História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem: exposição à tuberculose (TB); pessoas nascidas na Ásia, América Latina ou África; infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV); medicamentos imunossupressores; neoplasia hematológica ou de cabeça/pescoço; doença renal em estágio terminal (DRET); fibrose apical e pessoa muito jovem.

linfonodo aumentado

O aumento indolor e gradual dos linfonodos cervicais ou supraclaviculares unilaterais ou bilaterais em um período de semanas; os linfonodos normalmente são firmes.

Outras apresentações incluem linfonodos doloridos ou flutuantes que podem ter drenagem. Os linfonodos raramente podem estar localizados nas regiões axilares ou inguinais.[74][75]

A TB pulmonar concomitante também pode ser observada.

dor torácica pleurítica

Presente em até 75% dos pacientes com TB pleural.[75]

dor esquelética

A dor é comum na TB óssea e sua localização depende do local do envolvimento.

A dor pode evoluir ao longo de semanas a meses.

Na doença de Pott, a cifose e a sensibilidade focal podem estar presentes.

Se o quadril ou o joelho estiver envolvido, o paciente poderá se queixar de dor ao andar, e o inchaço local talvez esteja presente.

Se não forem tratados, os abscessos duros que não são sensíveis nem eritematosos poderão se formar e são mais comuns em pacientes HIV-positivos. Se eles se romperem, será formado um trato sinusal de drenagem.[52]

sintomas urinários

Observados na TB geniturinária. Incluem a disúria, hematúria e polaciúria.

inchaço abdominal

Na TB peritoneal, o inchaço é observado em mais de 90% dos pacientes.

O abdome flácido clássico está associado à forma fibroaderente crônica e raramente é observado.

dor abdominal

A dor difusa pode ser observada em 75% dos pacientes com a peritonite tuberculosa.

Em pacientes com enterite tuberculosa, a dor está presente em 80% a 90% dos pacientes, normalmente no quadrante inferior direito. Uma massa palpável pode estar presente.

Incomuns

cefaleia

Observado na meningite tuberculosa.

Outros fatores diagnósticos

Incomuns

tosse

A TB pulmonar ativa é encontrada em 15% a 20% dos pacientes com tuberculose extrapulmonar (TBEP). As taxas mais altas de comprometimento pulmonar junto com a TBEP são observadas em crianças, pacientes com doença disseminada e pacientes com TB pleural (até 55%); pacientes com TB pleural frequentemente têm uma tosse não produtiva (70%).[76][77][78]

estado mental alterado

Observado na meningite tuberculosa.

sintomas neurológicos

O envolvimento do nervo craniano é o resultado da meningite tuberculosa, pois o processo está localizado principalmente na base do cérebro.

Os sintomas do nervo periférico podem ser o resultado do envolvimento vertebral com compressão da medula. Podem incluir dormência, fraqueza ou paralisia. As vértebras da região toracolombar são as mais envolvidas.

hepatomegalia

Pode ser observada em até um terço dos pacientes com a TB disseminada. Também pode ter esplenomegalia.[16]

exames torácicos anormais

O exame torácico poderá ser anormal se houver também a TB pulmonar ou doença pleural.

Possíveis achados incluem atrito pericárdico, estertores, murmúrios vesiculares reduzidos ou macicez à percussão.

febre

Pode ser observada em um terço dos pacientes com a TBEP, embora a febre possa ser mais comum em pacientes HIV-positivos e na TB peritoneal.

A febre é muito comum na TB disseminada (até 95% dos pacientes). A TBEP pode ser considerada em pacientes com febre de origem desconhecida.[77][78]

perda de peso de mais que 10% do peso corporal

Comum na TB disseminada (60%) e em pacientes HIV-positivos.[77][78]

anorexia

Comum na TB disseminada e em pacientes HIV-positivos.[77][78]

mal-estar

Pode ser observado em 15% a 30% dos pacientes.[77][78]

sudorese noturna

Se estiver presente, a pessoa geralmente fica encharcada. Comum na TB disseminada.[78]

dispneia

Pode ser observada na TB disseminada.

assintomático

Principalmente pacientes com a TB geniturinária, cuja suspeita pode surgir na urinálise de rotina.

eritema nodoso e eritema induratum

Nódulos eritematosos elevados e doloridos na região pré-tibial ou nas panturrilhas.

Fatores de risco

Fortes

exposição à tuberculose (TB)

A exposição a um caso infeccioso (ou seja, TB pulmonar ou laríngea) é necessária, mas não o suficiente para o desenvolvimento da TB. Entre os contactantes domiciliares, cerca de um terço irá adquirir uma infecção latente por TB e 1 a 2% terá a doença ativa. As pessoas com infecção adquirida recentemente (por exemplo, conversão recente de teste tuberculínico) apresentam um aumento do risco de desenvolver TB ativa, embora essa relação seja menos provável para a TBEP em comparação com a TB pulmonar.[20][21]

nascidos na Ásia, América Latina ou África

Estas são regiões de alto risco, principalmente se a imigração ocorreu dentro dos 5 anos anteriores. As pessoas do sudeste asiático e da Índia correm mais risco de linfadenite tuberculosa.[22][23]

Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

A infecção por HIV aumenta o risco da progressão para a doença primária e a reativação da doença latente. O risco de reativação em um paciente HIV-positivo com infecção tuberculosa latente é de até 10% ao ano, em contraste com um risco de 10% ao longo da vida em pessoas HIV-negativas. Manifestações extrapulmonares de TB são mais comuns em HIV, e os pacientes correm mais risco de TB do sistema nervoso central.[3][24][25][26][27]

medicamentos imunossupressores

Especialmente corticosteroides sistêmicos e antagonistas do fator de necrose tumoral (TNF). O risco com corticosteroides aumenta com doses crescentes (razão de chances 7.7 para >5 mg por dia de prednisolona) e varia de acordo com a doença subjacente. Os pacientes que recebem antagonistas do TNF correm um risco 2-20 vezes maior de TB; mais de 50% dos casos de TB relacionada ao antagonista do TNF serão extrapulmonares.[28] O risco de TB com infliximabe é maior que com etanercepte. O risco relativo depois do transplante de órgão é 20 a 74 vezes maior.[29][30]

neoplasia hematológica ou de cabeça/pescoço

Os pacientes com neoplasia hematológica e com câncer de cabeça e pescoço têm um risco maior que as pessoas sem neoplasias.[31] O risco com outros tipos de câncer não foi determinado.

doença renal em estágio terminal

Os pacientes que fazem hemodiálise apresentam um risco maior de TBEP. Os pacientes que fazem diálise peritoneal apresentam um risco maior de TB peritoneal.[15]

fibrose apical

Os pacientes cuja radiografia torácica mostre alterações fibróticas condizentes com a TB pulmonar prévia têm um risco maior de desenvolverem doença ativa novamente (risco estimado de 0.3% ao ano).[32]

muito jovem

As pessoas muito jovens (<5 anos) têm risco maior de progressão para a doença. A TBEP é mais comum em pacientes mais jovens. A TB disseminada é observada em taxas mais altas em pacientes com <14 anos.[3][34]

Fracos

uso de substâncias por via intravenosa

Mesmo sem infecção por HIV.[33]

sexo feminino

A razão de chances para desenvolvimento de TBEP em comparação com TB pulmonar é de 3.69.[20]

indivíduos de origem asiática, negros e índios norte-americanos

A TBEP tem maior probabilidade de ocorrer em pessoas de origem asiática, negros e índios norte-americanos que em pessoas brancas.[34]

desnutrição

Inclui pessoas com baixo peso corporal (<90% do peso corporal ideal), doença celíaca e história de gastrectomia. Risco maior em pacientes que foram submetidos à cirurgia de bypass jejunoileal.

alcoolismo

Difícil separar de outros fatores de risco.

diabetes

Um risco relativo de 2-4 se não forem controlados.

cirrose

Aumento do risco de TB peritoneal.[15]

aspectos combinados de alto risco

Residente ou funcionário de instituição corretiva, abrigo para desabrigados ou instituição asilar.

condição socioeconômica baixa

Modelos multivariados sugerem que pelo menos metade do risco atribuído à etnia (negros, hispânicos e índios norte-americanos) se deve à baixa condição socioeconômica.[35]

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