História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os principais fatores de risco incluem: extremidades etárias, gestação, doença crônica, história de viagem recente, estado imunocomprometido, história de contato com outras pessoas com intoxicação alimentar, consumo de carnes mal cozidas, consumo de frutos do mar crus, consumo de alimentos em conserva caseira, consumo de queijos frescos não pasteurizados, consumo de embutidos, consumo de leite ou suco não pasteurizado, consumo de ovos crus, manuseio e armazenamento inadequados dos alimentos.
diarreia
Geralmente, história de diarreia aguda (<2 semanas).
náuseas e vômitos
Há suspeita de Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, norovírus ou rotavírus quando os vômitos forem o principal sintoma manifesto. A ingestão de cogumelos venenosos ou metais pesados também pode se manifestar com náuseas e vômitos.[2]
Outros fatores diagnósticos
comuns
dor abdominal
A dor abdominal geralmente é grave nos processos inflamatórios. Cãibras musculares abdominais dolorosas sugerem perda eletrolítica subjacente, como na cólera grave.
A enterocolite por Yersinia e a esquistossomose podem mimetizar sintomas de apendicite ou de ileíte de Crohn (dor e rigidez no quadrante inferior direito), tal como a trematodíase.
distensão abdominal
Distensão abdominal por um período relativamente longo deve levantar suspeita de giardíase.
febre
Sugere patógeno invasivo ou agente causador de doença sistêmica. A febre pode decorrer de infecções fora do trato gastrointestinal ou infecções sobrepostas.
desidratação
A desidratação pode ser mínima no início da doença diarréica, sem sinais da presença de desidratação. A desidratação moderada é indicada por sede, comportamento inquieto ou irritável, diminuição da elasticidade da pele e olhos encovados. Na desidratação grave, os sintomas se tornam mais severos com choque, diminuição da consciência, falta de débito urinário, membros frios e úmidos, pulso rápido e fraco, pressão arterial baixa ou não detectável e pele pálida. Os pacientes com desidratação grave também podem enfrentar ortostase.
sangue ou muco nas fezes
Indica invasão da mucosa intestinal ou colônica. A síndrome da proctite, observada com a shigelose, é caracterizada por tenesmo, desconforto retal e movimentos intestinais dolorosos frequentes, contendo sangue, pus e muco.
Incomuns
fezes profusas com aspecto de "água de arroz"
Sugerem cólera ou um processo semelhante. Isso resulta em um grande volume de fezes líquidas na ausência de sangue, pus ou dor abdominal grave. Pode resultar em desidratação profunda.
artrite reativa
Pode ser observada em infecções por Salmonella, Shigella, Campylobacter e Yersinia.
manifestações cutâneas
Podem ser observadas manchas rosadas no abdome superior na infecção por Salmonella typhi.
Eritema nodoso sugere infecção por yersínia.
Os pacientes com Vibrio vulnificus ou V alginolyticus podem apresentar celulite.
Manifestações de orelha, nariz e garganta
A faringite exsudativa sugere infecção por yersínia.
Os pacientes com Vibrio vulnificus ou V alginolyticus podem se apresentar com otite média.
hepatoesplenomegalia
Pode ser observada na infecção por Salmonella typhi.
manifestações neurológicas
Podem envolver parestesia, gosto metálico, distúrbios visuais, alucinações, confusão, depressão ou dificuldade respiratórias, broncoespasmo e paralisia de nervos cranianos. Os sintomas neurológicos podem ser causados por botulismo, agentes não infecciosos (inclusive pesticidas e cogumelos) e Campylobacter jejuni (síndrome de Guillain-Barré). Diplopia, redução do tônus muscular e fala indistinta estão associados com botulismo.
doença hepatobiliar
Pacientes com esquistossomose podem apresentar características de cólica biliar, coléstase, colelitíase, abscesso hepático ou hepatite.[5]
sintomas pulmonares
Pacientes com esquistossomose podem apresentar tosse crônica, dor torácica, dispneia ou hemoptise.[5]
outras características intestinais
Os pacientes podem apresentar ulceração da mucosa ou desnutrição.[5]
manifestações de infecções ectópicas
A esquistossomose ectópica pode incluir manifestações no sistema nervoso central, coração, órgãos reprodutores, baço, vasos sanguíneos ou pele.[5]
Fatores de risco
Fortes
idosos e gestantes
As gestantes e pessoas nas extremidades etárias apresentam maior risco e estão mais vulneráveis às enfermidades transmitidas por alimentos. Elas podem apresentar doença grave, a qual pode exigir hospitalização. O aumento do risco resulta tanto de fatores diretos (por exemplo, sistema imunológico em envelhecimento, resultando na diminuição da motilidade intestinal e da função imune e no aumento da suscetibilidade a enfermidades sistêmicas) quanto indiretos (por exemplo, práticas inadequadas de preparo e manuseio dos alimentos que possam elevar a probabilidade de doença).[17][18][19]
doenças crônicas
Algumas doenças crônicas (por exemplo, diabetes e câncer) e o uso crônico de medicamentos imunossupressores (por exemplo, corticosteroides, terapia com o fator de necrose tumoral e quimioterapias) estão associados ao aumento da vulnerabilidade às infecções oportunistas.[17][20][21] Os indivíduos com transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas e pessoas com doença hepática crônica (hemocromatose ou cirrose) têm risco elevado de infecções devidas ao Vibrio vulnificus presente em frutos do mar crus.[22]
história de viagem recente
Pode indicar patógenos específicos.
pacientes imunocomprometidos
Os estados imunocomprometidos (de condições específicas ou relacionados a medicamentos) estão associados a um risco elevado de enfermidades transmitidas por alimentos mais frequente e mais grave.[23]
história de contato com outros indivíduos com intoxicação alimentar
Amigos ou familiares podem ter apresentado sintomas semelhantes.
Se 2 ou mais pessoas apresentarem sintomas de diarreia, então é considerado um surto.
Alguns patógenos são notificáveis. UK Health Security Agency: notifiable diseases and causative organisms: how to report Opens in new window CDC: how to report a foodborne illness - healthcare professionals Opens in new window
consumo de carne malcozida
Associada à Salmonella, Campylobacter, Escherichia coli produtora da toxina shiga, Clostridium perfringens e hepatite E.[24]
consumo de frutos do mar crus
Associado com norovírus, espécies de vibriões, hepatite A e trematódeos (parasitas).
consumo de alimentos em conserva caseira
Associado ao Clostridium difficile.
consumo de queijos frescos não pasteurizados
Associado à Listeria, Salmonella, Campylobacter, E coli produtora da toxina shiga e Yersinia.
consumo de embutidos
Associado à listeriose.
consumo de leite ou suco não pasteurizado
Associado à Salmonella, Campylobacter, E coli produtora da toxina shiga, Yersinia e Brucella.
consumo de ovos crus
Associado à Salmonella.
manuseio e armazenamento inadequado dos alimentos
Associados a um risco elevado de desenvolver e transmitir enfermidades causadas por alimentos. Exemplos incluem: refrigeração e armazenamento inadequado (em conserva caseira); não lavar tábuas de cortar alimentos e pias antes e depois de lavar frutas, verduras e legumes frescos; não separar produtos animais crus de frutas, verduras e legumes frescos na geladeira, ou ao transportá-los da loja até a casa; não usar um termômetro para carne para determinar se a mesma está cozida; não refrigerar os alimentos adequadamente; colocar grandes quantidades de comida quente na geladeira sem dividir em pequenas porções; descongelar o alimento na pia; usar geladeiras muito quentes (≥6°C [43°F]) para o armazenamento seguro dos alimentos.[1][17][20][25][26]
supressão de ácido gástrico
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