Abordagem

O hipotireoidismo é causado por deficiência de hormônios tireoidianos (tiroxina [T4] e tri-iodotironina [T3]) e geralmente se manifesta com intolerância ao frio, fadiga, depressão e fraqueza generalizada. O diagnóstico de hipotireoidismo central requer níveis de T4 livre sérico baixo e de hormônio estimulante da tireoide (TSH) baixo, normal ou discretamente elevado.[4][32]

História

As características clínicas do hipotireoidismo central são similares às do hipotireoidismo primário, mas podem ser mais leves.[1] As manifestações podem incluir fraqueza, fadiga, letargia, cefaleia, intolerância ao frio, deficiência auditiva, constipação, cãibras musculares, ganho de peso modesto, galactorreia, redução de memória e depressão.

As características na história que indicam hipotireoidismo central e não periférico incluem sintomas consistentes com a deficiência ou excesso de outros hormônios hipofisários, incluindo prolactina, hormônio adrenocorticotrófico, hormônio do crescimento, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). Os sintomas do diabetes insípido podem indicar disfunção hipofisária posterior concomitante. Uma história de cefaleia, diplopia ou redução de visão periférica pode indicar massa selar ou suprasselar. Uma história médica pregressa de câncer cerebral ou metastático, hemocromatose, sarcoidose, gestação recente ou cirurgia ou radiação hipofisárias, pode indicar uma etiologia possível. Uma história familiar de hipotireoidismo central pode, em casos raros, sugerir um distúrbio genético.

Exame físico

Os achados em exames físicos de pacientes com hipotireoidismo central são similares aos encontrados em hipotireoidismo primário. Os pacientes podem apresentar pele seca e áspera, expressão facial impassível, bradicardia, redução de pelos e cabelos e retardo do relaxamento dos reflexos tendinosos profundos. Os achados ao exame físico que indicam hipotireoidismo central e não periférico incluem sintomas consistentes com deficiência ou excesso de outros hormônios hipofisários, como mamas atróficas, galactorreia, corcunda de búfalo, fácies de lua cheia ou acromegalia.

Avaliação laboratorial

Em caso de suspeita de hipotireoidismo, devem ser solicitados exames de TSH e T4 livre séricos. O hipotireoidismo central é caracterizado por T4 livre baixo em associação com TSH discordante (geralmente baixo ou normal, mas também pode estar elevado). A doença não tireoidiana é um diagnóstico diferencial importante que deve ser descartado. Recomenda-se consulta urgente a um endocrinologista para avaliações adicionais da função hipofisária. As investigações endócrinas basais apropriadas incluem cortisol sérico, prolactina, gonadotrofinas (FSH e LH) e testosterona total. Níveis séricos baixos/normais de gonadotrofinas em mulheres menopausadas e níveis séricos baixos de gonadotrofinas em combinação com níveis séricos de testosterona total baixos em homens indicam hipogonadismo hipogonadotrófico. Recomendam-se as análises genéticas nos casos congênitos e naqueles com início durante a infância ou em qualquer idade quando o hipotireoidismo central continua inexplicado.[3]

Exames por imagem

Grandes tumores hipofisários são comuns no contexto de hipotireoidismo central. Assim, é essencial realizar exame por imagem da hipófise. A ressonância nuclear magnética (RNM) é o melhor exame por imagem para massas selares. Se RNM não estiver disponível, uma TC com cortes coronais da hipófise é uma alternativa razoável.[33][34][35]

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