Abordagem

As estratégias de tratamento são individualizadas e devem envolver especialistas quando apropriado, dependendo das características específicas dos pacientes.

Profilaxia pós-exposição

Uma imunização ativa ou passiva está disponível para proteção após exposição à infecção pelo vírus da hepatite A (HAV). As recomendações relativas à profilaxia pós-exposição podem diferir geograficamente, portanto, diretrizes nacionais específicas devem ser consultadas.[21][31][32][43]​​[44]

Para indivíduos imunocompetentes (≥12 meses de idade)

Para pessoas saudáveis com exposição recente ao HAV (<2 semanas) que não completaram a série de vacinas de duas doses contra hepatite A, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam:[21]

  • Uma única dose de vacina contra hepatite A o mais rápido possível

  • Coadministração discricionária de imunoglobulina para pessoas com idade >40 anos (dependendo da avaliação do provedor de fatores de risco individuais para infecção por HAV e/ou complicações relacionadas ao HAV).

Pessoas imunocomprometidas ou com doença hepática crônica (com idade ≥12 meses)

Para pessoas imunocomprometidas ou com doença hepática crônica que não completaram a série de vacinas de duas doses contra hepatite A, o CDC recomenda:[21]

  • Imunoglobulina e uma dose única de vacina contra hepatite A simultaneamente em locais anatomicamente distintos, o mais rápido possível (<2 semanas).

Bebês <12 meses/vacina contraindicada

Crianças menores de 12 meses e aquelas com história de alergia com risco de vida após a administração da vacina contra hepatite A (ou alergia grave a qualquer componente da vacina) devem receber:[21] CDC: hepatitis A FAQs for health professionals Opens in new window

  • Imunoglobulina o mais rapidamente possível (<2 semanas desde a exposição)

Pacientes que requerem profilaxia pós-exposição.

O CDC recomenda a profilaxia pós-exposição paras as seguintes populações de pacientes: CDC: hepatitis A FAQs for health professionals Opens in new window

  • Todas as pessoas previamente não vacinadas expostas (ou em risco de exposição a) pessoas com hepatite A confirmada sorologicamente, incluindo:

    • Membros domiciliares

    • Contatos sexuais

    • Pessoas que tiverem compartilhado drogas injetáveis com alguém com hepatite A

    • Cuidadores que não usam equipamento de proteção individual

  • Todos os membros da equipe não vacinados anteriormente e pacientes atendidos nas creches em que:

    • Um ou mais casos de infecção por hepatite A são reconhecidos em crianças ou funcionários

    • Casos são reconhecidos em dois ou mais domicílios de pessoas que frequentam a creche

  • Pessoas que manuseiam alimentos no mesmo estabelecimento de outra pessoa que manuseia alimentos que recebe um diagnóstico de hepatite A

  • Pessoas que têm contato próximo com pacientes infectados, se uma investigação epidemiológica indicar que ocorreu transmissão de hepatite A:

    • Em uma escola

    • Entre pacientes hospitalizados

    • Entre pacientes e funcionários de um hospital.

Outras considerações específicas são fornecidas online pelo CDC. CDC: hepatitis A FAQs for health professionals Opens in new window

Infecção confirmada: cuidados de suporte

O tratamento da infecção por HAV é principalmente de suporte, incluindo repouso apropriado quando necessário.[19] O consumo excessivo de paracetamol e de bebidas alcoólicas deve ser evitado.[2][18] Não está disponível terapia antiviral específica.

Uma vez ocorrida uma infecção aguda, o manejo será em grande parte ambulatorial. Raramente, a hospitalização pode se tornar necessária para depleção de volume, coagulopatia ou encefalopatia.[18]

Precauções de contato são tomadas durante o período infeccioso, principalmente no grupo de pacientes incontinentes ou que precisam de fraldas. O período infeccioso dura por cerca de 2 semanas após o início da doença em pessoas saudáveis. Certos grupos de pacientes permanecem infecciosos por até 6 meses. Isso inclui crianças e pacientes imunocomprometidos.[2]

Infecção confirmada: encaminhamento para transplante de fígado

Em <1% dos pacientes ocorre insuficiência hepática aguda, caracterizada por icterícia progressiva, coagulopatia e encefalopatia.[35][36]​ O encaminhamento imediato a centros com experiência em transplante de fígado é justificado nesses casos. Isso é de particular importância nos pacientes com infecções coexistentes pelo vírus da hepatite C ou hepatite B, ou com cirrose por qualquer causa. A infecção pelo HAV nessas condições apresenta maior risco de insuficiência hepática aguda. Um índice prognóstico composto por quatro aspectos clínicos e laboratoriais (alanina aminotransferase [ALT] sérica <2600 unidades/L, creatinina >177 micromoles/L [>2 mg/dL], intubação, vasoconstritores) prediz a probabilidade de transplante/óbito de maneira consideravelmente melhor que outros modelos publicados.[35] Os níveis mais baixos de ALT determinados como um dos indicadores de prognóstico desfavorável foram atribuídos a necrose extensa na apresentação.[35]

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