Epidemiologia

A triquinelose é uma das parasitoses humanas mais disseminadas, com aproximadamente 11 milhões de pessoas em risco de adquirir a doença em todo o mundo.[8] Em todo o mundo, a ocorrência da triquinelose está intimamente relacionada aos hábitos alimentares de humanos afetados. Em países com regulamentações rigorosas para a carne e notificação obrigatória de casos, a doença se tornou rara.[9]

Nos EUA, um surto de triquinelose foi observado em 2022 após o consumo de carne congelada de um urso negro proveniente do Canadá.[10] Seis casos foram identificados, dos quais apenas dois consumiram vegetais grelhados com a carne.[10] Outro surto foi relatado na Carolina do Norte em 2023, em que carne de urso malcozida levou a 10 casos de triquinelose.[11]​​

A triquinelose é relativamente rara na Europa. Em 2019, 12 países da Europa Ocidental (estados membros da União Europeia/Espaço Econômico Europeu) relataram 96 casos confirmados de triquinelose, a maioria deles na Itália, Espanha e Bulgária.[12] A taxa geral de notificação na UE/EEE foi de 0.02 caso por 100,000 habitantes em 2019.[12] No entanto, a triquinelose reemergiu no leste da Europa, supostamente em consequência da ruptura política e econômica dos anos 1990.[13][14][15][16]

A triquinelose é comum em muitos países asiáticos e sul-americanos, tais como Argentina, Chile, México, Tailândia, Indonésia, Laos, Malásia e Mianmar.[2] Dados epidemiológicos provenientes da China indicam que, durante 2009-2020, a triquinelose humana foi identificada principalmente em áreas do sudoeste.[17] Foram relatados oito surtos, sete dos quais causados pela ingestão de carne de porco crua ou semicozida. Duas mortes foram relatadas entre 479 casos.[17] A soroprevalência humana de IgG suína anti-Trichinella variou de 0% a 42% por província.[17] As implicações incluem as más práticas de criação de porcos e o consumo de carne de porco malcozida ou crua.[17][18]

A prevalência da triquinelose aumenta com o avanço da idade, embora não haja relatos de diferenças na prevalência da doença entre homens e mulheres.[19] Certos grupos religiosos (muçulmanos, judeus, adventistas do sétimo dia e rastafáris) apresentam um risco mais baixo de evoluir para triquinelose, pois suas religiões proíbem o consumo de carne suína.[20] Determinados rituais religiosos podem aumentar o risco de adquirir triquinelose, como o "Pomana Porcului" romeno (consumo de diferentes produtos suínos, inclusive carne crua).[21]

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