Prevenção primária
O acesso à água limpa é uma prioridade. Existe um número cada vez maior de diferentes técnicas para tentar melhorar o acesso, sobretudo das comunidades rurais remotas em populações financeiramente desfavorecidas.[30][31]
Existem informações educacionais gerais sobre a segurança alimentar disponíveis em diversas fontes. CDC: food safety Opens in new window Fight Bac! Partnership for Food Safety Education Opens in new window US Government Food Safety Information Opens in new window Food Standards Agency Opens in new window
A higiene adequada, preparação, manuseio e armazenamento dos alimentos e o comportamento de consumo adequado são medidas preventivas efetivas. Isso é particularmente importante para pessoas que trabalham com alimentos. Produtos de higiene para as mãos à base de álcool são adjuvantes úteis.[32][33]
Deve-se prestar atenção às datas de validade dos produtos alimentícios.
Comportamentos recomendados de consumo e manuseio seguro dos alimentos, de acordo com o tipo de alimento, incluem:[34]
Frutos do mar
Evite comer frutos do mar crus ou malcozidos
Cozinhe os frutos do mar a 63 °C (145 °F) e reaqueça as sobras a 74 °C (165 °F); ou cozinhe os frutos do mar até a concha abrir e a carne cozinhar totalmente, e cozinhe os peixes até que a carne fique opaca e desmanche facilmente com um garfo[35]
Adquira frutos do mar de fontes aprovadas
A intoxicação alimentar por toxinas marinhas pode ocorrer mesmo que o peixe esteja cozido adequadamente, pois as toxinas são termoestáveis; evitar ou limitar o consumo de determinados peixes e frutos do mar pode ser recomendado nas áreas de alto risco, ou para os pacientes com risco elevado de complicações.[36]
Carne, frango e alimentos perecíveis
Lave facas, tábuas de cortar alimentos e superfícies de preparação de alimentos com água quente e sabão após o contato com aves, carnes ou frutos do mar crus
Não lave carnes ou aves cruas antes de cozinhar (isso não evita a doença e pode disseminar bactérias para outras superfícies)
Cozinhe carnes e aves completamente, até chegar a uma temperatura interna segura, e use um termômetro de cozinha para verificar
Refrigere os restos de carne e frango a 4.4 °C (40 °F) ou, mais frio, em até 2 horas
Evite leites crus e não pasteurizados e laticínios à base desses leites, inclusive queijos frescos (por exemplo, brie, camembert, queijo branco)
Ovos e farinha crua
Evite comer alimentos que contenham ovos crus ou malcozidos
Evite consumir farinha crua (por exemplo, em massas cruas)
Guarde os ovos na geladeira a 4.4 °C (40 °F), ou mais frio
Cozinhe os ovos até que a gema e a clara estejam firmes; usar um termômetro para se certificar de que os alimentos que contêm ovos sejam cozidos a 71 °C (160 °F).
Frutas e vegetais
Evite consumir couve crua ou levemente cozida
Beba somente sucos de fruta pasteurizados; evite beber sucos com rótulos de advertência
Lave bem as frutas e vegetais frescos com água corrente antes de comer.
Indivíduos em alto risco
Esta orientação é aplicável ao público em geral, mas pessoas imunocomprometidas (por exemplo, pacientes com HIV, indivíduos que estejam recebendo quimioterapia para câncer e pessoas que estejam recebendo corticosteroides orais ou agentes imunossupressores no longo prazo) são mais suscetíveis a infecções por diversos patógenos entéricos e, geralmente, mais propensas a desenvolver enfermidades de maior gravidade, mais frequentemente acompanhadas de complicações. É particularmente importante que esses indivíduos reduzam seu risco aprendendo e seguindo as práticas de preparação e manuseio seguro dos alimentos.
A maioria dos patógenos virais é transmitida por via fecal-oral. Geralmente, lavar bem as mãos é a prevenção mais efetiva. Outros métodos de barreira efetivos incluem luvas e aventais. Em ambientes como instituição asilar ou unidade de cuidados de longa permanência, isolar as pessoas afetadas pode diminuir a transmissão, e os produtos de limpeza para mãos à base de álcool antibacteriano apresentam melhores resultados nestes cenários.
Populações de determinadas regiões podem precisar de educação adicional sobre segurança dos alimentos. No entanto, mudanças na prática, principalmente em ambientes com poucos recursos, devem ser reforçadas com uma boa educação; caso contrário, o risco de doença pode aumentar.[37]
Populações específicas de pacientes com aumento do risco de intoxicação alimentar
Alcoólatras e pessoas com doença hepática crônica (hemocromatose ou cirrose) têm risco elevado de infecções devidas ao Vibrio vulnificus presente em frutos do mar crus.[22]
Os indivíduos com defesas imunológicas comprometidas têm um risco aumentado de infecção por Listeria monocytogenes de queijos frescos; queijos e saladas com embutidos, frios, salsichas de cachorro-quente, salsichas fermentadas ou secas; patês ou pastas de carne; peixes defumados a frio; brotos e melão pré-picado; e leite e laticínios crus (não pasteurizados).[38]
As gestantes devem evitar carnes mal cozidas devido ao risco de infecção por Toxoplasma gondii, e devem evitar alimentos que implicam maior risco de infecção por Listeria monocytogenes (ver lista acima); ambos os organismos estão associados a aborto espontâneo.[38][39]
Entre os idosos, as enfermidades causadas por infecção por Salmonella ou Escherichia coli podem ser particularmente devastadoras, mas podem ser prevenidas com hábitos alimentares seguros.
Vacinação
Vacinas podem ter valor preventivo em determinadas situações, inclusive:[1][17][40][41]
Para viajantes a regiões endêmicas Consulte Hepatite A (Prevenção), Infecção tifoide (Prevenção) e Cólera (Prevenção).
Para indivíduos com aumento do risco de exposição ou de complicações graves por doenças específicas (por exemplo, hepatite A).
Durante surtos e crises humanitárias de alto risco para algumas infecções (por exemplo, cólera).[42]
A vacina contra o rotavírus faz parte da imunização de rotina nos EUA, no Reino Unido e na maioria dos outros países.
Prevenção secundária
Pessoas que manuseiam alimentos ou trabalhadores da saúde que estejam sintomáticos devem ser excluídos do manuseio direto de alimentos e de cuidar de pacientes de alto risco.
As doenças diarreicas em pessoas que trabalham em creches escolares devem ser cuidadosamente tratadas devido à grande probabilidade da disseminação pessoa a pessoa de patógenos comuns, como Escherichia coli produtora da toxina Shiga (por exemplo, O157:H7) e Shigella sonnei. Recomenda-se lavar as mãos de forma efetiva nas unidades, além da pronta disponibilização de pias e suprimentos para lavar as mãos.[70]
Algumas regiões requerem coprocultura negativa antes da volta ao trabalho ou atividades sociais em grupo, após determinadas infecções (por exemplo, Escherichia coli produtora de toxina Shiga, Salmonella ou Shigella).[40] Os requisitos específicos variam; as políticas de saúde pública locais devem ser consultadas e seguidas.
Na diarreia do viajante, os cuidados com alimentos e bebidas são a base da prevenção com terapia empírica efetiva, caso ocorra diarreia. A quimioprofilaxia não é recomendada para a maioria dos viajantes, mas pode ser benéfica em determinados casos. Consulte Diarreia do viajante (prevenção).
Caso haja suspeita de surto de doenças transmitidas por alimentos, as autoridades de saúde locais devem ser contatadas. A Organização Mundial da Saúde disponibiliza diretrizes sobre a investigação das suspeitas de surtos de doenças transmitidas por alimentos.[2]
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