Etiologia

A otite externa aguda (OEA) é mais comumente causada por infecções bacterianas. Na América do Norte, 98% da OEA são causadas por bactérias.[1] Frequentemente, ela é polimicrobiana, mas os patógenos mais comuns são Pseudomonas aeruginosa (prevalência de 20% a 60%) e Staphylococcus aureus (prevalência de 10% a 70%).[1] Outras etiologias são idiopática, trauma (por coçar, limpeza agressiva), produtos químicos irritantes, alergia (mais comumente a antibióticos em gotas otológicas, como a neomicina), condições de alta umidade, natação ou afecções cutâneas (dermatite seborreica, dermatite alérgica, dermatite atópica, psoríase).[2] A etiologia fúngica é incomum na OEA primária, mas pode ser mais comum na otite externa crônica, após o tratamento da OEA com antibióticos, particularmente antibióticos tópicos, em países tropicais, em áreas úmidas, em indivíduos com diabetes ou em indivíduos imunocomprometidos. Os patógenos fúngicos mais comuns são espécies de Aspergillus (60% a 90%) e espécies de Candida (10% a 40%).[1]

Fisiopatologia

A patogênese é multifatorial. Vários fatores de risco podem causar predisposição a infecções ou iniciar inflamações e subsequentemente os processos infecciosos. A pele do meato acústico externo intacta e a produção de cerume protegem contra infecções. Isso se deve ao fato de o cerume tornar o pH levemente ácido no canal auditivo.[1] Por outro lado, quebra da integridade da pele, produção insuficiente de cerume ou bloqueio do meato acústico externo com cerume (que promove retenção de água) podem causar predisposição a infecções. A integridade da pele pode ser lesionada por trauma direto, calor e umidade ou persistência de água no meato acústico externo. Acredita-se que tal dano inicie o processo inflamatório.[3][13]​ Subsequentemente, pode ocorrer edema, seguido por inoculação bacteriana e hipertrofia ou supercrescimento.

Classificação

Scott-Brown[2]

Não há publicação disponível de um sistema oficial de classificação, e diferentes autores classificam a otite externa de formas diferentes. Talvez o sistema de classificação mais detalhado seja o seguinte:

Otite externa localizada (furunculose): infecção localizada nos folículos pilosos na porção cartilaginosa do meato acústico externo.[3]

Otite externa difusa: a infecção é limitada à pele do meato acústico externo e da concha e, possivelmente, à membrana timpânica.

Parte de uma afecção cutânea generalizada: os pacientes apresentam outras afecções cutâneas, como dermatite seborreica, dermatite alérgica, dermatite atópica e psoríase.

Otite externa invasiva (granulomatosa/necrotizante): necrose da cartilagem ou do osso adjacentes ao meato acústico externo.

Outras (ceratose obliterante): hiperceratose da pele do meato acústico externo, causando corrosão do osso do canal.

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