Rastreamento

População assintomática

As evidências atuais não respaldam o rastreamento de rotina para câncer de ovário na população em geral.[108][109][110][111][112][113][114][115]​​

A US Preventive Services Task Force e o American College of Obstetricians and Gynecologists não recomendam o rastreamento de mulheres assintomáticas com risco médio de câncer de ovário.[116][117]

Rastreamento de mulheres de alto risco

A eficácia do rastreamento de rotina para mulheres de alto risco não foi demonstrada; a doença em estágio inicial é difícil de detectar e pode passar despercebida no exame pélvico, no teste CA-125 e na ultrassonografia transvaginal.[66] É necessária uma discussão cautelosa entre a paciente e o médico para entender as limitações significativas dessas abordagens, mesmo em populações de alto risco.[66]

Uma história pessoal ou familiar cuidadosa pode identificar pacientes com aumento do risco de câncer de ovário, aos quais deve ser oferecida avaliação de risco genético (incluindo aconselhamento e testes genéticos).[16][17][77][78][79][80]​ Os critérios para avaliação de risco genético podem incluir:[16][17]

  • Familiar consanguínea com uma variante patogênica ou provavelmente patogênica em um gene de suscetibilidade a câncer de ovário

  • História pessoal ou forte história familiar de câncer de mama e/ou ovário (testes para BRCA1, BRCA2, ATM, BRIP1, PALB2, RAD51C, RAD51D e mutações associadas à síndrome de Lynch [MSH2, MLH1, MSH6, PMS2, EPCAM])

  • História pessoal de câncer relacionado à síndrome de Lynch ou história familiar forte que sugere síndrome de Lynch (por exemplo, um parente de primeiro grau com câncer colorretal e/ou câncer de endométrio com diagnóstico em idade <50 anos, ou com câncer sincrônico ou metacrônico relacionado à síndrome de Lynch, ou com parentes adicionais de primeiro ou segundo grau com cânceres relacionados).

Podem ser realizados testes de linha germinativa para uma variante patogênica específica, se conhecida; o teste do perfil multigênico de linha germinativa personalizado é recomendado se a variante for desconhecida, com base na história pessoal e familiar.[16][64][76]

Se o teste de linha germinativa for positivo, o teste em cascata (aconselhamento e teste de familiares consanguíneos de indivíduos identificados com uma mutação genética específica) deve ocorrer em tempo hábil.[80]

A salpingo-ooforectomia redutora de risco (RRSO; com ou sem histerectomia concomitante) é recomendada após o fim da idade fértil nas pacientes de alto risco.​[16][17]​​ Consulte Prevenção primária.

Mulheres de alto risco que recusam ou não podem ser submetidas à RRSO

O rastreamento de rotina (vigilância) com ultrassonografia transvaginal e CA-125 às vezes é considerado para essas mulheres de alto risco.[18][62][65]​​​ No entanto, os estudos não mostram um benefício claro e isso não é recomendado de maneira rotineira.[16][17]

O algoritmo de risco de câncer de ovário (ROCA) pode ser potencialmente útil como ferramenta de vigilância em mulheres de alto risco (por exemplo, com variantes de linha germinativa patogênicas de BRCA1/2) que adiam ou recusam a cirurgia redutora de risco.[67]

No Reino Unido, as diretrizes do National Institute of Health and Care Excellence (NICE) recomendam considerar a vigilância com teste de CA125 longitudinal (a cada 4 meses) usando um algoritmo (como o ROCA) para pacientes nos seguintes grupos de alto risco que postergam ou recusam a cirurgia redutora de risco:[64]

  • Variante patogênica de BRCA1 e idade acima de 35 anos

  • Variante patogênica de BRCA2 e idade acima de 40 anos

  • Variante patogênica de RAD51C, RAD51D, BRIP1 ou PALB2 e idade acima de 45 anos.

Além disso, uma revisão anual com discussão da cirurgia redutora de risco é recomendada para esses pacientes.

A vigilância de mulheres com alto risco de câncer de ovário representa uma medida temporária e não deve ser considerada como uma alternativa à cirurgia redutora de risco.[68]

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