Novos tratamentos

Toxina botulínica tipo A

Este medicamento pode ser efetivo através da paresia dos músculos injetados (abdutor do hálux, flexor curto dos dedos e quadrado plantar), ou como um agente analgésico e/ou anti-inflamatório direto. Múltiplas revisões sistemáticas de qualidade variável relataram um benefício tanto na dor quanto na função em comparação com os controles, embora os estudos individuais tendam a ser pequenos e com alto risco de viés.[49][73][74][75]​​

Criocirurgia

A criocirurgia é uma técnica minimamente invasiva que usa uma pequena criossonda para destruir tecido ou células patológicas por via percutânea a temperaturas de até -70 ºC (-94 ºF). Uma pequena bola de gelo, medindo aproximadamente 0.5 cm de circunferência, se forma na ponta da sonda e congela, causando a ruptura dos axônios e elementos celulares, alterando a via da dor. Um estudo retrospectivo demonstrou uma taxa de sucesso de 77.4% no alívio da dor em uma amostra de 137 pés pertencentes a pacientes que não responderam a 6 meses de tratamento conservador.[76]​ Em um estudo prospectivo que avaliou 59 pacientes (61 calcanhares) sem resposta clínica à terapia conservadora anterior, a criocirurgia produziu alívio efetivo da dor. Foi usada anestesia local, com uma pequena incisão e inserção de trocarte de 3 mm, permitindo a colocação da criossonda. Foram realizados 3 minutos de congelamento, 30 segundos de descongelamento e outros 3 minutos de congelamento. O local foi irrigado e um curativo foi aplicado durante 24 horas. Um paciente apresentou abscesso que se resolveu após antibiótico oral e desbridamento; 3 pacientes foram submetidos a fasciotomia plantar por via aberta devido a dor resistente; 6 pacientes (10%) foram submetidos a um segundo procedimento de criossonda; 52.4% tiveram resolução completa após um único tratamento. Estudos que comparem a crioterapia com a cirurgia podem ser importantes no futuro.[77]

Injeção de sangue autólogo

A injeção de sangue autólogo tem o potencial de estimular o crescimento vascular e a atividade fibroblástica nos casos de fasciite plantar com dor recalcitrante. Vários ensaios compararam esse tratamento com injeção de corticosteroide, embora nenhum o tenha comparado a um placebo. Revisões sistemáticas relataram resultados mistos.[8][78]​​​ Um estudo de coorte retrospectivo que comparou os desfechos de pacientes com fasciite plantar crônica após injeção de sangue autólogo ou terapia extracorpórea por ondas de choque (TOC) revelou que os pacientes melhoraram de forma estatisticamente significativa com ambos os tratamentos a 6 semanas, 3 meses e 6 meses. No entanto, nenhuma diferença significativa foi observada entre os dois grupos.[79]​ Estudos futuros podem considerar usar a injeção de sangue autólogo nos casos em que não houver resposta clínica a corticosteroides, ou comparar os índices de dor crônica em pessoas que tiverem recebido injeção de sangue autólogo versus injeção de placebo.

Plasma rico em plaquetas

A injeção de plasma rico em plaquetas (PRP) é uma técnica nova na qual o sangue autólogo do paciente é coletado e centrifugado, e a camada de plasma é retirada e injetada na fáscia plantar. A maioria dos estudos até o momento comparou o PRP aos corticosteroides, e múltiplas revisões sistemáticas forneceram dados relativamente fortes em apoio ao PRP como uma alternativa potencialmente viável à injeção de corticosteroides, especialmente dadas as preocupações sobre a ruptura da fáscia plantar após a injeção de corticosteroides.[80][81][82]​​[83][84][85]​​ Embora as injeções de PRP sejam geralmente bem toleradas com complicações mínimas, é importante reconhecer os riscos potenciais envolvidos. Esses riscos decorrem principalmente do procedimento de injeção e podem incluir infecção, lesões nervosas, dor no local da injeção e danos teciduais.[83]

Membrana amniótica desidratada

Injeções de membrana amniótica desidratada estão surgindo como alternativa a procedimentos cirúrgicos mais invasivos em casos recalcitrantes. A membrana é reidratada em soro fisiológico em uma razão 1:1, e a solução é então injetada de forma intrafascial. Os estudos estão se mostrando promissores com o alívio dos sintomas em curto prazo; porém, a longevidade dessa modalidade de tratamento requer mais pesquisa.[73][86]​​

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