Estado de mal epiléptico
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
estado de mal epiléptico convulsivo generalizado
cuidados de suporte + oxigênio
Devem ser iniciadas medidas de suporte básico de vida, incluindo manter as vias aéreas desimpedidas, a administração de oxigênio a 100% por máscara ou cânula nasal, e a correção da hipotensão, da hipertermia, das anormalidades na glicose e nos eletrólitos, e da potencial deficiência de tiamina.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com Muitos pacientes precisarão de via aérea nasofaríngea com oxigenoterapia para manter saturações adequadas.[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
O eletrocardiograma (ECG) deve ser monitorado.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com Complicações cardíacas não são incomuns e alguns medicamentos usados, particularmente a fenitoína, também podem ter efeitos colaterais cardíacos.[19]Lowenstein DH, Alldredge BK. Status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Apr 2;338(14):970-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9521986?tool=bestpractice.com [32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
Se o paciente já estiver tomando anticonvulsivantes, a terapia típica deve ser administrada em dose completa, além do tratamento de emergência.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217 Se a dose de anticonvulsivantes foi reduzida recentemente, as alterações devem ser revertidas se essa for a causa do EME, desde que seja seguro fazê-lo.
O tratamento do EME, especialmente o EME convulsivo generalizado, sempre deve ser monitorado rigorosamente em um ambiente de cuidados intensivos. Isto se deve à possibilidade da maioria dos medicamentos anticonvulsivantes deprimir os sistemas respiratório e cardiovascular.
tiamina + glicose (se hipoglicêmico)
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em adultos hipoglicêmicos (glicose <60 mg/dL), deve-se, em primeiro lugar, administrar uma dose intravenosa de tiamina, seguida por um bolus intravenoso de glicose.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com Em crianças, geralmente, a tiamina não é necessária.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Opções primárias
tiamina: adultos: 100 mg por via intravenosa em dose única
e
glicose: Crianças ≤2 anos de idade: (12.5% de glicose em água) 4 mL/kg em bolus intravenoso; crianças ≥2 anos de idade: (25% de glicose em água) 2mL/kg em bolus intravenoso; adultos: (50% de glicose em água) 50 mL em bolus intravenoso
benzodiazepínico
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Recomenda-se um benzodiazepínico se a convulsão persistir por 5 minutos ou mais.
Em ambientes hospitalares, o lorazepam intravenoso é a terapêutica inicial mais comumente utilizada.[44]Treiman DM, Meyers PD, Walton NY, et al; Veterans Affairs Status Epilepticus Cooperative Study Group. A comparison of four treatments for generalized convulsive status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Sep 17;339(12):792-8.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199809173391202
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9738086?tool=bestpractice.com
[ ]
How does lorazepam compare with other anticonvulsant therapies for people in status epilepticus?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2304/fullMostre-me a resposta[Evidência B]df80c486-c7dc-4bfa-a8c2-2cd5547b2a09ccaBQual a diferença entre lorazepam e terapias com outros anticonvulsivantes para indivíduos com estado de mal epiléptico? O diazepam intramuscular e o midazolam intramuscular também são opções de tratamento de primeira linha aceitáveis.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Em ambientes pré-hospitalares, ou onde midazolam por acesso intravenoso ou intramuscular pode não estar disponível, são recomendados o diazepam retal ou midazolam bucal ou intranasal. .[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com O diazepam retal é comumente administrado para uso doméstico em epilepsias pediátricas.[45]Wheless JW, Clarke DF, Arzimanoglou A, et al. Treatment of pediatric epilepsy: European expert opinion, 2007. Epileptic Disord. 2007 Dec;9(4):353-412. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18077226?tool=bestpractice.com
Depressão da consciência e do estímulo respiratório dose-dependente pode resultar de benzodiazepínicos. Para o diazepam via retal, doses mais baixas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com barbitúricos (para evitar depressão excessiva do sistema nervoso central), e doses mais altas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com benzodiazepínicos (por causa da possível tolerância).
O lorazepam ou diazepam intravenoso pode ser repetido uma vez nos primeiros 5 a 20 minutos.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com Os pacientes devem receber no máximo duas doses (incluindo tratamento pré-hospitalar).[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
Um estudo de coorte prospectivo de crianças com EME convulsivo refratário mostrou que o adiamento da administração de benzodiazepínicos além de 10 minutos após o início da convulsão estava associado a um aumento do risco de morbidade e mortalidade.[46]Gaínza-Lein M, Sánchez Fernández I, Jackson M, et al. Association of time to treatment with short-term outcomes for pediatric patients with refractory convulsive status epilepticus. JAMA Neurol. 2018 Apr 1;75(4):410-8. https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2670446 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29356811?tool=bestpractice.com
Opções primárias
lorazepam: crianças e adultos: 0.1 mg/kg (máximo de 4 mg/dose) por via intravenosa em dose única, pode ser repetida uma vez, se necessário
ou
diazepam: crianças e adultos: 0.15 a 0.2 mg/kg (máximo de 10 mg/dose) por via intravenosa em dose única, podendo repetir uma vez se necessário; crianças e adultos: 0.2 a 0.5 mg/kg (máximo de 20 mg/dose) por via retal em dose única
ou
midazolam: peso corporal de crianças e adultos 13-40 kg: 5 mg por via intramuscular em dose única; crianças e adultos com peso corporal >40 kg: 10 mg por via intramuscular em dose única; crianças e adultos: consulte um especialista para obter orientação sobre a dose intranasal ou bucal
fosfenitoína/fenitoína ou ácido valproico, ou levetiracetam, ou fenobarbital
Embora não existam estudos para orientar o momento da terapia de segunda linha, os especialistas defendem a terapia de segunda linha após 15 a 20 minutos de atividade convulsiva.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com [34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Pode-se escolher fosfenitoína ou fenitoína, ácido valproico, levetiracetam ou fenobarbital.[48]Kapur J, Elm J, Chamberlain JM, et al. Randomized trial of three anticonvulsant medications for status epilepticus. N Engl J Med. 2019 Nov 28;381(22):2103-13. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1905795 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31774955?tool=bestpractice.com [52]Trinka E, Höfler J, Leitinger M, et al. Pharmacotherapy for status epilepticus. Drugs. 2015 Sep;75(13):1499-521. https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40265-015-0454-2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26310189?tool=bestpractice.com
A fosfenitoína e a fenitoína são igualmente eficazes. A fosfenitoína é um pró-fármaco hidrossolúvel da fenitoína. Ela é completamente convertida em fenitoína dentro de 10 a 15 minutos. A fosfenitoína tem menos complicações relacionadas à infusão, mas é significativamente mais cara.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com Hipotensão e arritmias podem ocorrer como resultado da fenitoína e da fosfenitoína em altas taxas de infusão.[8]Dham BS, Hunter K, Rincon F. The epidemiology of status epilepticus in the United States. Neurocrit Care. 2014 Jun;20(3):476-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24519080?tool=bestpractice.com Como o fenobarbital pode causar eventos adversos, ele deve ser usado como uma opção secundária se nenhum dos outros tratamentos estiver disponível.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Em um paciente com cateter venoso de calibre pequeno, a infusão de fenitoína pode resultar em irritação venosa e em dano tecidual. O acesso vascular com cateter de calibre maior está associado a menos complicações.
Se a dose inicial não interromper o EME, doses adicionais do medicamento anticonvulsivante podem ser administradas.
Fosfenitoína, fenitoína, ácido valproico (e seus derivados) e fenobarbital estão associados a um aumento do risco de grandes malformações congênitas e transtornos do neurodesenvolvimento quando usados durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [58]Pack AM, Oskoui M, Williams Roberson S, et al. Teratogenesis, perinatal, and neurodevelopmental outcomes after in utero exposure to antiseizure medication: practice guideline from the AAN, AES, and SMFM. Neurology. 2024 Jun;102(11):e209279. https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000209279 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38748979?tool=bestpractice.com No entanto, essa é uma contraindicação relativa, e esses medicamentos podem ser tentados quando a vida da mãe estiver em risco, após ponderação dos riscos e benefícios e consulta com um especialista. O levetiracetam pode ser a opção mais segura durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [59]Battino D, Tomson T, Bonizzoni E, et al. Risk of major congenital malformations and exposure to antiseizure medication monotherapy. JAMA Neurol. 2024 May 1;81(5):481-9. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10949148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38497990?tool=bestpractice.com [60]Bromley R, Adab N, Bluett-Duncan M, et al. Monotherapy treatment of epilepsy in pregnancy: congenital malformation outcomes in the child. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Aug 29;8(8):CD010224. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463554 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37647086?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fosfenitoína: crianças e adultos: 20 mg de EF/kg (máximo de 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fosfenitoínaAs doses de fosfenitoína são expressadas como unidades equivalentes à fenitoína sódica (EP). Os sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
fenitoína: crianças e adultos: 20 mg/kg (máximo de 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fenitoínaOs sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
ácido valproico: crianças e adultos: 40 mg/kg (máximo de 3000 mg/dose) por via intravenosa em dose única
ou
levetiracetam: crianças e adultos: 60 mg/kg (máximo de 4500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Opções secundárias
fenobarbital: crianças e adultos: 15 mg/kg por via intravenosa em dose única
anestesia geral
Se as convulsões continuarem apesar de tratamento farmacológico apropriado, deve-se realizar uma indução em sequência rápida com anestesia geral.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217 O paciente deve ser ventilado e colocado em monitoramento contínuo com eletroencefalograma enquanto a anestesia geral é iniciada. As doses de manutenção de medicamentos anticonvulsivantes devem ser mantidas.
Midazolam e propofol são frequentemente usados como agentes iniciais, mas outros agentes também podem ser usados.
Opções primárias
midazolam: crianças e adultos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose de anestésico
ou
propofol: crianças e adultos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose de anestésico
Opções secundárias
pentobarbital: crianças e adultos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose de anestésico
encaminhamento a especialista
O estado de mal epiléptico superrefratário é definido como um EME que permanece ou recorre 24 horas ou mais após o início da terapia anestésica ou recorre com a redução/retirada da anestesia.[55]Shorvon S, Ferlisi M. The treatment of super-refractory status epilepticus: a critical review of available therapies and a clinical treatment protocol. Brain. 2011 Oct;134(pt 10):2802-18. https://academic.oup.com/brain/article-abstract/134/10/2802/321372 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21914716?tool=bestpractice.com [56]Cornwall CD, Krøigård T, Kristensen JSS, et al. Outcomes and treatment approaches for super-refractory status epilepticus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Neurol. 2023 Jul 31;80(9):959-68. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10391362 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37523161?tool=bestpractice.com No momento, não há evidências suficientes para sugerir o favorecimento do uso de quaisquer anticonvulsivantes, agentes inalatórios ou tratamentos adjuvantes específicos em detrimento de outros no estado de mal epiléptico superrefratário, pois os dados são limitados a séries de casos e relatos de caso com fatores de confundimento substanciais.[4]Ochoa JG, Dougherty M, Papanastassiou A, et al. Treatment of super-refractory status epilepticus: a review. Epilepsy Curr. 2021 Mar 10;21(6):1535759721999670. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8652329 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33719651?tool=bestpractice.com Um especialista deve ser consultado para obter aconselhamento sobre o manejo do estado de mal epiléptico superrefratário.
estado de mal epiléptico não convulsivo
cuidados de suporte + oxigênio
Devem ser iniciadas medidas de suporte básico de vida, incluindo manter as vias aéreas desimpedidas, a administração de oxigênio a 100% por máscara ou cânula nasal, e a correção da hipotensão, da hipertermia, das anormalidades na glicose e nos eletrólitos, e da potencial deficiência de tiamina.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com Muitos pacientes precisarão de via aérea nasofaríngea com oxigenoterapia para manter saturações adequadas.[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
O ECG do paciente deve ser monitorado.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com Complicações cardíacas não são incomuns e alguns medicamentos usados, particularmente a fenitoína, também podem ter efeitos colaterais cardíacos.[19]Lowenstein DH, Alldredge BK. Status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Apr 2;338(14):970-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9521986?tool=bestpractice.com [32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
Se o paciente já estiver tomando anticonvulsivantes, a terapia típica deve ser administrada em dose completa, além do tratamento de emergência.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217 Se a dose de anticonvulsivantes foi reduzida recentemente, as alterações devem ser revertidas se essa for a causa do EME, desde que seja seguro fazê-lo.
O tratamento do EME sempre deve ser monitorado rigorosamente em um ambiente de cuidados intensivos, pois a maioria dos medicamentos anticonvulsivantes pode deprimir os sistemas respiratório e cardiovascular.
tiamina + glicose (se hipoglicêmico)
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em adultos hipoglicêmicos (glicose <60 mg/dL), deve-se, em primeiro lugar, administrar uma dose intravenosa de tiamina, seguida por um bolus intravenoso de glicose.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Opções primárias
tiamina: 100 mg por via intravenosa em dose única
e
glicose: (50% de glicose em água) 50 mL em bolus intravenoso
benzodiazepínico
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Faltam orientações claras e baseadas em evidências para o manejo do EME não convulsivo.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com Na prática clínica, o tratamento é semelhante ao do EME convulsivo generalizado; no entanto, a escolha do medicamento e a decisão de quando passar para o próximo nível de tratamento devem ser cuidadosamente considerados dentro do contexto clínico. As recomendações detalhadas aqui são baseadas em diretrizes para o EME convulsivo generalizado.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Recomenda-se um benzodiazepínico se a convulsão persistir por 5 minutos ou mais.
Normalmente, usa-se o lorazepam se houver acesso intravenoso, sendo o diazepam intravenoso uma alternativa. O midazolam intramuscular pode ser administrado de forma rápida e é seguro e eficaz no ambiente pré-hospitalar. O midazolam intramuscular pode ter eficácia superior em comparação com o lorazepam intravenoso em adultos sem acesso intravenoso estabelecido. O diazepam está disponível como gel retal e pode ser administrado se não houver acesso intravenoso e não for possível administrar o midazolam intramuscular.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com O midazolam intranasal ou oral também são alternativas (se disponíveis) se não houver acesso intravenoso.
Depressão da consciência e do estímulo respiratório dose-dependente pode resultar de benzodiazepínicos. Para o diazepam via retal, doses mais baixas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com barbitúricos (para evitar depressão excessiva do sistema nervoso central), e doses mais altas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com benzodiazepínicos (por causa da possível tolerância).
Opções primárias
lorazepam: 0.1 mg/kg (máximo de 4 mg/dose) por via intravenosa em dose única, pode ser repetida uma vez, se necessário
ou
diazepam: 0.15 a 0.2 mg/kg (máximo de 10 mg/dose) por via intravenosa em dose única, podendo repetir uma vez se necessário; 0.2 a 0.5 mg/kg (máximo de 20 mg/dose) por via retal em dose única
ou
midazolam: peso corporal 13-40 kg: 5 mg por via intramuscular em dose única; peso corporal >40 kg: 10 mg por via intramuscular em dose única; consulte um especialista para obter orientação sobre a dose intranasal ou bucal
fosfenitoína/fenitoína ou ácido valproico, ou levetiracetam, ou fenobarbital
Não há nenhuma terapia de segunda linha baseada em evidências ou preferencial. Pode-se escolher fosfenitoína ou fenitoína, ácido valproico, levetiracetam ou fenobarbital.[48]Kapur J, Elm J, Chamberlain JM, et al. Randomized trial of three anticonvulsant medications for status epilepticus. N Engl J Med. 2019 Nov 28;381(22):2103-13. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1905795 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31774955?tool=bestpractice.com [52]Trinka E, Höfler J, Leitinger M, et al. Pharmacotherapy for status epilepticus. Drugs. 2015 Sep;75(13):1499-521. https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40265-015-0454-2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26310189?tool=bestpractice.com
A fosfenitoína e a fenitoína são igualmente eficazes. A fosfenitoína é um pró-fármaco hidrossolúvel da fenitoína. Ela é completamente convertida em fenitoína dentro de 10 a 15 minutos. A fosfenitoína tem menos complicações relacionadas à infusão, mas é significativamente mais cara.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com Hipotensão e arritmias podem ocorrer como resultado da fenitoína e da fosfenitoína em altas taxas de infusão.[8]Dham BS, Hunter K, Rincon F. The epidemiology of status epilepticus in the United States. Neurocrit Care. 2014 Jun;20(3):476-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24519080?tool=bestpractice.com
Em um paciente com cateter venoso de calibre pequeno, a infusão de fenitoína pode resultar em irritação venosa e em dano tecidual. O acesso vascular com cateter de calibre maior está associado a menos complicações.
Como o fenobarbital pode causar eventos adversos, ele deve ser usado como uma opção secundária se nenhum dos outros tratamentos estiver disponível.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Se a dose inicial não interromper o EME, doses adicionais do medicamento anticonvulsivante podem ser administradas.
Fosfenitoína, fenitoína, ácido valproico (e seus derivados) e fenobarbital estão associados a um aumento do risco de grandes malformações congênitas e transtornos do neurodesenvolvimento quando usados durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [58]Pack AM, Oskoui M, Williams Roberson S, et al. Teratogenesis, perinatal, and neurodevelopmental outcomes after in utero exposure to antiseizure medication: practice guideline from the AAN, AES, and SMFM. Neurology. 2024 Jun;102(11):e209279. https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000209279 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38748979?tool=bestpractice.com No entanto, essa é uma contraindicação relativa, e esses medicamentos podem ser tentados quando a vida da mãe estiver em risco, após ponderação dos riscos e benefícios e consulta com um especialista. O levetiracetam pode ser a opção mais segura durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [59]Battino D, Tomson T, Bonizzoni E, et al. Risk of major congenital malformations and exposure to antiseizure medication monotherapy. JAMA Neurol. 2024 May 1;81(5):481-9. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10949148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38497990?tool=bestpractice.com [60]Bromley R, Adab N, Bluett-Duncan M, et al. Monotherapy treatment of epilepsy in pregnancy: congenital malformation outcomes in the child. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Aug 29;8(8):CD010224. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463554 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37647086?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fosfenitoína: 20 mg EP/kg (máximo 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fosfenitoínaAs doses de fosfenitoína são expressadas como unidades equivalentes à fenitoína sódica (EP). Os sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
fenitoína: 20 mg/kg (máximo 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fenitoínaOs sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
ácido valproico: 40 mg/kg (máximo 3000 mg/dose) por via intravenosa em dose única
ou
levetiracetam: 60 mg/kg (máximo 4500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Opções secundárias
fenobarbital: 15 mg/kg por via intravenosa em dose única
anestesia geral
Se as convulsões continuarem apesar de tratamento farmacológico apropriado, deve-se realizar uma indução em sequência rápida com anestesia geral.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
O paciente deve ser ventilado e colocado em monitoramento contínuo com eletroencefalograma enquanto a anestesia geral é iniciada. As doses de manutenção de medicamentos anticonvulsivantes devem ser mantidas.
Midazolam e propofol são frequentemente usados como agentes iniciais, mas outros agentes também podem ser usados.
Opções primárias
midazolam: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
ou
propofol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
Opções secundárias
pentobarbital: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
encaminhamento a especialista
O estado de mal epiléptico superrefratário é definido como um EME que permanece ou recorre 24 horas ou mais após o início da terapia anestésica ou recorre com a redução/retirada da anestesia.[55]Shorvon S, Ferlisi M. The treatment of super-refractory status epilepticus: a critical review of available therapies and a clinical treatment protocol. Brain. 2011 Oct;134(pt 10):2802-18. https://academic.oup.com/brain/article-abstract/134/10/2802/321372 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21914716?tool=bestpractice.com [56]Cornwall CD, Krøigård T, Kristensen JSS, et al. Outcomes and treatment approaches for super-refractory status epilepticus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Neurol. 2023 Jul 31;80(9):959-68. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10391362 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37523161?tool=bestpractice.com No momento, não há evidências suficientes para sugerir o favorecimento do uso de quaisquer anticonvulsivantes, agentes inalatórios ou tratamentos adjuvantes específicos em detrimento de outros no estado de mal epiléptico superrefratário, pois os dados são limitados a séries de casos e relatos de caso com fatores de confundimento substanciais.[4]Ochoa JG, Dougherty M, Papanastassiou A, et al. Treatment of super-refractory status epilepticus: a review. Epilepsy Curr. 2021 Mar 10;21(6):1535759721999670. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8652329 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33719651?tool=bestpractice.com Um especialista deve ser consultado para obter aconselhamento sobre o manejo do estado de mal epiléptico superrefratário.
cuidados de suporte + oxigênio
Devem ser iniciadas medidas de suporte básico de vida, incluindo manter as vias aéreas desimpedidas, a administração de oxigênio a 100% por máscara ou cânula nasal, e a correção da hipotensão, da hipertermia, das anormalidades na glicose e nos eletrólitos, e da potencial deficiência de tiamina.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com Muitos pacientes precisarão de via aérea nasofaríngea com oxigenoterapia para manter saturações adequadas.[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
O ECG do paciente deve ser monitorado.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com Complicações cardíacas não são incomuns e alguns medicamentos usados, particularmente a fenitoína, também podem ter efeitos colaterais cardíacos.[19]Lowenstein DH, Alldredge BK. Status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Apr 2;338(14):970-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9521986?tool=bestpractice.com [32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52. https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
Se o paciente já estiver tomando anticonvulsivantes, a terapia típica deve ser administrada em dose completa, além do tratamento de emergência.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217 Se a dose de anticonvulsivantes foi reduzida recentemente, as alterações devem ser revertidas se essa for a causa do EME, desde que seja seguro fazê-lo.
O tratamento do EME sempre deve ser monitorado rigorosamente em um ambiente de cuidados intensivos, pois a maioria dos medicamentos anticonvulsivantes pode deprimir os sistemas respiratório e cardiovascular.
glicose intravenosa (se hipoglicêmico)
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em crianças hipoglicêmicas (glicose <60 mg/dL), deve-se administrar um bolus intravenoso de glicose.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Opções primárias
glicose: crianças <2 anos de idade: (12.5% de glicose em água) 4 mL/kg em bolus intravenoso; crianças ≥2 anos de idade: (25% de glicose em água) 2mL/kg em bolus intravenoso
benzodiazepínico
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Faltam orientações claras e baseadas em evidências para o manejo do EME não convulsivo.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com Na prática clínica, o tratamento é semelhante ao do EME convulsivo generalizado; no entanto, a escolha do medicamento e a decisão de quando passar para o próximo nível de tratamento devem ser cuidadosamente considerados dentro do contexto clínico. As recomendações detalhadas aqui são baseadas em diretrizes para o EME convulsivo generalizado.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Recomenda-se o uso de benzodiazepínicos se a convulsão persistir por 5 minutos ou mais.
Dá-se preferência ao lorazepam se houver acesso intravenoso, sendo o diazepam intravenoso uma alternativa. O midazolam intramuscular é preferido se não houver acesso intravenoso. O diazepam está disponível como gel retal e pode ser administrado se não houver acesso intravenoso e não for possível administrar o midazolam intramuscular.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Depressão da consciência e do estímulo respiratório dose-dependente pode resultar de benzodiazepínicos. Para o diazepam retal, doses mais baixas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com barbitúricos (para evitar depressão excessiva do sistema nervoso central [SNC]) e doses mais altas podem ser necessárias em pacientes em tratamento de manutenção com benzodiazepínicos (por causa da possível tolerância).
Opções primárias
lorazepam: 0.1 mg/kg (máximo de 4 mg/dose) por via intravenosa em dose única, pode ser repetida uma vez, se necessário
ou
diazepam: 0.15 a 0.2 mg/kg (máximo de 10 mg/dose) por via intravenosa em dose única, podendo repetir uma vez se necessário; 0.2 a 0.5 mg/kg (máximo de 20 mg/dose) por via retal em dose única
ou
midazolam: peso corporal 13-40 kg: 5 mg por via intramuscular em dose única; peso corporal >40 kg: 10 mg por via intramuscular em dose única; consulte um especialista para obter orientação sobre a dose intranasal ou bucal
fosfenitoína/fenitoína ou ácido valproico, ou levetiracetam, ou fenobarbital
Não há nenhuma terapia de segunda linha preferencial baseada em evidências. As opções são fosfenitoína, fenitoína, ácido valproico ou levetiracetam.[48]Kapur J, Elm J, Chamberlain JM, et al. Randomized trial of three anticonvulsant medications for status epilepticus. N Engl J Med. 2019 Nov 28;381(22):2103-13. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1905795 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31774955?tool=bestpractice.com [52]Trinka E, Höfler J, Leitinger M, et al. Pharmacotherapy for status epilepticus. Drugs. 2015 Sep;75(13):1499-521. https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40265-015-0454-2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26310189?tool=bestpractice.com
A fosfenitoína e a fenitoína são igualmente eficazes. A fosfenitoína é um pró-fármaco hidrossolúvel da fenitoína. Ela é completamente convertida em fenitoína dentro de 10 a 15 minutos. A fosfenitoína tem menos complicações relacionadas à infusão, mas é significativamente mais cara.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com Hipotensão e arritmias podem ocorrer como resultado da fenitoína e da fosfenitoína em altas taxas de infusão.[8]Dham BS, Hunter K, Rincon F. The epidemiology of status epilepticus in the United States. Neurocrit Care. 2014 Jun;20(3):476-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24519080?tool=bestpractice.com
Em um paciente com cateter venoso de calibre pequeno, a infusão de fenitoína pode resultar em irritação venosa e em dano tecidual. O acesso vascular com cateter de calibre maior está associado a menos complicações.
Como o fenobarbital pode causar eventos adversos, ele deve ser usado como uma opção secundária se nenhum dos outros tratamentos estiver disponível.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61. https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Se a dose inicial não interromper o EME, doses adicionais do medicamento anticonvulsivante podem ser administradas.
Fosfenitoína, fenitoína, ácido valproico (e seus derivados) e fenobarbital estão associados a um aumento do risco de grandes malformações congênitas e transtornos do neurodesenvolvimento quando usados durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [58]Pack AM, Oskoui M, Williams Roberson S, et al. Teratogenesis, perinatal, and neurodevelopmental outcomes after in utero exposure to antiseizure medication: practice guideline from the AAN, AES, and SMFM. Neurology. 2024 Jun;102(11):e209279. https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000209279 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38748979?tool=bestpractice.com No entanto, essa é uma contraindicação relativa, e esses medicamentos podem ser tentados quando a vida da mãe estiver em risco, após ponderação dos riscos e benefícios e consulta com um especialista. O levetiracetam pode ser a opção mais segura durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review [59]Battino D, Tomson T, Bonizzoni E, et al. Risk of major congenital malformations and exposure to antiseizure medication monotherapy. JAMA Neurol. 2024 May 1;81(5):481-9. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10949148 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38497990?tool=bestpractice.com [60]Bromley R, Adab N, Bluett-Duncan M, et al. Monotherapy treatment of epilepsy in pregnancy: congenital malformation outcomes in the child. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Aug 29;8(8):CD010224. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463554 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37647086?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fosfenitoína: 20 mg EP/kg (máximo 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fosfenitoínaAs doses de fosfenitoína são expressadas como unidades equivalentes à fenitoína sódica (EP). Os sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
fenitoína: 20 mg/kg (máximo 1500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Mais fenitoínaOs sinais vitais e o ECG devem ser monitorados.
ou
ácido valproico: 40 mg/kg (máximo 3000 mg/dose) por via intravenosa em dose única
ou
levetiracetam: 60 mg/kg (máximo 4500 mg/dose) por via intravenosa em dose única
Opções secundárias
fenobarbital: 15 mg/kg por via intravenosa em dose única
anestesia geral
Se as convulsões continuarem apesar de tratamento farmacológico apropriado, deve-se realizar uma indução em sequência rápida com anestesia geral.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
O paciente deve ser ventilado e colocado em monitoramento contínuo com eletroencefalograma enquanto a anestesia geral é iniciada. As doses de manutenção de medicamentos anticonvulsivantes devem ser mantidas.
Midazolam e propofol são frequentemente usados como agentes iniciais, mas outros agentes também podem ser usados.
Opções primárias
midazolam: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
ou
propofol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
Opções secundárias
pentobarbital: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose anestésica
encaminhamento a especialista
O estado de mal epiléptico superrefratário é definido como um EME que permanece ou recorre 24 horas ou mais após o início da terapia anestésica ou recorre com a redução/retirada da anestesia.[55]Shorvon S, Ferlisi M. The treatment of super-refractory status epilepticus: a critical review of available therapies and a clinical treatment protocol. Brain. 2011 Oct;134(pt 10):2802-18. https://academic.oup.com/brain/article-abstract/134/10/2802/321372 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21914716?tool=bestpractice.com [56]Cornwall CD, Krøigård T, Kristensen JSS, et al. Outcomes and treatment approaches for super-refractory status epilepticus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Neurol. 2023 Jul 31;80(9):959-68. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10391362 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37523161?tool=bestpractice.com No momento, não há evidências suficientes para sugerir o favorecimento do uso de quaisquer anticonvulsivantes, agentes inalatórios ou tratamentos adjuvantes específicos em detrimento de outros no estado de mal epiléptico superrefratário, pois os dados são limitados a séries de casos e relatos de caso com fatores de confundimento substanciais.[4]Ochoa JG, Dougherty M, Papanastassiou A, et al. Treatment of super-refractory status epilepticus: a review. Epilepsy Curr. 2021 Mar 10;21(6):1535759721999670. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8652329 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33719651?tool=bestpractice.com Um especialista deve ser consultado para obter aconselhamento sobre o manejo do estado de mal epiléptico superrefratário.
focal sem consciência comprometida
tratamento orientado pela etiologia subjacente
Como as causas potenciais de EME focal sem comprometimento da consciência são numerosas, o tratamento deve ser guiado pela etiologia subjacente.
O uso de anticonvulsivantes constitui a intervenção de primeira linha. Isso não irá interromper as convulsões focais, mas irá ajudar a impedir sua propagação. Alguns médicos preferem o uso de fenitoína e fenobarbital primeiro, mas pode ser usado outro anticonvulsivante.
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