Monitoramento
Em geral, nenhum monitoramento é necessário quando a doença da descompressão, a embolia gasosa cerebral ou o barotrauma estiverem completamente resolvidos. O acompanhamento adequado durante a recuperação depende das circunstâncias individuais. Em certas situações, como barotrauma pulmonar ou sintomas permanentes de doença da descompressão neurológica ou embolia gasosa arterial cerebral, novos mergulhos podem ser contraindicados. A narcose por nitrogênio apresenta resolução espontânea e geralmente não requer acompanhamento.
O ideal é que todos os mergulhadores gravemente feridos sejam avaliados por um médico com experiência em medicina de mergulho antes de retornarem ao mergulho.[66] A questão sobre o período de tempo adequado para a retomada do mergulho permanece sem resposta. Há evidências que sugerem que as bolhas persistem após uma recompressão aparentemente bem-sucedida para a doença da descompressão após uma exposição à saturação.[67] Organizações militares, científicas e comerciais têm suas próprias diretrizes de retorno ao mergulho.[68] Não há consenso quanto ao retorno ao mergulho para mergulhadores recreativos lesionados. Geralmente, é recomendável que se passe de 7 dias a 3 meses antes que o retorno ao mergulho seja considerado.[66] Este é um momento apropriado para reavaliar o estado neurológico e avaliar os fatores de risco para lesões futuras. No entanto, pressões comerciais ou institucionais ocasionalmente encurtam esse período, sobretudo em casos do tipo I.[3]
Na avaliação pós-lesão, várias questões precisam ser abordadas:
Resposta ao tratamento
Presença de sintomas ou sinais residuais atribuíveis à doença da descompressão ou barotrauma
Presença de fatores predisponentes à doença da descompressão ou a barotrauma adicionais que sejam corrigíveis
Em casos nos quais a gravidade da doença da descompressão for desproporcional à exposição ao mergulho, deve-se buscar uma razão para esse aumento de suscetibilidade (por exemplo, barotrauma pulmonar, forame oval patente).
O rastreamento de rotina para o forame oval patente não é recomendado, embora ele seja indicado em casos de doença da descompressão neurológica ou cutânea "não merecida", grave ou recorrente.[69]
Os mergulhadores com doença da descompressão da orelha interna devem passar por uma avaliação vestibular completa, incluindo eletronistagmografia, e ser examinados por um otorrinolaringologista antes de retornar ao mergulho.
Um mergulhador com embolia gasosa arterial sem um evento desencadeante (por exemplo, subida rápida ou apneia voluntária) pode ser avaliado para uma anormalidade pulmonar estrutural com uma TC pulmonar de alta resolução; no entanto, muitos mergulhadores com vesícula subpleural enfisematosa ou cistos mergulham sem complicações.[70] Isso dificulta a avaliação e o aconselhamento de um mergulhador com embolia gasosa arterial "não merecida" que deseja retornar ao mergulho. Um mergulhador deve esperar pelo menos 3 meses após o barotrauma pulmonar antes de retornar ao mergulho.[66]
Técnicas de imagens ósseas (por exemplo, radiografia, cintilografia óssea, TC e RNM) são úteis para o reconhecimento da osteonecrose disbárica, exigindo modificação ou cessação das práticas de mergulho, embora seu uso no acompanhamento de mergulhadores em risco elevado seja controverso.[71][72]
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