História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
dor aguda e grave no flanco
A cólica renal clássica é descrita como uma dor grave e aguda no flanco que irradia para a virilha ipsilateral. No entanto, alguns casos podem não apresentar irradiação, sendo alguns cálculos assintomáticos.
Outros fatores diagnósticos
comuns
episódios prévios de nefrolitíase
náuseas e vômitos
Normalmente relacionados com episódios agudos.
polaciúria/urgência urinária
Conforme os cálculos passam e se alojam no ureter distal ou no túnel intramural, a bexiga pode ficar irritada, o que se manifesta como polaciúria ou urgência urinária.
hematúria
dor testicular
Conforme os cálculos passam pelo ureter, a dor no flanco pode irradiar para a virilha e o testículo, causando dor testicular.
obesidade
A maior incidência de nefrolitíase está correlacionada ao aumento do índice de massa corporal (IMC) em ambos os sexos.
Incomuns
história familiar de nefrolitíase
Pode ser positiva para nefrolitíase em parentes de primeiro grau. Nesse caso, pode sugerir anormalidade metabólica subjacente.
medicamentos precipitadores
Eventuais medicamentos que podem contribuir na formação de nefrolitíase incluem antiácidos, inibidores de anidrase carbônica, medicamentos que contêm sódio e cálcio, vitaminas C e D e inibidores da protease.[40]
dor na virilha
Conforme os cálculos passam pelo ureter, a dor no flanco pode irradiar para a virilha.
febre
Há necessidade de descompressão urgente caso a obstrução urinária seja acompanhada de febre. Pode ser um sinal de cálculos de estruvita, que ocorrem com mais frequência em associação com uma infecção urinária.
taquicardia
Pode indicar urosepse.
hipotensão
Pode indicar urosepse.
sensibilidade no ângulo costovertebral e no flanco ipsilateral
Pode ser acentuada na cólica renal aguda.
Fatores de risco
Fortes
desidratação
A ingestão de líquidos deve ser de, pelo menos, 2.5-3.0 litros por dia para adultos, e 1-2 litros por dia para crianças e jovens (dependendo da idade) para evitar a formação de cálculos.[15][16][17] Nos pacientes que costumam formar cálculos, recomenda-se uma meta de débito urinário de 2.0-2.5 litros por dia; o volume de ingestão pode precisar ser ainda mais alto (até 4 litros por dia).[18][19][20] Em dois grandes estudos observacionais, constatou-se que a ingestão de líquidos é inversamente proporcional ao risco de formação de cálculos renais.[21][22] O baixo débito urinário pode produzir uma concentração maior de solutos urinários, causando a formação de cálculos.
ingestão elevada de sal
A maior ingestão de sódio se relaciona com níveis urinários mais altos de sódio e cálcio e com níveis menores de citrato urinário.[23] Isso promove a cristalização de sais de cálcio devido à saturação urinária do urato monossódico e ao aumento do fosfato/oxalato de cálcio. O excesso de sal também pode causar a perda óssea, agravando, assim, a hipercalciúria.
ascendência branca
sexo masculino
obesidade e síndrome metabólica
A prevalência e o risco de incidência de nefrolitíase estão diretamente correlacionados com o maior peso e IMC, e a uma maior ingestão diária de calorias em ambos os sexos.[11][28]
A evidência que relaciona a obesidade com pH da urina baixo e com cálculos de ácido úrico, além da sua relação com a hipercalciúria, pode explicar o risco elevado de cálculos de ácido úrico e/ou cálcio em pacientes obesos.[1]
A síndrome metabólica está associada com o aumento do risco de desenvolvimento de calculose renal.[29][30] A doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (DHGDM) também está associada a um maior risco de urolitíase.[31]
cristalúria
Fracos
exposição ocupacional à desidratação
A desidratação e a exposição ao calor são fatores de risco de nefrolitíase.[9] Os indivíduos expostos a altas temperaturas demonstram menores volumes e pH´s de urina, maiores níveis de ácido úrico e maior gravidade específica da urina, resultando em maiores saturações urinárias de ácido úrico e de oxalato de cálcio. Devido a isso, os indivíduos expostos à desidratação e ao calor têm um maior risco de formação de cálculos.[4][9][35][36]
clima quente
A variação sazonal na nefrolitíase provavelmente está relacionada com a temperatura, tendo em vista a perda de líquidos devido à transpiração. Relata-se que a maior incidência de nefrolitíase ocorre nos meses de verão no hemisfério norte, com o pico ocorrendo em 1-2 meses de temperaturas médias máximas.[4][35]
Nos EUA, a prevalência de nefrolitíase nos estados do sudeste ("stone belt") é quase duas vezes maior que em outras áreas.[37]
história familiar de nefrolitíase
Uma história familiar positiva de nefrolitíase se relaciona com risco elevado de formação de cálculos. Os formadores de cálculos têm o dobro de probabilidade em comparação com os não formadores de cálculos de ter um familiar de primeiro grau com história de cálculos. Pacientes com história familiar apresentam maior incidência de recorrência múltipla e precoce de cálculos.[32] Há estudos em andamento sobre possíveis mutações genéticas responsáveis pelas formas hereditárias de nefrolitíase.[38][39]
medicamentos precipitadores
Medicamentos relacionados com aumento do risco de formação de cálculos incluem antiácidos que contêm cálcio, inibidores de anidrase carbônica, medicamentos que contêm sódio e cálcio, e vitaminas C e D. A maioria desses medicamentos causa níveis urinários mais elevados de cálcio, ácido úrico, sódio ou oxalato, estimulando, assim, a formação de cálculos. Outros medicamentos são pouco solúveis com alta excreção urinária, o que favorece a cristalização direta e formação de cálculos na urina. Estes incluem os inibidores da protease (por exemplo, indinavir, atazanavir), efedrina, guaifenesina, triantereno e sulfadiazina.[40] A exposição a antibióticos (sulfas, cefalosporinas, fluoroquinolonas, nitrofurantoína, penicilinas de amplo espectro) está associada ao aumento da probabilidade de nefrolitíase, sendo esta maior quando a exposição é recente e em idade mais jovem.[41]
ingestão alimentar de proteína animal
Uma dieta mais calórica contendo mais proteína animal, consequentemente com alto teor de purina, pode estar relacionada com uma maior incidência de cálculos.[32][42] Isso é secundário às maiores prevalências de hiperuricosúria, hipocitratúria e hipercalciúria relacionadas com essa dieta. A redução da ingestão de proteína animal como parte de uma abordagem combinada, com redução do sal e uma ingestão normal de cálcio demonstrou diminuir a recorrência de cálculos.[43][44][45]
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