O tratamento do EME convulsivo generalizado, o tipo mais comum de EME, deve ser iniciado imediatamente para evitar dano neurológico e morte. Alcançar o controle das convulsões nas primeiras 1 a 2 horas após o início é um determinante significativo do desfecho.[40]Neligan A, Shorvon SD. Prognostic factors, morbidity and mortality in tonic-clonic status epilepticus: a review. Epilepsy Res. 2011 Jan;93(1):1-10.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20947300?tool=bestpractice.com
O EME convulsivo generalizado é considerado uma emergência neurológica, pois apresenta um alto risco de mortalidade e morbidade. A duração prolongada do EME convulsivo generalizado também está correlacionada a uma refratariedade maior em relação à terapia, implicando em um desfecho mais desfavorável. Quanto mais cedo o tratamento do EME for instituído, maior a probabilidade de sucesso.[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext
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Os principais objetivos do tratamento agudo incluem a cessação da atividade convulsiva e a proteção das vias aéreas; as complicações devem ser evitadas e tratadas. Condições subjacentes devem ser tratadas simultaneamente, sobretudo se contribuírem para o EME. O tratamento de outras formas do EME depende do subtipo diagnosticado.
Medidas de suporte
O tratamento deve ser concomitante à avaliação clínica e às investigações. O manejo do EME convulsivo generalizado e não convulsivo deve iniciar com medidas de suporte básico de vida (vias aéreas, respiração, circulação, incapacidade e avaliação neurológica), como em qualquer outra emergência médica aguda.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
As vias aéreas do paciente devem ser protegidas.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com
Apesar de breve hipóxia, a maioria dos pacientes respira com eficiência durante o EME, se as vias aéreas estiverem desobstruídas.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com
Manter as vias aéreas protegidas pode ser difícil durante a ocorrência de convulsões. Muitos pacientes precisarão de via aérea nasofaríngea com oxigenoterapia para manter saturações adequadas.[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
O bloqueio neuromuscular é uma opção em casos extremos. Deve ser usado um medicamento de curta ação como o vecurônio. Bloqueadores neuromusculares de curta ação são preferíveis porque permitem a avaliação de convulsões persistentes imediatamente após a intubação.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
https://journals.sagepub.com/doi/10.5698/1535-7597-16.1.48
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Deve ser fornecido oxigênio a 100% através de cânula nasal ou máscara de não reinalação.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
Os sinais vitais devem ser verificados:
Deve ser usado o resfriamento passivo se a temperatura corporal exceder 40 °C (104 °F).[41]Cascino GD. Generalized convulsive status epilepticus. Mayo Clin Proc. 1996 Aug;71(8):787-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8691900?tool=bestpractice.com
No EME, a hipertermia é mais comumente resultante da atividade convulsiva que um sintoma secundário a infecções subjacentes.
Se houver hipotensão, devem ser usados hidratação e vasopressores.
Deve ser estabelecido um acesso intravenoso e o sangue deve ser enviado para exames laboratoriais (função hepática, função renal, eletrólitos, cálcio, fósforo, magnésio, hemograma completo, toxicologia e níveis de medicamentos anticonvulsivantes séricos).[42]Treiman DM. Treatment of convulsive status epilepticus. Int Rev Neurobiol. 2007 Sep 17;339(12):792-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17433931?tool=bestpractice.com
O nível de glicose sérica deve ser medido e a tiamina seguida de glicose devem ser administrados se houver preocupação sobre a deficiência de tiamina e hipoglicemia (por exemplo, suspeita de abuso de álcool).[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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[43]Kalviainen R, Eriksson K, Parviainen I. Refractory generalised convulsive status epilepticus: a guide to treatment. CNS Drugs. 2005;19(9):759-68.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16142991?tool=bestpractice.com
Em casos extremos de acidose, deve ser usado o bicarbonato.[42]Treiman DM. Treatment of convulsive status epilepticus. Int Rev Neurobiol. 2007 Sep 17;339(12):792-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17433931?tool=bestpractice.com
O monitoramento do ECG deve ser instituído.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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Complicações cardíacas não são incomuns e alguns medicamentos usados, particularmente a fenitoína, também podem ter efeitos colaterais cardíacos.[19]Lowenstein DH, Alldredge BK. Status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Apr 2;338(14):970-6.
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[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext
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EME convulsivo generalizado
A cascata de tratamento tem como objetivo interromper a ocorrência de convulsões clínicas e eletrográficas.
Deve ser administrada a terapia inicial quando o EME for reconhecido (ou seja, após 5 minutos de atividade de convulsão ou assim que possível).[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
Em ambientes hospitalares, o lorazepam intravenoso é a terapêutica inicial mais comumente utilizada.[44]Treiman DM, Meyers PD, Walton NY, et al; Veterans Affairs Status Epilepticus Cooperative Study Group. A comparison of four treatments for generalized convulsive status epilepticus. N Engl J Med. 1998 Sep 17;339(12):792-8.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199809173391202
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9738086?tool=bestpractice.com
[
]
How does lorazepam compare with other anticonvulsant therapies for people in status epilepticus?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2304/fullMostre-me a resposta[Evidência B]df80c486-c7dc-4bfa-a8c2-2cd5547b2a09ccaBQual a diferença entre lorazepam e terapias com outros anticonvulsivantes para indivíduos com estado de mal epiléptico? O diazepam intramuscular e o midazolam intramuscular também são opções de tratamento de primeira linha aceitáveis.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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Em ambientes pré-hospitalares, ou onde midazolam por acesso intravenoso ou intramuscular pode não estar disponível, são recomendados o diazepam retal ou midazolam bucal ou intranasal. .[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
O diazepam retal é comumente administrado para uso doméstico em epilepsias pediátricas.[45]Wheless JW, Clarke DF, Arzimanoglou A, et al. Treatment of pediatric epilepsy: European expert opinion, 2007. Epileptic Disord. 2007 Dec;9(4):353-412.
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Depressão da consciência e do estímulo respiratório dose-dependente pode resultar de benzodiazepínicos. Doses mais elevadas de benzodiazepínicos podem ser necessárias para eliminar o EME em pacientes que tomam benzodiazepínicos ou barbitúricos cronicamente (por causa de possível tolerância cruzada), com atenção ao fato de que pode haver exacerbação da depressão do sistema nervoso central.
O lorazepam ou diazepam intravenoso pode ser repetido uma vez nos primeiros 5 a 20 minutos.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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Os pacientes devem receber no máximo duas doses (incluindo tratamento pré-hospitalar).[32]Crawshaw AA, Cock HR. Medical management of status epilepticus: emergency room to intensive care unit. Seizure. 2020 Feb;75:145-52.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(19)30204-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31722820?tool=bestpractice.com
Um estudo de coorte prospectivo de crianças com EME convulsivo refratário mostrou que o adiamento da administração de benzodiazepínicos além de 10 minutos após o início da convulsão estava associado a um aumento do risco de morbidade e mortalidade.[46]Gaínza-Lein M, Sánchez Fernández I, Jackson M, et al. Association of time to treatment with short-term outcomes for pediatric patients with refractory convulsive status epilepticus. JAMA Neurol. 2018 Apr 1;75(4):410-8.
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Se o paciente já estiver tomando anticonvulsivantes, a terapia típica deve ser administrada em dose completa, além do tratamento de emergência.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
Se a dose de anticonvulsivantes foi reduzida recentemente, as alterações devem ser revertidas se essa for a causa do EME, desde que seja seguro fazê-lo.
Se os benzodiazepínicos não interromperem as convulsões, as próximas opções são a fenitoína, a fosfenitoína, o ácido valproico , o levetiracetam ou o fenobarbital.[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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[47]Osorio I, Reed RC. Treatment of refractory generalized tonic-clonic status epilepticus with pentobarbital anesthesia after high-dose phenytoin. Epilepsia. 1989 Jul-Aug;30(4):464-71.
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Embora não existam estudos para orientar o momento da terapia de segunda linha, os especialistas defendem a terapia de segunda linha após 15 a 20 minutos de atividade convulsiva.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23.
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[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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A infusão de fenitoína pode resultar em irritação venosa e em dano tecidual se o medicamento não diluído for administrado através de um cateter venoso de calibre pequeno. Além disso, uma complicação rara do uso intravenoso de fenitoína é a síndrome da luva púrpura: uma descoloração escura que se estende do local da injeção até o membro distal e que está associada a dor e inchaço. A fosfenitoína é um pró-fármaco da fenitoína hidrossolúvel que tem menos complicações relacionadas à infusão, mas é significativamente mais cara.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24.
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Hipotensão e arritmias podem ocorrer como resultado da fenitoína e da fosfenitoína em altas taxas de infusão.[8]Dham BS, Hunter K, Rincon F. The epidemiology of status epilepticus in the United States. Neurocrit Care. 2014 Jun;20(3):476-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24519080?tool=bestpractice.com
Um estudo duplo-cego e randomizado em crianças e adultos com EME convulsivo que não responderam ao tratamento com benzodiazepínicos revelou que levetiracetam, fosfenitoína e ácido valproico levaram à cessação das convulsões e melhoraram o estado de alerta em 60 minutos em aproximadamente metade dos pacientes. Os três medicamentos foram associados a incidências semelhantes de eventos adversos.[48]Kapur J, Elm J, Chamberlain JM, et al. Randomized trial of three anticonvulsant medications for status epilepticus. N Engl J Med. 2019 Nov 28;381(22):2103-13.
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A eficácia dentro das faixas etárias não diferiu por medicamento.[49]Chamberlain JM, Kapur J, Shinnar S, et al. Efficacy of levetiracetam, fosphenytoin, and valproate for established status epilepticus by age group (ESETT): a double-blind, responsive-adaptive, randomised controlled trial. Lancet. 2020 Apr 11;395(10231):1217-24.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7241415
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32203691?tool=bestpractice.com
A análise subsequente revelou que a intubação endotraqueal em crianças ocorreu mais comumente com o tratamento com fosfenitoína, mas outros desfechos secundários de segurança foram semelhantes entre os tratamentos.[49]Chamberlain JM, Kapur J, Shinnar S, et al. Efficacy of levetiracetam, fosphenytoin, and valproate for established status epilepticus by age group (ESETT): a double-blind, responsive-adaptive, randomised controlled trial. Lancet. 2020 Apr 11;395(10231):1217-24.
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Portanto, levetiracetam, fosfenitoína e ácido valproico são todos tratamentos de segunda linha aceitáveis para EME refratário a benzodiazepínicos.
Dois ensaios randomizados abertos não revelaram nenhuma diferença significativa entre o levetiracetam e a fenitoína, no que diz respeito ao controle das convulsões, quando usado como tratamento de segunda linha para o EME convulsivo em pacientes pediátricos.[50]Lyttle MD, Rainford NEA, Gamble C, et al. Levetiracetam versus phenytoin for second-line treatment of paediatric convulsive status epilepticus (EcLiPSE): a multicentre, open-label, randomised trial. Lancet. 2019 May 25;393(10186):2125-34.
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(19)30724-X/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31005385?tool=bestpractice.com
[51]Dalziel SR, Borland ML, Furyk J, et al. Levetiracetam versus phenytoin for second-line treatment of convulsive status epilepticus in children (ConSEPT): an open-label, multicentre, randomised controlled trial. Lancet. 2019 May 25;393(10186):2135-45.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31005386?tool=bestpractice.com
No entanto, a facilidade de administração e o bom perfil de segurança do levetiracetam tornam-no uma alternativa razoável à fenitoína como tratamento de segunda linha.[50]Lyttle MD, Rainford NEA, Gamble C, et al. Levetiracetam versus phenytoin for second-line treatment of paediatric convulsive status epilepticus (EcLiPSE): a multicentre, open-label, randomised trial. Lancet. 2019 May 25;393(10186):2125-34.
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O fenobarbital é outro tratamento alternativo de segunda linha, embora tenha potencial para efeitos sedativos.[52]Trinka E, Höfler J, Leitinger M, et al. Pharmacotherapy for status epilepticus. Drugs. 2015 Sep;75(13):1499-521.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40265-015-0454-2
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Doses adicionais do medicamento anticonvulsivante intravenoso selecionado (isto é, fenitoína, fosfenitoína, ácido valproico, levetiracetam ou fenobarbital) podem ser administradas se o agente não eliminar o EME.
Vale ressaltar que a depressão dose-dependente da consciência e o estímulo respiratório podem decorrer do uso de benzodiazepínicos e barbitúricos.
Se o EME persistir apesar das medidas anteriores, a próxima etapa é intubar e iniciar a anestesia geral.[37]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
O paciente deve ser ventilado e colocado em monitoramento contínuo com eletroencefalograma (EEG) enquanto a anestesia geral é iniciada. As doses de manutenção de anticonvulsivantes devem ser mantidas. Midazolam e propofol são frequentemente usados como agentes iniciais para anestesia geral, mas podem ser usados outros agentes, incluindo pentobarbital e tiopental (observação: pentobarbital é um metabólito ativo do tiopental).[53]Vasile B, Rasulo F, Candiani A, et al. The pathophysiology of propofol infusion syndrome: a simple name for a complex syndrome. Intensive Care Med. 2003 Sep;29(9):1417-25.
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[54]Parviainen I, Uusaro A, Kalviainen R, et al. High-dose thiopental in the treatment of refractory status epilepticus in intensive care unit. Neurology. 2002 Oct 22;59(8):1249-51.
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Há poucas evidências para orientar o momento, mas os especialistas sugerem que após 40 a 60 minutos de atividade convulsiva, deve ser implementada a terapia de terceira linha.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com
[34]Glauser T, Shinnar S, Gloss D. Evidence-based guideline: treatment of convulsive status epilepticus in children and adults: report of the Guideline Committee of the American Epilepsy Society. Epilepsy Curr. 2016 Jan-Feb;16(1):48-61.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26900382?tool=bestpractice.com
O estado de mal epiléptico superrefratário é definido como um EME que permanece ou recorre 24 horas ou mais após o início da terapia anestésica ou recorre com a redução/retirada da anestesia.[55]Shorvon S, Ferlisi M. The treatment of super-refractory status epilepticus: a critical review of available therapies and a clinical treatment protocol. Brain. 2011 Oct;134(pt 10):2802-18.
https://academic.oup.com/brain/article-abstract/134/10/2802/321372
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21914716?tool=bestpractice.com
[56]Cornwall CD, Krøigård T, Kristensen JSS, et al. Outcomes and treatment approaches for super-refractory status epilepticus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Neurol. 2023 Jul 31;80(9):959-68.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37523161?tool=bestpractice.com
No momento, não há evidências suficientes para sugerir o favorecimento do uso de quaisquer anticonvulsivantes, agentes inalatórios ou tratamentos adjuvantes específicos em detrimento de outros no estado de mal epiléptico superrefratário, pois os dados são limitados a séries de casos e relatos de caso com fatores de confundimento substanciais.[4]Ochoa JG, Dougherty M, Papanastassiou A, et al. Treatment of super-refractory status epilepticus: a review. Epilepsy Curr. 2021 Mar 10;21(6):1535759721999670.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33719651?tool=bestpractice.com
Um especialista deve ser consultado para obter aconselhamento sobre o manejo do estado de mal epiléptico superrefratário.
A American Clinical Neurophysiology Society (ACNS) recomenda EEG contínuo (EEGc) para descartar possível EME não convulsivo após convulsões clínicas.[35]Herman ST, Abend NS, Bleck TP, et al. Consensus statement on continuous EEG in critically ill adults and children, part I: indications. J Clin Neurophysiol. 2015 Apr;32(2):87-95.
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A ACNS recomenda o EEGc por um período mínimo de 24 horas em pacientes criticamente enfermos com:[35]Herman ST, Abend NS, Bleck TP, et al. Consensus statement on continuous EEG in critically ill adults and children, part I: indications. J Clin Neurophysiol. 2015 Apr;32(2):87-95.
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Estado mental anormal persistente após EME convulsivo generalizado ou outras convulsões clinicamente evidentes. Isso inclui pacientes sem sinais claros de melhora do estado de alerta dentro de 10 minutos, ou qualquer comprometimento da consciência mais de 30 minutos após a cessação da atividade motora, ou outros sinais clínicos de atividade convulsiva.
Se os recursos não permitirem o monitoramento por EEGc, EEGs seriados frequentes devem ser obtidos para orientar a terapia, e os médicos podem considerar a transferência do paciente para uma instalação com recursos de EEGc.
A maioria dos especialistas recomenda que o agente anestésico geral seja reduzido após 24 a 48 horas.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com
Se houver recorrência de convulsões eletrográficas ou clínicas, a infusão deve ser reinstituída por mais 24 horas.[2]Brophy GM, Bell R, Claassen J, et al; Neurocritical Care Society Status Epilepticus Guideline Writing Committee. Guidelines for the evaluation and management of status epilepticus. Neurocrit Care. 2012 Aug;17(1):3-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22528274?tool=bestpractice.com
Se ocorrer hipotensão, pode ser necessário um agente vasoativo. Consulte um especialista para obter orientação quanto aos esquemas adequados. A seleção dos agentes vasoativos apropriados deve ocorrer apenas sob supervisão de especialistas em cuidados intensivos, e pode variar de acordo com o tipo de choque, a preferência do médico e as diretrizes de prática locais.
EME não convulsivo
EME generalizado ou focal com consciência comprometida
Faltam orientações claras e baseadas em evidências para o manejo do EME não convulsivo.[20]Betjemann JP, Lowenstein DH. Status epilepticus in adults. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):615-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25908090?tool=bestpractice.com
Na prática clínica, o tratamento é semelhante ao do EME convulsivo generalizado, embora a escolha dos agentes e a decisão de quando escalar para o próximo nível de tratamento devam ser cuidadosamente considerados pelo médico responsável pelo tratamento dentro do contexto clínico.
EME focal sem consciência comprometida
As causas potenciais de EME focal sem comprometimento da consciência (anteriormente EME parcial simples) são numerosas e o tratamento deve ser guiado pela etiologia subjacente. O uso de anticonvulsivantes constitui a intervenção de primeira linha. Eles irão interromper as convulsões focais ou, pelo menos, ajudar a impedir sua propagação. Alguns médicos preferem o uso de fenitoína e fenobarbital primeiro, mas outro anticonvulsivante pode ser usado.
O EME focal sem consciência comprometida raramente é considerado uma emergência médica. No entanto, esta forma de EME pode ocasionalmente ser gravemente incapacitante, caso em que uma intervenção agressiva é justificada. Exames de imagem cranioencefálica podem revelar uma lesão estrutural que explica a origem dessas convulsões. Se houver farmacorresistência ou lesões estruturais, é altamente recomendada uma consulta neurológica.
Segurança dos anticonvulsivantes na gravidez
Fosfenitoína, fenitoína, ácido valproico (e seus derivados) e fenobarbital estão associados a um aumento do risco de grandes malformações congênitas e transtornos do neurodesenvolvimento quando usados durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication].
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[58]Pack AM, Oskoui M, Williams Roberson S, et al. Teratogenesis, perinatal, and neurodevelopmental outcomes after in utero exposure to antiseizure medication: practice guideline from the AAN, AES, and SMFM. Neurology. 2024 Jun;102(11):e209279.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38748979?tool=bestpractice.com
No entanto, essa é uma contraindicação relativa, e esses medicamentos podem ser tentados quando a vida da mãe estiver em risco, após ponderação dos riscos e benefícios e consulta com um especialista. O levetiracetam pode ser a opção mais segura durante a gestação.[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Drug safety update. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. 7 January 2021 [internet publication].
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[59]Battino D, Tomson T, Bonizzoni E, et al. Risk of major congenital malformations and exposure to antiseizure medication monotherapy. JAMA Neurol. 2024 May 1;81(5):481-9.
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[60]Bromley R, Adab N, Bluett-Duncan M, et al. Monotherapy treatment of epilepsy in pregnancy: congenital malformation outcomes in the child. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Aug 29;8(8):CD010224.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463554
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