Prognóstico

Diversos ensaios clínicos mostraram que a hipertensão não controlada constitui um grande fator de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca, vascular, renal e vascular cerebral, morbidade e mortalidade. No entanto, mesmo reduções moderadas na pressão arterial (PA) diminuem a morbidade e a mortalidade.[2] A PA sistólica pode ter um efeito maior sobre os desfechos cardiovasculares, mas ficou comprovado que tanto a hipertensão sistólica como a diastólica influenciam de maneira independente no risco de eventos adversos cardiovasculares.[218]​ A associação entre PA e mortalidade por doença cardiovascular (DCV) pode ser específica do sexo, com aumento da mortalidade por DCV observado a PA´s sistólicas mais baixas nas mulheres em comparação com os homens.[219]

Atualmente, não há evidências de ensaios clínicos randomizados e controlados para o benefício de tratar a hipertensão do jaleco branco. Uma metanálise constatou que a hipertensão do jaleco branco não tratada está associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares de mortalidade por todas as causas; não houve associação significativa entre o efeito do jaleco branco tratado e eventos cardiovasculares ou mortalidade.[220] Evidências preliminares do estudo ANTI-MASK sugerem que o tratamento da hipertensão mascarada pode reduzir os danos aos órgãos-alvo. No entanto, o estudo se concentrou nos desfechos de danos aos órgãos-alvo em vez dos desfechos cardiovasculares, e há críticas quanto aos métodos, como o uso da eletrocardiografia em vez da ecocardiografia para avaliar a hipertrofia ventricular esquerda. Pesquisas adicionais são necessárias para confirmar essas descobertas e estabelecer os benefícios cardiovasculares do tratamento da hipertensão mascarada.[221]​ A diretriz do American College of Cardiology (ACC)/American Heart Association (AHA) observa que a hipertensão mascarada e a hipertensão mascarada não controlada estão associadas a uma maior prevalência de danos em órgãos-alvo e risco de doença cardiovascular, AVC e mortalidade em comparação com indivíduos normotensos e aqueles com hipertensão do jaleco branco.[2][222]​ O monitoramento da PA fora do ambiente clínico é essencial para o controle da hipertensão e para a melhora dos desfechos.

São necessários estudos adicionais para confirmar os alvos de PA ideais nos pacientes com diabetes. Em um ensaio clínico randomizado (ACCORD), uma meta de PA mais rigorosa para pacientes com diabetes do tipo 2 não reduziu significativamente o desfecho vascular primário ou a maioria dos desfechos secundários, em comparação com as metas padrão de PA. Nesse estudo, o número total de AVCs e de AVCs não fatais foi menor no grupo que recebeu terapia intensiva, embora o benefício clínico tenha sido limitado (número necessário para tratar = 89 por 5 anos para prevenir um AVC).[94] Dados do estudo ACCORD e dos Veteran Affairs Diabetes Trials também foram usados em uma análise para mostrar uma associação entre a variabilidade da PA e o risco de insuficiência cardíaca em pacientes com diabetes do tipo 2, possivelmente relacionada à diástole.[223]

Em pacientes com diabetes, a diminuição da PA durante o sono – novo objetivo terapêutico que exige avaliação por monitoramento ambulatorial – é o preditor independente mais significativo de sobrevida livre de eventos em alguns estudos.[224][225][226][227][228]

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