Epidemiologia

A prevalência da síndrome metabólica depende dos critérios utilizados para determinar a inclusão e a composição (idade, sexo, raça e etnia) da população estudada. Os critérios mais usados são os do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) e da International Diabetes Federation (IDF).[4]

Em um grande estudo da população dos EUA usando os critérios do NCEP-ATP III em 2002, as prevalências não ajustadas e ajustadas por idade da síndrome metabólica foram 21.8% e 23.7%, respectivamente.[5] Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo grego com base nos critérios do NCEP-ATP III, no qual a prevalência padronizada por idade da síndrome metabólica foi de 23.6%.[6] A prevalência parece ser maior com o uso dos critérios da IDF que com o dos critérios do NCEP-ATP III.[4] Comparando os critérios da IDF e do NCEP-ATP III, a prevalência ajustada à idade da síndrome metabólica definida pelo NCEP-ATP III foi de 24.5%, enquanto que a definida pela IDF foi de 43.4% (P <0.0001), embora o risco de evento vascular calculado tenha sido menor nos pacientes com síndrome metabólica definida pela IDF.[7] Um estudo que usou os critérios da American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute constatou que, de 1999-2000 a 2017-2018, a prevalência da síndrome metabólica nos EUA aumentou de 36.2% para 47.3%.​[8] O estudo também constatou que em 2017-2018 a prevalência foi maior em adultos mais idosos, com menor escolaridade e com menor renda.[8]

A prevalência de síndrome metabólica aumenta consistentemente com o avanço da idade (independentemente do sexo), de 6.7% para pacientes com 20 a 29 anos para 43.5% entre 60 e 69 anos e 42% para pessoas com 70 anos ou mais.[5][6]

A prevalência da síndrome metabólica parece ser similar em homens e mulheres, porém menor nas mulheres brancas e não hispânicas que nos homens e maior nas mulheres negras que nos homens.[4][5][6]

A incidência de componentes da síndrome metabólica definidos pelos mesmos critérios varia de acordo com a etnia. Especificamente, as condições relacionadas à obesidade (diabetes mellitus do tipo 2, hipertensão e dislipidemia) ocorrem com mais frequência nas pessoas com índice de massa corporal menor nos asiáticos que nas pessoas brancas, e as pessoas com origem asiática do Extremo Oriente têm um maior risco de doença cardiovascular.[9][10] No Canadá, as taxas proporcionais padronizadas por idade de mortalidade devido à doença arterial coronariana foram muito maiores entre os canadenses com origem sul-asiática que entre os canadenses de origem europeia, mas o motivo dessa maior prevalência é desconhecido.[11]

A síndrome metabólica é mais frequente com: tabagismo atual, ingestão de carboidratos alta (>60% do total de calorias) em comparação com a ingestão moderada, sedentarismo, ingestão de álcool, renda doméstica mais baixa e residência em uma área urbana.[4]

As condições comórbidas comumente associadas (que também estão relacionadas à obesidade e à resistência insulínica, mas não são componentes da síndrome metabólica necessários para o diagnóstico) incluem a síndrome do ovário policístico, o hipogonadismo, a apneia obstrutiva do sono e a doença hepática gordurosa associada a disfunção metabólica (anteriormente conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica).[4]

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