escrotal posterior, na parte inferior posterior do testículo e na região testicular superior. Se as duas fixações da túnica vaginal ocorrerem na parte superior do testículo, se formará a deformidade em badalo de sino, o que aumenta a probabilidade de torção porque o testículo se move livremente dentro da túnica.

Torção extravaginal

A torção extravaginal é uma entidade rara. Ela ocorre durante o período perinatal quando o testículo desce e gira em torno do cordão espermático antes de fixar-se à parede escrotal posterior.

Mesórquio longo

O mesórquio é uma faixa densa de tecido conjuntivo que fixa os dúctulos eferentes do epidídimo à parede posterolateral dos testículos. Quando alongado, pode permitir que os testículos se torçam, e o epidídimo permaneça fixo.[2]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal