Monitoramento
Para se avaliar a resolução da doença, todos os pacientes com infecção por histoplasmose devem ser monitorados periodicamente em um cenário ambulatorial. Os pacientes com histoplasmose pulmonar crônica devem ser monitorados com testes da função pulmonar para avaliar a progressão ou a resolução da doença. Os pacientes com histoplasmose disseminada progressiva e histoplasmose progressiva aguda grave ou histoplasmose pulmonar crônica grave podem precisar de monitoramento em cuidados intensivos com o paciente hospitalizado.
Os antifúngicos azólicos são hepatotóxicos. Sendo assim, as enzimas hepáticas devem ser verificadas antes do início da terapia; nas semanas 1, 2 e 4 após o início do tratamento; e, depois disso, a cada 3 meses até o fim da terapia. Os níveis de itraconazol devem ser terapeuticamente monitorados ao menos 2 semanas após o início da terapia e aleatoriamente ao longo do período de tratamento, a fim de garantir a manutenção das concentrações terapêuticas (≥1 micrograma/mL).
Os antifúngicos azólicos apresentam várias possíveis interações medicamentosas, que devem ser revisadas antes da administração. Os azóis são metabolizados principalmente pela enzima CYP3A4 e têm interações com outros medicamentos que também são metabolizados por essa via. A coadministração de medicamentos que induzem a CYP3A4 pode causar diminuição dos níveis do azol e, se possível, deve ser evitada antes e durante o tratamento. Por outro lado, os medicamentos que inibem a CYP3A4 podem aumentar as concentrações de azóis, devendo, também, ser usados com cautela. Se a coadministração de qualquer um desses medicamentos for considerada necessária, os níveis de medicamentos azólicos deverão ser monitorados cuidadosamente com ajustes da dose, se necessários. Os azóis inibem a CYP3A4 e podem elevar as concentrações plasmáticas de medicamentos que são metabolizados por essa via, causando efeitos adversos, inclusive medicamentos que prolongam o intervalo QT e causam arritmias fatais.
O itraconazol pode ter atividade inotrópica negativa. Portanto, os pacientes devem ser monitorados quanto a novos episódios de insuficiência cardíaca durante o tratamento. O medicamento deve ser usado com cautela em pacientes com insuficiência cardíaca ou redução da fração de ejeção. Se ocorrer agravamento da insuficiência cardíaca durante o tratamento com itraconazol, pode-se tentar outro azol.
Até 10% a 15% dos pacientes apresentam recidiva apesar de tratamento, o que é um indicativo para terapia de manutenção em longo prazo com itraconazol.[24] Em função das altas taxas de recidiva, os pacientes devem ser monitorados rigorosamente por pelo menos 1 ano após o tratamento ser descontinuado. Os níveis de antígeno anti-Histoplasma capsulatum na urina devem ser verificados mensalmente, para monitorar a resposta à terapia, e seguidos por 12 meses para detectar recidiva da doença.
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