Congelamento das extremidades
- Visão geral
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- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
avaliação inicial e atendimento de emergência
Avalie o paciente quanto a ferimentos com risco de vida, hipotermia e se o paciente corre risco de amputação. Lesões de risco de vida, como hipotermia ou trauma maior, têm prioridade.[5]Sheridan RL, Goverman JM, Walker TG. Diagnosis and treatment of frostbite. N Engl J Med. 2022 Jun 9;386(23):2213-20. As fraturas são tratadas de forma conservadora até que o edema pós-aquecimento se resolva. Se houver risco de amputação, o tempo é crítico e a transferência para um grande centro de trauma ou unidade vascular com acesso a tratamentos modernos é urgente. The Canadian Frostbite Care Network Opens in new window
A intervenção cirúrgica precoce é indicada somente para auxiliar no desbridamento de feridas ou para tratar complicações como a síndrome compartimental e a isquemia de uma infecção de escara ou subescara por constrição.[1]Freer L, Handford C, Imray C. Frostbite. In: Auerbach PS. Wilderness medicine. 7th ed. Philadelphia, PA: Mosby Elsevier; 2017:197.
Oxigênio não deve ser administrado rotineiramente, mas pode ser administrado se o paciente estiver hipóxico.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
Consulte Hipotermia, Síndrome compartimental dos membros.
rápido reaquecimento
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se iniciá-lo o mais cedo possível, mas não antes de o paciente estar seguramente protegido de reexposição ao frio.
As áreas afetadas devem ser rapidamente reaquecidas em água morna suavemente circulada até que o reaquecimento esteja completo (geralmente de 15 a 30 minutos).[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com A Wilderness Medical Society recomenda que a água seja aquecida a 37 °C a 39 °C (98.6 °F a 102.2 °F), enquanto as Diretrizes para Primeiros Socorros da American Heart Association e da Cruz Vermelha Americana recomendam um limite superior de 40 °C (104 °F).[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com [32]Hewett Brumberg EK, Douma MJ, Alibertis K, et al. 2024 American Heart Association and AmericanRed Cross guidelines for first aid. Circulation. 14 Nov 2024 [Epub ahead of print]. https://www.ahajournals.org/doi/epdf/10.1161/CIR.0000000000001281 Se não houver um termômetro disponível, pode-se usar água não escaldante ou a uma temperatura na qual um membro não congelado possa ser confortavelmente submerso por 45 minutos. Sabonete antibacteriano ou solução antisséptica podem ser adicionados para proteger contra celulite, principalmente se houver edema grave. Pode-se utilizar compressas mornas úmidas se não houver um recipiente de imersão disponível.
Temperaturas acima de 40 °C (104 °F) ou calor seco podem causar lesões térmicas e devem ser evitados. Sempre deve-se evitar esfregar o tecido afetado para reaquecê-lo.[33]UK Government Ministry of Defence: Defence and armed forces guidance. JSP539: heat illness and cold injury: medical management part 2 guidance. Feb 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/government/publications/prevention-of-climatic-injuries-in-the-armed-forces-medical-policy/jsp-539-heat-illness-and-cold-injury-medical-management-part-2-guidance-accessible-version-february-2021
Joias devem ser removidas o mais rápido possível dos dedos afetados, pois pode ocorrer edema significativo após o descongelamento, além de comprometimento vascular (efeito de torniquete) com anéis apertados.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com [14]Handford C, Buxton P, Russell K, et al. Frostbite: a practical approach to hospital management. Extrem Physiol Med. 2014 Apr 22;3:7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3994495 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764516?tool=bestpractice.com O membro afetado deve ser elevado acima do nível do coração para evitar o desenvolvimento de edema dependente.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
O descongelamento é concluído quando a extremidade distal do membro afetado apresenta rubor e a pele fica mole e maleável ao toque, sinalizando o fim da vasoconstrição.[1]Freer L, Handford C, Imray C. Frostbite. In: Auerbach PS. Wilderness medicine. 7th ed. Philadelphia, PA: Mosby Elsevier; 2017:197.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com [14]Handford C, Buxton P, Russell K, et al. Frostbite: a practical approach to hospital management. Extrem Physiol Med. 2014 Apr 22;3:7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3994495 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764516?tool=bestpractice.com [16]Kiss TL. Critical care for frostbite. Crit Care Nurs Clin North Am. 2012 Dec;24(4):581-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23089662?tool=bestpractice.com [26]Su CW, Lohman R, Gottleib LJ. Frostbite of the upper extremity. Hand Clin. 2000 May;16(2):235-47. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10791170?tool=bestpractice.com [34]Sallis R, Chassay CM. Recognizing and treating common cold-induced injury in outdoor sports. Med Sci Sports Exerc. 1999 Oct;31(10):1367-73. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10527306?tool=bestpractice.com [35]Biem J, Koehncke N, Classen D, et al. Out of the cold: management of hypothermia and frostbite. CMAJ. 2003 Feb 4;168(3):305-11. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC140473 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12566336?tool=bestpractice.com [36]Roche-Nagle G, Murphy D, Collins A, et al. Frostbite: management options. Eur J Emerg Med. 2008 Jun;15(3):173-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18460961?tool=bestpractice.com [37]Bruen KJ, Ballard JR, Morris SE, et al. Reduction of the incidence of amputation in frostbite injury with thrombolytic therapy. Arch Surg. 2007 Jun;142(6):546-53. http://archsurg.ama-assn.org/cgi/content/full/142/6/546 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17576891?tool=bestpractice.com [38]Poulakidas S, Cologne K, Kowal-Vern A. Treatment of frostbite with subatmospheric pressure therapy. J Burn Care Res. 2008 Nov-Dec;29(6):1012-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18849842?tool=bestpractice.com [39]Cauchy E, Chetaille E, Lefevre M, et al. The role of bone scanning in severe frostbite of the extremities: a retrospective study of 88 cases. Eur J Nucl Med. 2000 May;27(5):497-502. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10853803?tool=bestpractice.com [40]Twomey JA, Peltier GL, Zera RT. An open-label study to evaluate the safety and efficacy of tissue plasminogen activator in treatment of severe frostbite. J Trauma. 2005 Dec;59(6):1350-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16394908?tool=bestpractice.com
O movimento ativo do membro afetado ajuda a promover a perfusão e deve ser incentivado precocemente, mas os pacientes devem evitar andar sobre membros congelados para evitar lesões inadvertidas.
anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) ± analgesia adicional
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Um anti-inflamatório não esteroidal (AINE), como ibuprofeno, deve ser administrado para analgesia e para reduzir a inflamação. Há um benefício teórico em bloquear a via do ácido araquidônico que produz prostaglandinas e tromboxanos, que levam à vasoconstrição e mais danos aos tecidos. Embora nenhum estudo de desfechos tenha sido relatado, a menos que haja contraindicações, o ibuprofeno pode ser iniciado no campo e continuado até que o congelamento das extremidades tenha cicatrizado ou quando a cirurgia for necessária.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
Alternativamente, aspirina pode ser usada se o ibuprofeno não estiver disponível. A aspirina bloqueia a produção de certas prostaglandinas que são benéficas para a cicatrização de feridas e pode ser contraproducente.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com Entretanto, uma dose analgésica terapêutica de aspirina ainda pode ser usada se não houver ibuprofeno disponível, pois se acredita que sua ação antiplaquetária seja benéfica.[1]Freer L, Handford C, Imray C. Frostbite. In: Auerbach PS. Wilderness medicine. 7th ed. Philadelphia, PA: Mosby Elsevier; 2017:197.
Um opioide (por exemplo, morfina) pode ser usado para analgesia adicional, conforme necessário.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
Opções primárias
ibuprofeno: 6 mg/kg por via oral duas vezes ao dia inicialmente (iniciado no campo), aumentar a dose de acordo com a resposta, máximo de 2400 mg/dia em 4 doses fracionadas
Opções secundárias
aspirina: 325-650 mg por via oral a cada 4 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia
Opções terciárias
sulfato de morfina: 10-30 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4 horas quando necessário inicialmente, ajustar a dosagem de acordo com a resposta
tratamento de feridas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Embora haja escassez de evidências que apoiem o tratamento de vesículas, é prática comum desbridar vesículas brancas no hospital, teoricamente para prevenir lesões teciduais mediadas por tromboxano.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com Os prestadores de primeiros socorros não devem desbridar vesículas no campo.[32]Hewett Brumberg EK, Douma MJ, Alibertis K, et al. 2024 American Heart Association and AmericanRed Cross guidelines for first aid. Circulation. 14 Nov 2024 [Epub ahead of print]. https://www.ahajournals.org/doi/epdf/10.1161/CIR.0000000000001281 As vesículas hemorrágicas devem ser mantidas intactas para evitar infecção.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
As vesículas devem ser tratadas topicamente com creme ou gel de aloe vera antes da aplicação do curativo e deve ser feita a reaplicação a cada troca de curativo.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com Acredita-se que o aloe vera reduz a formação de prostaglandinas e tromboxano.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com [15]Ingram BJ, Raymond TJ. Recognition and treatment of freezing and nonfreezing cold injuries. Curr Sports Med Rep. 2013 Mar-Apr;12(2):125-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23478565?tool=bestpractice.com
Deve-se usar acolchoamento com algodão ou gaze macia entre os dedos para reduzir a maceração do tecido, mas curativos circunferenciais devem ser soltos, dada a probabilidade de desenvolvimento de edema.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
As partes afetadas devem ser mantidas elevadas e vagamente imobilizadas.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com Luxações associadas devem ser reduzidas assim que o descongelamento estiver concluído, mas as fraturas devem ser tratadas de forma conservadora até a remissão do edema.
Geralmente, leva de 1 a 3 meses para avaliar se o tecido congelado e o tecido ao redor são viáveis.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
profilaxia de tétano
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Todos os pacientes necessitam de vacinação antitetânica. Pacientes previamente imunizados devem receber um reforço. Os pacientes que não foram imunizados devem receber imunização passiva com imunoglobulina antitetânica. A imunoglobulina antitetânica deve ser administrada em um local diferente da vacinação antitetânica, preferencialmente em um membro não lesado. Consulte Tétano.
hidroterapia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A hidroterapia diária deve ser realizada a 37 °C a 39 °C (98.6°F a 102.2°F) por 45 minutos em um tanque com solução de cloreto de sódio e hipoclorito de cálcio.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
Para um tanque grande, com 285 galões, devem ser usados 9.7 kg de cloreto de sódio e 95 mL de solução de hipoclorito de cálcio.
Para um tanque com 108 galões de água, devem ser usados 3.7 kg de cloreto de sódio e 36 mL de hipoclorito de cálcio.
Para um tanque com 72 galões de água, devem ser usados 2.5 kg de cloreto de sódio, 71 g de cloreto de potássio e 24 mL de hipoclorito de cálcio.
Pode-se adicionar sabão cirúrgico em vez de cloreto de sódio e hipoclorito de cálcio.
hidratação
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Uma hidratação agressiva é importante na apresentação inicial. Fluidos aquecidos (pelo menos até 37 °C [98.6 °F], mas preferencialmente de 40 °C [104 °F] a 42 °C [107.6 °F]) pode ser administrada por via intravenosa ou oral, dependendo da condição do paciente.[14]Handford C, Buxton P, Russell K, et al. Frostbite: a practical approach to hospital management. Extrem Physiol Med. 2014 Apr 22;3:7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3994495 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764516?tool=bestpractice.com Se fluidos forem administrados por via intravenosa no campo, eles devem ser infundidos em pequenos bolus rápidos (por exemplo, 250 mL) para evitar o resfriamento do ambiente.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
antibioticoterapia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antibióticos geralmente são recomendados para as lesões mais graves, (graus 3 e 4), se houver edema grave após o descongelamento ou se a ferida parecer infeccionada.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com [14]Handford C, Buxton P, Russell K, et al. Frostbite: a practical approach to hospital management. Extrem Physiol Med. 2014 Apr 22;3:7. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3994495 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764516?tool=bestpractice.com [43]Heggers JP, Robson MC, Manavalen K, et al. Experimental and clinical observations on frostbite. Ann Emerg Med. 1987 Sep;16(9):1056-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3631670?tool=bestpractice.com Se o tecido danificado parecer infectado, a cobertura deve incluir espécies de Streptococcus, espécies de Staphylococcus, espécies de Pseudomonas e bactérias Gram-negativas.
Os protocolos locais para a prescrição de antibióticos devem ser consultados e eles devem ser selecionados de acordo com os padrões de sensibilidade locais; qualquer alergia do paciente a antibióticos deve ser considerada.
Quando o congelamento das extremidades é grave, o risco de infecção anaeróbia é significativo. Isso deve ser levado em consideração ao escolher o esquema de antibioticoterapia e tomar decisões relativas à intervenção cirúrgica.[33]UK Government Ministry of Defence: Defence and armed forces guidance. JSP539: heat illness and cold injury: medical management part 2 guidance. Feb 2021 [internet publication]. https://www.gov.uk/government/publications/prevention-of-climatic-injuries-in-the-armed-forces-medical-policy/jsp-539-heat-illness-and-cold-injury-medical-management-part-2-guidance-accessible-version-february-2021
reabilitação
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A reabilitação precoce é essencial para a recuperação funcional e para prevenir rigidez da articulação.[42]Woo EK, Lee JW, Hur GY, et al. Proposed treatment protocol for frostbite: a retrospective analysis of 17 cases based on a 3-year single-institution experience. Arch Plast Surg. 2013 Sep;40(5):510-6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3785582 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24086802?tool=bestpractice.com Uma dieta rica em proteínas e calorias ajuda a promover a cura.
iloprosta ou terapia trombolítica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes devem ser transportados para serem tratados em unidades familiarizadas com o tratamento de congelamento das extremidades moderada a grave.
Geralmente é possível determinar se é provável que um paciente precise de uma amputação. A decisão sobre quem tratar com iloprosta ou ativador de plasminogênio tecidual recombinante (r-tPA), como alteplase, é uma questão de julgamento dos médicos. Além do grau de gravidade, os fatores que influenciam a decisão clínica incluem dominância da mão, lesão no polegar e ocupação do paciente (por exemplo, artesão, músico, trabalhador braçal). Na experiência dos autores, as unidades que tratam um grande número de pacientes com congelamento das extremidades moderada a grave terão um melhor conceito do risco versus benefício de tratar ou não tratar um paciente individual e qual agente é mais apropriado. Unidades com menos experiência, ou que não têm acesso ao iloprosta, podem considerar que o risco de r-tPA é compensado apenas pelo benefício de tratar congelamento das extremidades mais graves (grau 3 a 4).
Embora esteja mais amplamente disponível, o r-tPA é mais complexo de administrar e tem mais efeitos adversos do que o iloprosta. Ambos os medicamentos geralmente são administrados em ambientes de tratamento intensivo ou de alta dependência, com monitoramento rigoroso da pressão arterial e dos sintomas. Iloprosta é administrado por via intravenosa e r-tPA pode ser administrado por via intravenosa ou intra-arterial. O r-tPA demonstra melhor eficácia (e maior taxa de complicações) quando administrado por via intra-arterial. Requer monitoramento mais intensivo do que iloprosta e testes de coagulação. Na opinião dos autores, não há boas indicações para o uso de r-tPA se iloprosta estiver disponível.
Iloprosta é um mimético da prostaciclina e um potente vasodilatador que também reduz a inflamação e inibe a agregação plaquetária.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
É aprovado nos EUA para o tratamento de congelamento das extremidades, para reduzir o risco de amputações de dedos, e tem sido usado na Europa há muitos anos (embora não seja aprovado para essa indicação).[44]Cauchy E, Cheguillaume B, Chetaille E. A controlled trial of a prostacyclin and rt-PA in the treatment of severe frostbite. N Engl J Med. 2011 Jan 13;364(2):189-90.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1000538
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21226604?tool=bestpractice.com
Quando há risco de amputação, o iloprosta pode ser administrado por via intravenosa para ulcerações profundas que se estendem até a articulação interfalângica distal ou mais além (graus 2 a 4). Apesar da falta de evidências sólidas, o iloprosta é a escolha de primeira linha para congelamento das extremidades de grau 3 a 4.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
[44]Cauchy E, Cheguillaume B, Chetaille E. A controlled trial of a prostacyclin and rt-PA in the treatment of severe frostbite. N Engl J Med. 2011 Jan 13;364(2):189-90.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1000538
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21226604?tool=bestpractice.com
[45]Poole A, Gauthier J. Treatment of severe frostbite with iloprost in northern Canada. CMAJ. 2016 Dec 6;188(17-18):1255-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5135497
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27044477?tool=bestpractice.com
O iloprosta tem menor taxa de efeitos adversos e complicações quando comparado ao r-tPA, portanto pode ser considerado como tratamento para o congelamento das extremidades de Grau 2 e também para congelamento das extremidades mais graves (Graus 3 e 4). Deve ser administrado o mais rápido possível, mas pode ser administrado até 72 horas após o reaquecimento.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
É particularmente útil se a angiografia não estiver disponível ou houver contraindicações à trombólise.[14]Handford C, Buxton P, Russell K, et al. Frostbite: a practical approach to hospital management. Extrem Physiol Med. 2014 Apr 22;3:7.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3994495
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764516?tool=bestpractice.com
Esse medicamento é tipicamente administrado por aproximadamente 6 horas por dia por um total de 5 a 8 dias em casos de congelamento das extremidades de grau 3 ou 4.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesões típicas por congelamento das extremidades nas mãos e nos pés de um alpinista com bolhas levemente hemorrágicas manifestando-se 3 dias após a exposição. As bolhas foram aspiradas assepticamente, e uma infusão com iloprosta por 5 dias resultou na recuperação completaHallam M-J, BMJ 2010;341:c5864 [Citation ends].
O r-tPA está mais amplamente disponível que o iloprosta. Somente lesões profundas com prováveis amputações (por exemplo, estendendo-se até as articulações interfalângicas proximais dos dedos, graus 3 a 4) devem ser consideradas para terapia trombolítica.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com O r-tPA pode ser considerado até 24 horas após o descongelamento com intervenção angiográfica apropriada para congelamento das extremidades profunda na articulação interfalângica distal ou mais proximal a esta.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com O tempo até a trombólise parece ser crítico.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com As contraindicações ao r-tPA incluem trauma, cirurgia recente e AVC recente. A heparina é usada em protocolos de r-tPA, mas não há evidências que sustentem o uso de heparina isolado para tratar congelamento das extremidades, seja em campo ou em hospitais.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com
Opções primárias
iloprosta: 0.5 nanogramas/kg/minuto em infusão intravenosa inicialmente, ajustar em 0.5 nanogramas/kg/minuto em incrementos em intervalos de 30 minutos de acordo com a resposta, máximo de 2 nanogramas/kg/minuto; administrar em infusão contínua por 6 horas cada dia, até o máximo de 8 dias consecutivos
Mais iloprostaA dose pode ser aumentada para 0.25 nanogramas/kg/minuto se o paciente não tolerar a dose inicial.
Opções secundárias
alteplase: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
cirurgia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A intervenção cirúrgica precoce só é indicada para auxiliar no desbridamento de úlceras e tecido necrótico, ou se o paciente apresentar sinais de sepse.[41]Zaramo TZ, Green JK, Janis JE. Practical review of the current management of frostbite injuries. Plast Reconstr Surg Glob Open. 2022 Oct 24;10(10):e4618. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9592504 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36299821?tool=bestpractice.com Consulte Sepse em adultos.
A fasciotomia é necessária para tratar a síndrome compartimental que pode ser induzida por edema associado ao descongelamento.[4]McIntosh SE, Freer L, Grissom CK, et al. Wilderness Medical Society clinical practice guidelines for the prevention and treatment of frostbite: 2024 update. Wilderness Environ Med. 2024 Jun;35(2):183-97. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/10806032231222359 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38577729?tool=bestpractice.com Consulte Síndrome compartimental dos membros.
A amputação precoce raramente é necessária. Como a maioria das lesões se cura ou mumifica sem cirurgia, a amputação deve ser protelada pelo maior tempo possível. É recomendável que a cirurgia seja protelada até 6 a 12 semanas após a lesão, pois um trauma cirúrgico pode interferir na cura da ferida no tecido proximal e, consequentemente, aumentar a perda tecidual. Isso permite também um período de tempo suficiente para demarcação de feridas para ajudar a orientar procedimentos cirúrgicos (enxerto de pele, retalho ou amputação).[16]Kiss TL. Critical care for frostbite. Crit Care Nurs Clin North Am. 2012 Dec;24(4):581-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23089662?tool=bestpractice.com [42]Woo EK, Lee JW, Hur GY, et al. Proposed treatment protocol for frostbite: a retrospective analysis of 17 cases based on a 3-year single-institution experience. Arch Plast Surg. 2013 Sep;40(5):510-6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3785582 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24086802?tool=bestpractice.com Os fatores de risco para amputação incluem apresentação tardia, comprometimento do membro inferior e infecção do tecido lesado.
O enxerto de pele pode ser considerado em pacientes gravemente feridos.[46]Fisher OL, Benson RA, Venus MR, et al. Pedicled abdominal flaps for enhanced digital salvage after severe frostbite injury. Wilderness Environ Med. 2019 Mar;30(1):59-62.
https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1016/j.wem.2018.09.003
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30591302?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Congelamento das extremidades típico afetando o hálux e o terceiro dedo do pé esquerdo na lesão inicial na apresentação em um acampamento base no Everest (A), em 6 semanas (B) e em 10 semanas (C). Observe a amputação cirúrgica tardia do hálux após a demarcação definitiva e a recuperação do terceiro dedo após o manejo adequadoHallam M-J, BMJ 2010;341:c5864 [Citation ends].
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