História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os aspectos principais incluem uma história de atopia ou asma, exposição a um sensibilizador comum (por exemplo, látex) e reação anafilática anterior.
início agudo
O início ocorre em minutos até no máximo de 1 hora após a exposição.
Pode seguir uma evolução unifásica, com resolução dos sintomas horas após o tratamento e sem recorrência dos sintomas em caso de repetição da exposição ao fator desencadeante. Em cerca de 5% a 20%, os episódios são descritos como ocorrendo após uma evolução bifásica, com recorrência dos sintomas após resolução do quadro inicial.[15][63]
urticária
Geralmente conhecida como prurido. Um sintoma comum caracterizado por pápulas esbranquiçadas, elevadas e palpáveis, que podem ser lineares, anelares (circulares) ou arqueadas (serpiginosas). Ocorre em qualquer área da pele e geralmente é transitória e migratória.
angioedema
Uma manifestação de hipersensibilidade imediata com um edema limitado de alguma parte do corpo. É necessário tratamento imediato caso envolva as vias aéreas.
rubor
Um sinal frequente de anafilaxia devido à vasodilatação.
Deve ser diferenciado de outras causas, como síndrome carcinoide, pós-menopausa, clorpropamida, bebidas alcoólicas, rubor idiopático, carcinoma medular da tireoide e relacionado à epilepsia autonômica.
dispneia
Pode ser causada pela obstrução das vias aéreas superiores ou aumento da resistência à expansibilidade devido à broncoconstrição das vias aéreas inferiores em resposta à exposição ao alérgeno.
sibilância
Geralmente devido à doença reativa das vias aéreas. Sibilância, em conjunto com tórax hiperinsuflado, uso de músculos acessórios e preferência por posição inclinada para frente apontam para broncoconstrição e requer tratamento imediato com broncodilatadores. Um medidor de fluxo de pico indicará uma redução do volume expiratório forçado.
rinite
Associada a conjuntivite bilateral geralmente é um sinal precoce de envolvimento respiratório progressivo.
Outros fatores diagnósticos
comuns
ingestão de alérgeno
Pode ser causado por ingestão, mas também por manuseio e inalação do aerossol do alimento.
A prevalência é maior na população pediátrica, e diminui com a idade.[23]
Na maioria dos casos, os responsáveis são amendoim, nozes, peixes e marisco. Os hábitos alimentares de uma população influenciam o tipo de alimento que causa reação alérgica (por exemplo, alergia a amendoim, nos EUA, e alergia a gergelim em crianças de Israel).
Muitos pacientes não sabem de sua alergia alimentar, e podem não saber que a refeição contém o alérgeno.
Na América do Norte, Europa e Austrália, acredita-se que a anafilaxia induzida por alimentos seja responsável por um terço a metade dos casos de anafilaxia nos pronto-socorros.[17]
picadas ou ferroadas de insetos
Uma causa comum no mundo todo. Picadas de insetos virtualmente onipresentes, como Hymenoptera (vespas e abelhas), são comuns no mundo todo, enquanto picadas de formiga e aranha limitam-se à sua prevalência geográfica.[25]
prurido
Juntamente com a erupção cutânea, é um sinal precoce de urticária.
estridor inspiratório e rouquidão
conjuntivite bilateral
Como resultado da exposição ao alérgeno, pode ocorrer vermelhidão, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, sensação de granulação, edema nas pálpebras e coceira.
Geralmente, ambos os olhos são afetados simultaneamente. Associada à rinite, geralmente é um sinal precoce de envolvimento respiratório progressivo.
náuseas e vômitos
Sugerem a ingestão de um alérgeno e podem estar associados a outros sintomas gastrointestinais, como cólicas abdominais ou diarreia.
cólica ou dor abdominal
Geralmente dolorosas; apontam para um alérgeno alimentar e podem estar associadas a outros sintomas gastrointestinais, como náuseas e vômitos ou diarreia.
agitação/ansiedade
A anafilaxia pode apresentar uma combinação complexa de emoções que incluem medo, apreensão, preocupações e desorientação. Elas podem ser acompanhadas de sensações físicas, como palpitações cardíacas, náuseas, dor torácica ou dispneia. Tais sintomas neuropsicológicos da anafilaxia podem piorar com a hipotensão, e podem até ser desencadeados pela administração de adrenalina, mas tendem a reverter assim que os outros sintomas alérgicos regridem.
confusão/desorientação
Refere-se à perda de orientação quanto ao tempo, local e identidade pessoal e, geralmente, perda de memória. Confusão/desorientação pode piorar com a hipotensão, e pode até ser desencadeado pela administração de adrenalina, mas tende a reverter assim que os outros sintomas alérgicos regridem.
taquicardia
Geralmente está associada à hipotensão, e pode indicar colapso cardiovascular iminente. O pulso pode estar tão fraco que as batidas do coração podem não ser sentidas na palpação radial. Pode levar à subestimação da frequência cardíaca e, assim, à gravidade da condição do paciente. A frequência cardíaca real é mais bem documentada em um monitor de eletrocardiograma (ECG).
tontura
Descrições comuns incluem palavras como tonto, disperso, com mal-estar físico, com vertigem, confuso ou fraco. Pré-síncope é o termo clínico. A anafilaxia pode causar tontura e, eventualmente, síncope devido à hipotensão associada às trocas de líquidos intravasculares para o terceiro espaço, mediadas por substâncias vasoativas liberadas dos mastócitos e basófilos.
síncope
Caracterizada pela perda temporária de consciência e postura, descrita como desmaio ou inconsciência. Geralmente é relacionada à insuficiência temporária de fluxo sanguíneo para o cérebro. A anafilaxia pode causar síncope devido à hipotensão associada às trocas de líquidos intravasculares para o terceiro espaço, mediadas por substâncias vasoativas liberadas dos mastócitos e basófilos.
sensação de morte iminente (angor animi)
Descreve a percepção que uma pessoa tem de estar morrendo. Embora seja mais típica em pacientes que sofrem de síndrome coronariana aguda, como angina, o estridor inspiratório, a dispneia e a sensação de desmaio e tontura após hipotensão compõem o estresse psicológico das reações alérgicas graves.
Incomuns
exercício recente
A anafilaxia induzida por exercícios físicos é desencadeada pela atividade física e geralmente ocorre de 2 a 4 horas após a ingestão do alérgeno.[17] Os sintomas iniciais incluem calor difuso, prurido, eritema e urticária. Evolução para angioedema, sintomas gastrointestinais, fadiga, edema laríngeo e/ou colapso vascular é comum.
Fatores associados a este tipo de anafilaxia incluem medicamentos (por exemplo, aspirina ou outros anti-inflamatórios não esteroidais [AINEs]) e ingestão de alimentos (trigo, mariscos, aipo, entre outros) antes ou após o exercício físico. Portanto, indivíduos predispostos devem evitar exercícios no período imediatamente pós-prandial. Uma taxa mais elevada de atopia foi descrita.
exposição ao calor ou ao frio
hipotensão
A vasodilatação leva a uma hipovolemia relativa e hipotensão grave, característica clínica cardinal da anafilaxia.[51] O aumento da permeabilidade capilar causa perda de fluido para o espaço extravascular, causando, assim, hipotensão.
bradicardia
Às vezes ocorre após medicamentos cardíacos concomitantes, como betabloqueadores. Devem-se evitar mudanças súbitas de posição nesses pacientes, pois isso pode levar a um colapso.[50]
parada cardíaca
Cessação abrupta da circulação normal ou ausência de perfusão efetiva dos órgãos vitais. Diagnosticada pela ausência de pulsos. O paciente deixa de responder e para de respirar, e a pele fica escura.
diarreia
Pode acompanhar outros sintomas do sistema gastrointestinal, como náuseas e vômitos e dor abdominal após a ingestão do alérgeno.
distúrbios visuais
Raros, causados por choque anafilático após isquemia isolada de ambos os corpos geniculados laterais. Em diversos casos, o alérgeno era um antibiótico. Ocorreram perdas de campo visual, revertidas dentro em 7 semanas.[66]
tremor
Tanto as catecolaminas endógenas como a adrenalina administradas por unidades de intervenção primária podem causar tremor e nervosismo.
convulsões
Manifestações neurológicas, embora incomuns, podem incluir convulsões.
Fatores de risco
Fortes
<30 anos de idade: induzida por exercício, associada a alimentos
A anafilaxia induzida por exercício dependente de alimentos é mais comum em pessoas jovens.[17]
atopia/asma
história de anafilaxia
exposição a um sensibilizador comum (por exemplo, látex)
Fracos
idade adulta: relacionado a alimentos, veneno de inseto e medicamentos
As reações a mariscos são as reações associadas a alimentos mais comumente relatadas em adultos.[30]
Entre 1598 pacientes adultos (com idade ≥15 anos) com diagnóstico de alta de anafilaxia induzida por alimento, dois terços dos casos estavam entre as mulheres (n = 978).[31] As maiores taxas de anafilaxia induzida por alimento foram entre pessoas de 25 a 34 anos (n = 361), e a menor entre adultos mais velhos (com idade ≥65 anos).
A anafilaxia associada a veneno fatal é predominantemente observada em homens adultos com idade entre 50 e 60 anos.[32][33]
Os medicamentos, principalmente a penicilina e os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), são causas comuns de anafilaxia nos adultos.[18][19][20][34]
sexo feminino
A anafilaxia induzida por exercício dependente de alimentos é mais comum em mulheres.[17]
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