Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
microscopia das fezes para leucócitos e eritrócitos
Exame
Ajuda a diferenciar a doença invasiva ou inflamatória da não invasiva.
A microscopia das fezes para leucócitos e eritrócitos deve ser realizada em pacientes com sangue nas fezes, febre, suspeita de patógenos invasivos (como a Escherichia coli O157:H7), quando outros diagnósticos foram considerados (como doença inflamatória intestinal, colite isquêmica ou infecciosa) e com sintomas prolongados (3 dias ou mais).
A microscopia de campo escuro pode ser incluída para identificar Vibrio cholerae, se houver suspeita.
Resultado
presente/positiva na diarreia invasiva ou inflamatória
coprocultura
Exame
As diretrizes recomendam exame de fezes para Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia, Clostridioides difficile, E coli produtora de toxina Shiga e Entamoeba nos indivíduos com diarreia acompanhada de febre, fezes com sangue ou muco, cólicas ou sensibilidade abdominal grave ou sinais de sepse.[40] A testagem para organismos adicionais pode ser considerada, a depender do quadro clínico.[3] O teste para Yersinia enterocolitica deve ser realizado nos indivíduos com dor abdominal persistente e pessoas com febre e risco epidemiológico de yersiniose.[40] Em indivíduos que também apresentam grande volume de fezes com aspecto de "água de arroz" ou exposição a águas salgadas ou salobras, consumo de frutos do mar crus ou malcozidos, ou viagem a regiões endêmicas para cólera até 3 dias antes do início da diarreia, examine amostras de fezes para espécies de vibriões.[40]
Testes sorológicos nas fezes e exames para toxinas podem ajudar a diagnosticar o tipo de bactéria produtora da toxina Shiga, e também qual toxina está sendo produzida. O teste para Yersinia normalmente envolve a testagem sorológica com repetição do nível 2 semanas depois, mas recomenda-se consulta com um infectologista local.
O teste para toxina Clostridioides difficile (antes conhecida como Clostridium difficile) pode ser incluído para descartar a diarreia associada a C difficile.
Alguns centros estão migrando para o sequenciamento por reação em cadeia da polimerase para detectar várias infecções bacterianas, virais e parasitárias.
Se os sintomas persistirem e o patógeno for isolado, deve-se iniciar o tratamento específico.
Resultado
isolamento do patógeno específico
exame de fezes para detecção de ovos e parasitas
Exame
Exames microscópicos das fezes em busca de ovos e parasitas (incluindo ovos de trematódeo e ameba). Realizados em todas as amostras fecais.
Alguns centros estão migrando para o sequenciamento por reação em cadeia da polimerase para detectar várias infecções bacterianas, virais e parasitárias. Ele é particularmente importante para separar a Entamoeba histolytica patogênica da Entamoeba dispar não patogênica.
Resultado
detecção de ovos e/ou parasitas específicos
reação em cadeia da polimerase de fezes
Exame
Usada para detectar vários patógenos intestinais bacterianos, virais e parasitários (por exemplo, Campylobacter, Salmonella, E coli produtora de toxina Shiga O157, Giárdia, Cryptosporidium).[3][44][45]
Útil para detectar vírus, como norovírus, e para diferenciar as espécies de Entamoeba patogênicas das não patogênicas.[3][46]
Resultado
positivas para organismo
Hemograma completo com diferencial
Exame
Indicado nos pacientes que apresentarem sangue nas fezes, febre, suspeita de patógenos invasivos (por exemplo, E coli produtora da toxina Shiga [por exemplo, O157:H7]) e manifestações extragastrointestinais.
Ajuda a avaliar a resposta inflamatória e o grau de hemoconcentração. Pode detectar evidências de síndrome hemolítico-urêmica quando houver suspeita de E coli produtora da toxina shiga (por exemplo, O157:H7).
Resultado
contagem elevada de leucócitos com a maioria dos patógenos inflamatórios/invasivos associados à diarreia; a contagem baixa de leucócitos está associada à febre tifoide e a alguns vírus; anemia; Hb e hematócritos elevados podem refletir hemoconcentração
eletrólitos e creatinina sérica
Exame
Devem ser realizados a fim de excluir anormalidades eletrolíticas e disfunção renal em todos os pacientes com evidências de desidratação moderada ou grave, e em pacientes com vômitos ou diarreia graves ou sintomas sem melhora após 24 horas.
A avaliação do eletrólito sérico e dos níveis de ureia e de creatinina ajudam a avaliar a resposta inflamatória e o grau de desidratação. Suspeita de síndrome hemolítico-urêmica quando houver presença de uremia.
Resultado
acidose metabólica hipocalêmica após diarreia; hiper ou hiponatremia e elevação do nitrogênio ureico no sangue após desidratação
proteína C-reativa
Exame
Isso ajuda a distinguir a colite infecciosa da inflamatória, embora ela também possa estar elevada na colite ulcerativa aguda grave.
Resultado
elevado
Investigações a serem consideradas
exame de detecção da toxina botulínica
Exame
Se um paciente apresentar sintomas/sinais de botulismo, secreções séricas, nas fezes e gástricas ou amostras de alimento devem ser enviadas para identificação/confirmação da toxina.[49] Não aguarde os resultados dos testes antes de administrar antitoxina botulínica se o paciente estiver sintomático e houver suspeita de botulismo.[49]
Resultado
toxina botulínica
hemocultura
Exame
Realiza-se uma hemocultura para se descartar a bacteremia caso o paciente esteja febril (por exemplo, temperatura de 38.5 °C [>101 °F]) e haja sinais de sepse (taquicardia, hipotensão, enchimento capilar lentificado, taquipneia, confusão mental aguda, diminuição do débito urinário). Também recomendada para os indivíduos imunocomprometidos, pessoas com sinais de infecção sistêmica, e quando houver suspeita de febre entérica.[40] Pode ser difícil diferenciar os sinais de sepse dos sinais de desidratação grave.
Resultado
positiva; isolamento do patógeno específico com infecções invasivas graves ou infecções secundárias sobrepostas
lipase e amilase séricas
TFHs
Exame
Ajuda a distinguir a intoxicação alimentar da colecistite aguda ou hepatite aguda.
Resultado
elevados nos pacientes com toxicidade a cogumelos selvagens ou patógenos invasivos associados a doença sistêmica, sobretudo a Salmonella e Campylobacter ; hipoalbuminemia secundária a desnutrição, ou como reagentes de fase aguda
anticorpos imunoglobulina M (IgM) da hepatite A
Exame
Realizado quando houver história ou profissão (em hospital, enfermaria) sugerindo exposição à hepatite A ou se os testes de função hepática estiverem anormais.
Resultado
positivo para anticorpos IgM contra o vírus da hepatite A
anticorpos IgM da hepatite E
Exame
Realizado quando houver história sugerindo exposição à hepatite E ou se os testes de função hepática estiverem anormais.
Resultado
positivo para anticorpos IgM contra hepatite E
série radiográfica do abdome agudo
Exame
Caso o paciente esteja com dor intensa ou sintomas obstrutivos, ou se houver suspeita de perfuração, deve-se obter com urgência radiografias abdominais na posição plana e ereta.
Resultado
alças dilatadas com nível hidroaéreo decorrente de íleo paralítico; o ar livre é consistente com a perfuração
sigmoidoscopia/colonoscopia
Exame
A sigmoidoscopia é considerada nos pacientes com diarreia sanguinolenta nos quais não tiver sido identificado nenhum patógeno entérico, ou se a diarreia hemorrágica persistir ou aumentar em gravidade, e nos pacientes cujo quadro clínico e resultados dos exames forem incompatíveis com um diagnóstico de enfermidade transmitida por alimentos.
Pode ser útil no diagnóstico de doença inflamatória intestinal, diarreia associada a antibióticos, shigelose e disenteria amebiana. A colonoscopia deve ser reservada para os pacientes nos quais a sigmoidoscopia não produz um diagnóstico, ou para pacientes com sintomas persistentes ou que não apresentam resposta ao tratamento inicial. A colonoscopia custa mais caro, requer preparação completa e sedações, e deve ser realizada em um ambiente especial (sala de endoscopia).
Resultado
alterações inflamatórias: eritema, granularidade e ulceração da mucosa, friabilidade
endoscopia digestiva alta
Exame
Endoscopia digestiva alta com aspirado duodenal e/ou biópsia considerada em pacientes imunocomprometidos, que estejam recebendo quimioterapia, e pacientes com sintomas persistentes e graves com duração de mais de 5 dias, e aqueles que não tenham respondido bem ao tratamento inicial.
Resultado
alterações inflamatórias no intestino delgado ou achatamento das vilosidades
biópsia
Exame
Considerada quando se realiza uma endoscopia. Raramente é útil, mas pode diferenciar a doença inflamatória intestinal da enterite infecciosa aguda ou da colite pela presença de alterações arquiteturais de criptas, como ramificação e abscesso das criptas. No entanto, essas características levam várias semanas para se desenvolverem, e é pouco provável que estejam presentes em uma colite infecciosa.
A microscopia eletrônica é útil quando existe suspeita de parasitas intracelulares (Cryptosporidium ou Cyclospora cayetanensis).
A endoscopia digestiva alta com biópsia dos quadrantes D1 e D2 pode ser usada para descartar doença celíaca, se houver suspeita.
Resultado
características histológicas de enterite infecciosa são alterações inflamatórias inespecíficas; ocasionalmente, os patógenos são identificados e coloridos
teste do barbante (enteroteste)
Exame
Considerado caso a microscopia das fezes não consiga diagnosticar Giárdia e caso o exame para o antígeno seja negativo ou esteja indisponível. Engole-se uma cápsula com um barbante, com a extremidade livre do barbante presa na bochecha do paciente. A cápsula se dissolverá e o barbante passará pelo duodeno, onde será deixado por 4 a 6 horas antes de ser removido. O barbante poderá então ser examinado em busca de trofozoítos.
Resultado
presença de trofozoítos
aspirado duodenal
Exame
É considerado ao se realizar a endoscopia nos pacientes imunocomprometidos, pacientes que estiverem recebendo quimioterapia, e pacientes com sintomas persistentes ou que não estiverem respondendo bem ao tratamento inicial.
Pode ser usado para diagnosticar infecção por Giárdia, Strongyloides, Cystoisospora ou microsporídia quando outros testes não conseguirem revelar o diagnóstico.[40]
Resultado
positivo (supercrescimento bacteriano) quando a contagem for >10⁶ m/L
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