Abordagem

O tratamento do hipotireoidismo central é a reposição de tiroxina, bem como uma avaliação abrangente e manejo da patologia hipofisária subjacente.[4][46] Deve-se procurar aconselhamento com especialista em endocrinologia urgentemente. Recomendam-se as análises genéticas nos casos congênitos e naqueles com início durante a infância ou em qualquer idade quando o hipotireoidismo central continua inexplicado.[3]

Tratamento de insuficiência adrenal concomitante

É importante avaliar e tratar a deficiência concomitante de hormônio adrenal antes de iniciar a reposição de tiroxina. Os medicamentos de primeira escolha para tratamento de insuficiência adrenal incluem hidrocortisona e prednisolona. Se a tiroxina for substituída antes da insuficiência adrenal não tratada, pode ocorrer uma crise adrenal aguda. Assim, se não for viável avaliar a função adrenal antes de iniciar a reposição de tiroxina, o tratamento profilático com glicocorticoides deve ser considerado.[1]

Terapia de reposição

A levotiroxina, um isômero levogiro da tiroxina derivado sinteticamente, é usada para terapia de reposição de tiroxina. A dose de levotiroxina no hipotireoidismo central depende de sua etiologia. Geralmente, o tratamento pode ser iniciado com a dose total estimada necessária; no entanto, em idosos ou naqueles com doença arterial coronariana conhecida, recomenda-se iniciar com uma dose baixa de levotiroxina e ajustar gradualmente até a dose total calculada, com base nos resultados séricos de tiroxina livre (T4), geralmente visando a metade superior do intervalo de referência.[47][48][49] Ajustes adicionais da dose podem ser necessários em pacientes tratados com hormônio do crescimento e/ou terapia com estrogênio.[50][51][52] O principal efeito adverso potencial da terapia com levotiroxina é a superdosagem.

A absorção de levotiroxina pode ser afetada por síndromes de má absorção, como doença celíaca, doença inflamatória intestinal e intolerância à lactose. Os medicamentos que podem prejudicar a absorção de levotiroxina incluem ferro, antiácidos contendo alumínio, carbonato de cálcio, quelantes de fosfato, sequestrantes dos ácidos biliares e inibidores da bomba de prótons. A levotiroxina deve ser tomada pelo menos 4 horas antes ou depois de medicamentos que possam interferir na absorção.[53]

A levotiroxina em combinação com liotironina (uma forma sintética de tri-iodotironina) geralmente não é considerada, devido à levotiroxina ser o principal componente da transferência de hormônios tireoidianos através da barreira hematoencefálica.[54]

Tratamento de tumores hipofisários

Os tratamentos clínicos de tumores responsivos podem incluir medicamentos dopaminérgicos ou análogos da somatostatina. Adenomas hipofisários secretores de prolactina são manejados principalmente com terapia com agonista dopaminérgico.[55][56]

Adenomas hipofisários não secretores de prolactina podem ser tratados cirurgicamente, dependendo do tamanho, extensão da invasão e função secretora do tumor. A ressecção cirúrgica pode ser realizado através de uma abordagem transesfenoidal ou transfrontal.[57][58]

A radioterapia é um tratamento eficaz para adenomas hipofisários residuais ou recorrentes, com excelentes índices de controle tumoral e normalização do excesso de secreção hormonal. Desenvolvimentos técnicos na entrega de radioterapia, incluindo radiocirurgia estereotáxica, visam reduzir a quantidade de radiação entregue ao tecido cerebral normal.[59]

Avaliação laboratorial

O tratamento deve ser monitorado em um contexto de clínica endocrinológica. O ajuste de dose da levotiroxina deve ser baseada no valor de T4 livre sérico em jejum medido 24 horas após a última dose de levotiroxina. A adequação do tratamento geralmente é reavaliada através de avaliação clínica e da medição dos níveis de T4 livre de 4 a 6 semanas após um ajuste de dose. As medições do hormônio estimulante da tireoide não são interpretáveis no manejo do hipotireoidismo central e não devem ser monitoradas. É importante observar que os benefícios clínicos da reposição de levotiroxina podem demorar mais do que a restauração bioquímica dos níveis séricos de T4 livre. O ajuste da levotiroxina deve ter como objetivo atingir os níveis séricos de T4 livre na parte média a superior do intervalo de referência. Após a estabilização dos níveis de T4 livre sérico, deve-se repetir sua medição anualmente.

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