História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os principais fatores de risco para doença da descompressão incluem uma grande carga de gás inerte; descompressão falhada, inadequada ou rápida; esforço físico extenuante; e desidratação.
Os principais fatores de risco para barotraumas incluem apneia voluntária na subida, aprisionamento de gás e disfunção da tuba auditiva.
O principal fator de risco para narcose por nitrogênio é o aumento da profundidade do mergulho.
dor musculoesquelética
Classicamente, uma dor periarticular profunda e incômoda, muitas vezes afetando o ombro, cotovelo ou joelho. As grandes articulações tendem a ser mais afetadas do que as pequenas.
Não existem sinais de derrame ou inflamação concomitantes.
dormência
Alterações sensoriais subjetivas geralmente são difusas e não são distribuídas de acordo com os dermátomos. Elas podem ocorrer em qualquer local anatômico.[19]
formigamento
Alterações sensoriais subjetivas geralmente são difusas e não são distribuídas de acordo com os dermátomos. Elas podem ocorrer em qualquer local anatômico.[19]
parestesia
Alterações sensoriais subjetivas geralmente são difusas e não são distribuídas de acordo com os dermátomos. Elas podem ocorrer em qualquer local anatômico.[19]
sintomas constitucionais inespecíficos
A fadiga ou a letargia que não são aliviadas por sono ou repouso adequados são comumente relatadas. Outros sintomas comuns incluem mal-estar, anorexia e mialgia mal localizada.
Incomuns
fraqueza muscular
Pode afetar qualquer local anatômico. A doença da descompressão da medula espinhal pode se apresentar com deficits sensoriais e motores progressivos, caracteristicamente causando fraqueza e dormência nas pernas, dor em faixa e disfunção vesical.
paralisia
Pode afetar qualquer local anatômico. A doença da descompressão da medula espinhal pode se apresentar com deficits sensoriais e motores progressivos, caracteristicamente causando fraqueza e dormência nas pernas, dor em faixa e disfunção vesical.
erupção cutânea
A marmorização edematosa com manchas vermelhas e roxas da cutis marmorata é altamente específica para doença da descompressão, podendo também causar erupções cutâneas maculopapulares ou escarlatiniformes.[3] Lesões lineares e não esbranquiçadas podem significar barotrauma cutâneo ("barotrauma de roupa").
Outros fatores diagnósticos
comuns
cefaleia
Queixa constitucional comum e inespecífica em doença da descompressão, caso os sintomas sejam generalizados. Pode ser localizada ou atribuída ao barotrauma sinusal.
dor sinusal ou na orelha
Dor barotraumática sinusal ou na orelha varia em um espectro de pressão leve ou desconforto a dor intensa.
tontura ou vertigem
Pode ocorrer na doença da descompressão. No entanto, também pode ser devido a barotrauma da orelha interna, estimulação calórica, vertigem alternobárica (pressões assimétricas na orelha média) ou enjoo. Ao diferenciar a etiologia da vertigem em mergulhadores, uma história cuidadosa do momento do início dos sintomas é de fundamental importância.
náuseas
Pode ser uma manifestação audiovestibular ou gastrointestinal da doença da descompressão, porém causas não relacionadas ao mergulho são comuns.
vômitos
Pode ser uma manifestação audiovestibular ou gastrointestinal da doença da descompressão, mas causas não relacionadas ao mergulho são comuns.
dispneia
Pode ser observada em casos de doença da descompressão cardiopulmonar, edema pulmonar por imersão, barotrauma pulmonar, afogamento não fatal, ansiedade ou pânico.
taquipneia
Pode ser observada em casos de doença da descompressão cardiopulmonar, edema pulmonar por imersão, barotrauma pulmonar, afogamento não fatal, ansiedade ou pânico.
dificuldade de andar
Ataxia pode ser uma manifestação cerebelar de doença da descompressão. Logo, a avaliação da marcha calcanhar-pododáctilos e com o teste de Romberg sensibilizado (no qual o sujeito fica em pé com um pé em frente do outro, calcanhar tocando os pododáctilos, com os braços cruzados de forma que as palmas das mãos tocam nos ombros opostos, e a manutenção desta posição com os olhos fechados é avaliada por 60 segundos) é importante.
audição reduzida
Surdez condutiva e neurossensorial podem ser aparentes em casos de barotrauma da orelha média e interna, respectivamente.
Os sintomas de barotrauma na orelha interna podem sobrepor-se à doença da descompressão da orelha interna e causar confusão considerável no diagnóstico. Uma história e um exame cuidadosos são essenciais para diferenciar os dois. Se não houver outros sintomas além de perda auditiva, então o distúrbio é barotrauma.
sangramento na orelha média ou perfuração da membrana timpânica
Pode-se observar eritema, hemorragia ou perfuração da membrana timpânica no barotrauma da orelha média, com sangue na orelha média ou no meato acústico externo.
Incomuns
prurido
Na doença da descompressão cutânea, o prurido é frequentemente descrito. Isso pode ser acompanhado por uma erupção reticular ou marmorização. Equipamentos de proteção ambiental (roupas molhadas/roupas secas), vida marinha e exposição a alérgenos são outras causas comuns de prurido em mergulhadores.
nível de consciência reduzido
Se o início for rápido, ocorrendo durante ou imediatamente após a subida, significa embolia gasosa arterial. Também pode ser observado na doença da descompressão cerebral.
estertores
Sinal não diferenciador que pode ser observado em doença da descompressão cardiopulmonar, edema pulmonar, barotrauma pulmonar ou afogamento não fatal.
sibilância
Sinal não diferenciador que pode ser observado em doença da descompressão cardiopulmonar, edema pulmonar, barotrauma pulmonar ou afogamento não fatal.
murmúrios vesiculares reduzidos
Sinal não diferenciador que pode ser observado em doença da descompressão cardiopulmonar, edema pulmonar, barotrauma pulmonar ou afogamento não fatal.
enfisema subcutâneo
Pode ser observado em casos de barotrauma pulmonar.
Fatores de risco
Fortes
aumento da profundidade e duração dos mergulhos (doença da descompressão)
O aumento da exposição a gases inertes sob pressão por meio do aumento da profundidade e do tempo de mergulho (incluindo múltiplos mergulhos ao longo de vários dias) aumentará o risco de doença da descompressão.[4] É importante observar que, embora um mergulhador possa seguir rigorosamente seu computador ou tabelas de mergulho (mergulho "sem descompressão"), ele ainda pode desenvolver doença da descompressão. Paradas de descompressão perdidas ou omissão de paradas de segurança aumentarão o risco.[6][7]
mistura de gases respiráveis
As misturas de gases com concentrações mais altas de gases inertes, particularmente nitrogênio, aumentam o risco de doença da descompressão. Por outro lado, misturas de gases com concentrações mais baixas de nitrogênio (como nitrox) podem diminuir o risco, principalmente quando usadas em tabelas de mergulho.[7]
subidas rápidas (doença da descompressão)
Subidas rápidas aumentam o risco de barotrauma (devido à expansão excessiva do tecido) e doença da descompressão (diminuição rápida da pressão ambiente, resultando na saída de bolhas da solução).[7][13] O fato de se exceder as taxas de subida recomendadas pode ser causado por controle insuficiente do colete equilibrador, falha de equipamento ou pânico.
exposição à altitude após mergulho (doença da descompressão)
estresse térmico (doença da descompressão)
O estresse térmico afetará a absorção e eliminação de gases inertes pelo corpo. Estar aquecido durante os períodos de absorção de gás (descida, em profundidade) aumentará a absorção de gás inerte pelo corpo. Durante os períodos de eliminação de gases (subida, paradas de descompressão), o frio inibirá a capacidade do corpo de eliminar gases inertes devido à diminuição da solubilidade dos gases. Entretanto, o calor excessivo durante esse período também pode fazer com que o gás saia da solução rapidamente, levando à formação de bolhas.[7][15]
estresse por exercício (doença da descompressão)
forame oval patente (FOP) (doença da descompressão)
Um FOP é um fator de risco conhecido para doença da descompressão devido aos êmbolos gasosos venosos que passam para a circulação arterial e evitam o filtro pulmonar. O risco exato é difícil de quantificar e variáveis importantes incluem tamanho e presença de shunt direita-esquerda em repouso. O FOP está particularmente associado a tipos de doença da descompressão, incluindo cerebral, vestibulococlear, espinhal e cutânea. Testes de rotina para FOP em mergulhadores NÃO são recomendados e devem ser realizados apenas em circunstâncias específicas, como casos inexplicáveis de doença da descompressão.[16]
Fracos
idade avançada (doença da descompressão)
Houve associações fracas de que o aumento da idade pode aumentar o risco de doença da descompressão, mas isso nunca foi definitivamente demonstrado. Também é desafiador separar a idade como fator de risco de outras comorbidades comuns em uma população mais velha que podem aumentar o risco.[17]
alto conteúdo de gordura corporal (doença da descompressão)
desidratação (doença da descompressão)
A desidratação é comumente apontada como um fator de risco para a doença da descompressão, embora faltem evidências em humanos. Hidratação adequada e euvolemia são geralmente recomendadas.[7]
mergulho em apneia
Embora muito menos arriscado do que o mergulho com ar comprimido, há relatos de casos de mergulhadores que fazem apneia voluntária e desenvolvem doença da descompressão e embolia gasosa arterial.[19] Mergulhar em apneia durante o intervalo de superfície entre os mergulhos também pode aumentar o risco.[20]
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