Epidemiologia

A prevalência e a incidência exatas de crianças que apresentam atraso no desenvolvimento puberal são difíceis de definir. Com base na definição de puberdade tardia como 2 a 2.5 desvios-padrão mais tardiamente que a idade média da população, 2% da população têm puberdade tardia, mas muito menos têm uma puberdade gravemente tardia. A maioria dos pacientes que procura profissionais da saúde são meninos. A prevalência de amenorreia primária nos EUA é <0.1%,[2] A incidência de síndrome de Turner é de 1 em 2500 meninas nascidas vivas,[3][4]​​​ e a de síndrome de Klinefelter é de 1 em 1500 meninos nascidos vivos. A prevalência de hipogonadismo hipogonadotrófico orgânico é de 1 em 15,000-50,000.[5]

É difícil calcular a incidência e a prevalência de puberdade tardia devido a diversos fatores de confundimento.[6]

  • Há evidências de que a puberdade nas meninas ocorre em uma idade cada vez mais precoce em gerações sucessivas (2 a 3 meses por década),​​ se definirmos puberdade como a idade da menarca ou o primeiro desenvolvimento das mamas.[7][8][9]​​ Há evidências mais conflitantes da mudança na idade de início da puberdade em meninos com o decorrer do tempo,​​ embora isso possa ser decorrente do fato de que o início e a conclusão dessa fase em meninos não são tão bem-definidos e documentados como a menarca nas meninas.[10][11]

  • Há uma variação na idade puberal média entre diferentes grupos étnicos. Normalmente, meninas de origem africana ou caribenha têm a menarca em idade precoce (aproximadamente 6 meses antes), em comparação com meninas brancas.[12]​ A idade média da menarca diminuiu 3 meses em meninas brancas, em comparação a 5.5 meses em meninas de ascendência africana ou caribenha, entre 1960 e 1990, nos EUA.[13]

  • Há uma influência genética sobre o início da puberdade, que se manifesta como uma semelhança nas idades de início da puberdade e, principalmente, na idade da menarca entre gêmeas, irmãs e meninas e suas mães.

  • A ocorrência de obesidade em crianças dobrou desde 1980; obesidade moderada está associada à menarca mais precoce.[8][14][15][16]

Um estudo retrospectivo de grande porte envolvendo 232 adolescentes com atraso puberal (158 meninos; 74 meninas), determinou o retardo constitucional da puberdade como causa mais comum (53%; uma razão aproximada de 2:1 entre meninos e meninas).[17] Outros 19% dos pacientes tiveram desenvolvimento puberal espontâneo com o tempo. Hipogonadismo hipogonadotrófico e hipogonadismo hipergonadotrófico orgânicos foram relatados em 12% e 13% dos pacientes, respectivamente,​ confirmados em um estudo realizado em 2017 com 244 crianças finlandesas que apresentavam puberdade tardia.[17][18]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal