Complicações
Uma emergência oncológica que necessita de tratamento imediato.
A SLT é caracterizada por hipercalemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia, hipocalcemia e/ou lactato desidrogenase sérica elevada, que pode ocorrer após o tratamento (incluindo quimioterapia e agentes direcionados, por exemplo, venetoclax) ou espontaneamente (raro), particularmente se a contagem leucocitária (carga tumoral) for alta.
A SLT pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, insuficiência renal aguda e morte, se não for tratada.
A hidratação vigorosa (com fluidoterapia intravenosa), agentes quelantes do fosfato e agentes hipouricêmicos (por exemplo, alopurinol ou rasburicase) deve ser usada para prevenir ou tratar a SLT.
A SLT associada ao venetoclax pode ocorrer 6 a 8 horas após a primeira dose em pacientes com LMA.[93] A avaliação do risco de SLT deve ser realizada antes da administração de venetoclax, e as orientações sobre profilaxia de SLT, monitoramento laboratorial, ajuste da dose e interações medicamentosas devem ser rigorosamente seguidas durante o tratamento com venetoclax.[39][93]
Uma complicação potencialmente de risco de vida que pode ocorrer se a contagem leucocitária estiver extremamente elevada (>100 × 10⁹/L [>100,000/microlitro]).
Os sintomas de leucostase incluem desconforto respiratório e estado mental alterado, causado por células leucêmicas que prejudicam a perfusão microvascular no tecido pulmonar e do sistema nervoso central, respectivamente.
Em pacientes com LMA com hiperleucocitose, a hidroxiureia é recomendada para leucorredução.[24][39] É recomendável que a contagem leucocitária diminua para <25 × 10⁹/L (<25,000/microlitro), principalmente antes de se iniciar o tratamento com agentes hipometilantes e venetoclax.[24][39]
Em pacientes com LPA, a hidroxiureia deve ser considerada para controlar a leucocitose durante o tratamento com ácido all-trans-retinoico (ATRA; também conhecido como tretinoína) e trióxido de arsênio (particularmente se ocorrer síndrome de diferenciação).[39][117]
A leucaférese urgente pode ser considerada em um paciente sintomático com LMA e contagem leucocitária muito elevada; no entanto, ela não é recomendada nos pacientes com leucemia promielocítica aguda (LPA), pois a leucaférese pode agravar a coagulopatia.[39]
Consequência da infiltração da medula óssea por células leucêmicas e de efeitos adversos do tratamento.
Como profilaxia, deve ocorrer transfusão de plaquetas caso a contagem de trombócitos seja <10 × 10⁹/L (<10,000/microlitro). A contagem plaquetária deve ser mantida >50 × 10⁹/L (50,000/microlitro) em pacientes com LPA ou em indivíduos com sangramento significativo.[39][117]
A transfusão de eritrócitos concentrados é recomendada para manter o hematócrito >25%.
A maioria das infecções é causada por bactérias Gram negativas, bactérias Gram positivas (principalmente estafilococos) e, mais raramente, por infecções fúngicas e virais invasivas.
Durante a doença aguda e a quimioterapia, todos os pacientes devem receber profilaxia antibiótica (por exemplo, uma fluoroquinolona) para reduzir o risco de infecção e de neutropenia febril.[127] Os pacientes também devem receber profilaxia antifúngica com um agente antifúngico ativo contra infecções invasivas (por exemplo, posaconazol).[127]
São indicadas outras medidas para reduzir o risco de neutropenia febril, como higiene corporal, alimentos esterilizados, isolamento reverso ou filtração de ar de alta eficiência contra particulados.
Pacientes que apresentarem uma doença febril precisam ser investigados e tratados adequadamente e imediatamente com antibióticos ou agentes anti-infecciosos.
A CIVD com frequência está presente no diagnóstico ou ocorre logo depois do início da quimioterapia nos pacientes com LPA. Ocorre menos comumente com LMA monocítica.
Necessita de tratamento emergencial. Se não tratada, resulta em alto risco de morte hemorrágica. A indução da diferenciação de células tumorais com ácido all-trans-retinoico (ATRA; também conhecido como tretinoína) e a terapia de suporte com hemoderivados apropriados podem levar a uma rápida reversão da coagulopatia.
A LMA raramente envolve o SNC em pacientes adultos, mas pode ser mais comum em pacientes pediátricos com LMA.
A incidência de leucemia no SNC diminuiu desde a incorporação da citarabina.[153]
Pacientes com alto risco de doença do SNC incluem aqueles com contagem leucocitária elevada (>40 × 10⁹/L [>40,000/microlitro]), linhagem monocítica, leucemia aguda de fenótipo misto, doença extramedular, mutações em FLT3 ou leucemia promielocítica aguda (LPA) de alto risco.[39]
O exame morfológico e de citometria de fluxo do líquido cefalorraquidiano confirma o diagnóstico.
Tratada com citarabina ou metotrexato intratecal.
Tratamentos para LMA (por exemplo, ivosidenibe, enasidenibe, olutasidenibe, gilteritinibe) e leucemia promielocítica aguda (LPA; por exemplo, ácido all-trans-retinoico [ATRA; também conhecido como tretinoína], trióxido de arsênio) podem causar síndrome de diferenciação, que pode ser de risco de vida se não for tratada imediatamente.[102][112][125][126]
A síndrome de diferenciação é caracterizada por febre, retenção de líquidos, dificuldade respiratória, infiltrados pulmonares, derrame pulmonar ou pericárdico e uma contagem leucocitária elevada (>10 × 10⁹/L [>10,000/microlitro]).
Os pacientes devem ser monitorados quanto à hipóxia, infiltrados pulmonares e derrame pleural.
Pacientes com síndrome de diferenciação devem ser prontamente tratados com dexametasona.[117]
Em casos graves, o medicamento que causa a síndrome de diferenciação pode ser temporariamente descontinuado até que os sintomas se resolvam.[117]
As complicações em longo prazo da quimioterapia incluem mielodisplasia, neoplasias malignas secundárias, disfunção endócrina (principalmente hipotireoidismo) e cardiomiopatia. As investigações devem ser iniciadas no momento da suspeita.
A infertilidade pode ser um problema para pacientes mais jovens tratados para LMA, e eles devem ser encaminhados para unidades especializadas em fertilidade/concepção assistida.
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