Prognóstico

O câncer esofágico ainda constitui uma das malignidades mais letais. Sem tratamento agressivo, o câncer tende a obstruir o esôfago e causar grave disfagia. Em associação com a progressão local que causa dor, a doença tende a gerar metástase agressiva para os pulmões, fígado e ossos.

A sobrevida depende do estádio da doença e do tratamento; o envolvimento dos linfonodos é um importante determinante da sobrevida.[237] Fatores prognósticos favoráveis incluem doença em estádio inicial e ressecção completa.

Com base em dados dos EUA de 2011 a 2017, as taxas de sobrevida relativa em 5 anos para pessoas diagnosticadas com câncer esofágico localizado, regional e distante são de 46.4%, 25.6% e 5.2%, respectivamente.[238] A taxa de sobrevida global a 5 anos (todos os estágios da doença) é de 22%.[8]​ As taxas de sobrevida em cinco anos para adenocarcinoma esofágico podem ser ligeiramente melhores do que aquelas para carcinoma de células escamosas (estádio localizado no diagnóstico 51.1% vs. 32.0%; regional 26.5% vs. 24.0%; distante 5.0% vs. 6.1%, respectivamente). Uma grande análise combinada revelou que as mulheres tratadas para câncer esofágico apresentavam sobrevida significativamente melhorada em relação aos homens.[239] As toxicidades gastrointestinais induzidas pela quimioterapia também foram mais prevalentes nas mulheres.[239]

Estudos randomizados demonstram que, em comparação com a esofagectomia transtorácica padrão, tanto a esofagectomia transtorácica minimamente invasiva quanto a esofagectomia minimamente invasiva híbrida (um procedimento de Ivor Lewis com mobilização gástrica laparoscópica e toracotomia direita aberta limitada) levam a taxas significativamente mais baixas de complicações pós-operatórias e recuperação acelerada, sem comprometer o benefício de sobrevida.[148][149] Uma revisão sistemática e metanálise relatou que a sobrevida em longo prazo após a esofagectomia minimamente invasiva se compara favoravelmente e pode até ser melhor do que a esofagectomia aberta em pacientes com câncer esofágico.[240]

A esofagectomia é um procedimento de alto risco com taxa de incidência de complicações importantes em torno de 25% a 40%.[241][242] Uma revisão sistemática revelou que sexo masculino e diabetes foram fatores prognósticos para extravasamento de anastomose e complicações importantes.[242]

Os dados sugerem que a esofagectomia é realizada de maneira mais segura em unidades com alto volume de procedimentos. A mortalidade desse procedimento nesses centros varia entre 2% e 6%. No entanto, complicações graves são frequentes, podendo ocorrer em 20% a 40% dos casos.[241] As complicações mais comuns são distúrbios pulmonares (10% a 50%), disritmias cardíacas (10%) e vazamento anastomótico (5% a 10%). Quando a anastomose é feita no pescoço, o vazamento raramente é causa de morbidade grave. Entretanto, a dissecção no pescoço apresenta o risco potencial de lesão temporária ou mesmo permanente do nervo laríngeo recorrente. A permanência média no hospital após esofagectomia é de 10-14 dias.[243][244]

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