Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

doença da descompressão ou embolia gasosa arterial

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suporte avançado de vida

O tratamento inicial de primeiros-socorros deve ser feito de acordo com os princípios aceitos de suporte básico e avançado de vida.

A administração imediata de oxigênio a 100% demonstrou melhorar o desfecho clínico.[43]

Podem-se administrar fluidos orais isotônicos a um paciente consciente com doença da descompressão leve. Caso contrário, recomenda-se 1 a 2 litros de fluidoterapia intravenosa durante a primeira hora após a lesão, seguidos por uma infusão com o objetivo de normotensão e débito urinário de 0.5 a 1.0 mL/kg/hora.[1]

Muitas vezes, mergulhadores molhados ficam frios e devem ser secos, pois a hipotermia desacelera o washout do gás inerte. Por outro lado, o aumento da temperatura corporal pode estimular a formação de bolhas.[45]

Para minimizar o efeito prejudicial da expansão das bolhas com a diminuição da pressão atmosférica em altitude, o transporte para instalações adequadas deve idealmente ser feito por terra ou em uma aeronave pressurizada ao nível do mar.[47]​ Em pacientes com embolia gasosa, o posicionamento horizontal do paciente ajuda a reduzir o risco de embolia adicional ou migração de êmbolos durante o transporte para uma câmara hiperbárica.

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recompressão urgente

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pacientes com doença da descompressão devem ser recomprimidos em uma câmara hiperbárica o mais rápido possível. A recompressão imediata é essencial. Foi demonstrada uma probabilidade de 95% de alívio quando o tratamento é iniciado em até 30 minutos. Isso cai para 77% se o atraso exceder 6 horas.[46]​ No cenário hiperagudo, a recompressão pode atuar para reduzir mecanicamente o volume da bolha (lei de Boyle) e/ou forçar o gás de volta à solução (lei de Henry). Além da redução no volume das bolhas, a modulação da resposta inflamatória sistêmica pela oxigenoterapia hiperbárica provavelmente também desempenha um papel significativo, especialmente em apresentações mais tardias.[48]​ Foram desenvolvidos cronogramas de recompressão derivados empiricamente (ou "tabelas de tratamento"), que variam em relação à profundidade máxima (pressão), duração e mistura gasosa utilizada.

Em pacientes com embolia gasosa, o tratamento segue os princípios da doença da descompressão. A administração de oxigênio a 100% por uma máscara bem ajustada ajuda a dissolver e dissipar os êmbolos, tratar a hipóxia, reduzir o edema cerebral e limitar a reação inflamatória aguda. Devido ao risco de pneumotórax oculto, preferem-se as linhas venosas centrais nas veias femorais às nas veias jugular ou subclávia. Todo pneumotórax deve ser drenado com um dreno torácico antes da recompressão, a fim de evitar progressão para um pneumotórax hipertensivo durante a exposição hiperbárica. O ar nos balonetes endotraqueais de pacientes intubados deve ser substituído por uma quantidade equivalente de líquido (por exemplo, soro fisiológico ou água destilada) ou monitorado por meio de mudanças de pressão pela equipe para evitar perda de vedação ou hiperinsuflação.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Típica câmara hiperbárica de múltipla ocupaçãoDo acervo do Dr. Oliver Firth; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6836e194

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anticonvulsivante

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A embolia gasosa arterial cerebral pode se apresentar com convulsões generalizadas, que são tratadas de forma semelhante às convulsões por qualquer outra causa.

Os anticonvulsivantes de primeira linha são lorazepam intravenoso ou diazepam retal caso não haja acesso intravenoso. Em caso de recorrência de convulsões ou falha de resposta dentro de 30 minutos, pode-se utilizar uma infusão de fenitoína ou de fenobarbital.

As doses apresentadas aqui são para convulsões repetitivas agudas/estado de mal epiléptico; a dosagem de manutenção (se necessária) está além do escopo deste tópico.

Opções primárias

lorazepam: 4 mg por via intravenosa em dose única, pode ser repetida após 10-15 minutos de acordo com a resposta, máximo de 8 mg/dose total

ou

diazepam retal: 0.2 mg/kg por via retal em dose única, pode ser repetida uma vez após 4-12 horas de acordo com a resposta

Opções secundárias

fenitoína: 15-20 mg/kg por via intravenosa em dose única, pode-se administrar uma dose adicional de 10 mg/kg após 20 minutos, de acordo com a resposta

ou

fenobarbital: 15-20 mg/kg por via intravenosa em dose única, podendo administrar uma dose adicional de até 15 mg/kg após 15 minutos, de acordo com a resposta

barotrauma

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evitar alterações de pressão

Evitar alterações de pressão até que a lesão do tecido tenha remitido é algo comum para o tratamento de todos os barotraumas.

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descongestionantes nasais ou orais

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os barotraumas da orelha média podem ser tratados com descongestionantes nasais ou orais para reduzir a inflamação, embora isso seja raramente necessário.

Os medicamentos que contêm pseudoefedrina estão associados a riscos de síndrome de encefalopatia posterior reversível (SEPR) e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (SVCR). Elas são doenças raras, com complicações potencialmente graves e de risco à vida. Os medicamentos que contêm pseudoefedrina não devem ser usados em pacientes com hipertensão grave ou não controlada, ou naqueles com doença renal crônica ou aguda grave ou insuficiência renal.[51]

Opções primárias

efedrina: (0.25%) 1-2 aplicações em cada narina três a quatro vezes ao dia

ou

pseudoefedrina: 60 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia

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analgesia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem-se administrar analgésicos para aliviar a dor. Analgésicos simples, como paracetamol, ou um anti-inflamatório não esteroidal, como diclofenaco, podem ser adequados. Um tratamento curto com opioides (por exemplo, paracetamol/codeína) pode ser considerado em casos refratários.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

ou

paracetamol/codeína: 1-2 comprimidos por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 60 mg/dose (codeína) ou 4000 mg/dia (paracetamol)

ou

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia quando necessário

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medidas conservadoras

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

As medidas conservadoras iniciais são repouso no leito, elevação da cabeça e minimização dos aumentos da pressão perilinfática. O paciente deve evitar tossir, espirrar, equalizar e fazer qualquer esforço físico (por exemplo, recomenda-se o uso de laxativos).

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Considerar – 

analgesia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem-se administrar analgésicos para aliviar a dor. Analgésicos simples, como paracetamol, ou um anti-inflamatório não esteroidal, como diclofenaco, podem ser adequados. Um tratamento curto com opioides (por exemplo, paracetamol/codeína) pode ser considerado em casos refratários.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

ou

paracetamol/codeína: 1-2 comprimidos por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 60 mg/dose (codeína) ou 4000 mg/dia (paracetamol)

ou

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia quando necessário

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reparo cirúrgico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se os sintomas persistirem ou piorarem, deve-se considerar intervenção cirúrgica. O reparo da janela da cóclea ou da janela do vestíbulo previne o vazamento adicional da perilinfa e pode melhorar a vertigem, o zumbido e a audição.

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associado a – 

oxigenoterapia ou medidas conservadoras

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Danos no tecido pulmonar: administra-se oxigênio a 100% para corrigir a hipoxemia arterial, evitando ventilação por pressão positiva sempre que possível, pois ela pode exacerbar os danos pulmonares. Pode ser necessário um suporte hemodinâmico.

Pneumotórax: casos leves podem remitir com oxigênio normobárico a 100%.

Enfisema do mediastino: se o paciente for assintomático, repouso e observação devem bastar. Casos leves sintomáticos podem remitir com oxigênio normobárico a 100%.

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recompressão ± cirurgia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A recompressão em uma câmara hiperbárica só é indicada muito raramente em casos graves de enfisema mediastinal ou quando há embolia gasosa.

Pode haver necessidade de miringotomia se os pacientes não conseguirem equalizar voluntariamente os espaços das orelhas médias durante o tratamento de recompressão.

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dreno torácico ou toracotomia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Em pacientes com pneumotórax, pode haver necessidade de se introduzir um dreno torácico ou fazer uma toracotomia, dependendo da gravidade clínica.

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descongestionantes nasais ou orais

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Descongestionantes nasais ou orais geralmente são utilizados para reduzir a inflamação.

Os medicamentos que contêm pseudoefedrina estão associados a riscos de síndrome de encefalopatia posterior reversível (SEPR) e síndrome de vasoconstrição cerebral reversível (SVCR). Elas são doenças raras, com complicações potencialmente graves e de risco à vida. Os medicamentos que contêm pseudoefedrina não devem ser usados em pacientes com hipertensão grave ou não controlada, ou naqueles com doença renal crônica ou aguda grave ou insuficiência renal.[51]

Opções primárias

efedrina: (0.25%) 1-2 aplicações em cada narina três a quatro vezes ao dia

ou

pseudoefedrina: 60 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia

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analgesia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem-se administrar analgésicos para aliviar a dor. Analgésicos simples, como paracetamol, ou um anti-inflamatório não esteroidal, como diclofenaco, podem ser adequados. Um tratamento curto com opioides (por exemplo, paracetamol/codeína) pode ser considerado em casos refratários.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

ou

paracetamol/codeína: 1-2 comprimidos por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 60 mg/dose (codeína) ou 4000 mg/dia (paracetamol)

ou

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia quando necessário

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corticosteroide intranasal

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se a causa da obstrução for edema da mucosa devido a alergia ou pólipos nasais, pode-se adicionar um corticosteroide intranasal.

Opções primárias

propionato de fluticasona nasal: (50 microgramas/aplicação) 100 microgramas (2 aplicações) em cada narina uma vez ao dia

ou

beclometasona nasal: (50 microgramas/aplicação) 50-100 microgramas (1-2 aplicações) em cada narina duas vezes ao dia

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cirurgia endoscópica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Nos casos refratários ou recorrentes, pode haver a necessidade de uma exploração endoscópica ou cirurgia a fim de melhorar a patência dos óstios ou remover obstruções, como pólipos ou dobras redundantes de mucosa.

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analgesia associada a reparo cirúrgico

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Barotraumas dentários são tratados com analgésicos e reparo das lesões dentais. O barotrauma dentário costuma ser muito doloroso e geralmente são necessários analgésicos. Analgésicos simples, como paracetamol, ou um anti-inflamatório não esteroidal, como diclofenaco, podem ser adequados. Um tratamento curto com opioides (por exemplo, paracetamol/codeína) pode ser considerado em casos refratários.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

ou

paracetamol/codeína: 1-2 comprimidos por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 60 mg/dose (codeína) ou 4000 mg/dia (paracetamol)

ou

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia quando necessário

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reparo cirúrgico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O barotrauma gastrointestinal raramente é grave, mas caso ocorra ruptura gástrica, os conteúdos estomacais podem entrar na cavidade peritoneal, e o reparo cirúrgico de emergência é obrigatório.

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observação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Barotraumas de máscara/roupa não requerem nenhum tratamento, pois apresentam resolução espontânea.

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analgesia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem-se administrar analgésicos para aliviar a dor. Analgésicos simples, como paracetamol, ou um anti-inflamatório não esteroidal, como diclofenaco, podem ser adequados. Um tratamento curto com opioides (por exemplo, paracetamol/codeína) pode ser considerado em casos refratários.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

ou

paracetamol/codeína: 1-2 comprimidos por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 60 mg/dose (codeína) ou 4000 mg/dia (paracetamol)

ou

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) três vezes ao dia quando necessário

narcose por nitrogênio

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subida

Essa condição é totalmente reversível por meio da redução da pressão ambiental (ou seja, subida para profundidades mais superficiais).[3]​ Sintomas persistentes após o retorno à pressão ambiente não devem ser atribuídos à narcose por nitrogênio e um diagnóstico alternativo deve ser buscado.

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