doença da Hb H
Os pacientes com doença da Hb H apresentam risco de complicações, incluindo episódios transitórios de anemia intensa (secundária ao aumento do estresse oxidativo por medicamento ou doença), crise aplástica decorrente de infecção por parvovírus B19 ou por outros vírus, colelitíase, úlceras nas pernas, esplenomegalia, deficiência de vitamina D e de cálcio, osteopenia e retardo de crescimento.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50.
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[65]Vichinsky EP. Clinical manifestations of alpha-thalassemia. Cold Spring Harb Perspect Med. 2013 May 1;3(5):a011742.
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[66]Vogiatzi MG, Macklin EA, Fung EB, et al. Bone disease in thalassemia: a frequent and still unresolved problem. J Bone Miner Res. 2009 Mar;24(3):543-57.
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Os pacientes com Hb H CS apresentam um risco particularmente elevado de anemia relacionada a infecções, levando a uma transfusão de hemácias com urgência.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8.
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Consulte Complicações.
Os pacientes e suas famílias devem ser instruídos acerca da necessidade de buscar atendimento médico caso se apercebam de sintomas como aumento da fadiga, dispneia, icterícia ou urina escura. Os pacientes devem evitar medicamentos associados a estresse oxidativo na deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), como as sulfonamidas e a nitrofurantoína.[67]Beutler E. G6PD deficiency. Blood. 1994 Dec 1;84(11):3613-36.
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Esses pacientes também recebem polivitamínicos sem ferro e suplementação de folato por via oral.[65]Vichinsky EP. Clinical manifestations of alpha-thalassemia. Cold Spring Harb Perspect Med. 2013 May 1;3(5):a011742.
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Estado da sobrecarga de ferro
A sobrecarga de ferro se desenvolve com o tempo em uma alta proporção de pacientes com doença da Hb H, mesmo na ausência de transfusões crônicas de eritrócitos.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50.
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A supressão da hepcidina pela eritropoiese e outros fatores resultam em um aumento da absorção do ferro e da liberação do ferro reticuloendotelial.[70]Kattamis A, Papassotiriou I, Palaiologou D, et al. The effects of erythropoetic activity and iron burden on hepcidin expression in patients with thalassemia major. Haematologica. 2006 Jun;91(6):809-12.
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[71]Lin CK, Lin JS, Jiang ML. Iron absorption is increased in hemoglobin H diseases. Am J Hematol. 1992 May;40(1):74-5.
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[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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A sobrecarga de ferro pode acarretar complicações hepáticas, endócrinas, vasculares e, menos comumente, cardíacas.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50.
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A sobrecarga de ferro pode surgir em uma idade mais precoce e ser mais grave nos pacientes com doença da Hb H não delecional (como Hb H/Constant Spring) em comparação com aqueles que têm doença da Hb H delecional.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8.
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[53]Yin XL, Zhang XH, Zhou TH, et al. Hemoglobin H disease in Guangxi province, Southern China: clinical review of 357 patients. Acta Haematol. 2010;124(2):86-91.
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Os pacientes com doença da Hb H não delecional têm maior probabilidade de precisarem de transfusão que os pacientes com doença da Hb H delecional.[5]Chen FE, Ooi C, Ha SY, et al. Genetic and clinical features of hemoglobin H disease in Chinese patients. N Engl J Med. 2000 Aug 24;343(8):544-50.
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Em um estudo, um terço dos pacientes com doença da Hb H não delecional necessitaram de transfusões regulares.[8]Vichinsky EP, MacKlin EA, Waye JS, et al. Changes in the epidemiology of thalassemia in North America: a new minority disease. Pediatrics. 2005 Dec;116(6):e818-25.
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O status do ferro pode ser acompanhado pela ferritina sérica, ferro hepático (ressonância nuclear magnética [RNM] R2 ou R2*, biosusceptometria magnética ou biópsia hepática [menos preferencial]) e ferro cardíaco (avaliado por RNM cardíaca T2*).[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023.[48]Thalassaemia International Federation. A short guide for the management of transfusion-dependent thalassaemia. 2nd ed. 2022 [internet publication].
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[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication].
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[51]Wood JC. Diagnosis and management of transfusion iron overload: the role of imaging. Am J Hematol. 2007 Dec;82(suppl 12):1132-5.
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A concentração hepática de ferro deve ser mantida em <7 mg/g de peso seco e, idealmente, entre 2 mg/g e 5 mg/g de peso seco.[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023. A carga de ferro cardíaca é incomum em pacientes não submetidos a transfusão.
Todos os pacientes com ≥10 anos de idade com síndromes de talassemia não dependente de transfusão (≥15 anos nos pacientes com doença da Hb H delecional) devem ser submetidos a uma ressonância magnética para avaliar o estado da sobrecarga de ferro a intervalos de 1 a 2 anos; os níveis de ferritina sérica devem ser medidos a cada 3 meses.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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Os níveis de ferritina sérica podem subestimar a concentração do ferro.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1010174
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Terapia quelante de ferro
O objetivo da quelação do ferro é evitar dano a órgãos-alvo em decorrência de uma sobrecarga de ferro. As diretrizes recomendam que a terapia quelante de ferro seja iniciada nos pacientes com ≥10 anos de idade com talassemia não dependente de transfusão (≥15 anos nos pacientes com doença da Hb H delecional) caso a concentração hepática de ferro esteja em ≥5 mg Fe/g de peso seco (ou caso o nível de ferritina sérica esteja em ≥1797.6 picomoles/L [≥800 nanogramas/mL] quando a medição da concentração hepática de ferro não estiver disponível).[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
https://www.thalassemia.org/wp-content/uploads/2021/06/TIF-2017-Guidelines-for-Mgmt-of-NTDT.pdf
Embora existam dados limitados para pacientes de talassemia alfa, concentrações hepáticas de ferro ≥5 mg de Fe/g de peso seco em pacientes de talassemia beta intermediária não dependentes de transfusão estão associadas a risco elevado de eventos cardiovasculares, hipotireoidismo, osteoporose e hipogonadismo.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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[73]Musallam KM, Cappellini MD, Taher AT. Evaluation of the 5mg/g liver iron concentration threshold and its association with morbidity in patients with beta-thalassemia intermedia. Blood Cells Mol Dis. 2013 Jun;51(1):35-8.
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Dois quelantes orais de ferro, o deferasirox e a deferiprona, e um quelante parenteral de ferro, a desferroxamina, estão disponíveis nos EUA e na Europa. Uma metanálise de ensaios clínicos randomizados e controlados que avaliaram esses três agentes em pacientes com talassemia grave não conseguiu identificar um quelante de ferro consistentemente superior aos outros.[74]Xia S, Zhang W, Huang L, et al. Comparative efficacy and safety of deferoxamine, deferiprone and deferasirox on severe thalassemia: a meta-analysis of 16 randomized controlled trials. PLoS One. 2013 Dec 23;8(12):e82662.
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Deferasirox
Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o deferasirox para uso em pacientes com talassemia dependentes de transfusão com ≥2 anos de idade e para os não dependentes de transfusão com ≥10 anos de idade com concentrações hepáticas de ferro ≥5 mg de Fe/g de peso seco e níveis de ferritina sérica >674.1 picomoles/L (300 nanogramas/mL). Na Europa, o deferasirox é aprovado para pacientes ≥2 anos de idade com talassemia dependente de transfusão e pacientes ≥10 anos com talassemia não dependente de transfusão em quem a deferoxamina não puder ser usada ou é inadequada.
Em um ensaio clínico randomizado duplo-cego e controlado por placebo de 12 meses, o deferasirox diminuiu significativamente a sobrecarga de ferro em pacientes com talassemia não dependentes de transfusão ≥10 anos de idade (166 pacientes randomizados, 22 dos quais com talassemia alfa) com uma concentração de ferro no fígado de pelo menos 5 mg Fe/g de peso seco medida por R2-RNM.[75]Taher AT, Porter J, Viprakasit V, et al. Deferasirox reduces iron overload significantly in nontransfusion-dependent thalassemia: 1-year results from a prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled study. Blood. 2012 Aug 2;120(5):970-7.
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Os eventos adversos mais comuns foram náuseas, erupções cutâneas e diarreia. No estudo de acompanhamento de extensão de 1 ano, os níveis de concentração hepática de ferro continuaram diminuindo com o uso do deferasirox.[76]Taher AT, Porter JB, Viprakasit V, et al. Deferasirox effectively reduces iron overload in non-transfusion-dependent thalassemia (NTDT) patients: 1-year extension results from the THALASSA study. Ann Hematol. 2013 Nov;92(11):1485-93.
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O deferasirox traz uma advertência relacionada aos riscos de insuficiência renal, insuficiência hepática e hemorragia gastrointestinal.[77]US Food and Drug Administration. Exjade (deferasirox): boxed warning. Oct 2013 [internet publication].
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Os outros efeitos adversos incluem comprometimento da visão e da audição, erupções cutâneas e supressão da medula óssea. A creatinina sérica, a função hepática e as funções auditiva e oftálmica devem ser monitoradas antes do início e durante a terapia.[78]Vichinsky E. Clinical application of deferasirox: practical patient management. Am J Hematol. 2008 May;83(5):398-402.
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Deferiprona
Aprovada pela FDA dos EUA para uso no tratamento da sobrecarga de ferro devida a transfusões sanguíneas em pacientes ≥3 anos de idade com talassemia e outras anemias. Na Europa, a deferiprona é licenciada para uso em pacientes com talassemia maior quando a terapia de quelação em uso for contraindicada ou inadequada.
Um ensaio clínico randomizado e controlado de fase 3 concluiu que a deferiprona não foi inferior ao deferasirox em pacientes pediátricos com hemoglobinopatias dependentes de transfusão.[79]Maggio A, Kattamis A, Felisi M, et al. Evaluation of the efficacy and safety of deferiprone compared with deferasirox in paediatric patients with transfusion-dependent haemoglobinopathies (DEEP-2): a multicentre, randomised, open-label, non-inferiority, phase 3 trial. Lancet Haematol. 2020 Jun;7(6):e469-78.
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A maioria (90%) dos pacientes inscritos tinha talassemia beta maior; entretanto, espera-se eficácia e segurança semelhantes em pacientes com talassemia alfa maior.[79]Maggio A, Kattamis A, Felisi M, et al. Evaluation of the efficacy and safety of deferiprone compared with deferasirox in paediatric patients with transfusion-dependent haemoglobinopathies (DEEP-2): a multicentre, randomised, open-label, non-inferiority, phase 3 trial. Lancet Haematol. 2020 Jun;7(6):e469-78.
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A deferiprona pode melhorar os parâmetros cardíacos (RNM T2* do miocárdio e fração de ejeção do ventrículo esquerdo) em maior extensão do que a desferrioxamina.[74]Xia S, Zhang W, Huang L, et al. Comparative efficacy and safety of deferoxamine, deferiprone and deferasirox on severe thalassemia: a meta-analysis of 16 randomized controlled trials. PLoS One. 2013 Dec 23;8(12):e82662.
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A deferiprona aumenta o risco de agranulocitose; o hemograma completo com diferencial deve ser monitorado semanalmente durante o tratamento.[80]Kittipoom T, Tantiworawit A, Punnachet T, et al. The long-term efficacy of deferiprone in thalassemia patients with iron overload: real-world data from the Registry Database. Hemoglobin. 2022 Mar;46(2):75-80.
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[81]Tricta F, Uetrecht J, Galanello R, et al. Deferiprone-induced agranulocytosis: 20 years of clinical observations. Am J Hematol. 2016 Oct;91(10):1026-31.
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A deferiprona pode causar efeitos adversos gastrointestinais e articulares.
Desferroxamina
A desferroxamina possui uma meia-vida muito curta e deve ser administrada em infusão intravenosa ou subcutânea lenta. Isto limita a aceitação dos pacientes e pode impedir a adesão. A desferroxamina reduz de maneira eficaz o ferro hepático e cardíaco.[82]Cappellini MD, Cohen A, Piga A, et al. A phase 3 study of deferasirox (ICL670), a once-daily oral iron chelator, in patients with beta-thalassemia. Blood. 2006 May 1;107(9):3455-62.
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[83]Anderson LJ, Westwood MA, Holden S, et al. Myocardial iron clearance during reversal of siderotic cardiomyopathy with intravenous desferrioxamine: a prospective study using T2* cardiovascular magnetic resonance. Br J Haematol. 2004 Nov;127(3):348-55.
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A deferoxamina carrega um risco de toxicidade auditiva e oftálmica, exigindo monitoramento regular.[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023.
Esplenectomia
Ela é geralmente considerada caso um paciente desenvolva esplenomegalia dolorosa, hiperesplenismo com pancitopenia associada, aumento das necessidades de transfusão, crescimento e desenvolvimento deficientes em decorrência de piora da anemia ou ausência de disponibilidade de transfusão ou terapia quelante de ferro.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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[84]Schrier S. New treatment options for thalassemia. Clin Adv Hematol Oncol. 2004 Dec;2(12):783-4.
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A esplenectomia pode ser particularmente efetiva em aumentar o nível de hemoglobina e para evitar transfusões em pacientes com Hb H CS.[52]Lal A, Goldrich ML, Haines DA, et al. Heterogeneity of hemoglobin H disease in childhood. N Engl J Med. 2011 Feb 24;364(8):710-8.
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Entretanto, o potencial para a ocorrência de complicações graves, incluindo infecção, trombose e hipertensão pulmonar exige uma cuidadosa consideração antes da execução do procedimento.[85]Kopterides P, Tsangaris I, Orfanos S. Do not forget pulmonary hypertension in asplenic patients. Am J Med. 2008 Nov;121(11):e21.
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[86]Phrommintikul A, Sukonthasarn A, Kanjanavanit R, et al. Splenectomy: a strong risk factor for pulmonary hypertension in patients with thalassaemia. Heart. 2006 Oct;92(10):1467-72.
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Podem ser administrados agentes antiplaquetários para minimizar o risco de trombose após a esplenectomia.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication].
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[87]Cohen AR, Galanello R, Pennell DJ, et al. Thalassemia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2004(1):14-34.
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Os pacientes devem ser vacinados contra pneumococos, meningococos e Haemophilus influenzae antes da esplenectomia.[16]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of alpha-thalassaemia. 2023.[88]Centers for Disease Control and Prevention. Vaccine recommendations and guidelines of the ACIP. Altered immunocompetence: general best practice guidelines for immunization. Aug 2023 [internet publication].
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Após a esplenectomia, as crianças recebem profilaxia com penicilina.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication].
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Os pacientes devem ser orientados quanto aos riscos de sepse pós-esplenectomia e à necessidade de avaliação clínica imediata no caso de doença febril. Os pacientes submetidos a esplenectomia podem ser submetidos a colecistectomia concomitante, caso haja risco de colelitíase.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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Transfusão
A pequena proporção de pacientes que necessita de terapia por transfusões crônicas deve ser cuidadosamente avaliada e tratada em um centro de talassemia com experiência adequada.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication].
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A decisão de iniciar um programa de transfusões crônicas deve levar em consideração múltiplas variáveis, incluindo a gravidade da anemia, a condição cardiovascular do paciente e complicações associadas. Antes da transfusão, deve ser realizada fenotipagem do antígeno dos eritrócitos e os pacientes devem ser submetidos a transfusão com sangue adequadamente compatível para minimizar o risco de aloimunização.[89]Singer ST, Wu V, Mignacca R, et al. Alloimmunization and erythrocyte autoimmunization in transfusion-dependent thalassemia patients of predominantly Asian descent. Blood. 2000 Nov 15;96(10):3369-73.
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Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados em relação à sobrecarga de ferro e a terapia quelante de ferro deve ser iniciada, conforme indicado.[72]Thalassaemia International Federation. Guidelines for the management of non transfusion dependent thalassaemia (NTDT). 2nd edition. 2017 [internet publication].
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As funções cardíaca, endócrina e hepática também devem ser cuidadosamente monitoradas.[50]Northern California Comprehensive Thalassemia Center. Standards of care guidelines for thalassemia. 2012 [internet publication].
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[90]Cogliandro T, Derchi G, Mancuso L, et al; Society for the Study of Thalassemia and Hemoglobinopathies (SoSTE). Guideline recommendations for heart complications in thalassemia major. J Cardiovasc Med (Hagerstown). 2008 May;9(5):515-25.
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Os efeitos adversos e as demandas intensivas da terapia de quelação de ferro podem contribuir para a redução da adesão em pacientes dependentes de transfusão com talassemia.[91]Geneen LJ, Dorée C, Estcourt LJ. Interventions for improving adherence to iron chelation therapy in people with sickle cell disease or thalassaemia. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Mar 6;(3):CD012349.
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Mais pesquisas são necessárias para avaliar a adesão à terapia de quelação de ferro, para identificar uma adesão abaixo do ideal e para avaliar as estratégias que contribuem para o aumento da adesão.[91]Geneen LJ, Dorée C, Estcourt LJ. Interventions for improving adherence to iron chelation therapy in people with sickle cell disease or thalassaemia. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Mar 6;(3):CD012349.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD012349.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36877640?tool=bestpractice.com
[92]Locke M, Reddy PS, Badawy SM. Adherence to iron chelation therapy among adults with thalassemia: a systematic review. Hemoglobin. 2022 Jul;46(4):201-13.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35930250?tool=bestpractice.com
[93]Reddy PS, Locke M, Badawy SM. A systematic review of adherence to iron chelation therapy among children and adolescents with thalassemia. Ann Med. 2022 Dec;54(1):326-42.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/07853890.2022.2028894
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35103514?tool=bestpractice.com
[
]
For people with sickle cell disease or thalassemia, how do different iron chelators compare for improving adherence?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4310/fullMostre-me a resposta
Transplante de células-tronco hematopoéticas
Esta é a única terapia curativa disponível para a talassemia alfa e pode ser considerada nos pacientes com doença grave dependente de transfusão. As taxas de sobrevida global podem chegar a 91%; os resultados são mais favoráveis nas crianças <16 anos.[94]Baronciani D, Angelucci E, Potschger U, et al. Hemopoietic stem cell transplantation in thalassemia: a report from the European Society for Blood and Bone Marrow Transplantation Hemoglobinopathy Registry, 2000-2010. Bone Marrow Transplant. 2016 Apr;51(4):536-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26752139?tool=bestpractice.com
[95]Li C, Mathews V, Kim S, et al. Related and unrelated donor transplantation for beta-thalassemia major: results of an international survey. Blood Adv. 2019 Sep 10;3(17):2562-70.
https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/17/2562/261353/Related-and-unrelated-donor-transplantation-for
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31471325?tool=bestpractice.com
Mulheres com doença de Hb H: gestação
A gestação acarreta um aumento relativo no volume plasmático superior à massa dos eritrócitos, o que resulta em uma diminuição da Hb. Mulheres com doença da Hb H que não apresentam sobrecarga de ferro devem receber a mesma suplementação pré-natal que gestantes sem talassemia; no entanto, elas devem ser cuidadosamente acompanhadas, podendo ser necessária transfusão, particularmente se a Hb diminuir a um nível abaixo de 80 g/L (8 g/dL).
Talassemia alfa maior
Após um diagnóstico de talassemia alfa maior, a mãe pode optar por interromper a gestação. O aconselhamento deve, no entanto, reconhecer que a transfusão intrauterina (IUT) é uma opção para as gestantes que receberem um diagnóstico pré-natal de talassemia alfa maior.[96]Schwab ME, Lianoglou BR, Gano D, et al. The impact of in utero transfusions on perinatal outcomes in patients with alpha thalassemia major: the UCSF registry. Blood Adv. 2023 Jan 24;7(2):269-79.
https://ashpublications.org/bloodadvances/article/7/2/269/486857/The-impact-of-in-utero-transfusions-on-perinatal
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36306387?tool=bestpractice.com
Os fetos (diagnosticados no pré-natal) que apresentarem variantes de alfa (0) homozigóticas que preservarem o gene da globina zeta, ou genótipos (--(FIL)/--(SEA) ou --(THAI)/--(SEA)) sobreviverão até o segundo ou terceiro trimestres ou, ocasionalmente, até o nascimento.
A American Society of Hematology recomenda a oferta de transfusão intrauterina (IUT) a todas as famílias que desejarem realizar intervenção fetal para a alfa-talassemia maior. Se desejado, a IUT deve começar o mais cedo possível tecnicamente, geralmente na 18ª semana de gestação, para mitigar o impacto a longo prazo da hipóxia fetal. Um protocolo semelhante aos protocolos padrão para aloimunização deve ser seguido.[37]MacKenzie TC, Amid A, Angastiniotis M, et al. Consensus statement for the perinatal management of patients with alpha thalassemia major. Blood Adv. 2021 Dec 28;5(24):5636-9.
https://ashpublications.org/bloodadvances/article/5/24/5636/477884/Consensus-statement-for-the-perinatal-management
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34749399?tool=bestpractice.com
Uma revisão dos dados do registro de talassemia alfa (Registro Internacional de Pacientes com Talassemia Alfa) indica que os fetos com talassemia alfa major que receberam pelo menos duas IUTs tiveram parto prematuro tardio, remissão da hidropisia, desfechos de neurodesenvolvimento normais e excelente sobrevida.[96]Schwab ME, Lianoglou BR, Gano D, et al. The impact of in utero transfusions on perinatal outcomes in patients with alpha thalassemia major: the UCSF registry. Blood Adv. 2023 Jan 24;7(2):269-79.
https://ashpublications.org/bloodadvances/article/7/2/269/486857/The-impact-of-in-utero-transfusions-on-perinatal
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36306387?tool=bestpractice.com
Relatos de casos e séries de casos trazem resultados semelhantes.[97]Kreger EM, Singer ST, Witt RG, et al. Favorable outcomes after in utero transfusion in fetuses with alpha thalassemia major: a case series and review of the literature. Prenat Diagn. 2016 Dec;36(13):1242-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27862048?tool=bestpractice.com
[98]Hui PW, Pang P, Tang MHY. 20 years review of antenatal diagnosis of haemoglobin Bart's disease and treatment with intrauterine transfusion. Prenat Diagn. 2022 Aug;42(9):1155-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35226373?tool=bestpractice.com
Os pacientes que sobreviverem à talassemia alfa maior no útero necessitarão de transfusões vitalícias (com a concomitante necessidade de quelação de ferro) ou transplante de células-tronco hematopoiéticas.[37]MacKenzie TC, Amid A, Angastiniotis M, et al. Consensus statement for the perinatal management of patients with alpha thalassemia major. Blood Adv. 2021 Dec 28;5(24):5636-9.
https://ashpublications.org/bloodadvances/article/5/24/5636/477884/Consensus-statement-for-the-perinatal-management
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34749399?tool=bestpractice.com
Análise do genótipo
O grupo de genes da globina alfa é constituído de um gene embriônico da globina zeta e 2 genes da globina alfa coexpressos, designados alfa-2 e alfa-1 Dentre as variáveis mais comuns de alfa (0), --(SEA), --(MED) e -(alfa)(20.5) causam a deleção de ambos alfa-2 e alfa-1 em cis, enquanto preservam o gene embriônico da globina zeta. Por outro lado, nas deleções --(THAI) e --(FIL), o gene da globina zeta é deletado, além de ambos os genes da globina alfa, em cis. Portanto, embriões com deleções --(THAI) e --(FIL) homozigóticas, incapazes de constituir hemoglobinas embriônicas normais, morrerão bem no início da gestação, acarretando aborto espontâneo precoce.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22.
https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
Os embriões que apresentarem variantes de alfa (0) homozigóticas que preservem o gene da globina zeta, ou genótipos (--(FIL)/--(SEA) ou --(THAI)/--(SEA)), sobreviverão até o segundo ou terceiro trimestre ou, ocasionalmente, até o nascimento. Sem intervenção, o feto está sujeito a hipóxia grave, causando a manifestação de hidropisia fetal.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22.
https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
Esses bebês também correm o risco de anomalias congênitas graves, embora a intervenções possam diminuir a gravidade da anomalia.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22.
https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
Raramente, pacientes com doença da Hb H também se podem apresentar com hidropisia fetal.[99]Lorey F, Charoenkwan P, Witkowska HE, et al. Hb H hydrops foetalis syndrome: a case report and review of literature. Br J Haematol. 2001 Oct;115(1):72-8.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2141.2001.03080.x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11722414?tool=bestpractice.com
[100]Henderson S, Pitman M, McCarthy J, et al. Molecular prenatal diagnosis of Hb H hydrops fetalis caused by haemoglobin Adana and the implications to antenatal screening for alpha-thalassaemia. Prenat Diagn. 2008 Sep;28(9):859-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18615546?tool=bestpractice.com
Existe um aumento na incidência de graves complicações maternas associadas à ocorrência de hidropisia fetal, incluindo placentomegalia, hipertensão, pré-eclâmpsia grave e hemorragia.[11]Chui DH, Waye JS. Hydrops fetalis caused by alpha-thalassemia: an emerging health care problem. Blood. 1998 Apr 1;91(7):2213-22.
https://ashpublications.org/blood/article/91/7/2213/261092/Hydrops-Fetalis-Caused-by-Thalassemia-An-Emerging
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9516118?tool=bestpractice.com
[101]Liang ST, Wong VC, So WW, et al. Homozygous alpha-thalassaemia: clinical presentation, diagnosis and management: a review of 46 cases. Br J Obstet Gynaecol. 1985 Jul;92(7):680-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4016025?tool=bestpractice.com