A prevalência da síndrome metabólica depende dos critérios utilizados para determinar a inclusão e a composição (idade, sexo, raça e etnia) da população estudada. Os critérios mais usados são os do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) e da International Diabetes Federation (IDF).[4]Cornier MA, Dabelea D, Hernandez TL, et al. The metabolic syndrome. Endocr Rev. 2008 Dec;29(7):777-822.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18971485?tool=bestpractice.com
Em um grande estudo da população dos EUA usando os critérios do NCEP-ATP III em 2002, as prevalências não ajustadas e ajustadas por idade da síndrome metabólica foram 21.8% e 23.7%, respectivamente.[5]Ford ES, Giles WH, Dietz WH. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults: findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA. 2002 Jan 16;287(3):356-9.
https://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=194559
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11790215?tool=bestpractice.com
Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo grego com base nos critérios do NCEP-ATP III, no qual a prevalência padronizada por idade da síndrome metabólica foi de 23.6%.[6]Athyros VG, Bouloukos VI, Pehlivanidis AN, et al; MetS-Greece Collaborative Group. The prevalence of the metabolic syndrome in Greece: the MetS-Greece Multicentre Study. Diabetes Obes Metab. 2005 Jul;7(4):397-405.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15955126?tool=bestpractice.com
A prevalência parece ser maior com o uso dos critérios da IDF que com o dos critérios do NCEP-ATP III.[4]Cornier MA, Dabelea D, Hernandez TL, et al. The metabolic syndrome. Endocr Rev. 2008 Dec;29(7):777-822.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18971485?tool=bestpractice.com
Comparando os critérios da IDF e do NCEP-ATP III, a prevalência ajustada à idade da síndrome metabólica definida pelo NCEP-ATP III foi de 24.5%, enquanto que a definida pela IDF foi de 43.4% (P <0.0001), embora o risco de evento vascular calculado tenha sido menor nos pacientes com síndrome metabólica definida pela IDF.[7]Athyros VG, Ganotakis ES, Elisaf M, et al. The prevalence of the metabolic syndrome using the National Cholesterol Educational Program and International Diabetes Federation definitions. Curr Med Res Opin. 2005 Aug;21(8):1157-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16083523?tool=bestpractice.com
Um estudo que usou os critérios da American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute constatou que, de 1999-2000 a 2017-2018, a prevalência da síndrome metabólica nos EUA aumentou de 36.2% para 47.3%.[8]O'Hearn M, Lauren BN, Wong JB, et al. Trends and disparities in cardiometabolic health among U.S. adults, 1999-2018. J Am Coll Cardiol. 2022 Jul 12;80(2):138-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35798448?tool=bestpractice.com
O estudo também constatou que em 2017-2018 a prevalência foi maior em adultos mais idosos, com menor escolaridade e com menor renda.[8]O'Hearn M, Lauren BN, Wong JB, et al. Trends and disparities in cardiometabolic health among U.S. adults, 1999-2018. J Am Coll Cardiol. 2022 Jul 12;80(2):138-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35798448?tool=bestpractice.com
A prevalência de síndrome metabólica aumenta consistentemente com o avanço da idade (independentemente do sexo), de 6.7% para pacientes com 20 a 29 anos para 43.5% entre 60 e 69 anos e 42% para pessoas com 70 anos ou mais.[5]Ford ES, Giles WH, Dietz WH. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults: findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA. 2002 Jan 16;287(3):356-9.
https://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=194559
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11790215?tool=bestpractice.com
[6]Athyros VG, Bouloukos VI, Pehlivanidis AN, et al; MetS-Greece Collaborative Group. The prevalence of the metabolic syndrome in Greece: the MetS-Greece Multicentre Study. Diabetes Obes Metab. 2005 Jul;7(4):397-405.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15955126?tool=bestpractice.com
A prevalência da síndrome metabólica parece ser similar em homens e mulheres, porém menor nas mulheres brancas e não hispânicas que nos homens e maior nas mulheres negras que nos homens.[4]Cornier MA, Dabelea D, Hernandez TL, et al. The metabolic syndrome. Endocr Rev. 2008 Dec;29(7):777-822.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18971485?tool=bestpractice.com
[5]Ford ES, Giles WH, Dietz WH. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults: findings from the third National Health and Nutrition Examination Survey. JAMA. 2002 Jan 16;287(3):356-9.
https://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=194559
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11790215?tool=bestpractice.com
[6]Athyros VG, Bouloukos VI, Pehlivanidis AN, et al; MetS-Greece Collaborative Group. The prevalence of the metabolic syndrome in Greece: the MetS-Greece Multicentre Study. Diabetes Obes Metab. 2005 Jul;7(4):397-405.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15955126?tool=bestpractice.com
A incidência de componentes da síndrome metabólica definidos pelos mesmos critérios varia de acordo com a etnia. Especificamente, as condições relacionadas à obesidade (diabetes mellitus do tipo 2, hipertensão e dislipidemia) ocorrem com mais frequência nas pessoas com índice de massa corporal menor nos asiáticos que nas pessoas brancas, e as pessoas com origem asiática do Extremo Oriente têm um maior risco de doença cardiovascular.[9]Misra A, Khurana L. Obesity and the metabolic syndrome in developing countries. J Clin Endocrinol Metab. 2008 Nov;93(11 Suppl 1):S9-30.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18987276?tool=bestpractice.com
[10]Wu CC, Yeh WT, Crow RS, et al. Comparison of electrocardiographic findings and associated risk factors between Taiwan Chinese and US White adults. Int J Cardiol. 2008 Aug 18;128(2):224-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17655945?tool=bestpractice.com
No Canadá, as taxas proporcionais padronizadas por idade de mortalidade devido à doença arterial coronariana foram muito maiores entre os canadenses com origem sul-asiática que entre os canadenses de origem europeia, mas o motivo dessa maior prevalência é desconhecido.[11]Sheth T, Nair C, Nargundkar M, et al. Cardiovascular and cancer mortality among Canadians of European, south Asian and Chinese origin from 1979 to 1993: an analysis of 1.2 million deaths. CMAJ. 1999 Jul 27;161(2):132-8.
https://www.cmaj.ca/content/161/2/132.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10439820?tool=bestpractice.com
A síndrome metabólica é mais frequente com: tabagismo atual, ingestão de carboidratos alta (>60% do total de calorias) em comparação com a ingestão moderada, sedentarismo, ingestão de álcool, renda doméstica mais baixa e residência em uma área urbana.[4]Cornier MA, Dabelea D, Hernandez TL, et al. The metabolic syndrome. Endocr Rev. 2008 Dec;29(7):777-822.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18971485?tool=bestpractice.com
As condições comórbidas comumente associadas (que também estão relacionadas à obesidade e à resistência insulínica, mas não são componentes da síndrome metabólica necessários para o diagnóstico) incluem a síndrome do ovário policístico, o hipogonadismo, a apneia obstrutiva do sono e a doença hepática gordurosa associada a disfunção metabólica (anteriormente conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica).[4]Cornier MA, Dabelea D, Hernandez TL, et al. The metabolic syndrome. Endocr Rev. 2008 Dec;29(7):777-822.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18971485?tool=bestpractice.com