Etiologia
A etiologia do câncer de ovário é pouco compreendida.
Mutações genéticas herdadas em BRCA1 ou BRCA2 representam um fator de risco significativo para câncer de ovário.[12][13][14][15] Geralmente, o câncer de ovário associado a mutações de BRCA é de alto grau e predominantemente seroso ou endometrioide.[15]
Constata-se também aumento do risco de câncer de ovário (e outros cânceres ginecológicos) em pacientes com síndrome de Lynch (anteriormente conhecida como câncer colorretal hereditário não poliposo), uma condição hereditária rara que envolve mutações de genes de reparo de erro de pareamento do DNA (inclusive MSH2, MLH1, MSH6 e PMS2) e deleções no gene EPCAM.[16][17]
As outras mutações genéticas associadas a câncer de ovário hereditário (bem como ao câncer de mama e outros) incluem ATM, BRIP1, NBN, PALB2, STK11, RAD51C e RAD51D.[18][19][20]
Estudos sobre a salpingo-ooforectomia profilática em mulheres com mutações no BRCA revelaram que muitos cânceres precoces nessas mulheres surgem nas tubas uterinas e que a porção fimbrial distal é o local de origem mais comum.[4][21][22][23][24][25] Além disso, o carcinoma intraepitelial tubário seroso (STIC) foi identificado como uma lesão precursora do carcinoma de ovário seroso de alto grau, o tipo mais comum de câncer epitelial de ovário.[4][21][24][25]
Fisiopatologia
O câncer de ovário epitelial normalmente não invade o espaço do parênquima dos órgãos, mas se anexa à superfície deles. As células tumorais se implantam ao longo do revestimento da cavidade peritoneal (progressão local), do mesentério intestinal e da cápsula hepática, indicando doença metastática. A transformação maligna pode estar relacionada a mutações do gene supressor tumoral (por exemplo, BRCA e TP53), no caso de tumores de alto grau, e a mutações de proto-oncogenes (por exemplo, BRAF e KRas), no caso de tumores de baixo grau.[26][27][28][29]
As células cancerosas esfoliadas seguem a circulação natural do líquido peritoneal, ao longo do sulco paracólico direito e do espaço subdiafragmático. Por isso, a borda direita do fígado e o peritônio diafragmático são locais comuns de implantação tumoral. O omento é também local comum de implantes tumorais.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Omento infiltrado com tumorDo acervo de Justin C. Chura, MD, Cancer Treatment Centers of America, Filadélfia, PA [Citation ends]. O padrão inicial de disseminação do câncer de ovário é por disseminação direta ou drenagem linfática. A disseminação hematogênica em geral ocorre tardiamente no processo da doença.[30]
Classificação
Classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tumores genitais femininos (2020)[5]
Os tumores epiteliais ovarianos são classificados pelo tipo de célula (por exemplo, seroso, endometrioide, mucinoso, de células claras, de Brenner ou seromucinoso) e pela atipia (por exemplo, maligno, limítrofe ou benigno).
Tumores serosos
Neoplásica
Carcinoma seroso de baixo grau
Carcinoma seroso de alto grau
Carcinoma in situ e neoplasia intraepitelial de grau III
Carcinoma seroso, não invasivo, de baixo grau
Tumor limítrofe seroso, variante micropapilar
Limítrofes
Tumor seroso limítrofe
Benigno
Cistadenoma seroso
Papiloma seroso de superfície
Adenofibroma seroso
Cistoadenofibroma seroso
Tumores endometrioides
Neoplásica
Adenocarcinoma endometrioide
Carcinoma seromucinoso
Limítrofes
Tumor endometrioide limítrofe
Benigno
Cistadenoma endometrioide
Adenofibroma endometrioide
Tumores mucinosos
Neoplásica
Adenocarcinoma mucinoso
Limítrofes
Tumor limítrofe mucinoso
Benigno
Cistadenoma mucinoso
Adenofibroma mucinoso
Tumores de células claras
Neoplásica
Adenocarcinoma de células claras
Limítrofes
Tumor de células claras limítrofe
Benigno
Cistadenoma de células claras
Adenofibroma de células claras
Tumores de Brenner
Neoplásica
Tumor de Brenner maligno
Limítrofes
Tumor de Brenner limítrofe
Benigno
Tumor de Brenner
Tumores seromucinosos
Limítrofes
Tumor seromucinoso limítrofe
Benigno
Cistadenoma seromucinoso
Adenofibroma seromucinoso
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