Prevenção primária

A estratégia de prevenção primária mais importante é evitar o consumo de carne crua ou malcozida de porcos, cavalos, animais de caça ou carnívoros. Portanto, é fundamental educar o público sobre o risco de ingerir essas carnes e sobre como melhorar a higiene alimentar.

Educação do consumidor

A International Commission on Trichinellosis (ICT) reconhece três métodos para tornar a carne potencialmente contaminada adequada para o consumo humano:[35]

  • Cozinhar a carne até uma temperatura interna de 63 °C (144 °F) (até que o sumo saia transparente) para inativar as larvas

  • O congelamento da carne a -15 °C (5 °F) ou menos durante 3-4 semanas pode eliminar a Trichinella spiralis (mas outras espécies podem ser resistentes a esse tratamento)

  • Irradiação com 0.3 kGy, recomendada para alimentos embalados e lacrados.

O cozimento por meio de processo de cura (salgamento), micro-ondas, secagem ou defumação não é considerado seguro.[9][36]

Inspeção e testes pós-colheita

As carcaças provenientes de abatedouros ou de animais de caça devem ser rotineiramente monitoradas quanto à doença ativa. A digestão artificial é o método preferido.[35]

Entre caçadores de animais selvagens, a coleta de amostras de tecido e o rápido ensaio de digestão de amostras combinadas por um laboratório central, antes de a carne ser consumida, pode reduzir significativamente o risco de surtos de Trichinella. A eficácia dessas medidas foi demonstrada pelo programa de prevenção da triquinelose de Nunavik (Nunavik Trichinellosis Prevention Programme) entre caçadores inuítes de morsas que vivem na região ártica de Quebec. Nesse caso, houve interrupção de grandes surtos depois que os caçadores começaram a enviar para a análise amostras de línguas de todas as morsas caçadas antes do consumo.[37]

Nenhuma vacina encontra-se disponível para a prevenção da triquinelose.

Medidas ambientais

A ICT estabeleceu uma série de regulamentos para prevenir a infecção em suínos, inclusive:[35]

  • Barreiras arquitetônicas e ambientais para impedir a entrada de roedores e animais selvagens em fazendas

  • Controle efetivo de roedores e boa higiene geral da fazenda

  • Prevenção do uso de carne contaminada como ração para os animais

  • Aceitar novos animais apenas de fazendas com situação insignificante de Trichinella e identificar animais para permitir o rastreamento.

Prevenção secundária

Em alguns países, um caso confirmado de triquinelose deve ser notificado às autoridades locais de saúde pública. Nos EUA, a triquinelose é uma doença de notificação compulsória.[39]  Após a notificação da doença, o departamento de saúde local organizará um rastreamento de contato a fim de identificar e informar outras pessoas que possam ter sido expostas à mesma fonte de carne.

Profilaxia pós-exposição

Um pequeno estudo observacional de 37 pacientes expostos à triquinelose sugeriu que o uso de albendazol ou mebendazol, tomados em até 6 dias após a exposição, pode prevenir a doença.[83] Teoricamente, o mebendazol pode ser a melhor opção para profilaxia pós-exposição, já que ele não é absorvido no trato gastrointestinal, alcançando assim altas concentrações no lúmen, o que permite eliminar os parasitas antes que novas larvas sejam produzidas e migrem para outras partes do corpo.[83]

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