Complicações
O fluxo sanguíneo através de uma restrição causa uma redução na pressão de fluido (o efeito Venturi). Se um efeito Venturi ocorrer através de um shunt esquerda-direita próximo à valva aórtica, a valva pode sofrer prolapso, causando regurgitação e insuficiência aórtica. Nesses casos, o reparo cirúrgico do defeito do septo ventricular (DSV) deve ser considerado para evitar o agravamento da regurgitação aórtica.[46]
O procedimento cirúrgico pode afetar o tecido de condução no coração, resultando assim em bloqueio atrioventricular. Isso pode exigir o implante de um marca-passo permanente.[47]
As disritmias cardíacas são uma fonte importante de morbidade e mortalidade nos pacientes. Embora distúrbios de ritmo possam frequentemente ser observados com defeitos não reparados ou paliados, os casos mais difíceis geralmente envolvem pacientes que foram submetidos a reparos intracardíacos anteriores, principalmente quando realizados relativamente tarde ao longo da vida.
Praticamente todo o espectro dos distúrbios de ritmo podem se manifestar nesses pacientes.
Devido à alta velocidade de fluxo através do defeito do septo ventricular (DSV), há um aumento do risco de endocardite infecciosa nos pacientes com DSVs em comparação com a população em geral. Mesmo defeitos pequenos que não são hemodinamicamente significativos podem causar endocardite.[43]
Um alto índice de suspeita deve ser mantido nesses pacientes; a endocardite infecciosa geralmente se apresenta de forma inespecífica, e mais comumente envolve febre com possíveis sinais físicos de êmbolos periféricos (nódulos de Osler, manchas de Roth ou lesões de Janeway).
A profilaxia com antibióticos não é mais recomendada para todos os pacientes com DSV, sendo reservada a grupos de risco particularmente alto: pacientes com síndrome de Eisenmenger; pacientes com história pregressa de endocardite infecciosa; pacientes a até 6 meses após reparo de defeito do septo ventricular (DSV) com enxerto ou fechamento de DSV com dispositivo percutâneo; ou pacientes com um defeito residual após o fechamento. A profilaxia não é mais recomendada para procedimentos gastrointestinais de rotina.[2]
Três conjuntos de hemoculturas devem ser obtidos antes do início da antibioticoterapia. Deve ser obtida uma ecocardiografia transesofágica em todos os casos suspeitos de endocardite infecciosa. O tratamento é orientado pela apresentação, achados clínicos e virulência do organismo.
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