Etiologia
A acantose nigricans está associada a inúmeras doenças subjacentes, adquiridas e hereditárias, mas mais comumente à obesidade e à hiperinsulinemia.[2][5][6] Acredita-se que essas condições possam causar a liberação de vários fatores de crescimento que resultam em hiperplasia epidérmica.[2][20][21][22] Em alguns casos, não há história familiar identificável nem afecção clínica associada, e a causa é desconhecida.
Fisiopatologia
Embora a patogênese molecular detalhada da acantose nigricans ainda precise ser descoberta, vários fatores de crescimento endócrinos e produzidos por tumores são postulados como tendo um papel no desenvolvimento da acantose nigricans devido aos seus efeitos sobre receptores presentes nas células epidérmicas.[2][20][21][22] Particularmente, o fator de crescimento epidérmico e o fator de transformação de crescimento alfa podem ser produzidos por tumores associados a acantose nigricans.[2][21] Na acantose nigricans relacionada à obesidade e ao diabetes, o aumento dos níveis de vários produtos endócrinos, entre eles o fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1) e a própria insulina, pode estar envolvido, pois seus receptores estão presentes nos ceratinócitos epidérmicos.[2][21][22]
Classificação
Classificação de acordo com o tipo[2]
Acantose nigricans benigna
Lesões unilaterais ou generalizadas presentes no nascimento ou na primeira infância
Familiar com caráter autossômico dominante com penetrância variável
Algumas famílias afetadas têm uma mutação autossômica dominante no gene do receptor do fator de crescimento de fibroblastos 3 (FGFR3)
Pode ser classificada como uma variante do nevo epidérmico
Geralmente não está associada à obesidade nem a anormalidades endócrinas
Pode ser condição de mosaico com um aumento do risco de evoluir para acantose nigricans generalizada no ambiente certo, como obesidade ou hiperinsulinemia
Acantose nigricans associada à obesidade
Dependente do peso e se correlaciona com o índice de massa corporal crescente
Remite com perda de peso
Associada à resistência insulínica que geralmente acompanha a obesidade
Marcador clínico para identificar pacientes com risco de ter diabetes mellitus
Acantose nigricans sindrômica
Associada a síndromes genéticas, particularmente as que apresentam resistência insulínica, obesidade ou defeitos do fator de crescimento fibroblástico
Acantose nigricans maligna
Caracteriza-se pelo início súbito e disseminação rápida
Descrita em todas as faixas etárias, embora o início na idade adulta seja mais comum
Os locais mais comuns são dobras da pele e a parte posterior do pescoço, embora haja envolvimento da mucosa oral e genital em 35% dos pacientes. As superfícies acrais e metástase cutânea superficial da pele também podem estar envolvidas
Pode coexistir com sinal de Leser-Trelat, paquidermatoglifia, papilomatose cutânea florida e prurido generalizado
Mais comumente associado a carcinomas intra-abdominais, normalmente adenocarcinoma gástrico. Os carcinomas do fígado, útero, mama, pulmão, pâncreas e intestino são detectados com menos frequência[10]
Ativada pelo tumor e paralela à evolução do câncer geralmente regredindo com tratamento e retornando com a recorrência do tumor
Acantose nigricans acral
Também conhecida como anomalia acantótica acral
Placas acantóticas hiperpigmentadas nas superfícies extensoras, como cotovelos, joelhos, dorso das mãos e dos pés
Geralmente observada em indivíduos saudáveis com pele escura pigmentada
Acantose nigricans unilateral
Pode ser a forma unilateral da acantose nigricans benigna
Não associada a endocrinopatia, obesidade nem malignidade
Acantose nigricans induzida por medicamento
Raramente induzida por corticosteroides sistêmicos, ácidos nicotínicos, estrogênios, contraceptivos orais, insulina, metiltestosterona, ácido fusídico tópico e extrato de hipófise
Acantose nigricans do tipo misto
Dois dos tipos acima de acantose nigricans que aparecem no mesmo paciente
Geralmente acantose nigricans maligna simultânea com outro tipo
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