Talassemia alfa
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
episódios hemolíticos agudos: gestante ou não gestante
identificação da causa + monitoramento + suplementação com ácido fólico
O tratamento para episódios hemolíticos agudos inclui a investigação quanto à causa do evento hemolítico (incluindo a avaliação quanto à ocorrência de deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase [G6PD] coexistente), o monitoramento (quanto a anemia grave, avaliação da condição cardiovascular e transfusões, dependendo da gravidade da anemia e da tolerância às transfusões) e a suplementação com ácido fólico.
Opções primárias
ácido fólico: crianças e adultos: 1 mg por via oral uma vez ao dia até obter resposta, depois 0.4 mg por via oral uma vez ao dia
transfusão de eritrócitos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Dependendo da gravidade e da tolerância da anemia, um paciente com anemia grave pode ser hospitalizado para receber transfusão de eritrócitos. Não existe qualquer limite absoluto a partir do qual a transfusão deva ser iniciada, exceto para os pacientes com anemia muito grave (nível de hemoglobina <50 g/L [<5 g/dL]).[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf Em geral, os pacientes com hemoglobina <70 g/L (7 g/dL) podem necessitar de transfusão.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf
crise aplástica transitória: gestante ou não gestante
transfusão de eritrócitos
As crises aplásticas transitórias são mais comumente decorrentes de infecção por parvovírus B19, que atua nas células progenitoras eritroides.[102]Brown KE, Young NS. Parvovirus B19 infection and hematopoiesis. Blood Rev. 1995 Sep;9(3):176-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8563519?tool=bestpractice.com A reticulocitopenia resultante pode acarretar anemia grave, particularmente em pacientes com hemólise crônica. As crises aplásticas transitórias são autolimitadas (1-2 semanas) e o tratamento é de suporte, com transfusões de eritrócitos até a recuperação eritroide.
Não existe qualquer limite absoluto a partir do qual a transfusão deva ser iniciada, exceto para pacientes com anemia muito grave (nível de hemoglobina <50 g/L [<5 g/dL]).[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf Em geral, os pacientes com hemoglobina <70 g/L (7 g/dL) podem necessitar de transfusão.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf
não gestante
evitar suplementação de ferro desnecessária + cuidados de suporte
A condição de talassemia alfa de portador silencioso (1 gene da globina alfa afetado) geralmente está associada a níveis normais de Hb; pacientes com traço de talassemia alfa (2 genes da globina alfa afetados) podem apresentar uma leve anemia assintomática. É importante evitar suplementação de ferro desnecessária e potencialmente prejudicial nessa população e fornecer educação, particularmente com respeito a aconselhamento genético.[103]Thalassaemia International Federation. Nutrition in thalassaemia and pyruvate kinase deficiency: a guideline for clinicians. 2023.
evitar suplementação de ferro desnecessária + cuidados de suporte
A condição de talassemia alfa de portador silencioso (1 gene da globina alfa afetado) geralmente está associada a níveis normais de Hb; pacientes com traço de talassemia alfa (2 genes da globina alfa afetados) podem apresentar uma leve anemia assintomática. É importante evitar suplementação de ferro desnecessária e potencialmente prejudicial nessa população e fornecer educação, particularmente com respeito a aconselhamento genético.[103]Thalassaemia International Federation. Nutrition in thalassaemia and pyruvate kinase deficiency: a guideline for clinicians. 2023.
Os pacientes homozigotos para Hb Constant Spring (Hb CS/CS; alongamento da globina alfa, um subtipo de traço de talassemia alfa) possuem um fenótipo clínico mais grave que os pacientes homozigotos para talassemia alfa (+) delecional. Eles apresentam anemia leve e, frequentemente, icterícia e esplenomegalia com volume corpuscular médio (VCM) normal e hemoglobina corpuscular média (HCM) ligeiramente baixa.[6]Pootrakul P, Winichagoon P, Fucharoen S, et al. Homozygous haemoglobin Constant Spring: a need for revision of concept. Hum Genet. 1981;59(3):250-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7327587?tool=bestpractice.com Os pacientes devem ser regularmente acompanhados para a avaliação do grau de anemia e de hemólise, além da avaliação do desenvolvimento ou agravamento de esplenomegalia.
suplementação de ácido fólico + cuidados de suporte
A educação é uma parte importante do manejo e deve sempre abranger tanto os riscos de eventos agudos como, no aconselhamento genético, os riscos da concepção de um filho com doença da hemoglobina H (Hb H) ou talassemia alfa maior potencialmente devastadora.
Os pacientes com doença da Hb H apresentam risco de complicações, incluindo episódios transitórios de anemia intensa (secundária ao aumento do estresse oxidativo por medicamento ou doença), crise aplástica decorrente de infecção por parvovírus B19 ou por outros vírus, colelitíase, úlceras nas pernas, esplenomegalia, deficiência de vitamina D e de cálcio, osteopenia e retardo de crescimento.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200008243430804 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10954762?tool=bestpractice.com [43]Chui DH, Fucharoen S, Chan V. Hemoglobin H disease: not necessarily a benign disorder. Blood. 2003 Feb 1;101(3):791-800. https://ashpublications.org/blood/article/101/3/791/88824/Hemoglobin-H-disease-not-necessarily-a-benign http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12393486?tool=bestpractice.com [65]Vichinsky EP. Clinical manifestations of alpha-thalassemia. Cold Spring Harb Perspect Med. 2013 May 1;3(5):a011742. https://perspectivesinmedicine.cshlp.org/content/3/5/a011742.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23543077?tool=bestpractice.com [66]Vogiatzi MG, Macklin EA, Fung EB, et al. Bone disease in thalassemia: a frequent and still unresolved problem. J Bone Miner Res. 2009 Mar;24(3):543-57. https://asbmr.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1359/jbmr.080505 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18505376?tool=bestpractice.com Consulte Complicações.
Os pacientes e suas famílias devem ser instruídos acerca da necessidade de buscar atendimento médico caso se apercebam de sintomas como aumento da fadiga, dispneia, icterícia ou urina escura.
Os pacientes devem evitar medicamentos associados à lesão oxidante na deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), como sulfonamidas e nitrofurantoína.[67]Beutler E. G6PD deficiency. Blood. 1994 Dec 1;84(11):3613-36. https://ashpublications.org/blood/article/84/11/3613/118679/G6PD-deficiency http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7949118?tool=bestpractice.com Esses pacientes também recebem polivitamínicos sem ferro e suplementação de ácido fólico por via oral.[65]Vichinsky EP. Clinical manifestations of alpha-thalassemia. Cold Spring Harb Perspect Med. 2013 May 1;3(5):a011742. https://perspectivesinmedicine.cshlp.org/content/3/5/a011742.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23543077?tool=bestpractice.com
A doença da hemoglobina H se refere tanto à doença delecional, mais comum, quanto à doença não delecional, menos comum. Os pacientes com Hb H não delecional tendem a ter uma evolução clínica mais grave, com diagnóstico em idade mais precoce, mais sintomas e graus mais elevados de esplenomegalia, e estão mais propensos a necessitar de transfusão que os pacientes com doença da Hb H delecional.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200008243430804 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10954762?tool=bestpractice.com Em um estudo, um terço dos pacientes com doença da Hb H não delecional necessitaram de transfusões regulares.[8]Vichinsky EP, MacKlin EA, Waye JS, et al. Changes in the epidemiology of thalassemia in North America: a new minority disease. Pediatrics. 2005 Dec;116(6):e818-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16291734?tool=bestpractice.com
Todos os pacientes com ≥10 anos de idade com síndromes de talassemia não dependente de transfusão (≥15 anos nos pacientes com doença da Hb H delecional) devem ser submetidos a uma ressonância magnética para avaliar o estado da sobrecarga de ferro a intervalos de 1 a 2 anos; os níveis de ferritina sérica devem ser medidos a cada 3 meses.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf Os níveis de ferritina sérica podem subestimar a concentração do ferro.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1010174 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21345100?tool=bestpractice.com
Opções primárias
ácido fólico: crianças e adultos: 1 mg por via oral uma vez ao dia
transfusão de eritrócitos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes com Hb H não delecional, como Hb H/"Constant Spring" (alongamento da globina alfa), tendem a necessitar de transfusões agudas e crônicas com maior probabilidade que pacientes com doença da Hb H delecional.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200008243430804 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10954762?tool=bestpractice.com [52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1010174 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21345100?tool=bestpractice.com A decisão de realizar transfusões agudas ou crônicas depende da idade, da gravidade da anemia e da capacidade do paciente em tolerar a anemia. A tolerância à anemia será influenciada pela presença ou ausência de comorbidades, como doença cardiovascular.
Não existe qualquer limite absoluto a partir do qual a transfusão deva ser iniciada, exceto para pos pacientes com anemia muito grave (nível de hemoglobina <50 g/L [<5 g/dL]).[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf Em geral, pacientes com hemoglobina <70 g/L (7 g/dL) podem necessitar de transfusão.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf
A pequena proporção de pacientes que necessita de terapia por transfusões crônicas deve ser cuidadosamente avaliada e tratada em um centro de talassemia com experiência adequada.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf A decisão de iniciar um programa de transfusões crônicas deve levar em consideração múltiplas variáveis, incluindo a gravidade da anemia, comorbidades clínicas do paciente (incluindo a condição cardiovascular, a qual, se estiver deficiente, pode acarretar intolerância até mesmo a uma anemia moderada) e as complicações associadas. Antes da transfusão, deve ser realizada fenotipagem do antígeno dos eritrócitos e os pacientes devem ser submetidos a transfusão com sangue adequadamente compatível para minimizar o risco de aloimunização.[89]Singer ST, Wu V, Mignacca R, et al. Alloimmunization and erythrocyte autoimmunization in transfusion-dependent thalassemia patients of predominantly Asian descent. Blood. 2000 Nov 15;96(10):3369-73. https://ashpublications.org/blood/article/96/10/3369/180948/Alloimmunization-and-erythrocyte-autoimmunization http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11071629?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados em relação à sobrecarga de ferro. As funções cardíaca, endócrina e hepática também devem ser cuidadosamente monitoradas.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf
terapia quelante de ferro
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A sobrecarga de ferro se desenvolve com o tempo em uma alta proporção de pacientes com doença da Hb H, mesmo na ausência de transfusões crônicas de eritrócitos.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200008243430804 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10954762?tool=bestpractice.com [68]Hsu HC, Lin CK, Tsay SH, et al. Iron overload in Chinese patients with hemoglobin H disease. Am J Hematol. 1990 Aug;34(4):287-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2368695?tool=bestpractice.com [69]Tso SC, Loh TT, Chen WW, et al. Iron overload in thalassaemic patients in Hong Kong. Ann Acad Med Singapore. 1984 Jul;13(3):487-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6517514?tool=bestpractice.com O objetivo da quelação do ferro é evitar dano a órgãos-alvo em decorrência de uma sobrecarga de ferro.
O estado do ferro pode ser acompanhado pela ferritina sérica, e a quantificação do ferro hepático por ressonância nuclear magnética (RNM), por dispositivos supercondutores de interferência quântica (SQUID) ou por biópsia hepática.[51]Wood JC. Diagnosis and management of transfusion iron overload: the role of imaging. Am J Hematol. 2007 Dec;82(suppl 12):1132-5. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/ajh.21099 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17963249?tool=bestpractice.com Embora existam dados limitados para talassemia alfa, concentrações hepáticas de ferro ≥5 mg de Fe/g de peso seco em pacientes de talassemia beta intermediária não dependentes de transfusão estão associadas a risco elevado de eventos cardiovasculares, hipotireoidismo, osteoporose e hipogonadismo.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf [73]Musallam KM, Cappellini MD, Taher AT. Evaluation of the 5mg/g liver iron concentration threshold and its association with morbidity in patients with beta-thalassemia intermedia. Blood Cells Mol Dis. 2013 Jun;51(1):35-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23425967?tool=bestpractice.com Níveis de ferritina sérica ≥1797.6 picomoles/L (≥800 nanogramas/mL) parecem ter uma correlação com concentrações hepáticas de ferro ≥5 mg de Fe/g de peso seco.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf [104]Taher A, Porter J, Viprakasit V, et al. Estimation of liver iron concentration by serum ferritin measurement in non-transfusion-dependent thalassemia patients: analysis from the 1-year THALASSA study. Paper presented at: 17th Congress of the European Hematology Association. Jun 14-17, 2012. Amsterdam, The Netherlands. Abstract 0927. Haematologica. 2012 Jul;97(suppl_1):383. https://haematologica.org/issue/view/242 Em pacientes com as formas mais graves de talassemia alfa com risco de sobrecarga de ferro, como aqueles com doença da Hb H, os níveis de ferro devem ser avaliados regularmente. Todos os pacientes com ≥10 de idade com síndromes de talassemia não dependente de transfusão (≥15 anos nos pacientes com doença da Hb H delecional) devem se submeter a uma ressonância magnética para avaliar o estado da sobrecarga de ferro em intervalos de 1 a 2 anos; os níveis de ferritina sérica devem ser medidos a cada 3 meses.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf Os níveis de ferritina sérica podem subestimar a concentração do ferro.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1010174 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21345100?tool=bestpractice.com
As diretrizes recomendam que a terapia quelante de ferro seja iniciada nos pacientes com ≥10 anos de idade com talassemia não dependente de transfusão (≥15 anos em pacientes com doença da Hb H delecional) caso a concentração hepática de ferro esteja em ≥5 mg Fe/g de peso seco (ou caso o nível de ferritina sérica esteja em ≥1797.6 picomoles/L [≥800 nanogramas/mL] quando a medição da concentração hepática de ferro não estiver disponível).[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf
Dois quelantes orais de ferro, o deferasirox e a deferiprona, e um quelante parenteral de ferro, a desferroxamina, estão disponíveis nos EUA e na Europa. Uma metanálise de ensaios clínicos randomizados e controlados que avaliaram esses três agentes em pacientes com talassemia grave não conseguiu identificar um quelante de ferro consistentemente superior aos outros.[74]Xia S, Zhang W, Huang L, et al. Comparative efficacy and safety of deferoxamine, deferiprone and deferasirox on severe thalassemia: a meta-analysis of 16 randomized controlled trials. PLoS One. 2013 Dec 23;8(12):e82662. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0082662 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24376563?tool=bestpractice.com Os efeitos adversos e as demandas intensivas da terapia de quelação de ferro podem contribuir para a redução da adesão nos pacientes dependentes de transfusão com talassemia.[91]Geneen LJ, Dorée C, Estcourt LJ. Interventions for improving adherence to iron chelation therapy in people with sickle cell disease or thalassaemia. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Mar 6;(3):CD012349. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD012349.pub3/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36877640?tool=bestpractice.com
Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o deferasirox para uso em pacientes com talassemia dependentes de transfusão com ≥2 anos de idade e para os não dependentes de transfusão com ≥10 anos de idade com concentrações hepáticas de ferro ≥5 mg de Fe/g de peso seco e níveis de ferritina sérica >674.1 picomoles/L (>300 nanogramas/mL). Na Europa, o deferasirox é aprovado para pacientes ≥2 anos de idade com talassemia dependente de transfusão e pacientes ≥10 anos com talassemia não dependente de transfusão em quem a deferoxamina não puder ser usada ou for inadequada. O deferasirox traz uma advertência relacionada aos riscos de insuficiência renal, insuficiência hepática e hemorragia gastrointestinal.[77]US Food and Drug Administration. Exjade (deferasirox): boxed warning. Oct 2013 [internet publication]. https://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/label/2013/021882s019lbl.pdf Outros efeitos adversos incluem comprometimento da visão e da audição, erupção cutânea e supressão da medula óssea. A creatinina sérica, a função hepática e as funções auditiva e oftálmica devem ser monitoradas antes do início e durante a terapia.[78]Vichinsky E. Clinical application of deferasirox: practical patient management. Am J Hematol. 2008 May;83(5):398-402. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/ajh.21119 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18058997?tool=bestpractice.com
A deferiprona é aprovada pela FDA dos EUA para uso no tratamento de sobrecarga de ferro devida a transfusões sanguíneas em pacientes ≥3 anos de idade com talassemia e outras anemias. Na Europa, a deferiprona é licenciada para uso em pacientes com talassemia maior quando a terapia de quelação em uso for contraindicada ou inadequada. A deferiprona aumenta o risco de agranulocitose; o hemograma completo com diferencial deve ser monitorado semanalmente durante o tratamento.[80]Kittipoom T, Tantiworawit A, Punnachet T, et al. The long-term efficacy of deferiprone in thalassemia patients with iron overload: real-world data from the Registry Database. Hemoglobin. 2022 Mar;46(2):75-80. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35982534?tool=bestpractice.com [81]Tricta F, Uetrecht J, Galanello R, et al. Deferiprone-induced agranulocytosis: 20 years of clinical observations. Am J Hematol. 2016 Oct;91(10):1026-31. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.24479 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27415835?tool=bestpractice.com A deferiprona pode causar efeitos adversos gastrointestinais e articulares.
A desferroxamina possui uma meia-vida muito curta e deve ser administrada em infusão intravenosa ou subcutânea lenta. Isto limita a aceitação dos pacientes e pode impedir a adesão. A desferroxamina reduz de maneira eficaz o ferro hepático e cardíaco.[82]Cappellini MD, Cohen A, Piga A, et al. A phase 3 study of deferasirox (ICL670), a once-daily oral iron chelator, in patients with beta-thalassemia. Blood. 2006 May 1;107(9):3455-62. https://ashpublications.org/blood/article/107/9/3455/133482/A-phase-3-study-of-deferasirox-ICL670-a-once-daily http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16352812?tool=bestpractice.com [83]Anderson LJ, Westwood MA, Holden S, et al. Myocardial iron clearance during reversal of siderotic cardiomyopathy with intravenous desferrioxamine: a prospective study using T2* cardiovascular magnetic resonance. Br J Haematol. 2004 Nov;127(3):348-55. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15491298?tool=bestpractice.com Ela é eliminada pelos rins e pelo fígado e traz um risco de toxicidade auditiva e oftálmica, exigindo monitoramento regular.
Opções primárias
deferasirox: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
desferroxamina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Opções secundárias
deferiprona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
esplenectomia + vacinação pré-operatória + fenoximetilpenicilina e agentes antiplaquetários no período pós-operatório
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A esplenectomia é geralmente considerada caso um paciente desenvolva esplenomegalia dolorosa, hiperesplenismo com pancitopenia associada, aumento da necessidade de transfusão, crescimento e desenvolvimento deficientes devido a anemia agravante ou falta de disponibilidade de transfusão ou terapia quelante de ferro.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf [84]Schrier S. New treatment options for thalassemia. Clin Adv Hematol Oncol. 2004 Dec;2(12):783-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16166954?tool=bestpractice.com Ela pode ser particularmente eficaz no aumento do nível de hemoglobina e para evitar transfusões em pacientes com Hb H CS.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1010174 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21345100?tool=bestpractice.com Entretanto, o potencial para a ocorrência de complicações graves, incluindo infecção, trombose e hipertensão pulmonar exige uma cuidadosa consideração antes da execução do procedimento.[85]Kopterides P, Tsangaris I, Orfanos S. Do not forget pulmonary hypertension in asplenic patients. Am J Med. 2008 Nov;121(11):e21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18954828?tool=bestpractice.com [86]Phrommintikul A, Sukonthasarn A, Kanjanavanit R, et al. Splenectomy: a strong risk factor for pulmonary hypertension in patients with thalassaemia. Heart. 2006 Oct;92(10):1467-72. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16621878?tool=bestpractice.com
Podem ser administrados agentes antiplaquetários, como aspirina em baixas doses, para minimizar o risco de trombose após a esplenectomia.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf [87]Cohen AR, Galanello R, Pennell DJ, et al. Thalassemia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2004(1):14-34. https://ashpublications.org/hematology/article/2004/1/14/18690/Thalassemia http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15561674?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser vacinados contra pneumococos, meningococos e Haemophilus influenzae antes da esplenectomia.[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023.[88]Centers for Disease Control and Prevention. Vaccine recommendations and guidelines of the ACIP. Altered immunocompetence: general best practice guidelines for immunization. Aug 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/hcp/acip-recs/general-recs/index.html
Após a esplenectomia, as crianças só devem ser tratadas profilaticamente com fenoximetilpenicilina potássica (penicilina V) por pelo menos 2 anos.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication]. https://thalassemia.ucsf.edu/sites/g/files/tkssra7596/f/SOC-Guidelines-2012.pdf [105]Price VE, Dutta S, Blanchette VS, et al. The prevention and treatment of bacterial infections in children with asplenia or hyposplenia: practice considerations at the Hospital for Sick Children, Toronto. Pediatr Blood Cancer. 2006 May 1;46(5):597-603. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16333816?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser orientados quanto aos riscos de sepse pós-esplenectomia e à necessidade de avaliação clínica imediata no caso de doença febril. Os pacientes submetidos a esplenectomia podem ser submetidos a colecistectomia concomitante, caso haja risco de colelitíase.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication]. https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf
Opções primárias
fenoximetilpenicilina: crianças <5 anos de idade: 125 mg por via oral duas vezes ao dia; crianças ≥5 anos: 250 mg por via oral duas vezes ao dia
E/OU
aspirina: adultos: 75 mg por via oral uma vez ao dia
transplante de células-tronco hematopoéticas para a doença grave dependente de transfusão
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O transplante de células-tronco hematopoéticas é a única terapia curativa disponível para talassemia alfa e pode ser considerada em pacientes com doença grave dependente de transfusão.
As taxas de sobrevida global podem chegar a 91%; os resultados são mais favoráveis em crianças <16 anos.[94]Baronciani D, Angelucci E, Potschger U, et al. Hemopoietic stem cell transplantation in thalassemia: a report from the European Society for Blood and Bone Marrow Transplantation Hemoglobinopathy Registry, 2000-2010. Bone Marrow Transplant. 2016 Apr;51(4):536-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26752139?tool=bestpractice.com [95]Li C, Mathews V, Kim S, et al. Related and unrelated donor transplantation for beta-thalassemia major: results of an international survey. Blood Adv. 2019 Sep 10;3(17):2562-70. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/17/2562/261353/Related-and-unrelated-donor-transplantation-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31471325?tool=bestpractice.com
gestante
suplementação pré-natal de rotina, caso não haja sobrecarga de ferro, e acompanhamento rigoroso
Na talassemia alfa de portador silencioso, a Hb geralmente não cai abaixo de 90 g/L (9 g/dL) e, portanto, a intervenção normalmente não é necessária.[64]Akhavan-Niaki H, Youssefi Kamangari R, Banihashemi A, et al. Hematologic features of alpha thalassemia carriers. Int J Mol Cell Med. 2012 Summer;1(3):162-7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3920506 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24551772?tool=bestpractice.com Suplementação pré-natal de rotina, com vitaminas (caso não haja sobrecarga de ferro) e acompanhamento rigoroso, geralmente são suficientes.
suplementação pré-natal de rotina, caso não haja sobrecarga de ferro, e acompanhamento rigoroso
No traço de talassemia alfa, a Hb geralmente não cai abaixo de 90 g/L (9 g/dL) e, portanto, a intervenção normalmente não é necessária.[64]Akhavan-Niaki H, Youssefi Kamangari R, Banihashemi A, et al. Hematologic features of alpha thalassemia carriers. Int J Mol Cell Med. 2012 Summer;1(3):162-7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3920506 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24551772?tool=bestpractice.com Suplementação pré-natal de rotina, com vitaminas (caso não haja sobrecarga de ferro) e acompanhamento rigoroso, geralmente são suficientes.
suplementação pré-natal de rotina + acompanhamento rigoroso + cuidados de suporte
A gestação acarreta um aumento relativo no volume plasmático superior à massa dos eritrócitos, o que resulta em uma diminuição da Hb.
As gestantes com doença da Hb H que não apresentam sobrecarga de ferro devem receber a mesma suplementação pré-natal que gestantes sem talassemia; no entanto, elas devem ser cuidadosamente acompanhadas, podendo ser necessária transfusão, particularmente se a Hb diminuir a um nível abaixo de 80 g/L (8 g/dL).
Evita-se a terapia quelante de ferro durante a gestação para minimizar o risco de teratogenicidade e deficiência de ferro no feto.[106]Tuck SM. Fertility and pregnancy in thalassemia major. Ann N Y Acad Sci. 2005 Nov;1054(1):300-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16339678?tool=bestpractice.com
É importante evitar medicamentos associados à lesão oxidativa na deficiência de G6PD, como sulfonamidas e nitrofurantoína, e fornecer orientações, particularmente em relação ao aconselhamento genético.
transfusão de eritrócitos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pode ser necessária transfusão, particularmente se a Hb diminuir a um nível abaixo de 80 g/L (8 g/dL). Pode ser dada a transfusão de eritrócitos, mesmo se houver preocupação quanto à sobrecarga de ferro.[106]Tuck SM. Fertility and pregnancy in thalassemia major. Ann N Y Acad Sci. 2005 Nov;1054(1):300-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16339678?tool=bestpractice.com
suporte maternal + monitoramento e manejo de complicações
Embriões com deleções --(THAI) e --(FIL) homozigóticas são incapazes de constituir hemoglobinas embriônicas normais e morrerão bem no início da gestação, acarretando aborto espontâneo precoce.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22. https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
Os fetos que apresentarem variantes de alfa (0) homozigóticas que preservarem o gene da globina zeta, ou genótipos (--(FIL)/--(SEA) ou --(THAI)/--(SEA)), sobreviverão até o segundo ou terceiro trimestres ou, ocasionalmente, até o nascimento. Sem intervenção, o feto está sujeito a hipóxia grave, causando a manifestação de hidropisia fetal.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22. https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com Esses bebês também correm o risco de anomalias congênitas graves, embora a intervenções possam diminuir a gravidade da anomalia.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22. https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com Raramente, pacientes com doença da Hb H também se podem apresentar com hidropisia fetal.[99]Lorey F, Charoenkwan P, Witkowska HE, et al. Hb H hydrops foetalis syndrome: a case report and review of literature. Br J Haematol. 2001 Oct;115(1):72-8. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2141.2001.03080.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11722414?tool=bestpractice.com Existe um aumento na incidência de graves complicações maternas associadas à ocorrência de hidropisia fetal, incluindo placentomegalia, hipertensão, pré-eclâmpsia grave e hemorragia.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22. https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com [101]Liang ST, Wong VC, So WW, et al. Homozygous alpha-thalassaemia: clinical presentation, diagnosis and management: a review of 46 cases. Br J Obstet Gynaecol. 1985 Jul;92(7):680-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4016025?tool=bestpractice.com
Após o diagnóstico de talassemia alfa maior, a mãe pode optar por interromper a gestação. É muito importante que as complicações sejam tratadas adequadamente e que seja fornecido apoio à mãe.
transfusão intrauterina de eritrócitos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Após um diagnóstico de talassemia alfa maior, a mãe pode optar por interromper a gestação. O aconselhamento deve, no entanto, reconhecer que a transfusão intrauterina (IUT) é uma opção para as gestantes que receberem um diagnóstico pré-natal de talassemia alfa maior.[96]Schwab ME, Lianoglou BR, Gano D, et al. The impact of in utero transfusions on perinatal outcomes in patients with alpha thalassemia major: the UCSF registry. Blood Adv. 2023 Jan 24;7(2):269-79. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/7/2/269/486857/The-impact-of-in-utero-transfusions-on-perinatal http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36306387?tool=bestpractice.com Os fetos (diagnosticados no pré-natal) que apresentarem variantes de alfa (0) homozigóticas que preservarem o gene da globina zeta, ou genótipos (--(FIL)/--(SEA) ou --(THAI)/--(SEA)) sobreviverão até o segundo ou terceiro trimestres ou, ocasionalmente, até o nascimento.
A American Society of Hematology recomenda a oferta de transfusão intrauterina (IUT) a todas as famílias que desejarem realizar intervenção fetal para a alfa-talassemia maior. Se desejado, a IUT deve começar o mais cedo possível tecnicamente, geralmente na 18ª semana de gestação, para mitigar o impacto a longo prazo da hipóxia fetal. Um protocolo semelhante aos protocolos padrão para aloimunização deve ser seguido.[37]MacKenzie TC, Amid A, Angastiniotis M, et al. Consensus statement for the perinatal management of patients with alpha thalassemia major. Blood Adv. 2021 Dec 28;5(24):5636-9. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/5/24/5636/477884/Consensus-statement-for-the-perinatal-management http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34749399?tool=bestpractice.com
Uma revisão dos dados do registro de talassemia alfa (Registro Internacional de Pacientes com Talassemia Alfa) indica que os fetos com talassemia alfa major que receberam pelo menos duas IUTs tiveram parto prematuro tardio, remissão da hidropisia, desfechos de neurodesenvolvimento normais e excelente sobrevida.[96]Schwab ME, Lianoglou BR, Gano D, et al. The impact of in utero transfusions on perinatal outcomes in patients with alpha thalassemia major: the UCSF registry. Blood Adv. 2023 Jan 24;7(2):269-79. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/7/2/269/486857/The-impact-of-in-utero-transfusions-on-perinatal http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36306387?tool=bestpractice.com Os relatos de casos e as séries de casos trazem resultados semelhantes.[97]Kreger EM, Singer ST, Witt RG, et al. Favorable outcomes after in utero transfusion in fetuses with alpha thalassemia major: a case series and review of the literature. Prenat Diagn. 2016 Dec;36(13):1242-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27862048?tool=bestpractice.com [98]Hui PW, Pang P, Tang MHY. 20 years review of antenatal diagnosis of haemoglobin Bart's disease and treatment with intrauterine transfusion. Prenat Diagn. 2022 Aug;42(9):1155-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35226373?tool=bestpractice.com
Os pacientes que sobreviverem à talassemia alfa maior no útero necessitarão de transfusões vitalícias (com a concomitante necessidade de quelação de ferro) ou transplante de células-tronco hematopoiéticas.[37]MacKenzie TC, Amid A, Angastiniotis M, et al. Consensus statement for the perinatal management of patients with alpha thalassemia major. Blood Adv. 2021 Dec 28;5(24):5636-9. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/5/24/5636/477884/Consensus-statement-for-the-perinatal-management http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34749399?tool=bestpractice.com
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal